15 outubro 2010

Bosque erótico

A São Patrício está sempre atenta a tudo o que há de bom.
Desta vez sugere irmos visitar, num Encontra-a-Funda, o bosque de Can Ginebreda, no interior da Catalunha (Espanha), todo semeadinho de esculturas em pedra e metal de Xicu Cabanyes.
Aqui vos deixo alguns exemplos, só para fazer coceguinhas nas partes baixas:






Há um artigo de 3 páginas interessantíssimo sobre este parque, em inglês, aqui.

Cubo Mágico

Mas, diz-me, se com uma mão eu segurar a lógica e com a outra segurar a razão, com que mão te hei-de segurar?

Esta é a verdade que guardo em mim, eu só tenho duas mãos; agarro-te nas palavras e não te sei puxar. Poderia escrever-te infinitas linhas, recordar-te todos os passos do Universo e explicar-te todas as realidades que não são únicas, poderia dizer-te que tudo já foi dito, tudo já foi marcado, posso recompor-te a lógica e a razão em pequenas decepções, poderia desenhar-te o tempo irremediavelmente escondido dentro do cubo mágico; mas até as linhas se enrolam, até as realidades falam, até as palavras inventam, até a lógica e a razão sabem o teu nome, até o cubo tem várias cores, por isso não utilizarei mais metáforas, afinal nem sei porque as chamei aqui; digo-te apenas: - usa as tuas - e espero que entendas, consciente do significado de todas as coisas, que é contigo que falo.

E mais cartazes de cinema erótico espanhol dos anos 70

E ainda mais cartazes. Repare-se nas partes censuradas, ou na própria imagem ou por sobreposição de avisos agrafados.






14 outubro 2010

Erótica

Paraíso

O Paraíso é melhor saboreado
de olhos fechados
Cheira a flor
Sabe a suor
Macio ao tacto
Peles em contacto
Brisa quente
corpo ardente
Gemido agudo
grito mudo
Fricção violenta
onda que rebenta
O Paraíso é melhor saboreado
de corpos emaranhados

Doce parceira de prazer sem fim
Este Paraíso somos nós quem o faz
Tu furando-me por cima de mim
Eu varando-te por trás.

Postalinho do Fin

Carta ao Viajante (III)

Vim aqui para te adormecer, se falamos é como se nos t(r)ocássemos; tu acordas-me (durmo demais), eu adormeço-te (nunca dormes). Eu leio-te sempre, não o sabias? Tu que falas no meu tom cantado, tu que pontuas com a minha emoção, a ti - não cedi o beijo - beijo todos os dias.

Não te posso curar, queres cegar (o que é aprender o desprendimento senão uma lição de cegueira?) e eu caminho para tocar nos pássaros cegos, os meus dedos nas penas até que me doam e mais ainda. Dormi contigo ontem, beijei-te e sonhei acordada.

Não te vejo e gosto de ti, não estou e caminho a teu lado; gosto da tua viagem e da nossa, Viajante. Um dia, um destes dias, ainda viajarei para ti, serás o cais antes de partirmos separados; nesse dia, porém, já não poderei dizer que te vou conhecer; a nossa viagem a dois já soma incontáveis dias e infinitas linhas das nossas entrelinhas.


Inspiração hatha yoga

13 outubro 2010

Erótico – o que é?

Sempre gostei de recorrer ao dicionário para saber o que querem dizer algumas palavras mais difíceis de explicar. E uso uma metodologia muito pessoal, que é a procura de sinónimos em cascata:
Erótico – relativo ao amor sensual ou sexual.
Ora:
Relativo - que se define em relação a outra coisa.
Amor - sentimento que nos impele para o objecto dos nossos desejos.
Sensual – lúbrico.
Sexual - referente ao sexo ou aos órgãos reprodutores.

Assim, numa primeira ronda, temos:
Erótico – que se define em relação a outra coisa ao sentimento que nos impele para o objecto dos nossos desejos, lúbrico ou referente ao sexo ou aos órgãos reprodutores.
Segunda ronda:
Relação - ligação afectiva ou profissional.
Coisa - tudo o que existe ou pode existir real ou abstractamente.
Sentimento - estado afectivo que tem por antecedente imediato uma representação mental.
Impelir - dirigir com força.
Objecto – coisa material.
Desejo – vontade.
Lúbrico – escorregadio.
Sexo - conjunto de características físicas e funcionais que distinguem o macho da fêmea.
Órgão - instrumento musical de teclado, formado de tubos que recebem o ar por um sistema de foles.
Reprodutor – que reproduz.

Então, temos:
Erótico – que se define em ligação afectiva ou profissional a outra tudo o que existe ou pode existir real ou abstractamente ao estado afectivo que tem por antecedente imediato uma representação mental que nos dirige com força para a coisa material das nossas vontades, escorregadio ou referente ao conjunto de características físicas e funcionais que distinguem o macho da fêmea ou aos instrumentos musicais de teclado, formados de tubos que recebem o ar por um sistema de foles que reproduzem.
Ainda precisamos de limar algumas arestas. Continuemos, portanto:
Afectivo - que revela afeição. Afeição – sentimento de apego e ternura.
Vontade - actividade ou inibição precedida de reflexão e de decisão.
Físico - relativo às leis e aos modos de ser da natureza.
Macho - animal do sexo masculino.
Fêmea - peça com orifício, sulco ou concavidade que recebe outra saliente (macho) para seu complemento, que lhe é introduzida ou encaixada, como em certas dobradiças ou nos colchetes.
Reproduzir - produzir novamente.

Finalmente, podemos concluir:
Erótico – que se define em ligação afectiva ou profissional a outra tudo o que existe ou pode existir real ou abstractamente ao estado que revela sentimento de apego e ternura que tem por antecedente imediato uma representação mental que nos dirige com força para a coisa material das nossas actividades ou inibições precedidas de reflexão e de decisão, escorregadio ou referente ao conjunto de características relativas às leis e aos modos de ser da natureza e funcionais que distinguem o animal do sexo masculino da peça com orifício, sulco ou concavidade que recebe outra saliente (macho) para seu complemento, que lhe é introduzida ou encaixada, como em certas dobradiças ou nos colchetes ou aos instrumentos musicais de teclado, formados de tubos que recebem o ar por um sistema de foles que produzem novamente.

Obrigada, Infopédia da Porto Editora, por me clarificares o que é erótico!

Equações

Ela tem
olhos de luz apagados
vestidos de sonhos amarrotados
tecidos feridos de azuis desbotados
ela tem
e quando te deitas no corpo dela
és ninguém.
Juntos estão rasgados, cosidos, remendados
és ninguém
mais um que habita o lugar dos esquecidos
alguém como ela
números perdidos, estranhos numerados
que ela tem
nos olhos de luz apagados.



Conversa a 1 e Meio

Telefonei para ti e ouvi a tua voz rouca de mulher vivida a contrastar com os sentimentos que emanavas. As tuas palavras escolhidas, de profissional, filtrei-as porque sim, porque assim o desejei e assim o quis ouvir. Talvez porque preferi outra forma, já que o conteúdo era bonito, transmitindo desejo e emoção. Ou era bonito porque o transformei, adulterando a mensagem que tens gravada e pronta, para aquilo que queria ouvir…? Não estou a falar contigo. Podes rever-te nesta prosa mas não estou definitivamente a falar para ti. Este é um sentimento sem partilha, incontrolável e pessoal. Só interessa que te liguei e falei contigo, conseguindo o meu momento, e chega ficar na ilusão de que estavas a falar comigo e não para mim. Não estou a falar contigo… estou apenas a conversar comigo.

Respeite a Sinalização!


Urine aqui e tenha suas bolas cortadas. Ui!

Capinaremos.com

12 outubro 2010

Viva a nossa Miss Joana Well!

O nosso amigo Luís Gaspar comunicou à Miss Joana Well:
"a tua poesia acaba de entrar no “Palavra d’Ouro” da Truca, lugar onde vão parar os poetas lidos no Estúdio Raposa que merecem “medalha”.»

Luís Gaspar e Miss Joana Well, mereceis ambos uma medalha!

Baralhações

Olhou para ele e percebeu que, no momento em que escolhessem, simultaneamente, deixar de lado o medo de perder o que tinham, a vida de ambos mudaria para sempre.
E era tão bom o que tinham como o que poderiam ter. Ou talvez não, por toda uma série de considerações que ela repetia mentalmente, como uma cábula.
Ele perguntou-lhe se estava bem e porque estava tão calada.
Ela abriu uma excepção e devolveu-lhe o toque na mão. Sorriu-lhe e sacudiu o cabelo, como quem volta a pôr os pensamentos em ordem, enquanto lhe assegurava que era cansaço (e se assegurava de que, para já, não tinha de escolher nada).