Tenho trabalho que nunca mais acaba pela frente.
Dezenas e dezenas de textos sobre a Justiça em Portugal para ler (a culpa é minha, quem impôs o tema fui eu) e a dor de cabeça aumenta, creio que o congestionamento nasal está armado em cerebral.
Resolvo aproveitar o facto de estar desprovida do sentido do cheiro para mudar a cor das unhas. [Esta estação, e depois de dois Invernos sem cor, resolvi voltar aos vernizes, sendo que me divirto entre o azul-quase-preto da Dior, o Rose Confidentiel e o Paradoxal da Chanel e toda a paleta da Risqué, Andrea e Essence (esta última, descoberta recente no mundo dos vernizes; como as anteriores, se a qualidade for média, compensa sempre o preço rasteirinho).]
E achei por bem registar, enquanto o paracetalmol faz efeito e não faz, que detesto unhas de gel. Quase tanto como a french manicure na unhaca do pé (para fazer o risquinho branco, há que deixar crescer a dita quase até ao ponto-ave-de-rapina). Acho nojento o formato quadrado, o comprimento exorbitante, o volume que dá. Duvido que se consiga apertar o botão dos jeans, com aquelas próteses, muitas vezes sujeitas à aplicação comulativa de uns brilhantes-Barbie que não lembram ao diabo.
É feio, piroso, vulgar, não ficaria bem nem à Kate Moss (que nem pedrada as usaria, aposto). Dou voltas à cabeça na tentativa de perceber o que raio leva uma mulher a pagar por aqueles apliques assustadores. Nada supera uma unha nossa, curta (se está tu-cá-tu-á com a linha do sabugo, saquem do corta-unhas, por favor), pintada ou natural.
Do mesmo modo, e não me venham com merdas, não há estilo que resista a extensões no cabelo, sapatos de cunha e batons rosa choque.
Pronto, agora que já desocupei o cérebro de tudo quanto era interessante e me andava a roer há tanto tempo, vamos lá voltar ao trabalho, que é para isso que me pagam.