11 novembro 2010

O punho é um belo argumento

Sou anti-violência, toda a gente sabe.
Detesto contacto físico por parte de estranhos ou, sequer, proximidades para além do perímetro de segurança de meio metro.
Pauto o meu comportamento pela discussão racional, o que, em condições normais, permite a argumentação saudável que nos conduz a uma qualquer conclusão.
Agora...
Quando uma grandessíssima VACA, condutora de um chaço a cair de podre e portadora de umas madeixas inexistentes de esverdeadas naquela cabeça desprovida de células cinzentas, se recusa a escostar à direita, para me deixar estacionar na MINHA rua, fazendo-me, pelo retrovisor, o célebre gesto do passa-por-cima-ó-#"%&$#, começo por pôr a argumentação de lado.
E quando a mesma energúmena confunde o meu gesto (irónico, já se sabe), de quem junta as palmas das mãos e baixa a cabeça, levando a testa aos apêndices superiores , em sinal de agradecimento pela "amabilidade", com um estás-mas'é-a-dormir (no mundo de onde eu venho, tem esse significado o gesto que encosta um lado da cara às mesmas mãos juntas, mas esta madame pertencia, definitivamente, a um universo paralelo) e sai disparada do carro para me vir dizer que eu sou uma malcriadona e que quem fica a dormir num instantinho sou eu, porque ela trata disso num só gesto e, ainda por cima, se recusa a mover a m**** da coisa com rodas que me impede de ir beber um chá quente e tomar o Griponal, já perdi qualquer tipo de racionalidade.
Enquanto busco o número da polícia, para resolver o problema da obstrução à passagem, vou imaginando o quão mais deleitoso seria abrir-lhe a porta do veículo (na esperança de que a peça não caísse), agarrá-la pelos colarinhos, sacando-lhe o rabo gordo do assento e, enquanto ela me chamava os nomes que lhe apetecesse, espetar-lhe uns jabs bem aviados, que até lhes juntariam os dentes da frente, seguidos de um upper que lhe levantasse os calcantes do chão e lhe devolvesse aquele corpo grande à porcaria de habitáculo de onde saíra que (a girl can only wish) se desconjuntaria em pedaços com o peso.
Acho que, mais uma vez, a burra não percebeu o significado do sorriso que eu tinha plantado na cara quando passei por ela (de repente, tornou-se muito solícita, sobretudo depois de ouvir falar de polícia), ao menos a aferir pelo 'tás-te-a-rire-de-quiê-ó-p***-d'um-c****** com que me brindou.

Anúncio da Blue Movie (canal alemão de filmes eróticos por cabo) com muita classe

«Erotopaegnion, sive Priapeia, Veterum et Recentiorum. Veneri Jocosae Sacrum»

Livro de 1798.
Na primeira parte («Veterum»), inclui 80 poemas de Roma da época do imperador Augusto, dedicados a Príapo, deus da Fertilidade. Alguns dos poemas foram atribuídos a Virgílio. Na segunda parte («Recentiorum»), inclui uma selecção de mais de 100 poemas mais recentes, agrupados por país de origem. Esta edição reproduz os poemas no latim original. Tem duas excelentes gravuras, uma antes do título e outra antes da segunda parte da obra.
Faz parte da minha colecção de arte erótica.



Momentos



Nada na manga



HenriCartoon

"este rei que anda nu sem ser fecundo
este resto do pó velho que há no mundo
esta réstia não-ser humano ou profundo
é que há-de fazer-nos ir ao fundo

porque dele poucos dizem que vai nu
e por tudo assim ser sou eu e tu
e eu digo que o fundilho mostra o cu
e tu? que me dizes tu deste zulu?
OrCa

10 novembro 2010

Na fila do IKEA

Hoje estava na fila de um IKEA. Pouca gente, mas também poucas caixas abertas. À minha frente uma jovem. Vestidinho de malha curto, um colete mais quente, botas e meias pretas. Infelizmente não eram opacas, mas também não desgostei. Fiquei a apreciar e não tinha pressa nenhuma. Mas depois lembrei-me que por baixo daquelas botas de cano alto nem tudo era meia preta bonita. Algures ali, aposto, havia um par de meias grossas brancas com riscas ou raquetes. Enfim, suspirei para dentro e disse a mim próprio “pronto, pronto…. não penses mais nisso, já passou, já passou…”.

Memórias Sonhadas

Pára. Recosta-te suavemente. Deita-te em cama tua, confortável que te abraça e aninha.
Ajeita o lençol numa circular em tua defesa de tudo o que é externo e dispensável ao sono.
Agora adormece... Ainda antes, naquele preâmbulo, na fase em que julgas tudo ser possível, invoca em ti o Anjo da Paixão para que traga as memórias de um sentimento recente, belo, protector, teu...
Agora sim, deixa-te levar, rende-te à dormência das pálpebras que pesam a visão real, e sonha. Revive as memórias que o Anjo Branco te mostra.

E ao trazê-las de novo à luz deixa escapar algumas que - como por magia - apanhá-las-ei em sonho meu.

Isabel Poema

Já não lanço papagaios de papel,
Isabel,
quando me fizeste crescer?
Mas o meu peito soletra querer
e na ponta do teu cordel,
Isabel,
enquanto me brincas ao entardecer
de papel é toda a minha pele
e nem peço ao vento para me descer.
Sim, Isabel,
olha este pássaro no teu jogo cruel,
é só para na ponta te poder ver.


Habilidades Supremas!

Algumas pessoas possuem habilidades muito interessantes.
Por exemplo, vejam essa moça, ela é uma pessoa abençoada por Deus, com um talento insuperável:


Sim, eu também demorei para ver que o talento dela é o tamanho da lingua.
Digamos que é uma moça de muitos talentos.


Capinaremos.com

09 novembro 2010

A arte do felatio

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a mensagem.

Nunca os teus beijos voltarão a ser como os sonhei



Nunca os teus beijos voltarão a ser como os sonhei. Nunca a tua boca voltará a ter na minha um sorriso límpido. As nuvens podem dissipar-se. O sol pode aquecer-nos. A chuva poderá lavar-nos. Mas os teus beijos. Os teus beijos não voltarão a ser como os sonhei.
Se pudesse, perguntar-te-ia baixinho, achas que a mesma boca que mente pode beijar?
Quando fechei os olhos, ontem, e vi a tua boca, vi-a chegando-se, sorridente, luminosa, clara, o sorriso desenhando-se num beijo. O beijo que eu sonhei.
Hoje, quando os fechei, estava escuro. Vi a tua boca, no escuro. Vi os teus lábios entreabrirem-se, moverem-se, e deles sair a mentira que temia.
Agora há dias com luz em que me lembro de quando chegavas sorridente e me beijavas. E há dias que são noites escuras em que a tua boca se retorce feia na mentira. Nos dias que são noites escuras, tu não sabes, mas volto a morrer um bocadinho. Tu não sabes, não poderias saber, mas nesses dias que são noites escuras o frio volta a entrar-me por dentro da pele, volta a gelar-me o sangue, a calar-me a voz, a voz com que te chamo nos dias claros, a voz com que te chamava antes, antes dos dias que são noites escuras. Nesses dias, os que são noites escuras, ainda me beijas. Mas eu abro os olhos e vejo-te. Vejo-te de fora. Eu, de fora, vendo-te a beijar, não a mim, que estou de fora, não é a minha boca que está na tua, que eu estou de fora a ver-te; a boca que tens na tua é cada uma das que quiseste enquanto a minha dormia. Agora sei que os teus beijos não voltarão a ser como os sonhei. Os teus beijos são agora um lago de águas turvas, de água que tu agitaste trazendo à tona o que deveria ter ficado no fundo.

Como posso agora ver o meu reflexo? Quem sou eu se não me vejo no espelho?


Medeia [Infidelidades]

Olha!... Alguém faz, como eu, colecção de arte erótica!

Crica na capa do Diário de Coimbra de 2010-11-09 para acederes à notícia da página 5
«Diário de Coimbra» - 2010-11-09


A notícia está on-line no site do «Diário de Coimbra».
Quem preferir vê-la tal como saíu hoje no jornal, tem-na aqui.
Este gajo anda-me a copiar?!

Aguarela

Vou deixar que o poema
se enterre nas tuas veias
- mesmo escorrendo algum sangue -
e se entranhe na aguarela,
preparada para a minha apoteose:
hoje desenhas-me.

Finalmente este era o sentido
que - ainda - faltava
à nossa paixão.

Poesia de Paula Raposo