Sou anti-violência, toda a gente sabe.
Detesto contacto físico por parte de estranhos ou, sequer, proximidades para além do perímetro de segurança de meio metro.
Pauto o meu comportamento pela discussão racional, o que, em condições normais, permite a argumentação saudável que nos conduz a uma qualquer conclusão.
Agora...
Quando uma grandessíssima VACA, condutora de um chaço a cair de podre e portadora de umas madeixas inexistentes de esverdeadas naquela cabeça desprovida de células cinzentas, se recusa a escostar à direita, para me deixar estacionar na MINHA rua, fazendo-me, pelo retrovisor, o célebre gesto do passa-por-cima-ó-#"%&$#, começo por pôr a argumentação de lado.
E quando a mesma energúmena confunde o meu gesto (irónico, já se sabe), de quem junta as palmas das mãos e baixa a cabeça, levando a testa aos apêndices superiores , em sinal de agradecimento pela "amabilidade", com um estás-mas'é-a-dormir (no mundo de onde eu venho, tem esse significado o gesto que encosta um lado da cara às mesmas mãos juntas, mas esta madame pertencia, definitivamente, a um universo paralelo) e sai disparada do carro para me vir dizer que eu sou uma malcriadona e que quem fica a dormir num instantinho sou eu, porque ela trata disso num só gesto e, ainda por cima, se recusa a mover a m**** da coisa com rodas que me impede de ir beber um chá quente e tomar o Griponal, já perdi qualquer tipo de racionalidade.
Enquanto busco o número da polícia, para resolver o problema da obstrução à passagem, vou imaginando o quão mais deleitoso seria abrir-lhe a porta do veículo (na esperança de que a peça não caísse), agarrá-la pelos colarinhos, sacando-lhe o rabo gordo do assento e, enquanto ela me chamava os nomes que lhe apetecesse, espetar-lhe uns jabs bem aviados, que até lhes juntariam os dentes da frente, seguidos de um upper que lhe levantasse os calcantes do chão e lhe devolvesse aquele corpo grande à porcaria de habitáculo de onde saíra que (a girl can only wish) se desconjuntaria em pedaços com o peso.
Acho que, mais uma vez, a burra não percebeu o significado do sorriso que eu tinha plantado na cara quando passei por ela (de repente, tornou-se muito solícita, sobretudo depois de ouvir falar de polícia), ao menos a aferir pelo 'tás-te-a-rire-de-quiê-ó-p***-d'um-c****** com que me brindou.