(sim, que nem só de greve geral vive um homem...)
diz-me a urgência que sentes
na premência dos sentidos
diz-me a verdade que mentes
dos desejos proibidos
diz-me a volúpia dos dias
no crepúsculo das tardes
diz-me os lábios que mordias
na lascívia em que tu ardes
ou não – não digas mais nada
dá-me o silêncio em que gritas
faz da minha hora parada
o mar do prazer que habitas
e terei de ti eu tudo
menos o quanto não queiras
e ouvirás meu grito mudo
que sou eu se tu me abeiras
pois assim te quero tanto
que ter-te mais não queria
que só o ter-te é o quanto
tu me dás em demasia.