30 novembro 2010

Moldar

Poderei moldar o barro:
criar todas as peças
que ainda não vi.
Poderei ler-te o poema
que imaginei escrever
e que deixei ao relento
quando a maré
me trouxe um pouco de voz.
Poderei ser única
e partir sem aviso.
Deixarei o meu cheiro:
reconhecerás o caminho.
Sempre.

Poesia de Paula Raposo

X na coluna do meio




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29 novembro 2010

Ai o caralho...

A concorrência blogueira anda a usurpar-nos o vernáculo!
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Nota da ediSão - até a GNR, caralho!

“Portugal in erotica” ou “A malta do que gosta é de dizer mal!”

País onde se estimule a prática sexual e do erotismo, não há como este! Já se andou pela lama a fazer tratamentos de pele… Fazem-se frequentes incursões aos pântanos… e ainda que, nestas alturas, alguns prefiram evadir-se, há que reconhecer que são sempre momentos muito aventurosos e muito românticos. Surpresas, são mil! As paisagens também são bonitas. As temperaturas amenas. Já toda a gente se habituou a pôr-se a jeito e a andar descalço e de tanga. O governo não se cansa de inventar medidas para impedir os excessos e incentivar a criatividade e a vitalidade dos espíritos e dos corpos. O empenho no “despimento” colectivo e o gosto pelo abandono do supérfluo são, em absoluto, extraordinários. E, para além disto, apesar de tal exigir grandes esforços, o sexo e o devaneio sexual mantêm-se inteiramente isentos de impostos (basta que se tenha disposição e dinheiro para o autocarro e para o preservativo, e mais umas taxazitas de nada, que já se pode dar uma quecazinha à vontade). Se não é de se lhe tirar o chapéu, eu (e mais uns milhões, suponho) venho-me e vou-me logo (embora para Marte)!

Quarto crescente.

O governo de Singapura mostrou-se bastante agastado com o equipamento da equipa de pólo-aquático, tendo esta abandonado o traje, inspirado na bandeira do país, e pedido desculpas publicamente.
Ao que parece aquela lua tem o quarto demasiado crescente, especialmente se for verdade o que dizem dos asiáticos.

Procura-se

Procura-se a companhia envolvente mexendo nas feridas que um dia inundaram o corpo de espaço. Feridas antigas ou recentes de ver partir não interessa o quê. Solidão abstracta de quem vive rodeado de pessoas. E ainda assim não vê ninguém daqueles que sempre nos observam.
São árvores sem raízes, pássaros sem asas, lanternas sem brilho. Ao amanhecer é Sol sem raios que vertam Luz e à noite, Lua nova.
Procura-se o vento para que o fogo se espalhe. O fogo que arde sozinho.
Acha-se tempo. Acha-se espaço. Encontra-se o chão vazio onde já foram quadrículas de Templo.
Procuras EU.

E se a tua vida de repente se transformasse num filme pornográfico?

«Pornô da Vida Real» - "O que fazer quando entregam a sua pizza errada, espalham blondor na sua geladeira e platonicamente se esfregam em sua mulher?"

Papagaio Ciclope de remela


Alexandre Affonso - nadaver.com

28 novembro 2010

De segregar-te silêncios

Silêncio é, de todas as palavras no Mundo, a palavra que mais palavras contém, talvez até a única que contém todas as outras. Porque é no silêncio que todos os segredos se escondem.

«Cura milagrosa» - por Rui Felício


Dezoito aninhos...
Na flor da idade, a curvilínea silhueta da Inês atraia os olhares masculinos pela sensualidade das formas. Porém, os que a observavam de perto, viravam a cara com um semblante de desilusão. Quase enjoo...
A sua pele parecia a superfície de um planeta cravejado pelas bolhas de inúmeros vulcões.
Experimentou de tudo, a conselho das pessoas amigas. Mel com açúcar, água de lavar o arroz, óleo culinário, sumo de maçã, tudo!... Sem resultados...
Finalmente foi ao dermatologista, jovem médico recém-formado, que lhe receitou uma enorme parafernália de pomadas para ela besuntar o corpo e a cara.
As pequenas melhoras, quase imperceptíveis, que se notavam passados dois meses, estavam longe de terem resolvido o problema. Farta de gastar dinheiro em pomadas, sem resultados palpáveis, desabafou com uma amiga que lhe disse a rir, com ar de gozo:
- Tu precisas é de arranjar um namorado! Vais ver que isso te passa em três tempos...
Voltou ao dermatologista, mostrou-lhe a ineficácia dos medicamentos e, meio envergonhada, mas disposta a tudo para descobrir a cura, contou-lhe o que a amiga lhe tinha dito.
O jovem médico que, desde a primeira vez que a viu, não conseguira esquecer a beleza escultural daquela rapariga, apesar do problema da pele, confessou-lhe como se sentia atraído por ela e que gostava que ela o aceitasse como seu namorado.
A Inês aceitou o pedido, mais como uma derradeira panaceia para o seu mal, do que propriamente porque o médico a atraísse.
Namoraram, o acne começou visivelmente a melhorar e acabaram por casar. Após os primeiros tempos de casamento, a pele da Inês estava praticamente curada!
Mas voltava a piorar sempre que o marido tinha que se ausentar por alguns dias para ir ao estrangeiro a Congressos de Dermatologia.
Quando ele regressava a pele tinha voltado a encher-se de borbulhas. Que logo desapareciam depois de alguns dias de convívio conjugal. A relação causa e efeito começava a delinear-se...
Sempre assim acontecia. Melhorava quando fazia sexo e piorava na sua ausência!
Um dia o marido avisou-a que teria que ir a um Congresso na China, mas que desta vez iria estar ausente por quase um mês!
E, no dia da partida, olhava ela o carro dele a afastar-se na esquina da rua, em direcção ao aeroporto, foi surpreendida pelo belo filho do dono do minimercado do bairro que lhe disse:
- Olá Inês, queres provar um dióspiro? O meu pai comprou umas caixas deles que tem lá no supermercado para vender.
- São uma delícia! – disse ele estendendo-lhe um que trazia na mão...
Ela puxou-o bruscamente pelo braço, meteu o rapagão dentro de casa, fechou a porta e disse-lhe, com ar ansioso e provocador:
- Sim quero! Quero! Durante um mês, quero todos os dias um, pelo menos!
Quando o marido regressou ao fim de um mês, ficou espantado:
- Desta vez, apesar da minha longa ausência, a tua pele está impecável, sem marcas, sem borbulhas! Pareces estar curada, definitivamente!
- Pois é, querido. O que me curou foram os dióspiros que diariamente tenho comido...

Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações»

"As falsas peles de animais estão na moda"...

... explica-nos a Maria Árvore.
Colecção Soirée da Agent Provocateur:

São Rosas! São Rosas!

crica para visitares a página John & John de d!o

27 novembro 2010

Terminou hoje o 14º Encontra-a-Funda


Aos 22 membros e membranas que puderam estar presentes nesta Visita-a-Funda, distribuidos pelos quatro fins de semana de Novembro, a minha vénia e os meus agradecimentos pela vossa disponibilidade para visitarem a minha colecção de arte erótica. Só foi pena o espaço não permitir a vinda de toda a malta ao mesmo tempo. Foram momentos óptimos de convívio. Para quem não pôde estar presente, fica o convite para um dia fazer também uma visita.

Só espero que, dentro em breve, possamos encontrar-nos todos num espaço com as condições que todos os que viram a minha colecção acham que merece.