Nicolas Besnard e Ludivine Furnon (medalha de prata em Paris no 31º «Festival Mondial du Cirque de Demain»), que já fizeram parte do Cirque du Soleil, em actuação ao vivo no programa de televisão «Benissimo» em 2010.
10 dezembro 2010
Terça-Feira (Outubro)
Quando escrevo, acredito. Dói-me pois essa incapacidade que agora averiguo, essa venda molhada de silogismos, seca de fé, insultar o oximoro tomando-o por volubilidade, e eu que morro assim quando me inscrevo na ternura fria, na paixão serena, na bradicardia emocionada. Ainda penso no que ficou para trás, vou muitas vezes espreitar só para ver se vive; nunca sei o que faria se me chamasse, até para mim sou imprevisível, eu hei-de perguntar a alguém se sabe o que eu haveria de fazer. Afinal tenho medo de tudo mas não tenho medo de mim e talvez devesse ter. Tenho coisas feias aqui dentro, coisas que nem sempre tento ou sei matar. Acontece alguma coisa bonita e eu logo a vejo a tornar-se feia e sou eu que feia me torno. De bom grado eu diria a alguém que já não sou quem sou faz algum tempo e que me procuro aqui, não sei o que resultará de mim mas as minhas linhas estão um pouco de luto por quem as ajudou a gatinhar. Chegarei a Outubro onde tudo vai mudar, eu sempre soube disso, quem comigo aqui estiver que chegue a Outubro comigo pois é de lá que partirei e só levo comigo quem lá estiver. Eu já sei que sou mesmo estranha, estranhar-me-ia agora se não fosse mas esta felicidade nostálgica é assim, é aquela que nasceu da dor, de todas as dores que acarinho e guardo, as dores são coisa viva e entristecem sem ternura. De boa vontade largaria tudo se sentisse que poderia fazer algo de muito bom mas depois de sentir tudo completo, logo me iria embora e toda a gente que encontro se quer completar. Não me aprendes se me prendes mas podes fazer a cama que eu também queria aprender a encostar-me só um bocadinho sem pousar. De duas respostas paradoxais que precisem de coexistência procurarei o oximoro encerrado na felicidade trágica, na explosão serena, é a resposta terceira que me encontra e me resolve e quando escrevo, acredito; uma resposta estagna a questão, várias são movimento.
09 dezembro 2010
Ponto G - Um ponto final na sua interrogação
Já há uns tempos falei aqui de um dos mais populares mitos urbanos, o célebre Ponto G. Na altura não vinha nada a propósito, tal como agora, mas dada a importância que a malta acaba sempre por atribuir a estas coisas da anatomia e do seu manancial recreativo entendi por bem repescar o assunto.
Até porque de política não percebo nada. E de sexo também não, como esta posta ajudará a confirmar.
Do Ponto G salta à vista o facto de se tratar de uma zona específica do corpo (e da mente, arriscaria eu) de uma mulher que funciona, diz-se, como uma espécie de lado on de um interruptor. Ou seja, um tipo dá com aquilo sem querer e a parceira transita de icebergue a vulcão num abrir e fechar de olhos, sendo garantido o prazer absoluto à fêmea em causa. Pura mitologia, portanto.
Todavia, a fé neste mecanismo miraculoso que tantas horas tem ocupado aos mais crentes e laboriosos (tão escassos que correm o risco, eles próprios, de se tornarem tão utópicos como o mito de que vos falo - falo não no sentido erecto da expressão) terá pois um efeito quase imediato na, digamos, predisposição da proprietária desse território mais procurado do que o petróleo no Beato.
Naturalmente, alguns machos da espécie parecem quase obcecados com a descoberta desse santo graal da coisa e concentram boa parte do seu empenho na busca incessante do tal ponto G ao ponto, passe a redundância, de se esgotarem nesse esgravatar sendo essa uma das explicações possíveis para que a duração média de um acto sexual se cifre nos três minutos (subsequentes às três horas entretidas na exploração que mais parece uma procura de unicórnios).
Por outro lado, a estatística associada ao ponto G não favorece os mais fervorosos. De acordo com a informação disponível, e apesar de existirem até diagramas que localizam o dito ponto num local específico no interior da dita cuja - alvo de contestação por parte de quem acha que isso seria fácil demais e por quem até não se importa nada com os esforços dedicados a tal causa, o ponto G não está sempre localizado no mesmo local em cada pessoa. Pior ainda, estamos a falar de uma pessoa do sexo feminino e aí as variáveis tendem para o infinito, como qualquer matemático de pacotilha consegue calcular.
Existe ainda uma corrente que defende uma proliferação de pontos G por todo o corpo, bastando apenas certificar-se o explorador de que nenhum centímetro quadrado fica por sondar nessa demanda pelo botão mágico que transforma qualquer amante num sucesso sem precedentes (estou a rir mas é dos nervos, não levem a mal). Os mais cépticos, no entanto, contestam essa abordagem por considerarem tratar-se de uma versão oportunista (nada feminina, nesse caso) destinada apenas a funcionar como uma espécie de cenoura pendurada diante dos, digamos, menos clarividentes.
Alguns estudiosos deste tema fascinante, nomeadamente os mais dados ao trabalho de campo, reclamaram para si os louros da descoberta deste tão prodigioso eldorado do sexo, embora nunca faltem as vozes oponentes que os acusam de se fiarem em demasia nas manifestações exteriores de satisfação cuja fiabilidade se sabe hoje (como ontem já se sabia) ser sobremaneira questionável.
E se os mais veteranos escarnecem os que ainda se dão a tais trabalhos de pesquisa do que a sua experiência de vida lhes ensina não passar de uma metáfora ou pouco mais, já os mais novos, a geração playstation, provavelmente desistirão do ponto G no momento em que se aperceberem de que nunca irão dispor de um comando à distância para a sua activação.
Relógio oferecido pelo OrCa ao Nelo
"Em homenagem ao Nelo que, com tanto gajo nu, há-de-se meter ali nas horas"
Crica para alternar entre analógico e digital.
Crica para alternar entre analógico e digital.
08 dezembro 2010
Tatuagens
«A tatuagem voluntaria tem egualmente sido restringida pela influencia benefica da civilização, encontrando-se, na Europa, quasi sómente nas classes inferiores e sobretudo nos criminosos.»
p. 23
«Emblemas amorosos e eroticos. - O erotismo esprime-se nos nossos tatuados por (...) mulheres nuas de formas rotundas (...) phallus de varias dimensões ou tendo um rosto na glande (...).
«Emblemas amorosos e eroticos. - O erotismo esprime-se nos nossos tatuados por (...) mulheres nuas de formas rotundas (...) phallus de varias dimensões ou tendo um rosto na glande (...).
Por vezes a phantasia dá a mão á obscenidade produzindo desenhos como o da Est. XXI.
p. 118/119
BASTOS, Alvaro Teixeira
A tatuagem nos criminosos: estudo feito no posto anthropometrico da cadeia da relação
Porto: Typ. Arthur José de Souza, 1903
Porque se eu não souber
E se eu não souber amar-te com palavras
(lindas, certas, raras,
meu amor)
o que hei-de eu fazer?
Diz-me (por favor)
terás tu medo
ou saberás que desde cedo
comecei a aprender
a amar-te em cada gesto
e com o olhar em cada momento
que te vejo acontecer;
porque se eu não souber amar-te com palavras
(todas as que sei que esperas,
meu amor)
como poderá ser?
Diz-me (por favor)
Deixa que te conte um segredo
- eu, que de amor nada entendo -
talvez, então, me reste entender
como amar-te em cada passo
em cada toque, espaço, traço
em tudo o que eu tente ser.
E se eu não souber amar-te com palavras,
talvez tenha de me dar por elas.
(lindas, certas, raras,
meu amor)
o que hei-de eu fazer?
Diz-me (por favor)
terás tu medo
ou saberás que desde cedo
comecei a aprender
a amar-te em cada gesto
e com o olhar em cada momento
que te vejo acontecer;
porque se eu não souber amar-te com palavras
(todas as que sei que esperas,
meu amor)
como poderá ser?
Diz-me (por favor)
Deixa que te conte um segredo
- eu, que de amor nada entendo -
talvez, então, me reste entender
como amar-te em cada passo
em cada toque, espaço, traço
em tudo o que eu tente ser.
E se eu não souber amar-te com palavras,
talvez tenha de me dar por elas.
Memento
Por vezes procuro no interior de um sorriso a real forma do estar e do sentir.
Olho e contemplo aquilo que o provoca, miragem de felicidade longa, oásis num deserto.
Os momentos jubilados pela carne que toca, soltam suspiros de saudade nas horas de ausência física.
É como olhar a chuva a cair lá fora, protegido pelo tecto da varanda enquanto o fumo do cigarro se mistura com o condensar do calor interior.
O calor sai do corpo e anseio novamente aquecê-lo.
Guardo-o.
Volto a repetir na esperança de nunca sair desta espiral.
Olho e contemplo aquilo que o provoca, miragem de felicidade longa, oásis num deserto.
Os momentos jubilados pela carne que toca, soltam suspiros de saudade nas horas de ausência física.
É como olhar a chuva a cair lá fora, protegido pelo tecto da varanda enquanto o fumo do cigarro se mistura com o condensar do calor interior.
O calor sai do corpo e anseio novamente aquecê-lo.
Guardo-o.
Volto a repetir na esperança de nunca sair desta espiral.
É preciso ler bem os perfis no Facebook
A propósito, já fazes parte do Clube de Membros e Membranas deste blog no Facebook?
De vez em quando aparecem lá coisas conão são publicadas aqui.
E já somos quase 900.
07 dezembro 2010
O João aprova #1
Começo hoje uma série (porque serão vários, mas se será longa como um falo africano, ou curta, como um falo asiático, é algo que desconheço, ainda) de pequenos posts onde aqui apresento coisas de que gosto. Coisas que me dão, digamos, um certo prazer. Possivelmente nem sempre pelas razões mais óbvias, e garanto-vos que não necessariamente de coisas que eu tenha vivido pessoalmente, ou sequer visto em primeira mão. Como, aliás, ficará patente já a seguir. Aviso, ainda, que não serei nesta série tão literário quanto noutras ocasiões. Poderá acontecer, mas quando acontecer será a excepção, não a regra.
Comecemos.
Aprovo isto!
Não se trata de uma apologia ao sexo anal, prática que - oh clamor! - nunca experimentei. Fruto da combinação entre a ideia nunca me ter seduzido, e nunca ter seduzido as mulheres que comigo se cruzaram. Chego a pensar, até, que não preciso nada da Sodomia para juntar aos meus já suficientes pecados e pecadilhos. :)Aprovo esta imagem porque me parece absolutamente deliciosa. A sério. Notem. Está um vergalho enfiado naquele rabo e no entanto a menina tem um arzinho que intersecta suavemente a junção do inocente com o maroto. Como se não se passasse nada. Há toda uma aura de extrema compostura nesta imagem que contrasta fortemente com a penetração anal. A roupa não é alheia ao efeito. Goste-se ou não se goste, aquela blusa compostinha e aqueles sapatos que denotam algum cuidado, adicionam a tudo quanto escrevi antes. Oh sim, eu aprovo esta imagem.
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