Maria sentia as mãos fortes no pescoço, a apertar a traqueia, a impedir o normal fluxo de ar que deve viajar para garantir a vida. A cara, empurrada violentamente contra a parede do prédio, atrás dos elevadores velhos fica marcada pela parede rugosa e estragada; um torpor generalizado assalta-a e endurece-lhe os músculos dificultando os movimentos.
A blusa, branca e fina, a permitir observar a silhueta de um peito nu é puxada por trás, arrancada pelos botões que cedem à força do indivíduo que a deseja e manieta. Depois da garganta, são os seios de Maria que sentem o apertar descuidado do homem que a empurra e parece aumentar o seu desejo proporcionalmente à violência do acto.
De mão esquerda nas suas costas a aprisionar todo o corpo contra a parede, o homem levanta a sua saia e acaba o que começou minutos antes.
Maria contorce-se e gira sobre ela balbuciando palavras, de olhos cerrados, de corpo tenso na média luz que a envolvia; o despertador toca; Maria levanta-se com um sorriso de ter vivido uma experiência rara...
27 dezembro 2010
Renault twingo Sport - «drag queen»
Como diz a lady.bug, "this is so Gay Pride :D (muitíssimo bem esgalhado!)".
Eu? "Digo... linda! Digo... papá lindo! Digo... papá linda!"
Eu? "Digo... linda! Digo... papá lindo! Digo... papá linda!"
26 dezembro 2010
Lídia Poema
Quem é ele que adormece o sono,
Lídia, ele, sim, lago que afoga o mar,
ele, o mago do relógio que parte o ar
e me dá só do tempo sem dono;
onde estará o senhor do abandono
que parece nunca me encontrar.
Diz-me, Lídia, do que nunca foge
e amanhã e sempre em cada hora
diz agora, imediatamente, hoje;
diz-me, Senhora, porquê tanta demora?
Quem é ele que se lembra do Outono?
Lídia, ele, sim, lago que afoga o mar,
ele, o mago do relógio que parte o ar
e me dá só do tempo sem dono;
onde estará o senhor do abandono
que parece nunca me encontrar.
Diz-me, Lídia, do que nunca foge
e amanhã e sempre em cada hora
diz agora, imediatamente, hoje;
diz-me, Senhora, porquê tanta demora?
Quem é ele que se lembra do Outono?
«Terror na madrugada» - por Rui Felício
Há vários anos que a Elisa vivia sozinha num pequeno apartamento da Av. de Roma.
Habituara-se a essa vida solitária e, apesar de as notícias de assaltos serem cada vez mais frequentes nos últimos tempos, não tinha medo.
Contudo, naquela madrugada, acordou sobressaltada, com a respiração ofegante.
Sentia uma mão a pressionar o seu seio esquerdo. Na escuridão do seu quarto, pensou que alguém tinha invadido o apartamento.
A prova disso era aquela mão que cada vez mais lhe pesava no peito, enclavinhada no seio. Aterrorizada, manteve-se imóvel, tentando raciocinar e perceber quem seria o intruso que estava ali ao seu lado, apalpando-a!
Pensou em gritar, pedir por socorro, mas teve receio que isso pudesse levar o assaltante a cometer alguma violência.
Apesar do pavor que a inundava, a verdade é que aquela mão no seu seio nu não denotava violência. Bem pelo contrário! Estranhamente, ao terror mental juntava-se também o prazer físico do toque firme mas delicado daquela mão.
Há tanto tempo que o seu corpo não era tocado, acariciado por uma mão...
O que sentia agora, era já uma mistura de medo e de desejo. O arrepio estendia-se desde o peito até à barriga. O calor invadia-a e instintivamente afastou ligeiramente as pernas...
Encheu-se de coragem, decidiu arriscar, queria ver o rosto do intruso, queria que ele lhe apagasse o doce fogo que a queimava.
Conteve a respiração e, procurando não mover nenhum músculo que denotasse o movimento e o assustasse, foi aproximando lentamente a mão direita, da mesinha de cabeceira, carregou no interruptor do candeeiro e a luz jorrou.
Piscando os olhos à súbita luminosidade, sem se mexer, percorreu a cama e o quarto com o olhar. Não estava ali ninguém! Estava sozinha, não tinha dúvidas...
Mas a verdade é que aquela mão ainda estava pousada no seu seio!
Olhou. Viu então que era a sua mão esquerda, dormente, insensível, onde começava a sentir um formigueiro na ponta dos dedos...
Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações»
25 dezembro 2010
Rol [de Natal]
Existe um momento
em que deixamos a timidez
do outro lado
e nos abrimos ao novo,
ao inesperado.
No rol das experiências
- incontáveis -,
experimentamos emoções
sem sentirmos:
não são sentimentos,
são só números de pernas para o ar.
Poesia de Paula Raposo
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