"Do Santinho do Pau Oco já tinha ouvido falar. Mas de anjos terem sexo...Na i_cono_grafia comum os anjos geralmente têm asas de pássaro(a) e uma auréola. Só!
Estas criaturas celestiais aqui patenteadas, em vez de aureoladas, aparentam ter algo mais...
Serão anjos fajutos? Será tunning?
São uns barrocos!"
Carlos Car(v)alho
15 janeiro 2011
Correr
Simples pestanejar
sem ânsia:
um só desejo
de correr
e de fugir
por outra porta.
Espero sempre
o regresso
de querer
e de voltar
em ti.
Poesia de Paula Raposo
14 janeiro 2011
Ou talvez só depois
Percorreu com um olhar de cetim aquele corpo nu de uma deusa como a via naquele instante no seu tempo em que o paraíso explodia dentro de si.
Encantado, ajoelhado como em reverência, e ela na cama, deitada, em toda a sua magnificência de criatura perfeita, olhar endiabrado em corpo angelical, sentindo por antecipação o toque firme mas suave de uma mão que ele aproximava devagar daquela linha de separação entre a terra e o céu, a pele macia que estremeceu ao contacto com o seu calor.
Queria fazer o amor sublime naquela cama, despertar nela a mesma chama que sentia arder em todo o homem que queria ser naquele instante do seu tempo feliz. Adorada, tocada como porcelana rara, valiosa, encantadora, a mulher feita deusa, feiticeira, que se entregava, disponível, ansiosa pelas sensações que ele lhe oferecia agora, lábios perdidos na imensidão do universo paralelo que percorriam os dois, corpos convertidos em paraísos perdidos, a ilha deserta recriada naquela cama onde ela, espalhada, o sentia sôfrego como um náufrago em busca da salvação, possuído, também ele, pela emoção que arfava no peito que lhe roçava nas costas no seu movimento de vaivém, pelo espaço, na ausência da gravidade, ainda que terrenos no som que produziam, as palavras insanas que proferiam como válvulas de escape da pressão crescente que os agitava em simultâneo quando no horizonte das suas mentes o sol finalmente nasceu, em órbita descendente para o reencontro naquela cama, onde ela, deitada, o beijou com a força desesperada da amante convencida de que o mundo iria certamente acabar amanhã.
Ia eu a passear por Salamanca...
... quando me deparei com uma montra de uma loja da marca «Bimba & Lola» onde estavam uns sapatos que eu nem por encomenda faria melhor para a minha colecção! E já cá moram.
Que belo par fazem com as botas de palhaço de minha criação.
Que belo par fazem com as botas de palhaço de minha criação.
O medo é um apeadeiro sem linha ferroviária...
O medo é um apeadeiro sem linha ferroviária, ao longe passam os comboios onde ninguém se atreveu a embarcar e o som único do pouca-terra faz muito que acenou adeus. É por isso que para o Amor escrevo sempre linhas novas, pode ser que um daqueles comboios maravilhosos, dos antigos, dos que ainda sabem andar sem a velocidade desenfreada e param um pouco em cada estação para observar tudo, me veja aqui cheia de linhas para ele e me venha buscar; pode ser que eu embarque mesmo sem saber para onde vou, que importa o destino se a viagem é a vida e vou ver a fantasia?
ascensão
travessa
atravessas meu espaço
reptícia à distância do meu braço
estremeço
e adormeço o embaraço
de algum tempo nos ser assim tão escasso
suspiras
e aspiro-te a fragrância
impossível de conter a tal distância
e quando um olhar teu
poisa no meu
sem receio neste caminho do céu
eu apuro
com espanto e estupor
que no breve desatino
de um destino
um ressalto - nada mais
breve fulgor
já chegado sou ao velho sexto piso
e sem grito
sem reparo
sem aviso
estremece e estaca o ascensor…
atravessas meu espaço
reptícia à distância do meu braço
estremeço
e adormeço o embaraço
de algum tempo nos ser assim tão escasso
suspiras
e aspiro-te a fragrância
impossível de conter a tal distância
e quando um olhar teu
poisa no meu
sem receio neste caminho do céu
eu apuro
com espanto e estupor
que no breve desatino
de um destino
um ressalto - nada mais
breve fulgor
já chegado sou ao velho sexto piso
e sem grito
sem reparo
sem aviso
estremece e estaca o ascensor…
13 janeiro 2011
O órgão (social)
O gerente enleou-a pela cintura e murmurou-lhe ao ouvido:
– Estou pronto.
A mulher baixou os olhos, viu-lhe os braços nus sobre a sua blusa e, espreitando entre os seus próprios braços e corpo, viu-lhe o tornozelo, a canela e parte do joelho esquerdo. Engoliu em seco ante a perspectiva da completa nudez do gerente.
O gerente lambeu-lhe a orelha com a ponta da língua e emitiu um longo e grave grunhido, provavelmente com a melhor das intenções.
A mulher tornou a engolir em seco ao sentir um corpo cilíndrico estranho crescer e ajustar-se entre as suas nádegas.
O gerente beijou-lhe suavemente o pescoço, aproveitando o seu cabelo curto.
Sem saber o que dizer, a mulher repetiu-lhe a frase acrescentando um ponto de interrogação:
– Estás pronto?
– Estou – respondeu o gerente, lampeiro e lambareiro. – Muito pronto!
– Ahn… – A mulher hesitou e falhou propositadamente o som ou a frase que não emitiu.
O gerente percebeu a hesitação e, por um momento, duvidou da arrojada estratégia que seguira. Sentiu um arrepio de frio nas nádegas que logo explicou com o funcionamento do aparelho de ar condicionado e afastou as dúvidas: o caminho era aquele.
– Então, minha querida? – Sussurrou da forma mais sensual que conseguiu, que lhe soou como um patético, lancinante e desesperado pedido por sexo, que era, mas que não devia ser ou, pelo menos, não devia parecer. – Então? – encurtou, encostando-se mais.
A mulher repetiu o som e a hesitação, não se mexeu e sentiu que faltava algo no volume que se esfregava na sua saia.
– Hum… – mudou o som e prosseguiu: – Não sei.
– Eu estou pronto – insistiu ele, como se isso fosse uma novidade. – E acho que tu também estás muito pronta para levar com ele – opinou, com entoações maviosas como se declamasse um verso.
A mulher pousou o telemóvel em cima do balcão da cozinha, a que estava encostada e virou-se, encarando-o.
– Estás nu? – perguntou, fingindo-se surpreendida, ao mesmo tempo que percebia o que faltava no volume cilíndrico que se esfregara na sua saia: centímetros.
O gerente respondeu com um recital silencioso de sobrancelhas, concluído com um “tcharam!” manual em que lhe apresentava o órgão do órgão social que ele era.
– Mais do que nu: estou pronto! – publicitou. – Pronto para o amor!
– Estou a ver – disse ela, automaticamente, mas, na verdade, não estava, ou melhor estava e não estava: estava a ver uns doze ou treze centímetros e não estava a ver, pelo menos, mais uns quatro ou cinco que lhe pareciam essenciais. – Ah… – deixou escapar.
– Ficamos aqui, na cozinha? – perguntou ele, excitado, interpretando o “Ah” como um elogio.
Ela, avaliando a forma entusiástica e pouco contida como ele se comportava, temeu pelos soalhos e carpetes das restantes exposições, pois, entre os mosaicos do chão e a fórmica das mobílias a limpeza era muito mais fácil de fazer e a probabilidade de ficarem vestígios era significativamente menor. Acrescentando ainda a não despicienda limitação de posições possíveis para o acto, a mulher achou a exposição das cozinhas mais do que ideal: era a única possível. Sorriu, anuiu com a cabeça e reforçou:
– Sim, ficamos já aqui.
Ele sorriu e começou a desabotoar-lhe a blusa. Ela pôs as mãos atrás das costas, desabotoou a saia e deixou-a cair até aos pés. Os olhos dele percorreram-lhe o corpo, enquanto as mãos lhe cingiam o tronco, afastando a camisa aberta para a contemplar.
– Deixa-me apanhar a saia – pediu ela.
Como se estivesse hipnotizado, ele deu um passo atrás em contemplativo silêncio.
A mulher apanhou a saia, endireitou-a e pousou-a nas costas de uma cadeira.
– Está tudo fechado? – perguntou.
Ele, sem sair do transe, assentiu com a cabeça.
– E as câmaras? Desligaste?
O gerente, sem mexer a cabeça, desviou os olhos para a saia, mordeu o lábio inferior, tornou a olhar para a mulher e moveu ligeiramente a cabeça na horizontal. Os olhares cruzaram-se: o dele era de absoluto pavor. Ele desviou o olhar baixando a cabeça. Ela aproveitou e olhou para as virilhas dele, curiosa por saber até onde encolheria o pequeno órgão social.
– E agora? – balbuciou ele.
Ela fechou os botões da blusa, agarrou e vestiu a saia, pegou no telemóvel, mandou-o vestir, teve a certeza que chegava a chefe de loja sem ter de gramar com aquele minúsculo e ridículo pénis, ordenou-lhe em tom cordial para ficar ali até estar composto e avançou, sorridente, para tornar a ligar as câmaras à central.
– Estou pronto.
A mulher baixou os olhos, viu-lhe os braços nus sobre a sua blusa e, espreitando entre os seus próprios braços e corpo, viu-lhe o tornozelo, a canela e parte do joelho esquerdo. Engoliu em seco ante a perspectiva da completa nudez do gerente.
O gerente lambeu-lhe a orelha com a ponta da língua e emitiu um longo e grave grunhido, provavelmente com a melhor das intenções.
A mulher tornou a engolir em seco ao sentir um corpo cilíndrico estranho crescer e ajustar-se entre as suas nádegas.
O gerente beijou-lhe suavemente o pescoço, aproveitando o seu cabelo curto.
Sem saber o que dizer, a mulher repetiu-lhe a frase acrescentando um ponto de interrogação:
– Estás pronto?
– Estou – respondeu o gerente, lampeiro e lambareiro. – Muito pronto!
– Ahn… – A mulher hesitou e falhou propositadamente o som ou a frase que não emitiu.
O gerente percebeu a hesitação e, por um momento, duvidou da arrojada estratégia que seguira. Sentiu um arrepio de frio nas nádegas que logo explicou com o funcionamento do aparelho de ar condicionado e afastou as dúvidas: o caminho era aquele.
– Então, minha querida? – Sussurrou da forma mais sensual que conseguiu, que lhe soou como um patético, lancinante e desesperado pedido por sexo, que era, mas que não devia ser ou, pelo menos, não devia parecer. – Então? – encurtou, encostando-se mais.
A mulher repetiu o som e a hesitação, não se mexeu e sentiu que faltava algo no volume que se esfregava na sua saia.
– Hum… – mudou o som e prosseguiu: – Não sei.
– Eu estou pronto – insistiu ele, como se isso fosse uma novidade. – E acho que tu também estás muito pronta para levar com ele – opinou, com entoações maviosas como se declamasse um verso.
A mulher pousou o telemóvel em cima do balcão da cozinha, a que estava encostada e virou-se, encarando-o.
– Estás nu? – perguntou, fingindo-se surpreendida, ao mesmo tempo que percebia o que faltava no volume cilíndrico que se esfregara na sua saia: centímetros.
O gerente respondeu com um recital silencioso de sobrancelhas, concluído com um “tcharam!” manual em que lhe apresentava o órgão do órgão social que ele era.
– Mais do que nu: estou pronto! – publicitou. – Pronto para o amor!
– Estou a ver – disse ela, automaticamente, mas, na verdade, não estava, ou melhor estava e não estava: estava a ver uns doze ou treze centímetros e não estava a ver, pelo menos, mais uns quatro ou cinco que lhe pareciam essenciais. – Ah… – deixou escapar.
– Ficamos aqui, na cozinha? – perguntou ele, excitado, interpretando o “Ah” como um elogio.
Ela, avaliando a forma entusiástica e pouco contida como ele se comportava, temeu pelos soalhos e carpetes das restantes exposições, pois, entre os mosaicos do chão e a fórmica das mobílias a limpeza era muito mais fácil de fazer e a probabilidade de ficarem vestígios era significativamente menor. Acrescentando ainda a não despicienda limitação de posições possíveis para o acto, a mulher achou a exposição das cozinhas mais do que ideal: era a única possível. Sorriu, anuiu com a cabeça e reforçou:
– Sim, ficamos já aqui.
Ele sorriu e começou a desabotoar-lhe a blusa. Ela pôs as mãos atrás das costas, desabotoou a saia e deixou-a cair até aos pés. Os olhos dele percorreram-lhe o corpo, enquanto as mãos lhe cingiam o tronco, afastando a camisa aberta para a contemplar.
– Deixa-me apanhar a saia – pediu ela.
Como se estivesse hipnotizado, ele deu um passo atrás em contemplativo silêncio.
A mulher apanhou a saia, endireitou-a e pousou-a nas costas de uma cadeira.
– Está tudo fechado? – perguntou.
Ele, sem sair do transe, assentiu com a cabeça.
– E as câmaras? Desligaste?
O gerente, sem mexer a cabeça, desviou os olhos para a saia, mordeu o lábio inferior, tornou a olhar para a mulher e moveu ligeiramente a cabeça na horizontal. Os olhares cruzaram-se: o dele era de absoluto pavor. Ele desviou o olhar baixando a cabeça. Ela aproveitou e olhou para as virilhas dele, curiosa por saber até onde encolheria o pequeno órgão social.
– E agora? – balbuciou ele.
Ela fechou os botões da blusa, agarrou e vestiu a saia, pegou no telemóvel, mandou-o vestir, teve a certeza que chegava a chefe de loja sem ter de gramar com aquele minúsculo e ridículo pénis, ordenou-lhe em tom cordial para ficar ali até estar composto e avançou, sorridente, para tornar a ligar as câmaras à central.
Onde está o caralho do Wally?
(crica na imagem para ampliar)
Visto em Sweetlicious (obrigada, Raphael B.)
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