Uma vez disseste-me que escrevesse das coisas que vejo na rua, pequenos movimentos de pernas, redondos passos de mãos, as pessoas que passam mais ou menos do que são nas ruas àquela hora, a pedra que dorme no chão e as esquinas que segredam atrás da mãe que leva os filhos de volta a casa enquanto sonha com a juventude e o amante imaginário espreita à espera da loucura que não chega porque o tédio mata mas nunca se divorcia da lucidez, o homem que atravessa a estrada a correr em fuga da coragem porque nunca mais quer enfrentar as somas dos talões do supermercado e o dia e noite só de horas a fio, as chaminés que cantam as fomes emocionadas para cada estômago quente e triste, comer para amanhã acordar noutro dia de igual manhã e talvez sejam felizes nos intervalos das coisas ou nas recordações de coisas que só agora percebem felizes, um menino de joelhos negros joga um jogo que tem gatos amarelos a miar aflitos, são tantas coisas nas mãos pequeninas de cada garoto, um mundo inteiro entre dedos de sorrir, eu ainda quero um pijama macio e um beijo. Não percebi porque me disseste; alguma vez eu escrevi outra coisa que não das pedras e almas que me atravessam a estrada das palmas, pernas feitas de pontas de dedos?
02 fevereiro 2011
01 fevereiro 2011
“A geometria da picha” ou “Os falos deles e os delas”
Por mais instrumentos de medida que se tirem da cartola, ninguém se entende quanto a isto da “geometria da picha”, mesmo porque “a coisa” depende muito do ângulo. (Os ângulos rectos, por exemplo, são muito apreciados… mas depois também há os obtusos, os agudos, e as pichas vistas de esguelha…).
Aqui há tempos a propósito do post “As 10 melhores pilas do mundo”, da autoria de um ilustre Tubarão, e de uma alusão ao “tamanho de senhora”, escrevi um comentário no “a funda São” que acho que vale a pena retomar:
"Tamanho de senhora"?? Há tempos quis comprar um berbequim, aconselhei-me supostamente com um especialista, e o gajo vendeu-me um de senhora. Não gostei nada da brincadeira!! (Custou 100€. Vendo por 50€ em estado novo!) Já com a pá de trolha sucedeu o contrário... só havia modelos masculinos... comprei... saíram-me as contas furadas... e lá tive que ir em busca duma segunda via "tamanho de senhora".
Bom. A pila... se não funciona não tem graça. O tamanho não é tudo, nem de longe nem de perto (pronto! talvez de longe...), mas tudo o que é demais, é moléstia, tanto para cima como para baixo. Depois, há a forma, cheiro, sabor... e, claro, a "coisa" com pernas e olhos a que vem atarraxada também tem a sua importância... não fosse isso mais valeria ir escolhê-la a gosto a uma loja. Coisa, aliás, que, numa perspectiva prática, qualquer senhor poderá fazer se não estiver satisfeito com a ferramenta que possui. O problema está na troca de prazer. De onde, concluindo, a pila que merece a taça seja, a meu ver, a que tem maior potencial de troca. O restante, haja inteligência e criatividade, é negociável”.
Na verdade, do ângulo em que me encontro, de mera observadora e conhecedora apenas na perspectiva de utilizador, dentro do que seja uma “geometria normal” e “medidas padrão”, parece-me que o mais importante numa picha é mesmo o cérebro. Pois! Uma picha modelo aprende a falar vários idiomas e a conhecer e a apreciar o som da flauta do encantador que melhor a tira da cesta e ainda é capaz de pensar com mais de três artérias a funcionar, e compreender perfeitamente as leis elementares do mercado de trocas de prazer: saber dar e saber receber. Nesta perspectiva, tem havido quanto a mim um erro nos instrumentos de medida utilizados para aferir a geometria mais favorável de uma picha. Réguas e fitas métricas com medidas de comprimento e perímetro em centímetros é mais coisa para elevar egos de rapazes do que para fazer gozar meninas… a minha sugestão, dada a complexidade do problema, é que se passe a utilizar um SIMP (Sistema Internacional de Medidas de Picha) incluindo graus (para ângulos de preferência de noventa para cima) e quilómetros por hora.
Aqui há tempos a propósito do post “As 10 melhores pilas do mundo”, da autoria de um ilustre Tubarão, e de uma alusão ao “tamanho de senhora”, escrevi um comentário no “a funda São” que acho que vale a pena retomar:
"Tamanho de senhora"?? Há tempos quis comprar um berbequim, aconselhei-me supostamente com um especialista, e o gajo vendeu-me um de senhora. Não gostei nada da brincadeira!! (Custou 100€. Vendo por 50€ em estado novo!) Já com a pá de trolha sucedeu o contrário... só havia modelos masculinos... comprei... saíram-me as contas furadas... e lá tive que ir em busca duma segunda via "tamanho de senhora".
Bom. A pila... se não funciona não tem graça. O tamanho não é tudo, nem de longe nem de perto (pronto! talvez de longe...), mas tudo o que é demais, é moléstia, tanto para cima como para baixo. Depois, há a forma, cheiro, sabor... e, claro, a "coisa" com pernas e olhos a que vem atarraxada também tem a sua importância... não fosse isso mais valeria ir escolhê-la a gosto a uma loja. Coisa, aliás, que, numa perspectiva prática, qualquer senhor poderá fazer se não estiver satisfeito com a ferramenta que possui. O problema está na troca de prazer. De onde, concluindo, a pila que merece a taça seja, a meu ver, a que tem maior potencial de troca. O restante, haja inteligência e criatividade, é negociável”.
Na verdade, do ângulo em que me encontro, de mera observadora e conhecedora apenas na perspectiva de utilizador, dentro do que seja uma “geometria normal” e “medidas padrão”, parece-me que o mais importante numa picha é mesmo o cérebro. Pois! Uma picha modelo aprende a falar vários idiomas e a conhecer e a apreciar o som da flauta do encantador que melhor a tira da cesta e ainda é capaz de pensar com mais de três artérias a funcionar, e compreender perfeitamente as leis elementares do mercado de trocas de prazer: saber dar e saber receber. Nesta perspectiva, tem havido quanto a mim um erro nos instrumentos de medida utilizados para aferir a geometria mais favorável de uma picha. Réguas e fitas métricas com medidas de comprimento e perímetro em centímetros é mais coisa para elevar egos de rapazes do que para fazer gozar meninas… a minha sugestão, dada a complexidade do problema, é que se passe a utilizar um SIMP (Sistema Internacional de Medidas de Picha) incluindo graus (para ângulos de preferência de noventa para cima) e quilómetros por hora.
[blog Libélula Purpurina]
Enganos
Confundir o amor com a necessidade de amar é como afogares-te na sede quando estás em frente ao mar: se caíres na tentação do desejo de beber, mais depressa vais secar, mais depressa poderás morrer ou seco viver uma vida inteira; o sal entra nos olhos e o que te queima e arde é apenas a cegueira.
Rasga-me
Rasga-me os sentidos
quando o nosso grito
ecoa uníssono
e as paredes vibram
no oportuno desenlance;
O punhal escondido
diz bem da tua condição
e, então:
rasga-me só mais uma vez.
Poesia de Paula Raposo
Cerveja «L'Alsacienne sans culottes»
A Daisy e o Alfredo Moreirinhas já me tinham oferecido esta base para copos. Agora ofereceram-me a garrafa. E depois a malta admira-se que eu ande sempre toda molhadinha...
Não sei porquê, adoro esta Alsaciana...
Não sei porquê, adoro esta Alsaciana...
31 janeiro 2011
Poliamorismos machões
É mais descarado o poliamoroso que traz outra mulher para casa para que as duas se possam revezar na satisfação dos seus desejos ou o que traz outro homem para casa no sentido de repartirem as tarefas mais pesadas, nomeadamente aturá-la?
Não a Mim, Domine
Não, é apenas uma ligeira melancolia nostálgica dos momentos em que os sentidos se trocaram. Acções jazidas. Não a mim Domine, não a mim, mas em Teu nome pela felicidade de alguém a quem me resumi. Em quem me resumi. Em palavras, em silêncio.
Cavalgo em estreito caminho de espinhos em permanente desvio, olhando para trás e vendo a Luz à frente. Salto as barreiras que me colocas aguentando o corcel erguido e agora a caminhar, aproximando-me do clarão cada vez mais apagado.
O rodopio em torno de mim traça sulcos na terra que piso. Perfeitas trincheiras solitárias de complexo acesso que sequer a visão chega.
Túneis de sentido único que outrora imperfeitos, deixam entrar brisas frescas augurando luzes de alegria do lado de lá.
Cavalgo em estreito caminho de espinhos em permanente desvio, olhando para trás e vendo a Luz à frente. Salto as barreiras que me colocas aguentando o corcel erguido e agora a caminhar, aproximando-me do clarão cada vez mais apagado.
O rodopio em torno de mim traça sulcos na terra que piso. Perfeitas trincheiras solitárias de complexo acesso que sequer a visão chega.
Túneis de sentido único que outrora imperfeitos, deixam entrar brisas frescas augurando luzes de alegria do lado de lá.
30 janeiro 2011
Dos elefantes no peito
Que tudo me doa assim, intensamente. Antes
a dor que o cinzento em todas as coisas;
que mordam o ódio, a dor, a verdade, entredentes
e que possam sair na fúria cega das palavras.
Serena-me mas nunca me acalmes. Por mais que tentes
eu agarro a violência, a chama, a paixão e as lágrimas;
na selva do peito hão-de ecoar como centenas de elefantes
em corrida, o forte estrondo da liberdade pelas florestas.
a dor que o cinzento em todas as coisas;
que mordam o ódio, a dor, a verdade, entredentes
e que possam sair na fúria cega das palavras.
Serena-me mas nunca me acalmes. Por mais que tentes
eu agarro a violência, a chama, a paixão e as lágrimas;
na selva do peito hão-de ecoar como centenas de elefantes
em corrida, o forte estrondo da liberdade pelas florestas.
«Quinze contos para nada» - por Rui Felício
O Alberto, caixeiro viajante, vivia em Coimbra, mas passava a semana fora, a vender os seus produtos por todo o País.
Sempre que calhava passar por Penamacor, hospedava-se na Pensão Alzira. Era como se já fosse da casa. A Alzira e o João, seu marido, tratavam-no como se fosse da família.
Certa noite, depois de jantar, sabendo que o João tinha ido a Lisboa tratar de um assunto e que o comboio da Beira Baixa só o traria de volta cerca da uma da manhã, dirigiu um lânguido olhar à Alzira e fez-lhe uma inesperada proposta. Dava-lhe 10 contos se ela fosse para a cama com ele antes de chegar o marido.
Ela saiu da sala esbaforida e voltou pouco depois com um enorme facalhão, com ar ameaçador.
Disse ao Alberto que até não lhe desagradava a ideia, mas que jamais faria nada sem que o marido concordasse. Por isso, iriam esperar pela sua chegada e ela perguntar-lhe-ia se ele a autorizaria a aceitar o negócio.
O Alberto, aflito, ainda lhe pediu várias vezes para ela esquecer a proposta que num momento de loucura ele lhe fizera.
Mas a Alzira estava decidida! Apontou-lhe a faca perto da garganta. Esperariam e ela faria aquilo que o marido achasse melhor.
Por volta das duas da manhã, o João entra em casa, beija a mulher, olha o Alfredo compungido e encolhido a um canto e perguntou o que se passava.
- Aqui o nosso amigo Sr. Alberto fez-me uma proposta muito interessante! - disse a Alzira.
- Ofereceu-me 10 contos para nos comprar aquela mula velha e meio cega que temos no quintal. Mas eu não quis decidir nada sem tu vires. Resolve tu! – continuou ela, dirigindo-se ao João...
O Alberto, até aí, calado e assustado, fez um sorriso rasgado, virou-se para o João e disse-lhe:
- A D. Alzira está equivocada Sr. João. Eu ofereci foram 15 contos.
O João, espantado, tartamudeou para a mulher:
- Oh Alzira, então era preciso esperares por mim? Aquela pileca nem um conto de réis vale, mulher!
Olhou o Alberto e disse-lhe:
- Meu amigo, a mula é sua! Dê cá os 15 contos!
No dia seguinte, o Alberto arrastou a mula por uma corda a caminho da fronteira. Dois quilómetros mais à frente, puxou da pistola que habitualmente trazia consigo, deu dois tiros no animal e encaminhou-se à estação de Fatela para apanhar o comboio...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Estas checas vão-me ajudar...
... a explicar-vos a diferença entre um museu do erotismo e a minha colecção de arte erótica.
Este museu do erotismo que elas apresentam é em Praga. É o Museu das Máquinas do Sexo. A minha colecção, embora tenha uma ou outra peça de brinquedos sexuais, é de arte erótica.
Agora... algum gajo ou alguma lésbica viu mais do que duas checas boazonas?
Este museu do erotismo que elas apresentam é em Praga. É o Museu das Máquinas do Sexo. A minha colecção, embora tenha uma ou outra peça de brinquedos sexuais, é de arte erótica.
Agora... algum gajo ou alguma lésbica viu mais do que duas checas boazonas?
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