Há muita concorrência... lol
"Não é importante o tamanho da varinha"... lol
18 fevereiro 2011
17 fevereiro 2011
Recordar é viver
Sábados, meia-noite. Numa semana era filme de karaté e na seguinte porno. O cinema já fechou, tem as janelas cimentadas e cheiro a urina nos recantos da fachada. O meu Cinema Paraíso onde, uma noite, quando as luzes do intervalo (sim, ainda havia intervalos) se acenderam, vimos o Peúgas, nosso amigo que tínhamos deixado em casa dez minutos antes da meia-noite, ainda o plano da noite era irmos comer qualquer coisa e antes de decidirmos ir ao cinema, porque "Amanhã tenho de me levantar muito cedo para ajudar o meu pai", duas filas à nossa frente a ficar embaraçado quando o chamámos. Depois teve aquela namorada que "Então Peúgas, quando é que a comes? Nem de mão dada andais." e ele "Ela não gosta muito de contacto físico" até a vermos em grande marmelanço na estação, beijos e apalpões, com outro gajo.
Foda-se, que saudades.
Uma revista pornográfica nunca se vende em 2ª mão...
... ou pelo menos ninguém pode garantir que não tenha já passado... sei lá... pela 37ª mão.
Capa e algumas páginas de um número da «revista Gina» - quem quiser ler esta história completa (para saber o interessantíssimo argumento) tem-na aqui. Aqueles textos sempre foram uma maravilha. Mas, ingloriamente, poucos os liam.
Capa e algumas páginas de um número da «revista Gina» - quem quiser ler esta história completa (para saber o interessantíssimo argumento) tem-na aqui. Aqueles textos sempre foram uma maravilha. Mas, ingloriamente, poucos os liam.
16 fevereiro 2011
São muitas horas de ponta
Sinceramente, malta, não sei o que se passa na blogosfera. Então a notícia do ano é divulgada pela Comunicação Social e nesta comunidade népia?
Sobretudo vocês, rapaziada, que estamos sempre a levar no lombo com as bocas farsolas delas quando nos vilipendiam (fónix, vilipendiam é bonito) por essa blogosfera fora e mainãoseioquê, não percebo como não sacam dos galões e metem o mulherio armado aos cucos no seu lugar…
É que não são as terceiras, nem as segundas. São as sexualmente mais satisfeitas, como o comprova um estudo de âmbito europeu!
Claro que para a malta com pila isso não é surpresa alguma, um gajo percebe a verdade dos factos por detrás da pala de que é tudo orgasmos fingidos e coitadinhas andam aí aos caídos e na volta quando confrontadas com a questão de forma directa são incapazes de esconder o que as distingue das restantes cidadãs desta Europa a várias velocidades onde os portugas assumem a liderança naquilo que verdadeiramente interessa.
Isto não há cá funfum nem gaitinhas: se as portuguesas são as sexualmente mais satisfeitas e as sex-shops até se safam melhor na terra das outras só há uma conclusão a extrair e essa está à vista.
Sim, somos muito bons nisso. E se tivermos em conta os que não a usam porque não conseguem ou porque não gostam ou porque não sabem como, we the few provamos chegar para as encomendas e na hora da verdade aí estão as parangonas que atraem as suecas, as holandesas e, olhando para estes resultados, as gajas da Europa toda e arredores que aí aterram em busca do sol e da paisagem e do que só não vê quem não quer.
Claro que por uma questão elementar de justiça temos que partilhar este sucesso colectivo com as nossas parceiras e amantes, é impossível negar que este brilhantismo macho está directamente ligado ao nível de exigência que nos confronta: compete-nos dar assistência às melhores mulheres de todo o mundo e isso dá muito traquejo à pessoa, é inegável.
Mas interessa sobretudo agradecer a todas elas, aproveitando a efeméride que hoje se celebra e nos impingiram nem sei de onde, a sinceridade com que arriscaram atrair a inveja e a cobiça por parte de tantas outras que agora ficaram a saber que não é só o tinto alentejano de 90 que justifica a deslocação a esta terra santa.
E pela parte que me toca não precisam agradecer. Tem sido literalmente um prazer contribuir com o meu quinhão para esta honrosa estatística.
Actos Deturpados
A pintura de telas não decora; ilustra o que se vê ou o que será visto dentro ou fora dos sentidos que a interpretam.
A pintura dá vida, suga respirações, revela ilusões, renasce, adormece, aquece, serena, agita, destrói, edifica...
É o pincel do pintor que determina o que será visto pelos olhos ou pelo sentir de quem lhe dá vida; quem para ela olha e sonha.
Mas apenas o arquitecto poderá decifrar as cores daquela tela; as cores com que gravou aquelas emoções.
Os motivos, as escolhas, os porquês de quem pinta, não são os mesmos, sequer semelhantes por vezes, de quem os interpreta.
A pintura dá vida, suga respirações, revela ilusões, renasce, adormece, aquece, serena, agita, destrói, edifica...
É o pincel do pintor que determina o que será visto pelos olhos ou pelo sentir de quem lhe dá vida; quem para ela olha e sonha.
Mas apenas o arquitecto poderá decifrar as cores daquela tela; as cores com que gravou aquelas emoções.
Os motivos, as escolhas, os porquês de quem pinta, não são os mesmos, sequer semelhantes por vezes, de quem os interpreta.
Dos amantes
Os amantes abraçam-se; são mais braços que pele, mais fundos que corpo. Os amantes abraçam-se; são o chão enquanto um comboio passa debaixo da terra e entregam-se, deitados, aos carris; trespassados acabam de morrer até à perda, até voltarem lentamente - quase sem querer - à vida. É um erotismo quase triste, como um ventre nu já sulcado pela ternura única do último passeio dos dedos.
Os amantes abraçam-se; são pássaros lentos feitos de cada pena que tomam do outro, curam-se da sua dor. Os amantes abraçam-se; são corpos sem som ou silêncio porque a música tem-lhes corpo e agora ouve-se com o olhar que a vai recolhendo na pele.
Falo dos abraços dos amantes porque é incomparavelmente mais difícil falar deles, não tenho palavras que respondam ao peito; a inexistência de cada um por si no corpo do afecto puro, demorado, transpôs-me as palavras e fechou o portão atrás de si, cada letra estupefacta e sempre aquém da verdade do mais ténue abraço. Se algum dia as tive, às palavras, devo-as ter largado, rendido, perdido todas e nem sequer as quero de volta.
Os amantes abraçam-se; são pássaros lentos feitos de cada pena que tomam do outro, curam-se da sua dor. Os amantes abraçam-se; são corpos sem som ou silêncio porque a música tem-lhes corpo e agora ouve-se com o olhar que a vai recolhendo na pele.
Falo dos abraços dos amantes porque é incomparavelmente mais difícil falar deles, não tenho palavras que respondam ao peito; a inexistência de cada um por si no corpo do afecto puro, demorado, transpôs-me as palavras e fechou o portão atrás de si, cada letra estupefacta e sempre aquém da verdade do mais ténue abraço. Se algum dia as tive, às palavras, devo-as ter largado, rendido, perdido todas e nem sequer as quero de volta.
15 fevereiro 2011
um marco para as forças de segurança ou nada a comentar?
"Agente que assumiu homossexualidade defende que casamento «é um marco para as forças de segurança»"
O casamento entre pessoas do mesmo sexo é um direito de qualquer cidadão. No geral, é esta a posição de representantes da Guarda Nacional Republicana (GNR) quando se lhes pede que comentem o primeiro casamento homossexual nesta força de segurança, entre uma capitã e uma cabo. Mas num fórum online de profissionais da GNR, há guardas que defendem que a instituição está a ser "enxovalhada" e quem gabe "a coragem" das colegas e lhes dê os parabéns. E há ainda quem diga que o casal irá "encontrar obstáculos".
A notícia veio a público no Correio da Manhã. Uma capitã, de 27 anos, a exercer funções em Santarém, e uma cabo, de 39 anos, formadora em investigação criminal na Escola Prática da Guarda, decidiram casar-se, oficializando o relacionamento que tinham há dois anos e pedindo os dias de licença a que têm direito. A cerimónia terá tido lugar [na semana passada], na Conservatória do Registo Civil de Lisboa. A decisão de vir a público não terá sido das próprias, que se recusaram a comentar a notícia.
Belmiro Pimentel, primeiro agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) a assumir a sua homossexualidade, não conhece as guardas, mas dá-lhes "os parabéns" na sua página da rede social Facebook. Ao PÚBLICO não hesita em considerar o casamento como "um marco para as forças de segurança. É importante a existência deste casamento dentro de uma instituição tão fechada como a GNR, mais do que a PSP", diz o agente que assumiu a sua homossexualidade em 2009 e entretanto fundou o Grupo Identidade XY, grupo de trabalho Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero, inserido no Sindicato Unificado da Polícia.
Belmiro Pimentel, que é agente numa esquadra do Porto, diz que seria "mais difícil de digerir se fossem dois homens a casar-se. Este é um mundo masculino", nota e "existe o fetiche heterossexual das mulheres lésbicas". Mesmo assim, afirma que "uma coisa é o politicamente correcto, outra diferente é a aceitação". O agente sabe que este tem sido o tema de conversa na GNR desde que se soube da notícia, na semana passada, e Belmiro Pimentel aponta um posto onde a notícia foi afixada com comentários menos elogiosos, mas também que tal comportamento foi criticado.
O fórum online da GNR espelha a divisão. Tanto se lê que as duas guardas "deveriam optar ou pela carreira ou pela sua exposição matrimonial, fora desta instituição", diz um segundo-sargento que não se identifica, como se escreve: "Acho muito bem e pela coragem que tiveram em assumir merecem toda a felicidade", diz um cabo-chefe.
César Nogueira, actual presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, declara que o casamento "é um direito que lhes assiste, nada há a comentar", mas não duvida que "numa instituição militar" como a GNR "certamente vão encontrar obstáculos. Por mais que diga que existe a lei e que vão viver como outro casal, há preconceitos numa instituição que é conservadora. Vai ser difícil para as colegas". Mas o responsável espera que o facto de o assunto estar a ser falado entre os profissionais possa tornar "a instituição mais aberta".
"Nada temos a dizer. A questão da homossexualidade é uma questão que para nós é menor. Respeitamos mas consideramos que há coisas mais importantes, como a mortalidade nas estradas ou as condições de trabalho na GNR", afirma José Alho, presidente da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda.
Para Helena Carreiras, socióloga do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, que estuda a questão do género nas forças militares, "as instituições não devem ter nada a dizer. É uma questão da esfera pessoal dos seus membros. Desde que não entre em colisão com a vida profissional, são esferas que não se cruzam". A investigadora considera que "é um passo corajoso", já que "as instituições militares têm sido mais resistentes a transformações". "É importante que numa sociedade democrática as expressões minoritárias vão aparecendo", mas, defende, o ideal seria que este passasse a ser "um não assunto" e não fosse motivo de notícias.»
in ILGA Portugal
O casamento entre pessoas do mesmo sexo é um direito de qualquer cidadão. No geral, é esta a posição de representantes da Guarda Nacional Republicana (GNR) quando se lhes pede que comentem o primeiro casamento homossexual nesta força de segurança, entre uma capitã e uma cabo. Mas num fórum online de profissionais da GNR, há guardas que defendem que a instituição está a ser "enxovalhada" e quem gabe "a coragem" das colegas e lhes dê os parabéns. E há ainda quem diga que o casal irá "encontrar obstáculos".
A notícia veio a público no Correio da Manhã. Uma capitã, de 27 anos, a exercer funções em Santarém, e uma cabo, de 39 anos, formadora em investigação criminal na Escola Prática da Guarda, decidiram casar-se, oficializando o relacionamento que tinham há dois anos e pedindo os dias de licença a que têm direito. A cerimónia terá tido lugar [na semana passada], na Conservatória do Registo Civil de Lisboa. A decisão de vir a público não terá sido das próprias, que se recusaram a comentar a notícia.
Belmiro Pimentel, primeiro agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) a assumir a sua homossexualidade, não conhece as guardas, mas dá-lhes "os parabéns" na sua página da rede social Facebook. Ao PÚBLICO não hesita em considerar o casamento como "um marco para as forças de segurança. É importante a existência deste casamento dentro de uma instituição tão fechada como a GNR, mais do que a PSP", diz o agente que assumiu a sua homossexualidade em 2009 e entretanto fundou o Grupo Identidade XY, grupo de trabalho Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero, inserido no Sindicato Unificado da Polícia.
Belmiro Pimentel, que é agente numa esquadra do Porto, diz que seria "mais difícil de digerir se fossem dois homens a casar-se. Este é um mundo masculino", nota e "existe o fetiche heterossexual das mulheres lésbicas". Mesmo assim, afirma que "uma coisa é o politicamente correcto, outra diferente é a aceitação". O agente sabe que este tem sido o tema de conversa na GNR desde que se soube da notícia, na semana passada, e Belmiro Pimentel aponta um posto onde a notícia foi afixada com comentários menos elogiosos, mas também que tal comportamento foi criticado.
O fórum online da GNR espelha a divisão. Tanto se lê que as duas guardas "deveriam optar ou pela carreira ou pela sua exposição matrimonial, fora desta instituição", diz um segundo-sargento que não se identifica, como se escreve: "Acho muito bem e pela coragem que tiveram em assumir merecem toda a felicidade", diz um cabo-chefe.
César Nogueira, actual presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, declara que o casamento "é um direito que lhes assiste, nada há a comentar", mas não duvida que "numa instituição militar" como a GNR "certamente vão encontrar obstáculos. Por mais que diga que existe a lei e que vão viver como outro casal, há preconceitos numa instituição que é conservadora. Vai ser difícil para as colegas". Mas o responsável espera que o facto de o assunto estar a ser falado entre os profissionais possa tornar "a instituição mais aberta".
"Nada temos a dizer. A questão da homossexualidade é uma questão que para nós é menor. Respeitamos mas consideramos que há coisas mais importantes, como a mortalidade nas estradas ou as condições de trabalho na GNR", afirma José Alho, presidente da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda.
Para Helena Carreiras, socióloga do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, que estuda a questão do género nas forças militares, "as instituições não devem ter nada a dizer. É uma questão da esfera pessoal dos seus membros. Desde que não entre em colisão com a vida profissional, são esferas que não se cruzam". A investigadora considera que "é um passo corajoso", já que "as instituições militares têm sido mais resistentes a transformações". "É importante que numa sociedade democrática as expressões minoritárias vão aparecendo", mas, defende, o ideal seria que este passasse a ser "um não assunto" e não fosse motivo de notícias.»
in ILGA Portugal
Mel
Hoje: um corredor em círculo e, no chão, um tapete
esse que foi nosso, tapete
de folhas secas caídas da noite.
Isabel sussurra que se deitou ali, diz que lhe sobrevive
o corpo à alma, sobrevive
quente no frio da espera, não existe.
Ontem: uma noite que se desfaz no lençol sobre a pele,
a manhã chega, tenta lavar, a pele
dói, já dói, mas a manhã ainda insiste.
Isabel grita que saía dali, que a seda nos braços já lhe arde
mas que as pernas se afastam, arde
também no ventre e o ventre consente.
esse que foi nosso, tapete
de folhas secas caídas da noite.
Isabel sussurra que se deitou ali, diz que lhe sobrevive
o corpo à alma, sobrevive
quente no frio da espera, não existe.
Ontem: uma noite que se desfaz no lençol sobre a pele,
a manhã chega, tenta lavar, a pele
dói, já dói, mas a manhã ainda insiste.
Isabel grita que saía dali, que a seda nos braços já lhe arde
mas que as pernas se afastam, arde
também no ventre e o ventre consente.
Já é Primavera
Os seios cálidos
dominam a atmosfera
sideral;
o encontro é
inesperado:
estremecem
e diluem-se maciços
no orgasmo
da noite.
Já é Primavera
quando tudo renasce.
Poesia de Paula Raposo
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