17 abril 2011

Poema dos condenados

Quando sinto a mão na garganta, durante a noite,
será que vou morrer?
Quando sinto, durante a tarde, a visão enturvecer,
será que vou cegar?
Quando sinto, durante a manhã, o zumbido nos ouvidos,
será que vou ensurdecer?
Nunca sei bem o que perguntar,
que perguntas farão os que se perguntam condenados?
E todas as outras formas das mil e cem mortes possíveis
estranhas, incoerentes, coreografias inverosímeis
mostram-se e dançam à minha volta,
mais uma pergunta é menos uma resposta
e tocam o corpo meu ou corpos alheios
num conforto incompleto de uma mãe sem os seios
num revolver de frios dedos no interior do ventre,
por onde quer que me entre,
lembra-me que eu posso morrer fechada
ou livre de mim e de mim esquecida
lembra-me que ainda estou viva,
tão viva que, se tudo me pode doer,
estou tão viva que tudo e um nada posso sentir;
então não largo, nunca deixo a morte fugir
e ficaria eternamente neste quase adormecer.
Este é o poema de nós todos
nesta morte constante, lenta, que, afinal, é viver.


Afinal havia outro!

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16 abril 2011

Os putos e a bisca

Balanço

Hoje vou dançar contigo
Ao som da nostalgia
Em passinhos cheios
De lentidão e calma
Ao som de recordações
Que me enlevam
E me fazem rodopiar
Em alegria e entusiasmo
Loucura do teu balanceio
Nas ondas dos teus braços
Nos beijos das tuas marés
Empolgamo-nos em amor
Na música sublime
Que nos cobre e nos transporta
A outra galáxia
Trovejando a paixão
No embalo de um abraço.


Poesia de Paula Raposo

Assim sim, vale a pena ver televisão!

15 abril 2011

Força de elite

Se quiserem ameaçar a felicidade que afirmas, faz peito, abre-lhes o coração de par em par, prova-lhes que não desaprendeste de amar e com isso derrota qualquer manifestação do mal com a força que afinal reconheces nesse peito que desguarneces sem medo dos que conspiram em segredo contra tudo aquilo que os hostiliza porque jamais o conseguirão entender.

«Axe Bullet»

Emboscada

Só cá estou eu... e os meus fantasmas
e eles afastam-se pacientes
certos de que lhes somarei a minha alma
certos de que vou morrer nos devaneios
das tuas ancas
mas quando as ondas enroladas pela fúria
do teu corpo me trespassam
quando já sei que vou morrer emboscada
rendida entre ti e as tuas grades
quando solto o último grito, o grito
que me entrega o corpo desfeito, batido,
ao repouso da terra feita de grãos de paz
os teus braços continuam ternos
separaram-se da fúria do teu reino de pele
movem-se sozinhos e puxam-me, salvam-me,
contra ti, rendes-te e chamas a armadilha do sono
para que me guarde quando baixas as armas.
Só cá estou eu... tu e os meus fantasmas.


Artigo (de capa!) da revista C nº 11




Revista C

Sedução


14 abril 2011

Acho que a coisa pode ser vista desta forma

Estamos enterrados até aos milhões.

Os três primeiros livros licenciosos da editora Tinta da China

Uma... digo, três excelentes surpresas mesmo para quem, como eu, tem 1.600 livros da temática do erotismo. Bem... agora passaram a ser 1.603.





"«Livros Licenciosos» é um conjunto de obras editadas pela Tinta da China, coordenado por António Ventura - historiador e professor catedrático do departamento de História da Faculdade de Letras.
(...)[É] a primeira colecção erótica da editora.
Guerra Junqueiro e João de Deus são os autores que se seguem, nesta colecção de «literatura do Inferno», como ficou conhecida a secção de literatura erótica da biblioteca de Paris.
António Ventura (...) insiste que esta colecção não é de literatura pornográfica. É literatura licenciosa, libertina, sensual. Em tempos tão tristes para os portugueses, é do todo o interesse que existam livros como estes, que permitam «levantar a cabeça» e que funcionem como uma «luz no fundo do túnel». (...)"
Fonte: TVI24

Quem sabe se um dia o meu «diciOrdinário ilusTarado» poderá sair também nesta colecção... cof... cof... cof...

'Constrangimento' sexual nas escolas



HenriCartoon