Só cá estou eu... e os meus fantasmas
e eles afastam-se pacientes
certos de que lhes somarei a minha alma
certos de que vou morrer nos devaneios
das tuas ancas
mas quando as ondas enroladas pela fúria
do teu corpo me trespassam
quando já sei que vou morrer emboscada
rendida entre ti e as tuas grades
quando solto o último grito, o grito
que me entrega o corpo desfeito, batido,
ao repouso da terra feita de grãos de paz
os teus braços continuam ternos
separaram-se da fúria do teu reino de pele
movem-se sozinhos e puxam-me, salvam-me,
contra ti, rendes-te e chamas a armadilha do sono
para que me guarde quando baixas as armas.
Só cá estou eu... tu e os meus fantasmas.
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