08 julho 2011
A treinar para ser uma cheerleader!
07 julho 2011
A prostituta azul (XII) - Tabela de (a)preços (II)
O brilho dos olhos era estranho, como se fosse assombrado pelo tom muito amarelo dos candeeiros que iluminam, em vão, estradas desertas há eternidades. No entanto, brilhavam. Chegou à porta do Segredo e hesitou como se fosse entrar numa porta giratória, no momento da chegada sempre lhe parecia que aquela porta girava, catapulta giratória para lado nenhum, aquele sítio nem existia. O vermelho da luz misturava-se no brilho dos olhos, crescia nova pele. O ventre firme e a emoção embrulhada numa flacidez de molusco garantiam tudo, ali. No balcão, um qualquer número desfocado já chamava, tinha pernas e braços agitados e compridos, tinha olhos pequenos e parados, um olhar de pasmo castanho, pressa na memória; eram velhos conhecidos, ela e o bolso daquele nome. "Chave do doze, por favor". Subiram. Embalou o homem, entre pernas, como se o movimento de penetração fosse de dentro para fora, como se saísse dela, ao invés de entrar, os homens gostam muito de nascer assim. Desceram iguais, mas o número julgou-se outro menos desfocado e, ao número vinte dos euros que costumava oferecer à mulher dos olhos de estranho brilho, acrescentou mais dez, por aquele milagre.
06 julho 2011
1.800 euros por uma estatueta em bronze com 10 cm de altura?!
Não são só as agências de rating que andam loucas. No eBay, esta estatueta de Franz Xavier BERGMANN (1861-1936) está, na altura em que escrevo isto (e falta um dia para o leilão terminar) em 1.800 euros!
E pensar que eu tenho uma estatueta igual (só não é pintada, o que até acho que fica melhor) na minha colecção, que já vos apresentei aqui...
E pensar que eu tenho uma estatueta igual (só não é pintada, o que até acho que fica melhor) na minha colecção, que já vos apresentei aqui...
The Gabarola Series
- Sou tão bom de comer que se fosse um restaurante estava no guia Michelin.
- ...Sim...pneus não te faltam.
Timidez
O que fazer às mãos, o que fazer-lhes
agarro-as quando te vejo,
porque, no meu rosto, o teu beijo
faz delas tolas, por favor, não as olhes.
Quem me dera poder mentir-lhes
jurar o olhar vazio de desejo
fingir distracção ou até um bocejo,
mas as órbitas acendem-se,
e os dedos, perdidos, ofendem-se
e eu balbucio, tropeço, e eu gaguejo,
uma tolice, um bom dia, um gracejo
que poderia eu esconder-lhes
quando os olhos teimam em dizer-lhes?
agarro-as quando te vejo,
porque, no meu rosto, o teu beijo
faz delas tolas, por favor, não as olhes.
Quem me dera poder mentir-lhes
jurar o olhar vazio de desejo
fingir distracção ou até um bocejo,
mas as órbitas acendem-se,
e os dedos, perdidos, ofendem-se
e eu balbucio, tropeço, e eu gaguejo,
uma tolice, um bom dia, um gracejo
que poderia eu esconder-lhes
quando os olhos teimam em dizer-lhes?
o vestido lilás
Num dia de jacarandás floridos, a mulher inventada desceu nua das nuvens – como ocorre, aliás, com impertinente assiduidade com as mulheres inventadas – e vestiu-se de coleante lilás, mesmo antes de pousar no passeio, acabadinha de passar pela copa das árvores…
és tão bela e tanto apraz
numa esquina de repente
ver-te em vestido lilás
desvendando-te de frente
revelando-te de trás
e em cada passo premente
em cada passo que dás
seres de lilás tão urgente
tão tudo o que a vida traz
e o teu corpo fremente
que de frente satisfaz
satisfaz completamente
ao passares vista de trás
estiveras nua – dolente
provocante – pertinaz
mas não melhor certamente
que em teu vestido lilás
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