25 setembro 2011
«Zé Feijão» - por Rui Felício
Criava porcos numa pequena courela que tinha ao pé da Quinta das Flores.
Levantava-se da enxerga onde dormia, no seu casebre de madeira, antes do sol despontar, ia despejando a lavagem dos baldes para dentro das pocilgas, e ficava a olhar os focinhos cor de rosa a chafurdar nos restos da comida que no dia anterior tinha andado a recolher nalguns restaurantes do Calhabé.
Ao fim da manhã, ao chamamento dos grunhidos dos animais, acorria a dar-lhes umas mãos cheias de farinha e enchia de água os bebedouros de pedra. Ao entardecer dava-lhes couves e mais restos de comida. Depois ia fazer a ronda pelos restaurantes para a recolha das lavagens.
Regressava já de noite ajoujado ao peso de duas grandes latas cheias de comida que equilibrava penduradas nas pontas de um grosso cajado que enganchava nos braços e assentava nas espáduas.
Certa noite, desabafou com o dono do restaurante Marbran, à Fonte da Cheira, queixando-se da sua vida rotineira, sem perspectivas, sem alegrias.
- Casa-te! Precisas de te casar, homem...
- Com quem?!, perguntou admirado o Zé Feijão...
- Ora, com quem. Com uma mulher, é claro!
- Homessa! Nenhuma me há-de querer...
- Tens que fazer por isso. Elas não vêm ter contigo, ora essa!
A partir desse dia o Zé Feijão começou a olhar para as raparigas das vizinhanças. Uma a seguir a outra iam recusando os seus pedidos de casamento. Riam-se da sua fealdade, chegavam a humilhá-lo com dichotes.
- Cheiras mal, diziam-lhe por entre gargalhadas sardónicas.
Não houve mulher nova, velha, feia, bonita, gorda ou magra que acedesse aos seus intentos.
Descoroçoado, cabisbaixo, no domingo da inauguração da nova Igreja de S. José, foi assistir à grande cerimónia.
Não se conteve quando viu aquele deslumbrante vestido vermelho a adejar na igreja, por entre a multidão de olhares que nele se concentravam.
Encheu-se de coragem e assomou à coxia:
- Quer casar comigo? Tenho um terreno na Quinta das Flores e crio porcos!
- Como posso eu casar contigo? Sou Bispo, fiz voto de celibatário...
Rui Felicio
Blog Encontro de Gerações
24 setembro 2011
Teste - Qual é o sexo do teu cérebro?
"As diferenças no corpo de homens e mulheres estão além da aparência e dos órgãos sexuais. A ciência detectou que até o cérebro apresenta características femininas ou masculinas. Essa diferença neurológica gera diferenças de comportamentos, sentimentos e modos de pensar entre homens e mulheres".
A revista brasileira Época disponibiliza este teste:
A revista brasileira Época disponibiliza este teste:
Desejo
Se algo resta
e me excita - ainda -,
volto ao lugar
onde nos deixámos
e trago-te comigo- agora -,
para te inventar
um novo orgasmo,
para te provocar
um desejo impossível.
Poesia de Paula Raposo
Sensual Wicca Tarot
Tarot da sensualidade Wicca.
Wicca é uma religião neopagã influenciada por crenças pré-cristãs e práticas da Europa ocidental que afirma a existência do poder sobrenatural (como a magia) e os princípios físicos e espirituais masculinos e femininos que inteiram a natureza, e que celebra os ciclos da vida e os festivais sazonais, conhecidos como Sabbats [fonte: Wikipedia].
A partir de agora, faz parte da minha colecção de arte erótica.
Wicca é uma religião neopagã influenciada por crenças pré-cristãs e práticas da Europa ocidental que afirma a existência do poder sobrenatural (como a magia) e os princípios físicos e espirituais masculinos e femininos que inteiram a natureza, e que celebra os ciclos da vida e os festivais sazonais, conhecidos como Sabbats [fonte: Wikipedia].
A partir de agora, faz parte da minha colecção de arte erótica.
23 setembro 2011
Catarina Furtado eleita Maravilha Gastronómica Nacional...
... pelo menos por mim, que tive de esperar este tempo todo para conseguir encontrar uma fodografia da Catarina Furtado, na gala das 7 Maravilhas da Gastronomia, com o vestido que mais me... chamou a atenção e sem ter o Carlos Malato a fazer de emplastro.
Obrigadinha, revista «C»!
Obrigadinha, revista «C»!
22 setembro 2011
escrita NU abismo
"Tenho janela mágica.
Uma Porta aberta ao infinito e no meu pensamento a casa onde grito!
Onde a tresnoite me desnuda e se deita ao meu lado sobre a página branca.
Tenho a imensidão num azul estio ao qual não dou nome.
A vida embebeda-me, em fundo fogo, no poder de criar proporções onde ninguém ousa assentar pé.
Tenho em mim unicamente o sonho desordenado. O Astro, maciço, imenso, que sobe e remexe com o silêncio e exagera a luz reclinada da minha voz.
Tenho em mim os diálogos repercutidos, tremendos, atentos, escutantes nas palavras vivas que habitam espáduas do meu ser e que são inatingíveis ao delírio encostado à Janela.
Vivo um Abismo!
Astros. Em sonhos. Éteres crepitam pululantes do meu sexo eriçado, incandescente, que se arrasa de forma fulminante a cada bater, na escrita, fulminantemente na minha interna casa, onde a Poesia se incrusta num impulso, curvante, num gemer rudimentar, no ar que gira alto. Onde sou visível numa linha escrita que se dilui e me torna oculta..."
Luisa Demétrio Raposo
Uma Porta aberta ao infinito e no meu pensamento a casa onde grito!
Onde a tresnoite me desnuda e se deita ao meu lado sobre a página branca.
Tenho a imensidão num azul estio ao qual não dou nome.
A vida embebeda-me, em fundo fogo, no poder de criar proporções onde ninguém ousa assentar pé.
Tenho em mim unicamente o sonho desordenado. O Astro, maciço, imenso, que sobe e remexe com o silêncio e exagera a luz reclinada da minha voz.
Tenho em mim os diálogos repercutidos, tremendos, atentos, escutantes nas palavras vivas que habitam espáduas do meu ser e que são inatingíveis ao delírio encostado à Janela.
Vivo um Abismo!
Astros. Em sonhos. Éteres crepitam pululantes do meu sexo eriçado, incandescente, que se arrasa de forma fulminante a cada bater, na escrita, fulminantemente na minha interna casa, onde a Poesia se incrusta num impulso, curvante, num gemer rudimentar, no ar que gira alto. Onde sou visível numa linha escrita que se dilui e me torna oculta..."
Luisa Demétrio Raposo
[Blog Vermelho Canalha]
Laura Poema
Nos braços de Laura, à volta da cintura
o verso de um homem pode encontrar
a mais bela melodia: abraçada ao verso,
por magia, da boca sem rosto do seu dorso,
há-de nascer-lhe uma canção. Não espera,
Laura não espera, porque havia de esperar?
Não, Laura diz agora; sem nenhum esforço,
diz agora e mergulha no homem até ao pescoço:
ele chegará a terra quando a ouvir cantar.
o verso de um homem pode encontrar
a mais bela melodia: abraçada ao verso,
por magia, da boca sem rosto do seu dorso,
há-de nascer-lhe uma canção. Não espera,
Laura não espera, porque havia de esperar?
Não, Laura diz agora; sem nenhum esforço,
diz agora e mergulha no homem até ao pescoço:
ele chegará a terra quando a ouvir cantar.
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