Uma Porta aberta ao infinito e no meu pensamento a casa onde grito!
Onde a tresnoite me desnuda e se deita ao meu lado sobre a página branca.
Tenho a imensidão num azul estio ao qual não dou nome.
A vida embebeda-me, em fundo fogo, no poder de criar proporções onde ninguém ousa assentar pé.
Tenho em mim unicamente o sonho desordenado. O Astro, maciço, imenso, que sobe e remexe com o silêncio e exagera a luz reclinada da minha voz.
Tenho em mim os diálogos repercutidos, tremendos, atentos, escutantes nas palavras vivas que habitam espáduas do meu ser e que são inatingíveis ao delírio encostado à Janela.
Vivo um Abismo!
Astros. Em sonhos. Éteres crepitam pululantes do meu sexo eriçado, incandescente, que se arrasa de forma fulminante a cada bater, na escrita, fulminantemente na minha interna casa, onde a Poesia se incrusta num impulso, curvante, num gemer rudimentar, no ar que gira alto. Onde sou visível numa linha escrita que se dilui e me torna oculta..."
Luisa Demétrio Raposo
[Blog Vermelho Canalha]
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Uma por dia tira a azia