[Foto: Gregory Prescott]
07 dezembro 2011
06 dezembro 2011
Eva portuguesa - «Preocupo-me»
"Sei que a maior parte das pessoas considera as meninas que fazem o que eu faço como seres inferiores; mulheres «fáceis» que se vendem por tão pouco... uma vida de luxos, bebida, roupas, drogas... Mulheres perdidas sem valor nem valores!...
Errado!
Não posso falar por mais ninguém, nem sequer me procuro justificar ou enaltecer; mas preocupo-me...
Não com o que os outros dizem mas com o que penso e sinto de mim mesma...
Preocupo-me que um dia já não saiba viver sem isto... ou ter uma profissão dita «normal»...
Preocupo-me se engordo, envelheço, fico feia ou pouco apetecível e já não consigo ser suficientemente atractiva para me procurarem...
Preocupo-me porque esta é a minha fonte de rendimentos e, contrariamente ao que se diz, não dá para enriquecer nem levar uma vida de luxos...
Preocupo-me porque até aqui se sente a crise em que o país se continua a afundar. Como diz uma colega minha, bem mais sabida nestas artes, «a crise é tal que as mulheres não têm dinheiro para ir ao cabeleireiro, nem os homens às putas!»...
E o negócio está mau... muito mau mesmo!...
E, por incrível que pareça, até a fazer isto ando preocupada que o dinheiro não chegue para pagar a renda das duas casas (sim, porque onde se vive não se trabalha), a prestação do carro, o colégio do pequenito...
E preocupa-me ainda mais ter que me preocupar com isto, pois uma Acompanhante de Luxo deveria ter uma vida de luxo... e não correr o risco de criar rugas de preocupação vendo as horas passar e o telefone sem tocar...
Horas de incerteza, ansiedade e solidão em que me pergunto: «Que raio faço eu aqui?!»
Bom... espero pelos homens...
Os homens que me dão esperança, atenção, alguns até carinho e respeito; outros até amizade; e outros ainda prazer...
Mas todos eles, sem excepção, me dão a certeza de ser desejada e desejável; de os merecer, de me merecerem...
E todos eles me dão felicidade através das suas ofertas, que me permitem ao anoitecer saber que, pelo menos por hoje, não preciso de me preocupar..."
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Errado!
Não posso falar por mais ninguém, nem sequer me procuro justificar ou enaltecer; mas preocupo-me...
Não com o que os outros dizem mas com o que penso e sinto de mim mesma...
Preocupo-me que um dia já não saiba viver sem isto... ou ter uma profissão dita «normal»...
Preocupo-me se engordo, envelheço, fico feia ou pouco apetecível e já não consigo ser suficientemente atractiva para me procurarem...
Preocupo-me porque esta é a minha fonte de rendimentos e, contrariamente ao que se diz, não dá para enriquecer nem levar uma vida de luxos...
Preocupo-me porque até aqui se sente a crise em que o país se continua a afundar. Como diz uma colega minha, bem mais sabida nestas artes, «a crise é tal que as mulheres não têm dinheiro para ir ao cabeleireiro, nem os homens às putas!»...
E o negócio está mau... muito mau mesmo!...
E, por incrível que pareça, até a fazer isto ando preocupada que o dinheiro não chegue para pagar a renda das duas casas (sim, porque onde se vive não se trabalha), a prestação do carro, o colégio do pequenito...
E preocupa-me ainda mais ter que me preocupar com isto, pois uma Acompanhante de Luxo deveria ter uma vida de luxo... e não correr o risco de criar rugas de preocupação vendo as horas passar e o telefone sem tocar...
Horas de incerteza, ansiedade e solidão em que me pergunto: «Que raio faço eu aqui?!»
Bom... espero pelos homens...
Os homens que me dão esperança, atenção, alguns até carinho e respeito; outros até amizade; e outros ainda prazer...
Mas todos eles, sem excepção, me dão a certeza de ser desejada e desejável; de os merecer, de me merecerem...
E todos eles me dão felicidade através das suas ofertas, que me permitem ao anoitecer saber que, pelo menos por hoje, não preciso de me preocupar..."
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
O beijo trazido
Trago o beijo - ainda -
no colo azul de uma silenciosa
noite de Primavera.
Trago-o semi despido,
insípido,
mas com as cores
do meu sonho.
Trago-o - agora -
já nu, inodoro,
mas com a música
das minhas vidas.
Trago o beijo - ainda -
engolido como água,
sobre o que resta
do incêndio que imaginei:
não sei apagá-lo.
Poesia de Paula Raposo
O 16º Encontra-a-Funda e o cu da Guarda
Lá fomos numa gloriosa jornada de luta às festas da Santa Bebiana, em Caria.
Além do muito que nos divertimos, ainda tive direito a uma prendinha do Katano: o cu da Sé da Guarda, do artista Daniel Martins, de que o Katano já nos tinha falado aqui.
Aqui está ele... a partir de agora também virado para... a minha colecção:
A frase, em volta da base, é "Ah, muito me tarda o meu cu na Guarda!" e foi adaptada, pelo artista, de uma canção de amigo atribuída a D. Sancho I:
"Ai eu coitada! Como vivo
en gran cuidado por meu amigo
que ei alongado! Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!
Ai eu coitada! Como vivo
en gran desejo por meu amigo
que tarda e non vejo! Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!"
05 dezembro 2011
Cenas cortadas de filmes antigos
A Tereza Lamy encontrou esta curta-metragem feita para a edição de 2007 do Festival de 72 horas de Cinema em Frederick, Maryland (EUA).
Todas as cenas utilizadas foram encontradas em pedaços de filme de 35mm encontrados num antigo teatro algures na Pensilvânia.
O projeccionista terá cortado essas cenas tendo em conta os padrões morais da época.
O realizador pergunta: «Será que as nossas formas actuais de censura parecerão assim tão ridículas às gerações futuras?»
Frases do Ricardo Esteves - as calças do Ken
O Ricardo Esteves está no Facebook, no YouTube, no blog Quotidiano Hoje e no Tumblr
04 dezembro 2011
«Numa tarde de Verão» - por Rui Felício
Dona de um par de olhos amendoados, doces como mel, e de uma silhueta escultural no viço da juventude, a Telma morava na Rua da Guiné. Quedava-se longo tempo na varanda do 1º andar da sua casa, apoiada nos cotovelos, as mãos no rosto bonito, ligeiramente inclinada para a frente, olhando a rua.
Deixava antever uma nesga do colo alvo, meio encoberto pela blusa de tecido fino, sedoso, que lhe protegia as duas perfeitas colinas dos seus seios, plantadas na planície ondulada do corpo elegante.
Por entre as frinchas retorcidas dos prumos de ferro forjado da varanda, entreviam-se até aos joelhos, as pernas firmes, que algum artista divino devia ter esculpido e burilado em momento de excepcional inspiração, aconchegadas pela saia que um golpe de vento de vez em quando destapava.
Retribuía com um sorriso disfarçado, os olhares gulosos dos jovens que por ali passavam para a ver.
O João, era de todos o mais afoito. Não resistia aos encantos da Telma e já não conseguia disfarçar a atracção fatal que ela exercia sobre ele. Amiúde circulava por ali, tocando a campainha da bicicleta para lhe chamar a atenção, sorrindo-lhe e acenando um adeus enquanto acelerava rua abaixo.
Numa dessas vezes, sem nunca desviar o olhar da sua amada, montado na veloz bicicleta, galgou o passeio e foi embater fragorosamente no poste de iluminação que ficava em frente à casa dela. Combalido, o João levantou-se, tentou endireitar a roda da frente feita num oito e foi-se afastando a coxear.
Envergonhado, ainda ouviu a Telma dizer-lhe, lá de cima, a rir:
- Já és o terceiro, hoje, que se estampa nesse poste! Mas os outros dois vinham a pé...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
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