12 maio 2012

«conversa 1889» - bagaço amarelo

Ela - Fui vender a minha aliança de casamento. É como se só hoje tivesse consumado o meu divórcio.
Eu - Aliança de casamento?! Nem sei da minha. Deve estar lá para um caixote qualquer...
Ela - Não sabes da tua?
Eu - Não.
Ela - Se eu fosse a tua ex-mulher divorciava-me de ti outra vez. Aliás, divorciava-me quantas vezes fosse preciso.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Um sábado qualquer... - «Investimentos»




Um sábado qualquer...

11 maio 2012

Prostituta no programa do Jô Soares

Sexo aos quadradinhos


- Sabes, Super-Homem, o Homem-Aranha e a namorada separaram-se.
- Então porquê, Batgirl? Eles davam-se tão bem...
- Pois, mas ela é muito ciumenta e apanhou-o em flagrante a comer uma mosca...

Uma grande verdade sobre os homens


Pele

Foto: Paul Torcello

A pele cheira a amoras e anseia pela noite. Opta por não olhar para o céu para que o seu Universo seja apenas terreno. Não quer que a Lua lhe retire o desejo de se tornar predadora das criaturas noturnas. Sai sem destino mas com a vontade de exibir por entre a escuridão o véu que lhe cobre a pele. Os galhos, os ramos e a grandeza das árvores são, a par dos seus passos, a única solidez com que se depara. Entrega-se ao calor e, com a sabedoria que só ela conhece, liberta-se do corpo e eleva-se sorrindo para si mesma, sabendo que é capaz de, a cada dia e cada noite, vestir mais uma camada de pele que a protege dos astros e das intempéries.

Discutindo a relação

Vai vendo com calma u__ú




Meninas WTF

10 maio 2012

E se os homens e as mulheres trocassem de papéis?



«Quem dorme com cadelas...» - Patife

Sou um grande analista. Afirmo isto com forte convicção, fruto do trabalho anal de qualidade superior que desenvolvi ao longo dos ânus que me passaram pelo pincel. E ontem acordei com a minha faceta de analista superiormente activa. Por isso passei a tarde à procura de arranjar um cagueiro com potencialidade dilatadora para receber aqui o Zé Pacheco. Lembrei-me então de uma moça que me tinha soprado na trombeta há uns anos e que me tinha ficado a dever o dinheiro do táxi de minha casa para Cascais. Ela bem podia argumentar que me queria pagar mas que eu nunca lhe atendi qualquer das 87 chamadas pós brochada, que isso não invalida o facto de ainda não me ter pago. Por isso liguei-lhe a pedir o dinheiro com retroactivos, mas sugeri-lhe que podíamos deixar o dinheiro de lado e que nos ficássemos pelos recto-activos. Aceitou a recto-actividade, não sem antes me acusar: Deves ter a mania que és esperto. É verdade que tenho. Mas também tenho a mania que espeto. E vou da mania à espetaria enquanto o caralho lhe esfrega o olho. Do cu. Continuando: Lá nos encontrámos para lhe aviar a bilha, mas aquilo deu problemas maiores que o Pacheco, por mais difícil que possa parecer. O Pacheco estava novamente armado em picha papona gigante e tivemos de desistir do buraco apertadinho. Enfim… lá tive de me amanhar com aquela cena lassa. O pior é que hoje acordei tarde e repleto de urticária e comichões por todo o corpo. Já devia saber melhor, pois lá diz o ditado que quem dorme com cadelas acorda com pulgas.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Fruta 83 - Dá um mergulho no mar

Mimalhos



09 maio 2012

Sinfonia «vai-te foder!»

Millie Jackson - «Fuck you symphony» (anos 80)



«coisas que fascinam (140)» - bagaço amarelo

bombardeamento

Aquela mulher é bonita. Tão bonita que agora mesmo, quando peguei no meu copo de cerveja para dar um gole, reparei que estava morta. A cerveja, não a mulher. Morto estive eu, durante não sei quanto tempo a olhar para ela sem me aperceber que tinha uma garrafa de Sagres à minha frente. Aliás, sem me aperceber de mais nada. O tlintar inquieto das moedas na bandeja do frenético empregado do café, o vapor da máquina expresso a aquecer mais um galão, o arrastar das cadeiras dos clientes que vão entrando e saindo. Não ouvi nada.
Agora levanto-me, vou à mesa dela e peço licença para me sentar. Digo-lhe que ela é bonita e agradeço-lhe a existência. Peço outra cerveja e bebo-a enquanto discutimos uma trivialidade qualquer. Era, de facto, o que me apetecia fazer. Mas não o faço. Fico aqui a sofrer os horrores de quem, sem contar, foi bombardeado e agora é um mero despojo esquecido duma guerra de que nem se deu conta. É assim que me sinto. O coração apertado, o estômago duro como uma pedra, as pernas tão enfraquecidas que tenho medo de cair quando tentar levantar-me. Estou ferido, pronto.
As mulheres não sabem, ou fingem não sabê-lo, mas o Amor é sempre uma operação de socorro a um homem ferido. Uma questão de vida ou de morte. Uma urgência. Esta também não o sabe, certamente, que agora se levanta deixando o dinheiro contado em cima da mesa, num desenho de moedas que se assemelha a uma flor qualquer. Como ela é. Vai-se. Desaparece pela porta de saída sem escutar os meus intensos e silenciosos pedidos de ajuda.
O café volta a ser isso mesmo. Apenas um café. E eu torno a sentir a ponta dos dedos dos pés. Lentamente apercebo-me de que o sangue recomeça a circular nas minhas veias e artérias. Abraço, com a palma da mão, a garrafa. Ainda está fria, apesar de tudo. Procuro um relógio para saber que horas são e, se possível, também que dia é, e de que mês e ano. São duas da tarde de um dia de Março de 2012. Sobrevivi.


bagaço amarelo
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