18 maio 2012

Ouçam uma tartaruga apaixonada por uma sapatilha

O Seguro morreu de velho



HenriCartoon

Descoberta WTF

É com exclusividade ao Meninas que o International WTF Center of Inutility anuncia uma descoberta que pode responder à várias perguntas dos maridos de todo o planeta. O Dr. Genitor e seu assistente Anounimus reservaram uma parte do corrido tempo para apresentar-lhes a descoberta que poderá ser a do século.




Meninas WTF

17 maio 2012

Ryan McGinley - «Puma - mobilidade urbana»


RYAN MCGINLEY - PUMA - URBAN MOBILITY por la-mjc

«Bater no fundo» - Patife

É com lamentável pesar que vos informo que hoje estou muito em baixo. Apenas eu, que o Pacheco, esse, está sempre em cima. Mas hoje acordei em sobressalto com uma louraça que forniquei a bom fornicar há umas semanas e que hoje resolveu vir tocar-me à campainha. Dizia ela que queria acertar contas comigo. Ora eu apenas preciso de acertar conas por isso virei-me para o outro lado. Mas a magana não desistiu. Aproveitou a saída de uma vizinha e toca de subir ao meu andar para me bradar impropérios mesmo à porta de casa. É o que dá deitar-me com mulheres criadas na Madragoa. E toca de berrar: Ah e tal que te vou chegar a roupa ao pelo. Pois se ainda fosse para eu lhe chegar a roupa ao grelo, talvez abrisse a porta, e aí ela poderia dar um ar da sua pachacha. Por isso hoje não estou muito bem disposto. É que com este episódio acho sinceramente que bati no fundo. Mas não fiquem preocupados. Bati no fundo, mas foi no fundo da pachachona dessa louraça de conaça lassa.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Fruta 84 - Ângulo de obturação

Borboleta



16 maio 2012

Scott Kid - «This I have never known»

Com cenas do filme «Um quarto em Roma».

«piadas palermas» - bagaço amarelo

Estou com um problema. Conto piadas palermas a mim próprio e não me acho graça. Não tenho bem a certeza se a minha falta de humor nasce no momento de as contar ou no de as ouvir, mas ao fim e ao cabo dá-me igual. Sou sempre eu. Essa é a única certeza que tenho.
Houve uma altura em que eu ensaiava essas piadas para as contar depois, quando a Márcia estivesse perto de mim. Gostava de a ver sorrir com todas as patetices que eu dizia e de, nos momentos em que tinha mais sorte, sentir a mão dela a apertar a minha. Sempre para me conduzir a qualquer lado mais rapidamente, nunca por me pertencer de alguma maneira. Mas era suficiente, ou pelo menos parecia-me que sim, essa sensação de que um dia podíamos ir mais longe. Eu e ela. Sermos mais "eu e ela" e menos "nós e os outros", quero eu dizer. Era o que eu sentia quando ela me dava a mão e me puxava.
Hoje, uns vinte anos depois, todos ficámos desolados por ela não ter podido vir. A mão do Norberto, por exemplo, desmaiou na minha enquanto me cumprimentava, quando eu lhe disse que era uma pena a ausência dela. Perdeu a força.

- A Márcia não vem? - e prendeu, com o dele, o meu olhar.
- Não. Telefonou-me há bocado a dizer que não podia.

A Márcia era a única mulher do grupo. De uma forma ou de outra, uns mais outros menos, todos tinham um carinho especial por ela. Quando ela estava presente, sorríamos; quando ela não estava presente, as conversas tornavam-se mais sérias e tristes. Sentíamos todos a falta dela, há vinte anos, tal como hoje, neste jantar que, ao fim e ao cabo organizei principalmente para poder estar com ela.
Lembro-me dela como se fosse limonada fresca num dia de Verão. Sempre. Uma vez, por exemplo, perguntou-me se eu queria ir ver o Romeu e a Julieta ao cinema. Eu respondi-lhe que só queria ir ver a Julieta. Uma patetice. Mais uma, aliás. E ela riu-se e escondeu a cara no meu peito, abraçando-me como se só eu a pudesse esconder do mundo nesse momento. Nunca mais esqueci esse momento. Nem eu, nem o meu peito.
É desse momento que o Norberto fala agora com os outros, enquanto eu me sirvo do primeiro copo de vinho tinto, maduro, da Bairrada. Diz que teve ciúmes e que me chamou palerma em silêncio. E eu, que me junto ao grupo enquanto dou o primeiro gole naquele vinho restringente, regresso vinte anos atrás na minha vida. Lembro-me da cara dele a mandar-nos que nos deixássemos disso e que o seguíssemos. E eu segui, puxado pela mão dela mais uma vez. Até ao café. O resto da tarde foi de um silêncio gritante entre nós os dois.
Hoje estou casado, o Norberto também, a Márcia também. Os outros também. Ninguém com ninguém. Juntamo-nos de novo e vamos mentindo uns aos outros sobre o nosso corpo. Que ainda estamos iguais, que ainda estamos novos, que ainda isto e ainda aquilo. Já percebi que só vamos dizer verdades sobre quem não está, e quem não está é a Márcia. De como todos gostávamos dela e como ela marcou a nossa adolescência. Mesmo não estando, é como se estivesse. Tem sido assim todos os dias da minha vida, a ensaiar piadas palermas para o dia em que consiga ver de novo.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Matrícula TX


Guiava como um maníaco mas os vizinhos até gabavam a sua mestria para as curvas difíceis e travagens bruscas e em abono da verdade, divertia-me a sua matricula TX, como se directamente das Beiras profundas ou dos antigos Lusitanos o cognominassem Tarado Xequexual.

O carro era o seu mundo e até para ir à tabacaria a menos de 500 metros de casa, deslocava-se sentado e o mais comum era encontrá-lo na rua onde morava, com o vidro recolhido, a falar com os vizinhos de cotovelo apoiado na janela . Até estranhei da primeira vez que experimentámos uma cama de tal forma a minha pele estava acostumada aos vincos do tecido dos estofos mas havia a explicação de naquele hotel da romântica Sintra se entrar directamente da garagem para o quarto que possuía cama redonda, espelhos por todo o tecto e paredes, um balde de gelo com champanhe e duas taças esguias e todas as tretas que constam no manual do erotismo, como uma banheira com jaccuzi.

E bem depressa percebi que era uma pena não ser um colchão de água porque aquelas pernas rotinadas em espaços apertados perdiam a mobilidade em tanta largueza de cama e lá tivemos de regressar à sua trivial pose de sela em que as suas mãos me impeliam a ser compressor.

Considerando que tinha pelo menos o bom gosto de não usar o colete reflector no banco do passageiro mas dobradinho na gaveta, deixei-lhe um papelinho preso nas escovas limpa-vidros para mencionar que fundido que estava com o seu carro não me dava pica ser apenas acessório de tuning.

"Tu tens cara de caralho!"


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Intervalo


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oglaf.com

15 maio 2012

«92 Savoy Drive - Broadbeach Waters»

Eva portuguesa - «Tu»

Partiste... tal como apareceste... em silêncio, sem aviso, sem promessas, sem compromissos...
Mas não quis que fosses sem uma marca minha... não sei que marcas possa ter gravado em ti, no teu ser, na tua alma, se é que porventura te marquei de alguma forma...
Porque tu não dizes; ouves em silêncio, amas-me com paixão e sofreguidão, apareces sempre que mais preciso de ti mas... em silêncio...
Cada vez que fazemos amor, sinto o desespero de que possa ser a última vez... e amo-te sempre como se fosse a última. Cada gemido de prazer e luxúria é um adeus, cada orgasmo um pedido que voltes...
Desfaço-me em ti quando te entregas a mim, bebo com avidez esse momento raro e único em que és meu... quando estás dentro de mim consigo ler um pouco do teu silêncio, sentir também a tua ansiedade. Mas no abraço que se segue sinto que te estou novamente a perder, porque na realidade nunca foste meu...
E agora partiste e eu fiquei sozinha, desamparada, confusa...
Mas se nunca chegaste realmente a estar cá, como posso sentir que me deixaste?!...
É que, sabes, tu ficaste gravado em mim! Qual tatuagem enorme que cobre permanentemente o corpo, assim tu ficaste tatuado na minha alma... a fogo, a amor, a dor, a esperança, a felicidade, a lágrimas, a risos...
Impregnaste-te em mim de uma forma impossível de tirar e, para onde for, é sempre contigo que estou... quando estiver nos braços de outro homem, é a ti que vou sentir; quando mergulhar no mar estarás comigo, quando misturar o meu suor com o de outra pessoa, é contigo que o estou a misturar; quando sentir o sabor agridoce do sémen na minha boca, é a ti que estou a beber...
E, mesmo que um dia venha a engravidar de outro homem, será teu o filho que irei gerar no meu ventre...
Porque tu fazes parte de mim, estás em mim e eu só existo como uma manifestação tua.
Não sei o que sentes... nem sei ao certo se sabes a forma como te apossaste de mim....
Nada prometeste, nada exijo...
Aceito apenas o que queres dar...
Nada dizes, nada pergunto...
Mas não consigo evitar sentir-te em mim...
Apareceste e eu acolhi-te, como se sempre tivesse estado à tua espera...
E agora partiste e eu deixo, em parte, ires-te embora.Em parte, sim, porque as marcas que deixaste em mim transformaram-me naquilo que sou hoje... e, ao fazeres parte de mim, jamais poderás partir de vez...
Porque tu não podes ser eu, porque és demasiado livre para seres seja de quem for, até de ti próprio... Mas eu... eu sou tu... e assim estarás sempre comigo....


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado