HenriCartoon
22 maio 2012
21 maio 2012
«conversa 1890» - bagaço amarelo
Eu - Isso mesmo, optimismo é essencial.
Ela - Pois é, mas eu sinto que estou quase a perdê-lo.
Eu - Mas ficaste sem emprego?
Ela - Não, emprego ainda tenho...
Eu - Não me digas que te separaste do teu marido.
Ela - Não, nós gostamos muito um do outro.
Eu - Ah! mas o que é que se passa?
Ela - Nenhum dos meus vestidos de Primavera/Verão me serve.
Eu - Estás a gozar comigo...
Ela - Não estou nada, é verdade. Estive a experimentá-los ontem.
Eu - Não é isso. Estás a gozar comigo por achares que isso é a tua vida a andar para trás...
Ela - Não seria se eu tivesse tempo para emagrecer, mas o tempo quente está aí à porta.
Eu - A mim pareces-me muito bem com essa roupa que tens vestida.
Ela - Mas isto são calças de ganga e uma camisola de algodão. Não queres que eu ande assim no Verão, pois não?
Eu - Eu percebo a preocupação. Só não acho que seja um problema assim tão grave.
Ela - Sinto-me menos mulher, percebes?
Eu - Não, para ser sincero não percebo.
Ela - Deixa lá, eu explico-te devagarinho um dia destes.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
20 maio 2012
«Hotel do Coração Partido» - Porta-Curtas
Género: Animação
Director: Raoni Assis
Duração: 5 min Ano: 2006
Sinopse: Ronaldo era especial. Seu coração era evidentemente maior que os corações normais...
Director: Raoni Assis
Duração: 5 min Ano: 2006
Sinopse: Ronaldo era especial. Seu coração era evidentemente maior que os corações normais...
Há caracóis!
O calor da esplanada empurrava a cerveja e os caracóis goela abaixo como as minhas pupilas nos seus lábios molhados. Até que os resquícios de espuma nos seus beiços os tornavam mais macios e absorventes e eu não resistia a debicá-los e a trocar restos do molho dos bichinhos na ponta da língua. As suas mãos besuntavam-me os joelhos com a esperança de se alongarem e eu protestava a injustiça de não lhe poder encher as calças de nódoas. Ele fazia notar, de sobrancelhas levantadas e olhos fixos entre as minhas alcinhas que também não corria o risco de ser multado por atentado ao pudor catapultando-me as mamas para fora dos triângulos de pano que trazia suspensos por fios.
Ao cabo de um número de imperiais que não inviabilizava desenvolvimentos posteriores levantámos-nos da mesa dando passagem gentil e oficialmente ao outro para esconder o intuito mútuo de não falhar um apalpão no traseiro.
Fomos pagar ao interior do tasco onde uma tela gigante emitia futebol. E vi os olhos dele plasmarem-se naquelas pernas a correrem pelo relvado aos pontapés enraivecidos a uma bola. Puxei-o para fora do balcão e num sussurro pedi que me garantisse que era homossexual ou que não gostava de futebol que da trindade masculina eu só suportava a cerveja.
19 maio 2012
«rotundas» - bagaço amarelo
Quando uma discussão passa a conter o elemento físico, é porque já nenhum dos intervenientes quer demonstrar que tem razão. Quer, isso sim, impor a sua maneira de ver as coisas. É esclarecedor que as rotundas dêem tantas dor de cabeça aos portugueses. Por um lado quer dizer que não as sabem fazer, por outro quer dizer que insistem em fazê-las.
Um país que têm problemas com as rotundas é, inevitavelmente, um país com problemas de Amor. A violência doméstica é também isso mesmo. Uma discussão física numa rotunda em que alguém se esqueceu que há uma estrada, ou várias, a percorrer já a seguir. Naquela rotunda, rodando sobre ela mesma para todo o sempre, fica uma vida perdida.
bagaço amarelo
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