19 maio 2012

«rotundas» - bagaço amarelo

Hoje de manhã, numa das muitas rotundas da cidade de Aveiro, dois homens chatearam-se de tal maneira que cada um saiu do seu automóvel para intensificar a zanga. Um deles tinha feito a rotunda quase toda por fora, obrigando o outro a uma travagem brusca para evitar a colisão. Não colidiram os carros, colidiram depois os condutores. E quando eu passei pelo local, já eles estavam numa espécie de jogo do empurra.
Quando uma discussão passa a conter o elemento físico, é porque já nenhum dos intervenientes quer demonstrar que tem razão. Quer, isso sim, impor a sua maneira de ver as coisas. É esclarecedor que as rotundas dêem tantas dor de cabeça aos portugueses. Por um lado quer dizer que não as sabem fazer, por outro quer dizer que insistem em fazê-las.
Um país que têm problemas com as rotundas é, inevitavelmente, um país com problemas de Amor. A violência doméstica é também isso mesmo. Uma discussão física numa rotunda em que alguém se esqueceu que há uma estrada, ou várias, a percorrer já a seguir. Naquela rotunda, rodando sobre ela mesma para todo o sempre, fica uma vida perdida.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»