Director: Fernando Coimbra
Elenco: Larissa Salgado, Victor Hugo Carrizo
Duração: 23 min Ano: 2007
Sinopse: Roadmovie. Um casal em crise parte do litoral para o interior de São Paulo, num Chevette, para salvar ou perder de vez sua relação. Aos poucos, se entregam a um estranho jogo sexual.
27 maio 2012
Tambor
Foto © Jancry
Quando o vi assim esguio, roupinha apurada e esmerada educação, quase britânica, soldada nas quentes margens do Zambeze, percebi que não me podia chegar a ele frontalmente, encostar-me e entrelaçar a perna esquerda na sua anca, preenchendo o espaço entre as minhas coxas com a sua perna, num rito de fertilidade milenar e rematar-lhe nos amplos pavilhões auriculares, faz de mim a tua puta e fode-me toda.
Precisava de batidas de tambor como nos rituais de iniciação e convidei-o para tomar uma cervejinha que os diminuitivos dão sempre um ar inocente à coisa. Até lhe permiti que gentilmente me abrisse a porta para passar diante dos seus olhos de espanto juvenil a mini-saia que me arredondava o rabo e descobria a firmeza das pernas e do passo.
O lúpulo desentaramela facilmente a língua e confere um brilho nos olhos que me facilitou pedir-lhe histórias da sua África natal, dando ao seu ego a sua natural vocação, apenas entrecortada pelo desvio óbvio das suas vistas para a minha camisola justa como uma segunda pele que quando me aproximava mais, suspendia os seios sobre a mesa, como uma travessa de gambas a chegar. Já agora, digo-lhe Senhor Doutor, que sempre me arrepiaram os vocábulos mamas ou tetas, pelo lado alimentício e de ordenha que transportam em detrimento da carga sensual dos seios.
Mas, voltando à cervejaria, falando ele e eu à boa maneira latina, com as mãos, facilmente elas se encontraram nos volteios aéreos, a fazer cócegas na macieza das palmas e garanti-lhe que o seu polegar tinha a firmeza de um embondeiro pelo que só faltava optarmos se o admirávamos na tenda dele ou na minha.
Precisava de batidas de tambor como nos rituais de iniciação e convidei-o para tomar uma cervejinha que os diminuitivos dão sempre um ar inocente à coisa. Até lhe permiti que gentilmente me abrisse a porta para passar diante dos seus olhos de espanto juvenil a mini-saia que me arredondava o rabo e descobria a firmeza das pernas e do passo.
O lúpulo desentaramela facilmente a língua e confere um brilho nos olhos que me facilitou pedir-lhe histórias da sua África natal, dando ao seu ego a sua natural vocação, apenas entrecortada pelo desvio óbvio das suas vistas para a minha camisola justa como uma segunda pele que quando me aproximava mais, suspendia os seios sobre a mesa, como uma travessa de gambas a chegar. Já agora, digo-lhe Senhor Doutor, que sempre me arrepiaram os vocábulos mamas ou tetas, pelo lado alimentício e de ordenha que transportam em detrimento da carga sensual dos seios.
Mas, voltando à cervejaria, falando ele e eu à boa maneira latina, com as mãos, facilmente elas se encontraram nos volteios aéreos, a fazer cócegas na macieza das palmas e garanti-lhe que o seu polegar tinha a firmeza de um embondeiro pelo que só faltava optarmos se o admirávamos na tenda dele ou na minha.
Cleitinho
Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)
26 maio 2012
«conversa 1891» - bagaço amarelo
Eu - Não prestam?!
Ela - Não. Ou são uns atados que não desenvolvem, ou então são uns pimbalhaços que salivam quando vêem uma mulher.
Eu - O teu namorado pertence a qual das categorias?
Ela - O meu namorado é um grande homem, mas isso é porque tem por trás uma grande mulher. Todos os grandes homens têm por trás uma grande mulher.
Eu - És capaz de ter razão.
Ela - Pelo menos admites.
Eu - És capaz de ter razão porque, tanto quanto sei, desde que o conheço és a quarta namorada dele. Uma, pelo menos, deve ter sido uma grande mulher.
Ela - Ou mais do que uma.
Eu - Sim, talvez por trás dum grande homem haja sempre várias mulheres...
Ela - Vai-te foder!
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
25 maio 2012
Guerra dos sexos? Quero mesmo é que se foda!
Aqui há dias estive um bocado na
palheta com uma passarinha que por acaso estava num dia difícil e
por isso deixámo-nos entreter assim.
Percebi nesse diálogo que as
passarinhas também podem ser feministas, o que só lhes fica bem,
mas como sempre acontece nas convicções mais firmes por vezes
exagera-se na dose e a causa murcha.
Não terá sido o caso, pois a
passarinha em apreço não tolera a flacidez nas certezas.
Dizia ela que se sente muitas vezes
discriminada por tabela, por causa da coisa agarrada a ela que afirma
ser uma vítima de um sistema profundamente machista e que,
alegadamente, priva as fêmeas de direitos que nos são reconhecidos.
A nós pénis, bem entendido.
Confesso que nunca me apercebi desse
fenómeno, embora ela tenha chamado a minha atenção para uma outra
discriminação que até acontece entre as pilas (algumas ainda
trazem agarrados coisos sem alma de coisas), nomeadamente as pilas
pretas. Eu reagi de imediato, invocando a clara preferência de
milhões de passarinhas por uma pila escura, mas ela contrapôs com o
argumento de que residia aí o preconceito: pila preta tem que ser um
pilão. E isso deixa logo à partida as pilas pretas mais pequenas
num embaraço que nem consigo imaginar (fácil de perceberem
porquê...).
Num momento mais acalorado da nossa
troca de impressões ela até recorreu ao vernáculo de taberna para
chamar a minha atenção para o facto de as coisas e os coisos se
mandarem para o caralho, ponto, e em contrapartida mandarem-se sempre
para a cona de alguém, seja da prima, da tia ou da mãe, mas
invariavelmente para uma cona específica, apenas aquela, enquanto para o
caralho pode ser qualquer um a vestir a pele de destinatário daquela
encomenda.
Claro que eu tentei logo puxar a brasa
ao meu sardão e argumentei, nessa altura já completamente fora de
mim – estes desafios intelectuais arrebitam-me imenso, que isso só
provava o apreço dedicado às passarinhas ao ponto de as associar
sempre a uma cona da família, enquanto o caralho surge como um
estranho, uma incógnita sem qualquer particularidade que a defina.
Pode até ser para o caralho que te foda, um grau mais elevado do
insulto, que mantém-se na mesma a indefinição, a identidade e
paradeiro desconhecidos e por isso com boa hipótese de nunca se
encontrar esse caralho em concreto e extraviar-se uma retumbante
asneirada.
Mas a passarinha nem vacilou, apesar de
eu ter chamado a atenção dela até para o calibre dos piropos
dedicados às fêmeas da genitália, que lindo papo de cona, por
exemplo, enquanto a nós o melhor que se pode ouvir é que somos
grandes. Nem inteligentes nem bonitos, apenas grandes ou em
alternativa o drama de um silêncio ou a tragédia de uma gargalhada.
Nem assim ficou convencida, o que até
me serviu de pretexto para combinar na hora o segundo round daquele
estimulante combate de ideias.
Se possível para um dia mais propício
para aprofundá-las...
«Trocadalho do carrilho» - por Ferro
"Eu gosto de quem pode
De quem gosta de poder
De quem pode sempre que pode
E não se cansa de poder
Eu gosto muito de poder
Poder a todas as horas
De poder até querer
Sem entremeios nem demoras
Gostava de conhecer alguém
Que fosse assim como eu
E que só quisesse também
Poder até chegar ao céu"
Ferro
Blog «arte do Ferro»
[artista digital de arte erótica]
24 maio 2012
Postalinho de Coimbra, em verso
Entre o amor e a ternura, há sexos por saciar
Por ti vagueiam corpos, volteiam, cruzam-se e chocam
E há mil desejos à solta, mal eles enfim se tocam
Coimbra toda volteia, sobe e desce, sem parar
Toda ela serpenteia entre a noite e o luar
Há pressa de lua cheia e vontades de madrugada
Quando o talvez é sempre sim e o não é sempre nada
Coimbra toda respira, esse amor por entregar
Quando um olhar de safira penetra noutro olhar
Coimbra toda transpira, entre os lençóis da noite
E as marcas do amor marcam mais que um açoite
Coimbra tem à noite, janelas abertas à dor
E toda ela parece um cacto em forma de flor
Quando há desencontros e promessas por cumprir
É como um jardim de rosas, todas elas por florir
Coimbra tem à noite, cortinados de solidão
Quando a timidez prende a voz do coração
Coimbra então parece um labirinto sem fim
Onde de amor se padece, entre rosas e jasmim
Coimbra passa então a noite, em quarto minguante
Se uma guitarra toca, haja sempre alguém que cante
Guitarra toca baixinho, a dor que no peito trago
Em Coimbra à noitinha, fecho os olhos, vivo o fado."
António Ferrolho
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«Esboço 7» - António Ferrolho
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