Um sábado qualquer...
16 junho 2012
15 junho 2012
Mundo
Ele viu-a a caminhar lentamente como se tivesse esquecido para onde ia e
ficou logo impressionado. Gostou do que viu e do que sentiu. Sorriu.
Parou e ficou a vê-la seguir num passo lento mas certo, sem hesitações,
nem paragens, como se caminhasse no seu próprio mundo. Enquanto a viu,
ela caminhou sem olhar para onde quer que fosse e a cadência lenta com
que o fazia fê-lo pensar em alguém que mais do que procurar o caminho se
procura a si própria. Reforçou o sorriso pois já tinha bebido e achou
graça à ideia de ver uma mulher caminhar uns segundos e achar que ela ia
no seu mundo e, ao mesmo tempo, estava à procura de si (si ela, não
ele, esclareceu, ainda que tivesse mais graça, pensou, se ela andasse de
facto à sua procura, dele, não dela).
Também pode ir ter com alguém, conjecturou quando a viu desaparecer duas
esquinas mais à frente, mas se for não está como muita vontade. Mais
valia vir ter comigo. Riram-se (ele e o álcool).
Na dúvida se não a devia ter abordado, seguiu, ele sim perdido mas não
de si, do sítio para onde ir, e tornou a cruzar-se com ela. Andamos
perdidos nos mesmos caminhos, eu sabendo-o mas sem os saber, tu
sabendo-os mas sem o saber. Deixou-se de trocadilhos etílicos e
concentrou-se na esperança que ela fosse para o mesmo sítio que ele.
Forçava pensamentos positivos e seguia-a como se pudesse encaminha-la
para onde ia, ainda que não soubesse como lá chegar. Riu-se baixinho da
figura de idiota que estava a fazer e perdeu-a, enquanto se censurava
por não lhe pedir ajuda. Ela conhecia as ruas e ajudava-o a encontrar.
Ele queria conhece-la e ajudá-la a encontrar-se mas, quando se decidiu,
já não a via. Disse palavrões e entrou num bar, saiu. Não era ali.
Ligou o telemóvel e perguntou o nome do bar. Disse onde estava e seguiu
as instruções que lhe iam dando. Cruzou-se com ela e sorriu-lhe mas
seguiu as instruções que recebia e continuou. As ruas estreitas do
bairro histórico não estavam vazias e, além deles, havia mais gente em
trânsito. Achou que ela não o viu. Que ela nunca o viu.
Chegou. O bar estava cheio e a festa animada mas ficou na rua. Esperava
tornar a vê-la e decidira falar-lhe. Impreterivelmente. Bebeu e não
bebeu mais. Conversou e, por fim, entrou mas mesmo quando estava lá
dentro estava lá fora a palmilhar as ruas, a seguir uma gabardina
comprida, uns saltos altos vermelhos e uma estranha peruca berrante que
ela levava.
Nunca mais a tornou a ver mas gostava. Muito. Gostava de a ver e de lhe falar. De tornar a sentir o que sentiu quando a viu e de poder conhecer o seu mundo.
Nunca mais a tornou a ver mas gostava. Muito. Gostava de a ver e de lhe falar. De tornar a sentir o que sentiu quando a viu e de poder conhecer o seu mundo.
14 junho 2012
«A chucha na chota» - Patife
Patife
Blog «fode, fode, patife»
13 junho 2012
«conversa 1893» - bagaço amarelo
Eu - Que dúvidas?
Ele - Nem sei explicar bem, mas acho que gosto mais da minha mulher do que ela de mim.
Eu - Algumas mulheres são peritas em fazer-nos sentir isso mesmo.
Ele - Eu ontem disse-lhe, a ver se ela me dava um sinal qualquer de que gosta de mim, que não me sinto bem na relação por causa disso. Ainda fiquei pior.
Eu - Ficaste pior porquê?
Ele- Ela respondeu-me que provavelmente é verdade, que eu gosto mais dela do que ela de mim.
Eu - Ela disse isso?
Ele - Disse... o que é que achas que eu faça? Eu acho que só posso tentar gostar menos dela, mas quanto mais tento gostar menos dela, mais gosto.
Eu - Ser homem é fodido...
Ele - Pois é...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Subscrever:
Mensagens (Atom)