05 julho 2012

«Pinar para outra freguesia» - Patife

Os meus objectivos passavam por ter um fim-de-semana descansado. Mas acabei por ter um fim-de-semana descascado. A pila dá muitas voltas mas acaba sempre por voltar ao mesmo: Enfiada numa gaja possessa da pachacha qualquer que grita e geme muito mais do que lhe seria exigido. Mas este fim-de-semana pensei que ia ser um sossego. Fui ajudar uma tia-avó a levar uma série de materiais e donativos a um convento de freiras. Assim que entro vejo uma freira com uma cara que fazia adivinhar um regabofe de pinocada. Uma loba vestida de cordeiro. Uma devassa vestida de santa. Eu nestas coisas não me engano e vi logo que debaixo daquele ar angelical estava uma fodilhona de primeira água e não resisti a tentá-la. Na verdade sinto que estou a fazer um favor a Deus ao testar as convicções das suas discípulas. Há uma constante neste duelo Patife-Deus: Nunca perdi. Mas como esta devota era freira achei por bem não pôr o carro à frente dos bois, apesar de normalmente meter o nabo à frente das vacas. Rapidamente consegui ficar a sós com ela e, obviamente, não resistiu aos meus avanços. Mas como era freira e tinha os seus princípios só aceitava foder na posição de missionário. Por isso fui pinar para outra freguesia.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Água

Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.

Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho

Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber às fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.

Bocage






























blogue A Pérola

Choque eléctrico


04 julho 2012

A posta construída em betão desarmado


Isto de a pessoa ser pai é um processo de construção. Um gajo vai construindo os alicerces enquanto aguarda a hora agá, pedra a pedra, numa mentalização prévia dos requisitos a que se obriga para o cabal cumprimento da função, sem fazer ideia do que o espera.
Depois eles nascem e a pessoa já tem uma porta aberta, construída para os acolher, e vai erguendo à pressa as mais sólidas paredes para proteger a criatura pequena e indefesa que ocupa todo o horizonte, todo o espaço existente em nós mais aquele que for preciso arranjar.
E depois o telhado, improvisado à medida das possibilidades, coberto com os materiais que a conjuntura disponibiliza, telhas boas aqui, remendos de madeira mais além, para impedir que nem do céu possam surgir as ameaças exteriores à redoma à prova de bala que tentamos em vão impor em redor do centro absoluto da nossa atenção.
Mas um dia eles começam a falar e depois provam que sabem pensar e chega a hora de nós, pais em construção, providenciarmos as janelas.
E é aí que no horizonte coberto das cores garridas de um mundo perfeito de fantasia em que os tentamos manter até para lá do razoável começam a surgir os remendos incolor, pintados pelo nosso pequeno grande amor a partir da paleta das suas interrogações e da sabedoria que nos escapa, adquirida lá fora ou a partir da dedução permitida pela inteligência em desenvolvimento acelerado.
As janelas que abrimos de par em par aos nossos filhos são sempre enormes, panorâmicas, aos olhos de quem as constrói reprimindo a tentação do gradeamento ou de qualquer outra forma de impedir que um filho possa cair enquanto espreita as vistas que partilhamos para ajudá-lo a perceber melhor o caminho que irá percorrer depois. Vistas de curto alcance, claro, um passo de cada vez para evitar os tropeções, e o filho a tentar espreitar pelo óculo que disponibilizamos de facto em vez da janela que se abre à nossa imaginação e nós, os pais em construção, a falar das coisas da vida, tijolo a tijolo mais o revestimento a azulejo para essas revelações soarem mais bonitas, para parecerem melhores do que são.
E nós, construtores em construção, muito liberais, somos apanhados desprevenidos com o trabalho de grupo na escola acerca de contraceptivos e com uma simples e prática questão lançada sem malícia no meio do nosso discurso encurralado no tempo das abelhinhas e das flores:

- Ó pai, para que é que há preservativos com diferentes sabores? 

«...da deterioração do Amor» - bagaço amarelo

Tenho um amigo que é obcecado por números. Quando digo que ele é obcecado por números, digo-o sem qualquer tipo de reserva. Tudo aquilo que ele sente, vê, ouve ou diz tem que estar relacionado com uma lógica numérica qualquer. Por exemplo, sempre que anda de autocarro anota num caderninho a matrícula do mesmo e o número do lugar em que se senta. De vez em quando faz as contas e passa a saber exactamente quantas vezes andou em cada veículo e em que lugar. Diz ele que o faz para ter uma noção mais real do que está a ser esta sua passagem pela vida.
Por princípio, poderia ser considerado um amigo nerd e insuportável, mas não é. É alguém que eu adoro visitar de vez em quando para ter daquelas conversas, sempre regadas com algum uísque, que se estendem pela noite dentro. Também gosto de o receber, e se me conseguir esquecer que ele sabe exactamente quantos degraus precisa de subir para chegar a minha casa, conseguimos ter conversas normais.
Noutro dia fui eu visitá-lo, e depois dele me dizer quantas vezes em média eu limpo os sapatos no tapete da entrada, sentámo-nos e ele serviu-me o primeiro de seis copos de uísque Bushmills (segundo ele, é essa a média de uísques que bebemos por cada noite destas). A partir daí, ficámos na conversa até às cinco da manhã e, suponho eu, ultrapassámos em muito a média do álcool ingerido. Todas as nossas conversas são, pelo menos a meu ver, interessantes precisamente por isso. Eu falo das coisas numa perspectiva sempre mais solta, ele sempre preso à sua lógica sequencial ou estatística.
A ele, durante estes mais de dez anos em que nos tornámos amigos, só lhe conheci uma namorada. Ele gostava tanto dela que passou a comprar cadernos de capa dura para registar tudo o que considerava importante, penso eu que para que esses registos durassem mais. Um dia a namorada nunca mais apareceu e ele nunca me explicou porquê. Abanava os ombros cada vez que eu lhe perguntava e rapidamente mudava de assunto.
Dei o primeiro gole e ele perguntou-me porque é que eu estava triste. Abanei os ombros e disse-lhe que a minha namorada me tinha dito que precisava de algum tempo para pensar na nossa relação e que, acabada de chegar de férias, nem sequer ainda me tinha vindo ver. Disse-lhe que o mais horrível de tudo era esta urgência que eu tinha de estar com ela e que ela, nitidamente, não tinha de estar comigo. Olhei-o de frente e ele sorriu, como se me percebesse e finalmente, com esse olhar, me estivesse a explicar o que lhe tinha acontecido a ele.
Vi-o levantar-se e voltar com um desse caderninhos de capa dura dos tempos em que tinha namorada. Na capa, com uma esferográfica azul, tinha escrito "...da deterioração do Amor". Abriu-o com muita calma e explicou-me que entre o princípio e o fim da sua relação, o número de beijos que a namorada lhe dava por sua iniciativa desceu de vinte e dois por dia para apenas três, o número de vezes que ela lhe dava a mão na rua desceu de cem por cento para apenas dois por cento. Olhou-me nos olhos para tentar perceber a minha reacção, mas eu ouvia-o impávido e sereno, sem esboçar fosse o que fosse. Por fim, disse ele, o número de vezes que tinham sexo desceu de seis vezes por semana para uma vez de duas em duas semanas.
Bebi tudo o que restava no meu copo de uísque e eu próprio me servi de outro, sem o servir a ele porque ainda tinha o copo cheio. Perguntei-lhe se tinha sido ele a acabar com ele ou se tinha sido ela, só para ver se ele, finalmente, abria um pouco o véu que cobria o fim da sua relação. Abanou os ombros e respondeu-me que, desde então, abana os ombros cerca de três vezes por dia, ou seja, sempre que alguém lhe fala de Amor.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Não vá o diabo tecê-las, que de tão perto se faça longe…

À semelhança de tudo mais, a forma de cada um fazer sexo reflecte a forma de ser de cada um, as suas características, que são também as que definem a sua atitude perante a vida, de onde, uma determinada atitude perante a vida, reflicta igualmente uma atitude perante o sexo. Se a pessoa for generosa, será generosa no sexo, se for egoísta, será egoísta no sexo, se for criativa, será criativa no sexo (se não for, não será), se for inteligente, será inteligente no sexo, se não for inteligente, não será inteligente no sexo, se for calculista, será calculista no sexo, se for paciente, será paciente no sexo, se for persistente, será persistente no sexo, se for violenta, será violenta no sexo, se for rude, será rude no sexo, se for delicada, será delicada no sexo, se for materialista, será materialista no sexo, se for honesta, será honesta no sexo, se for sincera, será sincera no sexo, se for mentirosa, será mentirosa no sexo, se for humilde, será humilde no sexo, se for arrogante, será arrogante no sexo, etc., etc., etc…. Se tiver sentido estético e ético, também no sexo o terá… não cai do céu aos trambolhões, nem se evapora… Aquilo que cada um seja (ou não seja), no sexo também o será (ou não será).

Bem sei que isto é um lugar comum… mas não vá alguém andar distraído…

Um ovo de Colombo!



Overdose homeopática - Marco Oliveira

03 julho 2012

A Música

Gostava de ser música, só isso.
Uma nota só, um sol, um dó ou um si bemol.
Guitarra ou piano tanto fazia, saxofone, melodia, distorção com mel ou limão.
Uma nota fecundada ao ritmo dos flancos, das coxas rasgada.
Uma nota franca, transparente, que fizesse tossir de encanto, por vezes de espanto.
E claro, com muita sensibilidade e alguma verdade.

Não é pedir muito.

ovo.cósmico
alogicasubjacente.blogspot.pt

Eva portuguesa - «Uma grande Mulher»

Ontem tive o enorme prazer e honra de verdadeiramente conhecer uma mulher excepcional, a que dá vida a uma colega minha.
Esta menina/mulher é um exemplo de coragem, força, sobrevivência, luta e sofrimento...
Ao pé dela sinto-me pequena e mesquinha, pois nenhum dos meus problemas se compara ao sofrimento por que esta mulher já passou... qualquer triste história que tenham ouvido, nada é quando comparada com a dela...
Esta mulher é uma fénix, que morreu e renasceu das suas próprias cinzas, fez do seu sofrimento um motor de luta, transformou as suas lágrimas em sorrisos.
Fez agora os 30 mas a sua cara parece a de uma colegial; os seus olhos não denotam nenhuma amargura; a sua bondade não deixa adivinhar o mal que já lhe fizeram; a sua postura calma em nada denuncia os tormentos que já viveu...
É uma Senhora, com cultura, educação; sabe estar, é divertida e é uma mãe extremosa.
E, através da sua história, consegui absorver mais o quanto as aparências iludem...
De origem Africana, foi vendida quando recém nascida, trocada por meia dúzia de moedas...
Foi violada, abusada e espancada...
Desses abusos resultou uma gravidez aos 13 anos que a sua mãe adoptiva obrigou a interromper. Essa situação foi tratada por uma carniceira que a deixou com dores monstruosas, uma anemia para a vida e o bebé ficou lá à mesma. Após 15 dias de sangramentos abundantes e dores alucinantes, numa ida à casa de banho, esta fénix sente sair aquilo que viu serem dois fetos já formados... Para além da brutalidade psicológica desta situação, houve o perigo de vida; mas mesmo assim foi-lhe negado acesso a cuidados médicos. A recuperação física foi lenta e dolorosa, mas a psicológica... essa só se fez anos mais tarde...
Esta menina/mulher juntou-se a pessoas que não seriam a melhor das companhias e, aos 15 anos, engravidou de um bebé que hoje é um excelente rapaz, gravidez essa que ela escondeu até não poder mais, para a criança não ir parar ao lixo como aconteceu com os anteriores. Juntou-se ao pai da criança e juntos iniciaram aquilo que poderia ter sido uma bonita família... mas que não foi... sofreu novos abusos, novos maus tratos, viu-se envolvida em negócios ilícitos e acabou por ser presa aos 19 anos.
Durante 7 anos, não pôde acompanhar o crescimento do seu rebento, que foi entregue aos avós. Além de que perdeu tudo aquilo que tinha.
Com 26 anos, um filho, sem nada, nem emprego, nem estudos e ex-presidiária, esta mulher agora renascida decidiu que daria ao seu filho o melhor que poderia e tornou-se acompanhante...
E para mim é uma honra e um privilégio conhecer este ser humano maravilhoso... este exemplo de vida e força... esta mãe coragem.
Só por ela já valeu a pena ter entrado na "putaria"!...
Obrigada,minha amiga!


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Alô cancro, alô!

Já todos terão ouvido falar dos célebres casos das mamografias por satélite, ocorridos em Loures e São Bartolomeu de Messines, em 2001 e 2002 respectivamente, nos quais, alguém que se fez passar por médica, convenceu por telefone várias senhoras a colocarem-se à janela, com as maminhas ao léu, no sentido de serem radiofotografadas por um satélite para determinar se padeciam ou não de cancro da mama. 

A primeira página do Terras da Beira, um semanário guardense do qual guardo bastas memórias, deu a conhecer agora mais um caso semelhante, desta vez ocorrido na Guarda, no qual cerca de 60 mulheres terão sido convencidas por telefone a fotografar as suas zonas pudendas, sob o pretexto de que padeciam de cancro e estas serem necessárias para análise, enviando depois o registo fotográfico para o sinistro autor dos telefonemas.

Sinceramente, não consigo perceber como é que alguém cai numa esparrela semelhante. Eu é que não caio nessa. Sempre que alguém me telefona pedindo fotografias reveladoras da minha anatomia, com o intuito de realizar uma mamografia, digo logo que não e desligo. O que não vale um indivíduo estar atento às notícias...!

Pega de porta articulada, em bronze

Pequena pega de porta ou de gaveta, com um pénis que encaixa numa vagina ou se desencaixa e levanta.
Uma aquisição fresquinha para a minha colecção.






A cruzada de Cruise




HenriCartoon