07 julho 2012

Comentários de dois visitantes da minha colecção

"Coleccionismo ao nível do que me deste oportunidade de apreciar, só está ao alcance de alguém entendedor da temática (que é óptima) que tenha gosto, conhecimento, paciência e capacidade.
Trata-se de um colecção ecléctica e assente numa coleccionadora exímia que também é uma óptima 'cicerone'.
A colecção não é só o que está, é também o que está para vir. Ideias, projecto e vontade não faltam à São Rosas.
Já visitei uma colecção sobre o tema em Barcelona e, face ao material, ao distanciamento com o visitante e à frieza perante um tema que se pretende bem quentinho, em nada me pareceu melhor que a da São Rosas.
Assim, se tiverem oportunidade e a São Rosas mantiver a disponibilidade, não percam esta visita bem guiada.
Que Príapo e Eros Vos espevitem as almas, pois a ajuda deles é mais que meia farmácia.
M. Nobre"


"Eu, que me tenho por um céptico encartado mas não empedernido, fiquei de cara escancarada.
Só quando cheguei a casa é que o resto da família se acercou de mim, coitadinhos, com pena do facto de ainda não a ter fechado e continuar a ter dificuldades para fechar a boca.
Verdade. No domingo de manhã tive uma belíssima aventura, através da inteligência da nossa amiga São Rosas.
De facto a colecção não parece ter nada do que é fácil encontrar: objectos de sex-shop, coisas explicitamente badalhocas, em 3D ou em outras DDs, boçalidades da cultura 'prapular', etc.
Enfim, nada daquilo que o Extraordinário M. dizia um ano destes em Aveiro para a São Rosas: "Oh pá, ouvi dizer que tens agora um interesse especial por pichotas". Recomenda-se a sua visualização a maiores de idade, não pela javardice mas porque são formas inteligentes de conduzir a atenção para objectos ou cenas através da combinação de outros signos.
Tantos objectos vimos que nos focámos em alguns detalhes e isso deu para perceber o grande interesse daquele acervo: é uma coleção particular. Tem um gosto, uma direcção e um bom senso associados.
O que vimos foram várias formas da curiosidade humana, várias maneiras de tornar visível o que, por algumas bandas do mundo cultural, se pretende estar escondido, porque é intimo, e sobretudo objetos de muita risota, porque são múltiplas as formas de provocar a diversão: ou são inteligentes na sua concepção, ou são anedóticas, ou são pura e simplesmente bem feitas, porque simples e eficazes no que querem transmitir. O grande interesse é que tudo isto foi escolhido, tem uma mão (porventura nem sempre a mesma, porque provocaria calosidades e outras maleitas), tem uma inteligência que lhe dá sentido de humor e também, entende-se das entrelinhas, ali está muito dinheiro empatado na compra e na encomenda dos objectos.
Fomos uns felizardos porque nos foi dada a hipótese, no domingo, de ficarmos de boca aberta.
Tanto que ainda agora (passado todo este lapso de tempo) me doem as dobradiças dos maxilares.
Bem Hajas, São Rosas.
Os outros não sabem o que estão a perder.
AJCS"

Um sábado qualquer... - «Criações»



Um sábado qualquer...

06 julho 2012

Richard Kern - ainda há profissões... interessantes



Via Sweetlicious

amor clandestino

– Não te estou a perceber, Marcela… Mas queres exactamente, o quê?
– Eu quero que você não nos esconda.
– Escondo-nos? Eu?!... Eu escondo-nos de quem?
– Nem sei. Se soubesse, provavelmente, nem lhe estava dizendo nada.
– Mas porque é que dizes que nos escondo?... Não estou a perceber.
– Eu conheço sua família?
– Já te disse que eles não moram cá…
– E seus amigos, também não moram cá?
– Mas tu conheces os meus amigos.
– Conheço, André?!... Conheço quem?!
– Conheces, Marcela, conheces o…
– Só conheço o Paiva.
– E o Couceiro.
– Sim, só conheço o Paiva e o Couceiro. Como se conhecesse a praça.
– Qual praça?
– E os outros?
– Quais outros?
– Os outros seus amigos.
– Os meus amigos são o…
– Não me diga. Seus amigos são o Paiva Couceiro.
– Sim, são, o Paiva e o Couceiro.
– E mais, você acha mesmo que eu acredito que eles se chamam isso?
– Desculpa?
– E não tem mais amigos?
– Com quem me dê assim, não. Além do mais eu também não conheço a tua família.
– Minha família está no Brasil, André.
– Nem as tuas amigas.
– Conhece a Daniela, a Margarida, a Filipa, a Adriana, a...
– A Daniela, a Filipa e a Adriana não contam.
– Porque não?
– São portuguesas.
– Ai é?! Não contam?...  Então eu amanhã lhe vou apresentar a… a Dilma e a Giselle.

Fruta 91 - O tesouro sempre à mão

Sexo casual





Meninas WTF

05 julho 2012

The Aikiu - «Pieces of gold»

Pornografia transformada em música

«Pinar para outra freguesia» - Patife

Os meus objectivos passavam por ter um fim-de-semana descansado. Mas acabei por ter um fim-de-semana descascado. A pila dá muitas voltas mas acaba sempre por voltar ao mesmo: Enfiada numa gaja possessa da pachacha qualquer que grita e geme muito mais do que lhe seria exigido. Mas este fim-de-semana pensei que ia ser um sossego. Fui ajudar uma tia-avó a levar uma série de materiais e donativos a um convento de freiras. Assim que entro vejo uma freira com uma cara que fazia adivinhar um regabofe de pinocada. Uma loba vestida de cordeiro. Uma devassa vestida de santa. Eu nestas coisas não me engano e vi logo que debaixo daquele ar angelical estava uma fodilhona de primeira água e não resisti a tentá-la. Na verdade sinto que estou a fazer um favor a Deus ao testar as convicções das suas discípulas. Há uma constante neste duelo Patife-Deus: Nunca perdi. Mas como esta devota era freira achei por bem não pôr o carro à frente dos bois, apesar de normalmente meter o nabo à frente das vacas. Rapidamente consegui ficar a sós com ela e, obviamente, não resistiu aos meus avanços. Mas como era freira e tinha os seus princípios só aceitava foder na posição de missionário. Por isso fui pinar para outra freguesia.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Água

Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.

Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho

Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber às fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.

Bocage






























blogue A Pérola

Choque eléctrico


04 julho 2012

A posta construída em betão desarmado


Isto de a pessoa ser pai é um processo de construção. Um gajo vai construindo os alicerces enquanto aguarda a hora agá, pedra a pedra, numa mentalização prévia dos requisitos a que se obriga para o cabal cumprimento da função, sem fazer ideia do que o espera.
Depois eles nascem e a pessoa já tem uma porta aberta, construída para os acolher, e vai erguendo à pressa as mais sólidas paredes para proteger a criatura pequena e indefesa que ocupa todo o horizonte, todo o espaço existente em nós mais aquele que for preciso arranjar.
E depois o telhado, improvisado à medida das possibilidades, coberto com os materiais que a conjuntura disponibiliza, telhas boas aqui, remendos de madeira mais além, para impedir que nem do céu possam surgir as ameaças exteriores à redoma à prova de bala que tentamos em vão impor em redor do centro absoluto da nossa atenção.
Mas um dia eles começam a falar e depois provam que sabem pensar e chega a hora de nós, pais em construção, providenciarmos as janelas.
E é aí que no horizonte coberto das cores garridas de um mundo perfeito de fantasia em que os tentamos manter até para lá do razoável começam a surgir os remendos incolor, pintados pelo nosso pequeno grande amor a partir da paleta das suas interrogações e da sabedoria que nos escapa, adquirida lá fora ou a partir da dedução permitida pela inteligência em desenvolvimento acelerado.
As janelas que abrimos de par em par aos nossos filhos são sempre enormes, panorâmicas, aos olhos de quem as constrói reprimindo a tentação do gradeamento ou de qualquer outra forma de impedir que um filho possa cair enquanto espreita as vistas que partilhamos para ajudá-lo a perceber melhor o caminho que irá percorrer depois. Vistas de curto alcance, claro, um passo de cada vez para evitar os tropeções, e o filho a tentar espreitar pelo óculo que disponibilizamos de facto em vez da janela que se abre à nossa imaginação e nós, os pais em construção, a falar das coisas da vida, tijolo a tijolo mais o revestimento a azulejo para essas revelações soarem mais bonitas, para parecerem melhores do que são.
E nós, construtores em construção, muito liberais, somos apanhados desprevenidos com o trabalho de grupo na escola acerca de contraceptivos e com uma simples e prática questão lançada sem malícia no meio do nosso discurso encurralado no tempo das abelhinhas e das flores:

- Ó pai, para que é que há preservativos com diferentes sabores? 

«...da deterioração do Amor» - bagaço amarelo

Tenho um amigo que é obcecado por números. Quando digo que ele é obcecado por números, digo-o sem qualquer tipo de reserva. Tudo aquilo que ele sente, vê, ouve ou diz tem que estar relacionado com uma lógica numérica qualquer. Por exemplo, sempre que anda de autocarro anota num caderninho a matrícula do mesmo e o número do lugar em que se senta. De vez em quando faz as contas e passa a saber exactamente quantas vezes andou em cada veículo e em que lugar. Diz ele que o faz para ter uma noção mais real do que está a ser esta sua passagem pela vida.
Por princípio, poderia ser considerado um amigo nerd e insuportável, mas não é. É alguém que eu adoro visitar de vez em quando para ter daquelas conversas, sempre regadas com algum uísque, que se estendem pela noite dentro. Também gosto de o receber, e se me conseguir esquecer que ele sabe exactamente quantos degraus precisa de subir para chegar a minha casa, conseguimos ter conversas normais.
Noutro dia fui eu visitá-lo, e depois dele me dizer quantas vezes em média eu limpo os sapatos no tapete da entrada, sentámo-nos e ele serviu-me o primeiro de seis copos de uísque Bushmills (segundo ele, é essa a média de uísques que bebemos por cada noite destas). A partir daí, ficámos na conversa até às cinco da manhã e, suponho eu, ultrapassámos em muito a média do álcool ingerido. Todas as nossas conversas são, pelo menos a meu ver, interessantes precisamente por isso. Eu falo das coisas numa perspectiva sempre mais solta, ele sempre preso à sua lógica sequencial ou estatística.
A ele, durante estes mais de dez anos em que nos tornámos amigos, só lhe conheci uma namorada. Ele gostava tanto dela que passou a comprar cadernos de capa dura para registar tudo o que considerava importante, penso eu que para que esses registos durassem mais. Um dia a namorada nunca mais apareceu e ele nunca me explicou porquê. Abanava os ombros cada vez que eu lhe perguntava e rapidamente mudava de assunto.
Dei o primeiro gole e ele perguntou-me porque é que eu estava triste. Abanei os ombros e disse-lhe que a minha namorada me tinha dito que precisava de algum tempo para pensar na nossa relação e que, acabada de chegar de férias, nem sequer ainda me tinha vindo ver. Disse-lhe que o mais horrível de tudo era esta urgência que eu tinha de estar com ela e que ela, nitidamente, não tinha de estar comigo. Olhei-o de frente e ele sorriu, como se me percebesse e finalmente, com esse olhar, me estivesse a explicar o que lhe tinha acontecido a ele.
Vi-o levantar-se e voltar com um desse caderninhos de capa dura dos tempos em que tinha namorada. Na capa, com uma esferográfica azul, tinha escrito "...da deterioração do Amor". Abriu-o com muita calma e explicou-me que entre o princípio e o fim da sua relação, o número de beijos que a namorada lhe dava por sua iniciativa desceu de vinte e dois por dia para apenas três, o número de vezes que ela lhe dava a mão na rua desceu de cem por cento para apenas dois por cento. Olhou-me nos olhos para tentar perceber a minha reacção, mas eu ouvia-o impávido e sereno, sem esboçar fosse o que fosse. Por fim, disse ele, o número de vezes que tinham sexo desceu de seis vezes por semana para uma vez de duas em duas semanas.
Bebi tudo o que restava no meu copo de uísque e eu próprio me servi de outro, sem o servir a ele porque ainda tinha o copo cheio. Perguntei-lhe se tinha sido ele a acabar com ele ou se tinha sido ela, só para ver se ele, finalmente, abria um pouco o véu que cobria o fim da sua relação. Abanou os ombros e respondeu-me que, desde então, abana os ombros cerca de três vezes por dia, ou seja, sempre que alguém lhe fala de Amor.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Não vá o diabo tecê-las, que de tão perto se faça longe…

À semelhança de tudo mais, a forma de cada um fazer sexo reflecte a forma de ser de cada um, as suas características, que são também as que definem a sua atitude perante a vida, de onde, uma determinada atitude perante a vida, reflicta igualmente uma atitude perante o sexo. Se a pessoa for generosa, será generosa no sexo, se for egoísta, será egoísta no sexo, se for criativa, será criativa no sexo (se não for, não será), se for inteligente, será inteligente no sexo, se não for inteligente, não será inteligente no sexo, se for calculista, será calculista no sexo, se for paciente, será paciente no sexo, se for persistente, será persistente no sexo, se for violenta, será violenta no sexo, se for rude, será rude no sexo, se for delicada, será delicada no sexo, se for materialista, será materialista no sexo, se for honesta, será honesta no sexo, se for sincera, será sincera no sexo, se for mentirosa, será mentirosa no sexo, se for humilde, será humilde no sexo, se for arrogante, será arrogante no sexo, etc., etc., etc…. Se tiver sentido estético e ético, também no sexo o terá… não cai do céu aos trambolhões, nem se evapora… Aquilo que cada um seja (ou não seja), no sexo também o será (ou não será).

Bem sei que isto é um lugar comum… mas não vá alguém andar distraído…