10 setembro 2012

As estantes das livrarias estão vazias de erotismo

     Para aqueles que gostam de literatura erótica é um pouco complicado buscar por uma leitura do erotismo nas livrarias. Se não temos já em mãos o livro que buscamos, como encontrarmos algo que ainda desconhecemos?
     Nas estantes dividem as obras por Literatura Estrangeira, Literatura Nacional, Literatura Juvenil e Infanto-Juvenil. Mas não há uma "Literatura Adulta" (prefiro que chamem de literatura erótica). Mas não creio que seja por desorganização dos livreiros. Muito mais provável é a tese de que ainda não há um público bem formado para este tipo de leitura. Digo isto porque tive algumas experiências que mostraram que as pessoas ainda se sentem incomodadas com o assunto sexo. Parece que só é permissível falar de sacanagem quando estamos trancados no quarto, ou no bar com os amigos, ou nos programas de humor. Em outro ambiente as pessoas se demonstram reprimidas. Nos lançamentos do meu livro na Erotika Fair 2012 e Bienal do Livro (ambos em São Paulo) percebi que o público se envergonhava ao ler "Coma de 4", título do meu livro. Mesmo numa feira erótica homens e mulheres se encolhiam e saiam de fininho quando chamados a conhecer o trabalho. Na Bienal do Livro foi ainda pior, quando percebiam que foram flagradas expiando a capa do livro, desviavam os olhares para o nada, e então saiam.
     O público não busca apenas auto-ajuda. O público também quer erotismo, apenas tem vergonha, vergonha de ser visto lendo um livro erótico, por um amigo, familiar e até mesmo por desconhecidos. O moralismo é ainda muito forte em nossa sociedade. E para que a literatura erótica seja lida ela precisa ser difundida e estimulada. Acredito que é isto que falta para que nas livrarias surja uma estante só para o gênero.



Obscenatório

«porreiro, pá!» - bagaço amarelo

Em Portugal somos todos uns porreiros. Aliás, acho que o adjectivo "porreiro" e todo o seu alcance semântico deviam ser património nacional. Neste país crescemos a aprender que somos todos porreiros independentemente daquilo que verdadeiramente somos.
O único senão da coisa é que ser porreiro é muito pouco, principalmente quando comparado com a importância que se lhe quer dar. Ser porreiro, em abono da verdade, não é muito mais do que conseguir manter uma conversa de café sem dar um tiro no interlocutor. Conhece-se alguém à mesa do café, enquanto se bebe uma cerveja gelada e se fala de futebol, e pronto, já está: mais uma pessoa porreira que se conheceu.
É isso que é o porreirismo nacional, uma forma de esconder o que verdadeiramente somos. Qualquer sacana cobardolas que bate na mulher em casa, a tortura física e psicologicamente, se quiser passar da besta que verdadeiramente é a um gajo porreiro em menos de cinco minutos, só tem que ir ao café beber um copo com um amigo e já está. Entra uma besta e sai de lá um gajo porreiro.
As reacções à violência doméstica, aliás, não passam muito do espanto porreirinho. Afinal de contas ele até é um gajo porreiro, portanto ela deve ter feito alguma coisa. Talvez por isso haja cada vez mais gajos porreiros a agredir as mulheres em Portugal. Aliás, já há tantos que em menos de vinte e quatro horas foram assassinadas três. Duas a tiro, em Boticas e em Gaia, outra estrangulada em Olhão.
A Polícia de Segurança Pública tem, na sua página oficial, um aviso sobre violência doméstica que assume a forma de pedido, porque estamos a falar de um crime público e que portanto depende da queixa de qualquer cidadão. Não apenas da vítima. Se os cidadãos não se queixarem, a polícia fica de mãos atadas. Eu queixo-me. Para acabar com o nacional porreirismo.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Os japoneses lembram-se de cada cena...



Via fecskelaszlo

Google, seu desgraçado!

A culpa da procrastinação é toda dele.



Boa pergunta, Google, boa pergunta.

Capinaremos.com

09 setembro 2012

Vida há só uma



HenriCartoon

Naturismo - antes de mais, um estado de espírito


Le naturisme, un état d'esprit avant tout... por LCM

Teoria dos Três Cês


Oh Senhor Doutor, receite-me Prozac ou Xanax ou outra coisa qualquer, mas eu quero parar de sonhar com ele.

Acordo a meio da noite como se o odor dele guiasse a minha mão para descobrir os seus caracóis e um pénis que se avoluma para lá dos meus dedos e torna tão real a sensação das suas mãos dedilhando os meus mamilos. Aquela barba, crespa e negra, sorrindo de forma cúmplice, catapulta-me para as piadas diariamente trocadas entre cada vinte e cinco palavras escritas. E Senhor Doutor, até adivinho um pneuzito sob a camisola de malha grossa por onde me apetece escorregar a língua em linha recta, do umbigo até à nascente dos testículos. Imagem a imagem passam tantos emails trocados à razão de um humor comum, no intervalo de cada artigo. E depois surge o seu corpo todo, cara, pescoço, mamilos, braços, pernas e pés como um polvo colando as suas ventosas em todos os poros excitáveis de mim para acabar a deleitar-me nas metáforas usadas nos poemas que me mostrou junto à máquina de café. Pudesse eu saborear a fusão da sua glande a tocar o meu útero, contraindo ritmicamente as paredes de mim e certamente Senhor Doutor, não estaria aqui a suplicar-lhe químicos.

Pois é, Senhor Doutor, porque como praticante de solidariedade feminina, só me resta reconhecer, como dizemos entre amigas, que está tudo na Teoria dos Três Cês: os homens interessantes ou são casados ou comprometidos ou concorrentes.

Cauê



Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)

08 setembro 2012

A amante caprichosa

Como eu sempre digo,
nem tudo o que nos fode é erótico!



HenriCartoon

Homens, aprendam a construir um painel curvo para estúdio fotográfico

«coisas que fascinam (145)» - bagaço amarelo

a galope

O símbolo dos correios era (acho que ainda é) um homem a cavalo com uma corneta. Fazia jus às cartas de Amor que se escreviam. Entre Aveiro e Setúbal, por exemplo, eram dois dias a cavalgar para lá e dois dias a cavalgar para cá. Escrevia-se uma carta e, quando se estava mais ansioso, escrevia-se outra ainda antes de ter recebido a resposta da anterior. Eram cartas que levavam tudo de quem as escrevia. Suores, nervos, medos e sobretudo saudade. Não admira que o cavaleiro fosse a abrir caminho e levasse uma corneta para anunciar a sua chegada.
As cartas de Amor encolheram-se com o tempo. Ficaram reduzidas a mensagens de telemóvel ou emails escritos à hora do almoço, naqueles dias em que se fica a comer uma sanduíche em frente ao computador do escritório. É uma pena. Uma carta de Amor era um investimento total numa paixão que se tinha, um sms é uma espécie de aposta no casino. Se der deu, se não der não deu. Gastou-se a moeda.
Eu decidi montar um cavalo e galopar de novo. Há uns dias, durante umas arrumações lá em casa, a Raquel mostrou-me uma pilha de cartas de Amor que recebeu durante a vida. Não as li, mas gostei de as ver ali arrumadinhas numa caixa colorida, como se alguém as tivesse deitado e ajustado o lençol para que dormissem bem. Não é possível guardar assim um email. Mesmo que se imprima, falta-lhe o cheiro, a cor, o nervo, a vida.
A galope, portanto.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Querem melhor imagem promocional para preservativos?

Com argumentos assim, até se põem preservativos às camadas!
Uma ideia genial, nesta caixinha que tive que comprar... para a minha colecção.


Um sábado qualquer... - «Explicações»



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Um sábado qualquer...