30 novembro 2012

Postalinho automóvel

"Só com um Renault se pode fazer isto!"
Lourencinho


Quem não quer morrer num caixão desses?


A empresa polonesa Lindner vem com uma proposta ousada para vender seus caixões: um calendário sexy. A foto acima é de um dos meses do calendário. É bem possível que muita gente morra antes da hora.

Obscenatório
http://obscenatorio.wordpress.com/

Incendiários



Tudo o que resta são cinzas
que serpenteiam nas encostas das montanhas,
outrora verdejantes e abrigo de lobos e raposas...
Copas e ramos que escondiam ninhos de cucos e perdizes
são apenas fotografias do que o fogo já consumiu,
memórias esmagadas pelo horizonte queimado
e a cortina de fumo que nos enclausura
numa terra sem estrelas e lua.

Aqui as fontes secaram,
mas as lágrimas vão escorrendo lentamente lá em cima,
pelas encostas cada vez menos geladas da Gronelândia,
empurrando o mar que vai engolindo o cimento do litoral,
tomando de assalto o espaço roubado à Vida Natural!

Parecemos suicidas,
porque insistimos em destruir a nossa casa...
Ou seremos loucos masoquistas
que se regozijam com o sofrimento da incerteza?

Lua Cósmica
http://luacosmica.blogspot.pt/

Naturismo... natural... natureza...



Via Special Nudes

29 novembro 2012

Elevador


Jean François Gaté

[...] Às vezes pasmo, Melanie, com a exactidão com que estes momentos me vêm à memória. Estou a ver o elevador, é como se tivesse sido ontem. O portão de grades trabalhadas em cobre, o guarda-vento de vidros foscos com umas flores lavradas que pareciam jarros do oriente. E os espelhos aos lados? E o banquinho de veludo na parede do fundo, tão virginal, tão romântico? Oh, era uma cestinha de arcanjos, aquele elevador, todo em ouros e brancos esmaltados. Mas o inesquecível era a máscara do diabo que havia no tecto a olhar cá para baixo! Assustava e enternecia. Tinha uns corninhos de fauno, saídos do conjunto da figura que era em relevo dourado e com uma mascarilha vermelha. Tantas minúcias, eu bem digo…Não te parece estranho?
E todavia todo se passou fora do tempo e do espaço! Tudo, ma chèrie, Tudo! Ainda mal tínhamos fechado a porta já o Gaston-Philippe se colava a mim a percorrer-me desvairadamente com as mãos. Contornava-me, cingia-me com um braço e procurava-me as coxas e as nádegas por baixo da roupa. Eu própria levantei o vestido, colando-me mais a ele, e imagina a surpresa que o tomou quando sentiu nos dedos a verdade do meu ventre!
Sim, minha Melanie, eu estava nua por baixo do vestido! Não me perguntes porquê, mas no bar, por um impulso inexplicável, tinha ido ao toilette com esse propósito. Um presságio? Só sei que estava feliz com o meu instinto, felicíssima. O assombro e o deslumbramento do Gaston-Philippe por aquela surpresa não tiveram limites e eu sentia isso através da sua mão que era grata e ardente. E que hábil, que mão! Que imaginativa e que extensa, Melanie! Penetrava com tais segredos que me levava para lá da ascensão do próprio elevador e logo me esgotava e me fazia afundar à medida que voltávamos a descer.
Impossível calcular as vezes que percorremos para baixo e para cima aqueles cinco andares. Uma verdadeira escalada do paraíso! Subíamos e mergulhávamos, e tornávamos a subir…a nossa viagem parecia não ter fim, pois o Gaston-Philippe era daqueles amantes afortunados nos quais l’amour fou é servido por um talento prático ajustado às circunstâncias e, assim, manobrava o manípulo do elevador no momento exacto em que ele se ia a deter.
Mas entoncededor ainda foi que dei por ele de joelhos, abraçado às minhas pernas e abrindo-me toda ao mesmo tempo, nem sei, com o rosto mergulhado nas minhas coxas! Então senti-me trespassada por algo muito vivo e voraz, por uma espessura revolvente e arguta que me descobria por dentro e me dilatava, sugando-me. E eram mais coisas, minha querida, os dentes percorrendo os pelos e os músculos , o calor do rosto contra o meu ventre, as mãos explorando-me as nádegas, tanta coisa!
Eu, de pé, uma perna em cima do ombro dele, via-me ao espelho e não me reconhecia. Esquecida, esquecida, liberta pelo espaço…»

excerto de A Balada da Praia dos Cães, de José Cardoso Pires

blog A Pérola

«Há moura na posta» - Patife

Esta semana conheci uma moura. Era algarvia de gema e tinha sangue mourisco, o que me fez de pronto recordar as lendas das mouras encantadas. Estava eu sossegado a passear por Alfama quando a vi, tal e qual como reza a lenda das mouras encantadas, que as descreve como jovens donzelas de grande beleza, perigosamente sedutoras, que aparecem frequentemente cantando e penteando os seus longos cabelos, louros como o ouro ou negros como a noite, e prometem tesouros a quem as libertar do encanto. Assim que a ouvi cantarolar à janela rústica enquanto penteava os cabelos soube que tinha de descobrir onde ela guardava o tesouro, o que, numa lenda contemporânea, seria certamente na pachacha. Convidei-a para passear e ela acedeu. Íamos de eléctrico até ao Chiado quando outra sardanisca me liga a perguntar o que eu estava a fazer, certamente porque queria levar nas bimbas. Como a despachei a bom despachar, começou logo a urdir impropérios e terminou com um: para estares a despachar-me assim é porque há moura na costa. Apeteceu-me dizer-lhe que não, mas que em breve haveria uma moura na minha posta. Mas achei profundamente indelicado, por isso disse-o na mesma. Finalmente lá chego a casa e, oh céus, que a moça era uma cavaleira mourisca de alto gabarito, habituada a cavalgar sem sela nem freio. Montou-me como se não houvesse amanhã, e confesso que durante a cavalgada cheguei mesmo a desejar que não houvesse amanhã, para que aquele cavalganço pélvico nunca mais terminasse. Mas no final apercebi-me que aquela longa e enérgica pinada me tinha deixado uma cova mesmo no meio do colchão. O que foi uma chatice pois, dada a maratona com a moura, acabámos por adormecer e a meio da noite os corpos resvalaram das bordas do colchão para o meio, dando uma ilusão de queridice a todos os títulos de vomitar. Agora a minha cama parece uma pachacha gigante, com duas bordas de lado e uma grande cova no meio. É a minha versão da cova da moura.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Comprei uma máquina de lavar loiça

Já tem algum uso, mas está em perfeitas condições!


«T-shirts Moloko 2» - por Luis Quiles


"Aquí os dejo unos cuantos diseños que tambien podreis encontrar en nuestra tienda de camisetas Moloko . En este caso se trata de (...) hacer un homenaje al porno de los años 80, especialmente cutre y especialmente entrañable, como modelos he utilizado a Traci Lords y Ron Jeremy. Dos de los actores porno mas representativos de la época."

Luis Quiles

28 novembro 2012

5 maneiras de agradares à tua mulher na cama

«conversa 1929» - bagaço amarelo

Ela - As sogras, as mulheres e os maridos constituem uma cadeia alimentar.
Eu - Uma cadeia alimentar?!
Ela - Sim, pelo menos no meu caso quando jantamos os três juntos. A minha sogra dá-me na cabeça porque acha que eu já devia ter filhos e nunca mais engravido, eu dou na cabeça do meu marido porque acho que ele devia mandá-la calar e nunca manda.
Eu - Então o teu marido está no fundo da cadeia alimentar e não dá na cabeça de ninguém. É isso?
Ela - É. Ele cala-se e bebe vinho.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Casal gay de pinguins se reencontrará em breve


Pedro e Buddy, dois pinguins africanos machos, uma espécie em extinção, do zoológico de Toronto. Ambos tinham nascido em cativeiro, e são um casal homossexual, mas haviam sido separados para que pudessem reproduzir sua espécie. Mas o zoológico prometeu, após alguns protestos, que reuniria o casal novamente.

Obscenatório
http://obscenatorio.wordpress.com/

Até dói à vista!...

Crica para veres toda a história
Bolo arco-íris


1 página

oglaf.com

27 novembro 2012

«Passos» - Susana Duarte




revejo-te na luz silente da tua pele, e na noite ambígua
das tuas mãos. revejo os teus pés de romã e a língua rubra
de todas as manhãs. é na luz submersa do despertar
que sinto os teus passos, que não oiço, que não vejo.
são nebulosas, os teus passos. são passos ausentes,
os teus passos. são pássaros de fogo e eternidade
na luz débil das estrelas. são a água que escorre dos
meus braços e a língua de fogo do meu ventre escondido.
revejo-te silencioso, nas estórias que me conto e na memória
de uma noite sob a água e a chuva e a dança das mãos.
da tua pele, fiz uma manta de retalhos de sombras,
e com ela teci a obnibulada manhã do despertar dos ossos.
é com ela que me visto. é com ela que te visito.
é assim que te sei. manhã submersa de cada recanto
dos meus olhos. tecido estranho das vestes das noites.
visão ansiada das pálpebras da realidade. pés que caminham
sobre o chão que piso. geometria de tudo o que sei. pele.

(foto de Ivano Cetta)

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto