24 dezembro 2012

23 dezembro 2012

«Wanted Melody»

Hipocrisia brasileira critica anúncio da Duloren


A imagem acima foi uma campanha da Duloren para o primeiro semestre de 2012. Contudo, o Conar vetou a veiculação do anúncio alegando machismo, preconceito, racismo entre outras barbaridades. Sim, caro leitor, barbaridades. E deixo para você, leitor, que provavelmente assiste a recente novela da TV Globo, em que há o envolvimento de um soldado com uma moradora da favela, cujo encontro entre ambos foi extremamente ridículo, marcado por uma cena em que o militar, numa discussão com a futura amante, prende-a sem qualquer alegação legal, deixo sim, a reflexão do assunto. Abuso de poder, preconceito e machismo estavam presentes na cena. Mas quem criticou?
Sinceramente, sou muito crítico a diversas campanhas publicitárias, marcadas por estarem cheias de machismo e preconceito, vide as propagandas das marcas de cerveja. Contudo, além de ousada, a campanha da Duloren não apresenta nenhuma mensagem racista, discriminatória ou preconceituosa. Ao contrário, mostra o lado sedutor da mulher, sobretudo, o lado guerreiro e forte, em que a mulher não se rende às vontades dos homens. Negra sim, como é a maioria das mulheres das favelas, acostumadas com o abuso dos homens, e que vem na campanha mostrar a força feminina.
Infelizmente esta é a realidade do brasil, um país hipócrita. Enquanto isso vamos vendo a Xuxa na Globo disseminando um funk machista para os jovens.

Adendo (às 10:31 de 25/10): importante ressaltar que a campanha critica um fato que ocorre nas pacificações: os abusos de policiais, o uso da força e da autoridade para dominar as mulheres e usar da violência.

Obscenatório
http://obscenatorio.wordpress.com/ - blog eliminado (censurado) pelo Wordpress

Música no coração


O Senhor Doutor sabe melhor que eu que aos 18 anos as hormonas estão aos saltos e apaixonei-me então pela doce toada de um violoncelista, com ele a tanger o seu corpo contra o meu, a tocar cada poro da minha pele como uma corda vibrátil, num solo molto vivace de cama húmida do suor dos nossos corpos.

Ele era fã de música minimal repetitiva e adorava improvisar no seu violoncelo e vai daí que, em vez de me esfregar a toda hora e em qualquer lugar, como a nossa idade sugeria, levava-me para um estúdio arrendado à hora, com vários instrumentos e equipamento de gravação para o acompanhar ao piano nos seus solos quando eu só sabia tocar a escala e o toca o sino sacristão que são dois dó e quatro ré indefinidamente. 

E nestes ensaios passaram-se meses Senhor Doutor, que eu até já tinha os dedos engelhados de tanto me contentar com eles e sonhava que uma clave de sol me penetrava mas se dissolvia no ar chilreando temas do Música no Coração que, com uma piscadela de olho e um dedo nos lábios da minha boca entreaberta lhe comuniquei que me ia que a minha especialidade são instrumentos de sopro e, percussão.

Por debaixo dos panos...

"É debaixo dos pano
Que a gente esconde tudo
E não se fica mudo
E tudo quer fazer
É debaixo dos pano
Que a gente comete um engano
Sem ninguém saber..."

Ney Matogrosso

22 dezembro 2012

Pornografia das flores... para promover cerveja russa

«conversa 1935» - bagaço amarelo

Ela - Gostas de mulheres mais altas ou mais baixas?
Eu - Nem sei. A altura não é determinante, na minha opinião.
Ela - É que eu estou um bocado farta de ser tão alta.
Eu - Tens o quê? Um metro e oitenta?
Ela - Um metro e setenta e seis.
Eu - Nunca te tinha ouvido a dizer que não gostavas de ser alta...
Ela - Sim, comprei uns sapatos com quinze centímetros de salto e não os consigo usar. Desequilibro-me toda!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Bonequinhas com vestido que se destaca

Saquetas de plástico que julgo serem dos anos 70 e que me parece serem, pelas instruções, ambientadores para carros.
A bolsa exterior tem o vestido impresso. Destacando o interior da bolsa, a mulher fica nua.
Oferta do Lourencinho para a minha colecção de arte erótica.


Um sábado qualquer... - «Como eu nasci?»



Um sábado qualquer...

21 dezembro 2012

O fim do mundo foi hoje (está aí alguém a ler isto?)




Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)

"Nas tuas mãos"

Quando o viu aproximar lembrou-se de Florentino Ariza. Do Florentino Ariza que imaginou enquanto lia “O Amor nos Tempos de Cólera”. Faltava-lhe o chapéu mas de resto parecia-se com a imagem que fez da personagem enquanto a meio da vida adulta aquele se embriagava em sexo clandestino. Imaginara-o mais novo e mais alto. Mais descontraído e – via-o caminhar na sua direcção abrindo um sorriso tímido, incerto – mais leve. Até o ver nunca tinha pensado em Florentino Ariza mas agora, sabia-o com a certeza dos factos demonstráveis cientificamente, nunca os conseguiria dissociar. Nunca vira o filme mas tinha a certeza que o homem que parara à sua frente era muito mais aquele que o Bardem.
– Olá – cumprimentou-a o homem, abrindo um sorriso radiante que se espalhava pela face e pelos olhos.
– Olá – respondeu ela, aceitando os beijos que ele lhe deu.
– Acho que nem precisava do livro – gracejou ele.
– Para me reconheceres? – Perguntou ela, atabalhoadamente, sem conseguir decidir se lhe falava na parecença que lhe achava com a personagem literária. Havia muitas conotações e variáveis. Havia muitas ou nenhumas explicações para dar. Havia ideias e juízos que ele podia ou não fazer. Calou-se.
– Sim, claro – respondeu ele, sorrindo, enquanto esticava o braço, apontando para a esplanada onde se iriam sentar. – Vamos?
– Sim – disse ela, começando a caminhar. Ele parou para lhe dar passagem. Ela deu dois passos e voltou-se para trás. Não era Fermina Daza. Não era Fermina Daza e não ia ser mais ninguém. Esticou o braço e deu-lhe o livro que lhes servira da senha: – É para ti.

Universidade proíbe alunos do sexo masculino de se vestirem de ‘drag queen’


Matéria reproduzida de O Dia

Usar roupas femininas é tradição nas fraternidades da Bélgica; aluno que voltava para alojamento vestido de mulher é espancado e estuprado

Bélgica - Alunos do sexo masculino do Instituto Superior de Ensino da Universidade de Bruxelas foram proibidos de se vestir com roupas de mulher. A prática, que era comum nos rituais de iniciação, foi proibida depois que um estudante foi espancado e estuprado por uma gangue na capital belga.

Estudantes de fraternidades belgas (espécie de repúblicas) têm uma longa tradição de rituais de iniciação para novos membros, alguns dos quais incluem vestir o calouro com roupas de drag queen.

No mês passado, um estudante voltava para a fraternidade, no início da noite, vestido de mulher, quando foi atacado por um grupo de jovens. O rapaz foi levado para um estacionamento e, depois, roubado e estuprado pela gangue.

Um segundo estupro envolvendo um estudante do sexo masculino também está sendo investigado pelas autoridades da Bélgica.

A universidade emitiu uma nota informando a proibição dos rituais de iniciação, com um aviso controverso de que "certos grupos percebem o aluno vestido como drag queen como algo provocativo".
Bruno De Lille, ministro regional para a igualdade de oportunidades, criticou os chefes da faculdade por obrigar os alunos a abandonar seus rituais. "Eu sinto que a HUB fazendo tudo errado ao agir dessa maneira", ressaltou o ministro.

"E o que dizer de homens transexuais e mulheres, então? Eles também terão que se 'adapatar'? Como sociedade, devemos deixar claro para as vítimas que eles têm nosso apoio e dizer aos autores que seu comportamento é inaceitável e que eles serão severamente punidos", disse o ministro belga. As informações são do Sun.

Obscenatório
http://obscenatorio.wordpress.com/

Regresso ao mar



Nesta lama escura,
mergulho a pele cansada
que me veste a alma
como se fosse um fantasma,
de olhos turvos, cerrados,
ombros descaídos,
carregando o peso invisível da gravidade,
e as pernas trémulas, ajoelhando-se,
a cada passo mais lento e fúnebre,
como se não aguentasse mais a respiração da vida...

Mas antes que a terra líquida me engula a cintura e o peito,
agarras-me as mãos e salto para o teu dorso fresco de maresia...
Vens do mar, das ondas azuis de espuma branca,
da areia fina e clara, do horizonte torrado de violeta...
Assim que regresso ao meu castelo de água volto a ser sereia.

Lua Cósmica
http://luacosmica.blogspot.pt/