desenhei-te com círculos de ar, no ar que me respira
e nas sombras por onde me movo. rezei peitos
... de noites serenas, esperando pela palavra
que, dita por ti, assumiria a dimensão
da vida.
iludida?
diria, antes,
encantada, nas asas da suave contradição
de ser mulher, e de ser arado que te lavra
as dores gramíneas do peito, de onde tiro as dores
que, saídas de ti, são o terreno onde se afogam medos.
desenhei-te com círculos no espaço da minha gratidão.
disse-te que seria sempre a asa levantada do chão,
onde a suave ditadura das tuas mãos me devolve
o ar. são de eternidade anterior, os teus beijos.
neles me deito. neles me concentro. neles
encontro todos os círculos
que tenho dentro.
neles, sou
a sombra da tua boca.
círculos da minha vontade.
círculos redondos das minhas coxas.
não saio de ti. concentro, nos círculos, os desejos.
nos desejos, sou-vivo-encontro-respiro-me, eterna em TI.
Susana Duarte para ti, i.f.
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