14 fevereiro 2013

solidário...

...com todos corações feridos e solitários
...to all the wounded and lonely hearts...

As lamentações de um pêlo dum cu de mulher

Pierre Louys

Il est dur lorsque sur la terre
Dans le bonheur on a vécu
De mourir triste et solitaire
Sur les ruines d'un vieux cul.
Jadis dans une forêt vierge,
Je fus planté, sur le versant
Qu'un pur filet d'urine asperge,
Et parfois un filet de sang.

Alors dans ce taillis sauvage,
Les poils poussaient par mes sillons,
Et sous leur virginal ombrage,
Paissaient de jolis morpions.
Destin fatal ! un doigt nubile
Un soir par là vint s'égarer,
Et de sa phalange mobile
Frotter, râcler et labourer.

Bientôt au doigt le vit sucède,
Et, dans ses appétits ardents,
Appelant la langue à son aide;
Il nous déchire à belles dents.
J'ai vu s'en aller nos dépouilles
Sur le fleuve des passions,
Qui prend sa source dans les couilles,
Et va se perdre dans les cons.

Hélas ! l'épine est sous la rose,
Et la pine sous le plaisir
Bientôt au bord des exostôses,
Des chancres vinrent à fleurir.
Les coqs de leur crête inhumaine
Se parent dans tous les chemins :
Dans le département de l'Aine
Gambadent les jeunes poulains.

Mais, quand le passé fut propice,
Pourquoi songer à l'avenir ?
Et qu'importe la chaudepisse
Quand il reste le souvenir ?
N'ai-je pas vu tous les prépuces,
Avoir chez nous un libre accès,
Alors même qu'ils étaient russes,
Surtout quand ils étaient français.

J'ai couvert de mon ombre amie
La grenette de l'écolier,
Le membre de l'Académie,
Et le vit du carabinier.
J'ai vu le vieillard phosphorique,
Dans un effort trop passager,
Charger avec son dard étique,
Sans parvenir à décharger.

J'ai vu - mais la motte déserte
N'a plus de flux ni de reflux,
Et la matrice trop ouverte,
Attend vainement le phallus.
J'ai perdu, depuis une année,
Mes compagnons déjà trop vieux,
Et mes beaux poils du périnée
Sont engloutis dans divers lieux.

Aux lèvres des jeunes pucelles,
Croissez en paix, poils ingénus.
Adieu, mes cousins des aisselles,
Adieu, mes frères de l'anus !
J'espérais à l'heure dernière,
Me noyer dans l'eau des bidets,
Mais j'habite sur un derrière
Qu'hélas on ne lave jamais.

- Il eut parlé longtemps encore,
Lorsqu'un vent vif précipité,
Broyant, mais non pas inodore,
Le lança dans l'éternité.
Ainsi tout retourne dans la tombe,
Tout ce qui vit, tout ce qui fut,
Ainsi tout change ainsi tout tombe,
Illusions... et poils du cul.

Júlio Verne

Pierre Louys, Le cul de la femme

blog A Pérola

«Fugir com o nabo à senisga» - Patife

No outro dia conheci uma safardana que me tinha em boa conta. Pediu-me o número de telefone e eu dei-lhe, porque também queria que ela me tivesse em boca cona. Gosto muito destas simetrias fonéticas. O pior é que no dia seguinte, logo pela manhã, ela enviou-me uma mensagem de telemóvel que estava escrita com k no lugar dos c e dos qu. Se há coisa capaz de me tirar o tesão é uma mensagem cheia de k. Não gosto de pessoas preguiçosas a escrever e estabeleço logo uma correlação directa com a sua voracidade sexual. Também não vou muito à bola com abreviaturas. Mas um passo de cada vez. Como ainda era cedo e demorei algum tempo a processar o k que surgia amiúde pelo SMS, acabei por não responder nas horas seguintes, coisa que deve ter deixado a rapariga toda libidinosa da rata. As mensagens que se sucederam foram altamente provocantes e oferecidas. Mas, lá está, vinham carregadas de k e abreviaturas, o que só me fez querer fugir com o nabo àquela senisga. Mas depois voltei a pensar no assunto, que é como quem diz voltei a pensar em enfiar-lhe o presunto, e cheguei à conclusão que estava a ser um nazi do SMS. Por isso deixei-me de merdas e papei-lhe akela kona toda. No final, pedi-lhe encarecidamente para nunca mais me enviar uma mensagem, ou ligar sequer, até porque a pinar é que a gente se entende. E depois de a papar uma vez, já nada mais se aprende.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

A Prostituta Azul XVI - Boneca de Plástico

Acordou de olhos azuis no tecto rosa. Chamou-os de volta por chamar, já sabia os dias de cor: quando os dias são iguais aos dias, somos sempre cegos. Era um pouco desengonçada, mas o movimento diário de erguer o tronco formava sempre um perfeito ângulo recto. A certa hora, subia, como um ponteiro dos segundos, até à hora certa, içada pelos fios do mundo. Afastou a cama de si. Endireitou com cuidado a perna direita e sentiu o frio do plástico nos dedos, embora os dedos fossem igualmente frios, era por isso que raramente gostava de tocar nos humanos, não gostava que pensassem que estava morta, como eles, só gostava de tocar os que a aqueciam primeiro. Tomou banho sem sentir a água. Vestiu-se sem sentir a roupa. Usou os dedos para puxar os cantos dos lábios em direcção às orelhas e acenou um até logo ao amante semi-adormecido; o afecto é a expressão humana mais fácil de plastificar: puxar os cantos dos lábios à saída e à entrada em casa, puxar os cantos dos lábios e as pernas às entradas e saídas do amante no seu corpo. Tomou um café sem sabor que escaldava e viveu mais um dia frio sem gosto, com pressa sem motivo para voltar a casa, misturada na multidão que era de gente tão igual a si.

«Pigs» - por Luis Quiles


"Este dibujo lo empecé solo con la chica, haciendo una pose un poco extrema y mientras avanzaba me parecía un dibujo muy soso así que se me ocurrió ponerla con el cerdo, no se que significa, igual es que estoy mal :) pero es divertido dibujar cosas grotescas que a primera vista sugieren rechazo, con un estilo bonito."

Luis Quiles

13 fevereiro 2013

Poemão

Uma mulher com tesão,
Oferece tesão, até mais não.
Nessa fixação, havendo fricção,
Haverá um crescendo na excitação.
Quando a mulher abusa do palavrão,
Puxa ainda mais pelo desejo de acção.
Nos preliminares aumenta a provocação,
Olhares, sabores, cheiros, sôfrega apalpação.
A pureza do instinto animal eleva a dominação,
Sobre o seu instinto racional apelando à contenção.
Os corpos desenfreados aumentam a rápida circulação
Do sangue que parece ferver, ameaçando entrar em ebulição.
Sem dúvida, a natureza segue o seu curso propiciando prazer e satisfação.
Ambos ficam extasiados, embrenhados, perdidos e esgotados nesta situação.
Sabendo isto e se, porventura, te vires sem companhia para tamanha exploração,
Põe a mão...

A escola de samba



HenriCartoon

«respostas a perguntas inexistentes (222)» - bagaço amarelo

Remetemos a decisão para uma hora depois e fomos tomar um café numa esplanada apetecível no centro da cidade. Ela pediu uma bebida que eu não conhecia, eu pedi uma cerveja. Estávamos juntos havia duas semanas. Conseguia, por isso, surpreender-me com factos novos todos os dias, como se não fossem nada de especial.

- O que é vais beber? - Perguntei.
- Uma mistura de gasosa com vinho. Bebo isso muitas vezes. - respondeu.

Estávamos ali para decidir se virávamos à esquerda ou à direita quando saíssemos da cidade. A esquerda significava seguir para norte, em direcção aos terrenos elevados da Beira Alta. A direita significava seguir para sul, em direcção ao Alentejo despovoado. Ela queria a primeira opção, eu queria a segunda.
Foi ali mesmo, no prolongamento da indecisão, que nos beijámos pela primeira vez e acabámos por decidir passar a noite na cidade. Unimos as nossas vidas por um momento. No dia seguinte, ou alguém cedia, ou cada um seguiria para seu lado...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A obscenidade de inventar uma notícia sobre "sexo oral"


Um assunto que eu pesquiso muito é SEXO,  e a tudo a ele relacionado, tanto para postar informações aqui quanto para ter temas para meus poemas.

Já li de tudo, ou melhor, penso ter lido de tudo, pois cada vez mais me surpreendo com o que encontro pelo mundo.

Mas algo que chamou a minha atenção foram algumas notícias falsas publicadas como sendo verdadeiras. Não como faz o Sensacionalista, que brinca forjando notícias, mas uma verdadeira deturpação dos fatos. E uma que eu encontrei chega a ser obsceno. Sim, obsceno no sentido em que eu classifico no Obscenatório.

Alguns sites e blogs postaram uma notícia sobre uma pesquisa, que conclui que o sexo oral praticado pelas mulheres no primeiro encontro ajuda a manter o relacionamento do casal. Segundo estes (des)informadores, o estudo diz que a maioria dos casos em que a mulher praticou sexo oral no primeiro encontro, acabou por gerar uma maior possibilidade para novos encontros. Tais chances chegariam a 78,2%. Já o encontro em que não promove contato íntimo, as chances seriam de 9,7%.

O estudo seria de responsabilidade de uma pesquisadora chamada Dra. Anne Walker Green, sem informar de qual instituto ou universidade. Tal pesquisa teria sido publicada na revista New Science, ou, como dizem outros, pela New Scientist. Estes vários sites falam ainda de um suposto livro chamado "Intelligent strategies to the loving’s woman life" em que haveria relatos das mulheres pesquisadas.

O fato é que não há nenhuma matéria sobre este assunto publicado em ambas as revistas, assim como não há nenhum livro chamado "Intelligent strategies to the loving’s woman life". Em uma pesquisa pelo nome "Anne Walker Green" no Google.co.uk, nenhuma relação com o nome e alguma pesquisa sobre sexo oral. A doutora Anne Walker teria ainda dado uma entrevista para o jornal Daily Express, mas nenhuma informação foi encontrada no site do jornal. E a tal notícia somente existe em páginas brasileiras sem qualquer credibilidade.

Só podemos concluir que a notícia fake foi criada por algum "espertinho" que queria incentivar as mulheres a praticarem sexo oral no primeiro encontro, sustentando-se em um estudo falso.

Acredito que há maneiras mais interessantes de incentivar a mulherada a fazer o sexo oral logo de cara, a começar dizendo que adoraria fazer nelas.

Portanto, mulheres, cuidado com o que vocês andam lendo sobre sexo!

Obscenatório
http://obscenatorio.blogspot.com.br/

Postalinho de passarada

"Os meus Periquitos não esperam pela Primavera!
Sempre a bombar!
O azul é o Tubarão (porque morde que se farta) e a amarela é a Titanic."
João CorTesão

12 fevereiro 2013

A Arte do Janus

Acho que é muito importante que todo o mundo ame mesmo. Dedico estas obras a esse espírito. Cuida de ti!

Self Love 8.5"x11"

Temptress mixed media on toned paper 8.5"x11"
     Visita o Sketchbook Boudoir e vê mais. 
___________________
Nota da EdiSão - o desenho original «Self Love» chegou ontem dos E.U.A. para a minha colecção. E até teve direito a uma dedicatória do Janus no verso, com outro desenho:


Thanks, Janus!

Eva portuguesa - «O minete»

Uma coisa simples e deliciosa - são as palavras que me vêm à cabeça quando penso em minete.
ERRADO!
Descobri através de experiência própria que não é assim tão simples para a maioria dos homens, o que faz com que não seja uma experiência deliciosa para a maior parte das mulheres.
Há os que lambem tudo, menos o que deviam... não fazem a mínima ideia de onde fica o clítoris... talvez o GPS ajudasse...
Outros são capazes de estar meia hora só a lamber mesmo... como os cães a beber água...
Há os que, em vez de mordiscarem, mordem mesmo, magoando uma zona hipersensivel...
Há outros que chupam, chupam, chupam até doer e ter que os mandar parar...
Alguns estão tão entusiasmados a dedicarem-se ao monte de vénus que nem vale a pena dizer nada... lá diz o ditado: "A ignorância é uma bênção".
Há um grupo que adora cuspir... e depois lambem o próprio cuspo, provocando uma poça de baba e cuspo no lençol...
Há os que só lá vão dar um beijo ao de leve, pensando que com isso nos fizeram sexo oral...
E, que eu me lembre, existe mais um tipo: os que gostam de soprar. Sopram e sopram como se estivessem a encher um balão, bem para dentro do nosso sexo, enchendo-o de ar, o que no minimo provoca barulhos desagradáveis durante a penetração...
E depois existem os que sabem fazer um minete perfeito: beijam, lambem e mordiscam o interior das nossas coxas, devagar, lentamente... começam a subir, deixando-nos a arfar de desejo... mas não vão ainda directo ao assunto... continuam a presentear as nossas virilhas com agulhadas de desejo, passam para o monte de vénus e, quando já estamos a arder de desejo e volúpia, tocam muito suavemente com a ponta da língua no clítoris, afastando-se para os grandes lábios, voltando ao clítoris... numa dança sensualmente e maravilhosamente dolorosa. Exploram primeiro com a língua, depois com pequenas chupadelas, ainda com algumas mordiscadelas todo o nosso sexo, por dentro, por fora, na zona envolvente... Estes sim, fazendo do minete uma arte deliciosa e um momento incomparável.


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Roseirais» - Susana Duarte



fechei as estórias
sob uma balaustrada
onde,

incógnitas, residiram vozes de aves antigas

memórias de beijos
divididos

... sob a égide dos solares dias
passados

hoje, revejo a história dos nossos dias
e procuro, nos roseirais dos nossos olhares,
o sol
remanescente

o sol que, sobre a eternidade das peles,
leva os amantes ao altar das luzes
e ao vermelho-carmim de todas as bocas

em todas as bocas te amei
e em todas, te procurei

para, enfim, sobre o sol dos teus lábios
morrer

vivendo ligeira
no recanto dos teus olhos,
de onde me resgatas as noites

ave-sol-viajante-das minhas marés,
eternidade dos meus olhos,
permanência da boca sobre a pele

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto