29 março 2013
Girl meets Boy
Podia ser um início de história mais complicado ou mais glamoroso. A Girl podia ter encontrado o Boy nalgum local exótico, enquanto ambos passavam férias paradisíacas. Afinal, foi muito mais simples do que isso. A Girl estava a tentar curar uma ressaca de um amor passado com uma futura ressaca alcóolica. O Boy estava simplesmente no bar, numa noite de sexta, completamente absorto nos seus pensamentos.
Poder-se-ia perguntar: o raio do amor caiu entre os dois imediatamente quando se olharam? Não, certamente que não para a Girl, que viu um tipo com ar banal sentado a seu lado, sem sequer olhar para ela com grande interesse. O Boy olhou para a Girl e notou que tinha já provavelmente bebido mais do que seria recomendável. Por norma, mulheres com mais do que a sua conta de bebida não lhe interessavam por aí além. Ainda assim, por um pretexto trivial, começaram a falar um com o outro.
E conversa houve. Ele foi paciente enquanto a ouvia despejar as mágoas passadas, que ela nem tentou disfarçar. De súbito, ele passou de desconhecido a confidente. Depois de quase uma hora de atenção completa, em que mais nada parecia existir para ele senão ela, o Boy parecia um semi-deus para a Girl.
Quando, no bar, a música passou para “Love Burns” dos BRMC, a Girl recordou-se do filme “9 Songs”, de Michael Winterbottom, uma história em que dois amantes (uma estudante americana e um inglês) se vão encontrando, de modo muito intenso, entre concertos. O Boy também tinha visto e, num acto de arrojo, disse que o que mais tinha gostado tinha sido a cena de sexo oral de Matt a Lisa, com o Sol que entrava pela janela a enquadrar a cara dela, quase como se de um quadro renascentista se tratasse. Depois, quando ele a penetra e ambos atingem o orgasmo numa espécie de dança de luz, o sorriso de êxtase dos dois mostra quão cúmplices podem ser duas pessoas que acabaram de partilhar os seus corpos.
As memórias de “9 Songs” estavam bem vivas ainda na mente da Girl e nesse momento, ela pensou que era capaz de reviver esta cena do filme com o Boy. Quando ele a levou para casa e colocou a banda sonora do filme a tocar, ela pode finalmente apreciar o corpo dele, não muito diferente do de Kieran O'Brien, o protagonista da história sobre a qual tinham estado a conversar.
O primeiro toque da língua dele no sexo dela pareceu-lhe o momento de entrada para o paraíso. Como era ágil e macia, como era quente e certeira. Quando ele a penetrou como Matt penetra Lisa no filme e ambos acabaram num grito em uníssono, ela sentiu-se unida a ele de uma forma muito mais intensa do que uma Girl que encontra um Boy num “one night stand”. Algo tinha feito um “click” entre os dois, e não havia sido apenas a partilha de um filme e um conjunto de canções.
Nessa noite e nas horas seguintes em que os seus corpos se encontraram múltiplas vezes, a Girl ficou presa por uma teia mágica ao Boy. O Boy, que tinha começado por ter um ar banal de sexta à noite, passou a ser o habitante do coração e da mente dela. E quando a Girl, no final do Sábado e das quase ininterruptas horas de prazer, decidiu repetir a cena em que Lisa faz Matt atingir o êxtase com os toques delicados da sua língua e o aperto macio dos seus dedos, e o seu sexo túrgido os inundou aos dois de sémen quente, o Boy achou também que tinha encontrado aquela que talvez procurasse, sem o saber, naquele bar, na já distante noite de sexta.
E foi assim que a nossa história começou.
28 março 2013
O amor é o amor - e depois?!
Will McBride, Will e Barbara, Munique, 1963
O amor é o amor - e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?..
O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!
Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor,
e trocamos - somos um? somos dois? -
espírito e calor!
O amor é o amor - e depois?!
Alexandre O´Neill, Poesias Completas 1951/1981
blog A Pérola
«Ioga-mos» - Patife

Patife
Blog «fode, fode, patife»
Estórias de um passado-presente (VI)
Sei que nessa noite saí de lá com a certeza que não voltava. Não para aquele sítio...
Sei que saí de lá com trezentos euros no bolso. E doía-me tudo. Mas ainda assim, tinha percebido que em quatro ou cinco horas tinha ganho o mesmo que o mês inteiro de um qualquer part-time.
No dia seguinte, voltei a percorrer os classificados do Correio da Manhã, em busca de algo diferente, menos soturno, menos estranho, porque não sabendo o que queria, sabia o que não queria. Encontrei, no meio de um sem número de anúncios que prometiam ganhos astronómicos, um que me chamou à atenção. Pedia "iniciantes, de 18 a 23 anos, para hotéis" e realçava que tudo o que ganhasse era para mim. Fugi para casa e telefonei. Do lado de lá tinha desta vez uma voz portuguesa, simpática, articulada, que me perguntou o óbvio e uma coisa a mais: porquê? Porque é que estava a tentar "entrar por ali". Lá expliquei, meia atabalhoada, sem querer alargar-me na minha privacidade. Combinado um encontro, desta vez num café algures em Campo de Ourique.
Na hora marcada lá estava eu, telefonema de localização feito, e tinha à minha frente uma senhora de meia idade, com um ar muito compreensivo e prestável, que depois de dez ou quinze minutos de conversa de circunstância, me explica as regras do jogo: só existiriam encontros em hotéis do centro da cidade, e nunca por menos que cento e cinquenta euros por hora. O que se passasse neles era problema meu e não dela, pelo que não devia ligar-lhe a relatar coisa alguma, boa ou má. Dizia ter muitos clientes importantes, que não podiam arriscar serem vistos a entrar num prostíbulo, e por isso preferiam tentar passar incólumes num hotel. Explicou-me que jamais deveria parar na recepção e pedir que me anunciassem, e que deveria ir arranjada mas com um ar casual, para não "dar nas vistas". Deu-me também um álibi, que jamais convinha desmentir, para não quebrar o personagem de não-profissional: trabalhava numa qualquer loja onde ela comprava coisas e confidenciara-lhe dificuldades, acedendo à sugestão dela de conhecer "um amigo solícito". Anuí ás condições que me foram propostas, segui novamente para casa, e esperei o tal telefonema.
Dois dias depois, o telefone anuncia-me que havia alguém que esperava por mim num hotel de Sete Rios. Tinha de chegar rápido, caso contrário ficaria sem efeito. Fiz um sprint entre chuveiro, cabelos, roupa e afins, chamei um táxi e fui... Tinha presente na cabeça uma única coisa: "será que é este o mundo de contos-de-fadas que eu li acerca de?"
Mimi
blog «Sometimes It Happens...»
Sei que saí de lá com trezentos euros no bolso. E doía-me tudo. Mas ainda assim, tinha percebido que em quatro ou cinco horas tinha ganho o mesmo que o mês inteiro de um qualquer part-time.
No dia seguinte, voltei a percorrer os classificados do Correio da Manhã, em busca de algo diferente, menos soturno, menos estranho, porque não sabendo o que queria, sabia o que não queria. Encontrei, no meio de um sem número de anúncios que prometiam ganhos astronómicos, um que me chamou à atenção. Pedia "iniciantes, de 18 a 23 anos, para hotéis" e realçava que tudo o que ganhasse era para mim. Fugi para casa e telefonei. Do lado de lá tinha desta vez uma voz portuguesa, simpática, articulada, que me perguntou o óbvio e uma coisa a mais: porquê? Porque é que estava a tentar "entrar por ali". Lá expliquei, meia atabalhoada, sem querer alargar-me na minha privacidade. Combinado um encontro, desta vez num café algures em Campo de Ourique.
Na hora marcada lá estava eu, telefonema de localização feito, e tinha à minha frente uma senhora de meia idade, com um ar muito compreensivo e prestável, que depois de dez ou quinze minutos de conversa de circunstância, me explica as regras do jogo: só existiriam encontros em hotéis do centro da cidade, e nunca por menos que cento e cinquenta euros por hora. O que se passasse neles era problema meu e não dela, pelo que não devia ligar-lhe a relatar coisa alguma, boa ou má. Dizia ter muitos clientes importantes, que não podiam arriscar serem vistos a entrar num prostíbulo, e por isso preferiam tentar passar incólumes num hotel. Explicou-me que jamais deveria parar na recepção e pedir que me anunciassem, e que deveria ir arranjada mas com um ar casual, para não "dar nas vistas". Deu-me também um álibi, que jamais convinha desmentir, para não quebrar o personagem de não-profissional: trabalhava numa qualquer loja onde ela comprava coisas e confidenciara-lhe dificuldades, acedendo à sugestão dela de conhecer "um amigo solícito". Anuí ás condições que me foram propostas, segui novamente para casa, e esperei o tal telefonema.
Dois dias depois, o telefone anuncia-me que havia alguém que esperava por mim num hotel de Sete Rios. Tinha de chegar rápido, caso contrário ficaria sem efeito. Fiz um sprint entre chuveiro, cabelos, roupa e afins, chamei um táxi e fui... Tinha presente na cabeça uma única coisa: "será que é este o mundo de contos-de-fadas que eu li acerca de?"
Mimi
blog «Sometimes It Happens...»
«Censored» - por Luis Quiles

"Siempre creí que la censura es el peor enemigo del arte, más aún cuando la censura viene de uno mismo. Pero todo tiene una parte positiva y la represión agudiza el ingenio. Y si te tomas la censura como un ejercicio para burlarla explicando lo mismo de una forma más sutil, hasta puede ser útil."
Luis Quiles
27 março 2013
Lógica retorcida
Entendem a dor de dentes como algo de normal
e fazem um bicho de sete cabeças do orgasmo.
«respostas a perguntas inexistentes (229)» - bagaço amarelo

Lembro-me que nesse dia almocei esparguete com tomate e bebi um copo de vinho, uma refeição habitual, quando estou sozinho em casa. Pus a água a aquecer e, quando começou a ferver, uma colher pequenina de sal e o esparguete lá dentro. Contei exactamente onze minutos a partir dessa altura porque sei, por experiência própria, que é o tempo ideal de cozedura no meu fogão e com a minha panela.
Como sempre também, preparei o tomate à parte. Fui ao congelador buscar três deles congelados, pelei-os, cortei-os em pedaços pequenos e atirei-os para uma pequena frigideira onde já tinha um fio de azeite a aquecer.
Cozinhar sempre me deu uma noção de normalidade, porque normalmente faço-o como se fosse um robô. Repito todos os gestos e tempos em todos os pratos, pelo menos aqueles que preparo com mais regularidade. Aliás, cozinhar é algo que gosto de fazer precisamente quando sinto que a minha vida está a fugir dos eixos e, consequentemente, tenho que lhe dar uma injecção de normalidade.
Nesses dias cozinho da forma que acabei de descrever e faço todos os possíveis por não sair de casa. O défice de normalidade dá-me a capacidade de, por exemplo, ter vontade de ficar a olhar para qualquer um dos quadros que tenho nas paredes durante vários minutos seguidos. Acho que já cheguei a ficar várias horas, com pensamentos que escapam ao meu consciente. Não que sinta alguma coisa de especial por algum deles, mas sim porque eles fazem parte do meu dia-a-dia. Também leio livros que já li, vejo filmes que já vi ou ouço repetidamente as mesmas músicas.
Deixei a louça suja em cima do balcão da cozinha, amontoada sobre a dos três ou quatro dias anteriores, e fui para a varanda tomar café. Numa das janelas do prédio em frente ao meu, uma mulher punha a roupa a secar. Nunca tinha falado com ela, mas já tinha percebido que passava as tardes fechada em casa com um filho muito pequeno, que às vezes trazia à janela e agia como se lhe estivesse a mostrar o mundo pela primeira vez. Por isso mesmo, quando reparei numa peça de roupa que deixou cair, disponibilizei-me para ir buscá-la e entregá-la.
Não fiz isso com nenhuma intenção especial, nem sequer para me mostrar mais ou menos simpático. Acho que foi mesmo apenas uma questão racional. Eu estava sozinho e sem nada para fazer, ela estava com o filho pequeno em casa e por isso teria pejo em sair à rua. Mesmo assim, quando ela me convidou para entrar, aceitei com entusiasmo.
Disse-me que se sentia muito só porque o marido dela era camionista e passava muitos dias seguidos fora de casa. Passámos a tarde inteira na conversa e, depois de eu ir a minha casa buscar duas garrafas de vinho, jantámos juntos. Quando chegou a hora de ela deitar o filho eu despedi-me e saí, mesmo com a insistência dela para eu ficar mais um pouco.
Senti que se ficasse ia acabar por surgir uma oportunidade de nos abraçarmos, beijarmos e talvez dormirmos juntos. Arrependi-me assim que fechei a porta do prédio e senti a estalada do ar frio da rua, mas continuei a andar. Em minha casa tornei a ir para a varanda, desta vez dissimulado pela noite. Acabei por adormecer a olhar para uma janela vazia.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Educação Sexual nas escolas, você reprova?
Em novembro de 2012, mães escocesas de Lanarkshire ficaram irritadas com a apresentação de um DVD nas escolas primárias, exigindo que o material fosse banido, assim como fora na Inglaterra.
O DVD contem desenhos de casais praticando sexo. A produção deste material foi do Channel 4, mas após protestos teve que retirá-lo de venda. As mães acham os desenhos vulgares demais para as crianças. Mas vulgar mesmo é a atitude dessas mães, com o superprotecionismo, acabam criando crianças alienadas e que acabam descobrindo o sexo de uma forma não segura. Não é à toa que atualmente vemos os jovens cometerem cada vez mais irresponsabilidades, e boa parte da culpa é dos pais, pois sempre acreditam que seus filhos são incapazes de qualquer ato suspeito. Muitos dos garotos acabam se tornando homens machistas e as garotas submissas aos homens, porque nunca tiveram uma educação libertária.
A nudez e o sexo ainda são tidos como profano por aqueles que tiveram uma educação cristã. Lembro em minha infância que meus pais não me ensinaram que eu tinha vindo de cegonhas, nem com o papo furado da sementinha. Para responderem às minhas frequentes dúvidas sobre como eu havia surgido, meus pais tinham em casa uma Enciclopédia da Vida Sexual (um volume correspondente à crianças de 7 a 9 anos, e outro correspondente à crianças de 10 a 13 anos). Foi com essa enciclopédia que aprendi sobre as relações sexuais, como a mulher gera uma criança, todo o funcionamento dos genitais masculino e feminino, o que é a puberdade, o que é o tesão etc. Sem o menor pudor, mas muito construtivo e conscientizador, muito diferente do que eu aprendi na catequese.
Estamos vivendo uma sociedade do politicamente correto onde tudo é motivo para censurar, há um superprotecionismo em que os pais querem salvar seus filhos desse mundo cheio de ódio, violência e preconceito, mas acabam eles mesmo fortalecendo estes conceitos em seus filhos, porque os filhos não nascem para ficarem presos dentro de casa, um dia crescem e dão de cara com o mundo.
Essa censura à educação sexual ocorrida na Europa se parece muito com a que tivemos no Brasil referente ao "Kit Gay". Esse mundo machista e conservador em que vivem as famílias brasileiras negam que haja um preconceito dentro de suas ideologias. Dizem não ser homofóbicas, mas estas famílias não permitem que seus filhos possam entender o que é uma criança sentir uma paixão por outra do mesmo sexo. O conservadorismo é uma hipocrisia que precisa ser extirpado da nossa sociedade, e termos uma educação verdadeiramente revolucionária, que eduque as crianças para o mundo, não para o mundinho de suas famílias.
Abaixo, algumas fotos da Enciclopédia da Vida Sexual que ainda está guardada aqui em casa, que hoje, sem dúvida, seria visto como algo criminoso.
26 março 2013
Eva portuguesa - «Novo ano»
[Dezembro/2012]
O Natal já passou, se bem que ainda lhe sentimos o cheiro.
Começamos agora a fazer um balanço do ano que se acaba, rezando e pedindo para que o próximo seja melhor...
Com ou sem arrependimentos, todos nós fazemos agora as nossas resoluções de ano novo, na esperança de termos a coragem de as conseguirmos cumprir... mas pelo menos tentamos...
E nao é isto a vida? Uma sucessão de tentativas, de erros e acertos, de quedas e vitórias? Pequenas batalhas diárias que são a nossa grande luta, a nossa grande guerra...
Paz, amor, saúde e dinheiro (não necessariamente nesta ordem) são,creio eu, o nosso desejo universal, aquilo a que todos aspiramos.
Pois bem, é isto que quero para mim e que desejo para vocês!...
E se não vos posso proporcionar tudo, deixem pelo menos, durante uma hora, dar-vos um pouco de amor e de paz... fazer-vos sentir bem e desejados. Deixem-me proporcionar-vos uma despedida deste ano que finda a dois, nos braços de alguém que fica realmente feliz quando vocês vêm... eu!
E para que isso seja possível estou hoje, amanhã e sexta-feira dia 28 até às 2h. No meu ninho de amor... na minha alcova do prazer... à vossa espera...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
O Natal já passou, se bem que ainda lhe sentimos o cheiro.
Começamos agora a fazer um balanço do ano que se acaba, rezando e pedindo para que o próximo seja melhor...
Com ou sem arrependimentos, todos nós fazemos agora as nossas resoluções de ano novo, na esperança de termos a coragem de as conseguirmos cumprir... mas pelo menos tentamos...
E nao é isto a vida? Uma sucessão de tentativas, de erros e acertos, de quedas e vitórias? Pequenas batalhas diárias que são a nossa grande luta, a nossa grande guerra...
Paz, amor, saúde e dinheiro (não necessariamente nesta ordem) são,creio eu, o nosso desejo universal, aquilo a que todos aspiramos.
Pois bem, é isto que quero para mim e que desejo para vocês!...
E se não vos posso proporcionar tudo, deixem pelo menos, durante uma hora, dar-vos um pouco de amor e de paz... fazer-vos sentir bem e desejados. Deixem-me proporcionar-vos uma despedida deste ano que finda a dois, nos braços de alguém que fica realmente feliz quando vocês vêm... eu!
E para que isso seja possível estou hoje, amanhã e sexta-feira dia 28 até às 2h. No meu ninho de amor... na minha alcova do prazer... à vossa espera...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
«vou atravessar o corpo das coisas» - Susana Duarte
vou atravessar o corpo das coisas,
para nelas rever as amoras rubras
do teu peito, e encontrar luas novas
nas sombras dos olhos onde me deitei.
em ti, atravessarei o corpo estranho
de todas as coisas
onde não estás.
...
saberei das tuas mãos, flores
impressas
nos seios,
para depois as atravessar e, içada
pelas faixas de luz da tua voz,
reencontrar os fantasmas
de um comboio invisível,
que retirarei dos ferros das mãos
que te deixaram atravessar as portas.
lembrar-me-ei das mãos,
impressões digitais dos olhos e dos dedos
sobre as veias e todas as amoras
do meu corpo.
atravessarei o fio invisível da partida,
para saber se setembro
foi o corpo das coisas,
que se agitam ante a ausência
da tua boca
sobre mim.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
para nelas rever as amoras rubras
do teu peito, e encontrar luas novas
nas sombras dos olhos onde me deitei.
em ti, atravessarei o corpo estranho
de todas as coisas
onde não estás.
...
saberei das tuas mãos, flores
impressas
nos seios,
para depois as atravessar e, içada
pelas faixas de luz da tua voz,
reencontrar os fantasmas
de um comboio invisível,
que retirarei dos ferros das mãos
que te deixaram atravessar as portas.
lembrar-me-ei das mãos,
impressões digitais dos olhos e dos dedos
sobre as veias e todas as amoras
do meu corpo.
atravessarei o fio invisível da partida,
para saber se setembro
foi o corpo das coisas,
que se agitam ante a ausência
da tua boca
sobre mim.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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