01 maio 2013
30 abril 2013
Dove - «Retratos da verdadeira beleza»
... e um video que alguém fez baseado na mesma ideia... mas para homens, com humor:
Eva portuguesa - «Domingo»
É domingo, estou no apartamento desde o meio dia e a única coisa que fiz foi receber três marcações falsas!
E, para respeitar uma delas, recusei outra...
Ou seja, há "homens" ( se é que se lhes pode aplicar este nome!) que, na sua frustração de não terem nada nem ninguém num domingo, se divertem a estragar a vida a quem abdica do seu dia de descanso para se sustentar!...
Muitos são anónimos, mas outros nem por isso.
Um dia vou publicar aqui todos os números que tenho destes engraçadinhos.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
E, para respeitar uma delas, recusei outra...
Ou seja, há "homens" ( se é que se lhes pode aplicar este nome!) que, na sua frustração de não terem nada nem ninguém num domingo, se divertem a estragar a vida a quem abdica do seu dia de descanso para se sustentar!...
Muitos são anónimos, mas outros nem por isso.
Um dia vou publicar aqui todos os números que tenho destes engraçadinhos.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
«ama-me» - Susana Duarte
ama-me, nos círculos que me desenhas
e nas ondas com que me moves.
desenha-me nuvens
nos lábios.
ama-me, e redesenha-me o corpo.
redesenha-me os dedos
com a língua
e o fogo.
descobre-me sóis, onde me deito,
e desenha-os nos teus poros,
grutas de fogo do meu leito,
onde vives a pele
e me amas.
ama-me. e desenha em mim
os futuros que as ondas
de sol levantam
nas mãos.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Adoradora e o seu ídolo
Tenho várias peças (algumas delas únicas, como esta) assinada por "P. Leroux (1/1)".
Esta estatueta em metal (que não me parece bronze), com 8,5x13,5x6cm, juntou-se agora às restantes, na minha colecção.
Esta estatueta em metal (que não me parece bronze), com 8,5x13,5x6cm, juntou-se agora às restantes, na minha colecção.
29 abril 2013
«pensamentos catatónicos (287)» - bagaço amarelo
somos únicos
Estou tentado a acreditar que é mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa. O pouco que nos separa, no entanto, é um pequeno machado capaz de destruir essa grande árvore que é a nossa união. E sim, falo de nós, pessoas comuns que procuram pelo preço mais barato dum produto no supermercado, que gostam de aquecer as mãos frias numa chávena de café fumegante, que choram, que riem ou ficam a leste das emoções uma vez por outra.
Não estou a falar do grandes conflitos entre classes e nações, como aquele que opõe israelitas a palestinianos, trabalhadores a accionistas ou direitosos a esquerdistas. Esses são os conflitos concebidos por interesses escondidos ou por ideias de como o mundo se deve organizar. São problemas fabricados e fazem parte doutra luta.
Estou a falar dos conflitos mais mesquinhos, entre duas pessoas que se Amam e que põem esse Amor em risco por causa de nada. É a mania que temos de acreditar que somos únicos, que os outros não pensam nem sentem como nós. Somos únicos, porque é por nós que passam todo esse cocktail que mistura inexplicavelmente emoção e razão.
Só nos falta perceber que, se formos por aí, somos tão únicos quanto outra pessoa qualquer.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Estou tentado a acreditar que é mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa. O pouco que nos separa, no entanto, é um pequeno machado capaz de destruir essa grande árvore que é a nossa união. E sim, falo de nós, pessoas comuns que procuram pelo preço mais barato dum produto no supermercado, que gostam de aquecer as mãos frias numa chávena de café fumegante, que choram, que riem ou ficam a leste das emoções uma vez por outra.
Não estou a falar do grandes conflitos entre classes e nações, como aquele que opõe israelitas a palestinianos, trabalhadores a accionistas ou direitosos a esquerdistas. Esses são os conflitos concebidos por interesses escondidos ou por ideias de como o mundo se deve organizar. São problemas fabricados e fazem parte doutra luta.
Estou a falar dos conflitos mais mesquinhos, entre duas pessoas que se Amam e que põem esse Amor em risco por causa de nada. É a mania que temos de acreditar que somos únicos, que os outros não pensam nem sentem como nós. Somos únicos, porque é por nós que passam todo esse cocktail que mistura inexplicavelmente emoção e razão.
Só nos falta perceber que, se formos por aí, somos tão únicos quanto outra pessoa qualquer.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Luís Gaspar lê «Triste forma de amar» de Cristina Miranda
"Noite após noite,
Colocaram-se nuvens no céu-da-boca.
Estudaram-se os segredos,
Enquanto sentíamos a chuva
Nas nossas línguas.
Imaginei os reflexos
Dos pirilampos que viriam
Servir-te de ponto,
Espalhando restos de luz,
Sobre a galeria de vidas que encenámos…
Conhecíamos a razão
Do pousio das palavras,
Da angústia de sentir descer
Sobre elas o pano…
Os aplausos eram apenas o eco
De ver uma nova personagem surgir,
Sobre o horizonte da minha garganta.
Por isso decorei todos os silêncios,
Essa ante estreia de uma outra estação,
O escuro de um Inverno,
Sabendo dos reflexos de chuva
Que teria ainda de conhecer.
Tentámos fingir,
Mas não era esse o ponto forte!
O ponto alto?
Foram os obstáculos,
As sementes de tempestade
Escondidas nas nuvens
Do céu das nossas bocas,
Que fomos suportando.
Entrámos.
Eu sentei-me na primeira fila,
Para ter a absoluta certeza de que me verias,
Ainda que fosse eu, a tua única espectadora.
Não aplaudi, no fim.
Já sentia o lago de lágrimas,
No meio de um público,
No meio de mim…
Esperei que todas as luzes se apagassem.
E, então, sim,
Chorei, no escuro,
Para que nenhuma porção minha me visse.
E depois fugi
Daquele lugar,
Fugi de mim,
Tropeçando nos soluços,
Chegando quase a cair,
Naquela tão triste forma de amar!"
Cristina Miranda
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Colocaram-se nuvens no céu-da-boca.
Estudaram-se os segredos,
Enquanto sentíamos a chuva
Nas nossas línguas.
Imaginei os reflexos
Dos pirilampos que viriam
Servir-te de ponto,
Espalhando restos de luz,
Sobre a galeria de vidas que encenámos…
Conhecíamos a razão
Do pousio das palavras,
Da angústia de sentir descer
Sobre elas o pano…
Os aplausos eram apenas o eco
De ver uma nova personagem surgir,
Sobre o horizonte da minha garganta.
Por isso decorei todos os silêncios,
Essa ante estreia de uma outra estação,
O escuro de um Inverno,
Sabendo dos reflexos de chuva
Que teria ainda de conhecer.
Tentámos fingir,
Mas não era esse o ponto forte!
O ponto alto?
Foram os obstáculos,
As sementes de tempestade
Escondidas nas nuvens
Do céu das nossas bocas,
Que fomos suportando.
Entrámos.
Eu sentei-me na primeira fila,
Para ter a absoluta certeza de que me verias,
Ainda que fosse eu, a tua única espectadora.
Não aplaudi, no fim.
Já sentia o lago de lágrimas,
No meio de um público,
No meio de mim…
Esperei que todas as luzes se apagassem.
E, então, sim,
Chorei, no escuro,
Para que nenhuma porção minha me visse.
E depois fugi
Daquele lugar,
Fugi de mim,
Tropeçando nos soluços,
Chegando quase a cair,
Naquela tão triste forma de amar!"
Cristina Miranda
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
28 abril 2013
«Fazer amor dentro de água» - por Rui Felício
Hoje de manhã a maré estava baixa, como eu gosto.
É quando, durante umas horas, o mar nos revela parte dos segredos de uma vida esfusiante que se abriga nas rochas, onde a erosão milenar foi escavando túneis e grutas que protegem os seres marinhos dos seus predadores.
Serpenteando, a água límpida, num ondular repetitivo, mas nunca repetido, vai banhando as rochas descobertas, as algas, os musgos, os ouriços, os moluscos, os pequenos peixes, até os insectos.
A mim, acariciava-me as pernas meio submersas, intrusas…
Involuntariamente, fixo o meu olhar num casal, mais à frente, recoberto pela água, entregue à loucura de um apertado abraço.
Bolhas de ar subiam velozes, desfazendo-se em espuma à tona de água, como capitoso champanhe.
Presenciar a beleza de um acto de amor, em invulgar ambiente aquático, afastou os pruridos que a razão me aconselhava. Foi mais forte do que eu, invadir a privacidade daqueles jovens…
A refractária ondulação permitia-me adivinhar, mais do que realmente ver, deformadas, as imagens dos braços enleados, das pernas entrelaçadas, das bocas coladas, dos corpos fundidos num só.
Num frenesim!
Uma e outra vez a água revolteava-se quando os corpos daqueles jovens surgiam à tona, já indiferentes aos olhares estranhos, perto do êxtase.
Subitamente, a calmaria…
Ainda os vi, de braços enlaçados, deslizarem suavemente, lado a lado, afastando-se, saciados, em direcção a uma rocha mais longínqua.
Amanhã vou estar de novo naquela praia. Gostava de poder agradecer àqueles dois jovens polvos, por me terem mostrado a beleza do amor dentro de água…
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Quinta-feira
Quinta-feira é noite de ir às putas desde que a carta de condução lhe deu acesso àquela estrada que elas enchem de cor e alegria e muito brilho. É um dia mais sossegado que os de fim de semana e ninguém desconfia ou pelo menos a sua mãe que nem nota que o seu menino mais novo já tem uns cabelos grisalhos e tal como as crianças julgam que os seus pais não têm sexo é sabido que as mães pensam o mesmo dos filhos à sua guarda.
Na timidez da primeira vez num sábado de sol a pino as raparigas cercaram-no de atenções como uma travessa de salgadinhos cheirosos por acabarem de sair da frigideira a piscarem-lhe o olho para uma trincadela até que uma mais ousada esticou uma mão toda no seu sexo e massajou-lhe umas sensações inauditas como se o quisesse a ele para uma abébia ganhando a decisão imediata de a seguir. Usava chinelas verdes de salto alto a conferir-lhe uma bambolear sensual das nádegas em cada passada e quando atirou com a blusa e a saia ostentando uns bicos espetados e muito castanhos e um triângulo de pêlo fofinho como o da gata lá de casa o ceguinho ergueu-se logo como se os testículos fossem saltos altos. Nas flexões que se seguiram até lhe escorrer o desejo as chinelas brilhavam no verde da relva no encadeamento da cara dela que avisou prontamente não poder beijar sendo desde aí fácil a contabilidade de uma vida de muito esperma derramado e nem um linguado para amostra.
Quando chega o verão nem a condução o distrai da curvatura de umas pernas a chinelar desde o saliente calcanhar até ao ressalto do rabo e se o zingarelho começa a espreguiçar-se encosta logo à berma que é um cidadão cumpridor.
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