«Blachman» é um programa da TV da Dinamarca em que uma mulher entra de roupão e se despe e fica sem poder dizer qualquer palavra, perante Thomas Blachman e um convidado masculino, ambos sentados num cenário vazio, todo negro, que fazem comentários sobre o seu corpo e sobre outros assuntos que lhes vêm à cabeça.
Thomas Blachman defende que está, “na verdade, a fazer um favor às mulheres, já que ‘o corpo feminino tem sede de palavras de um homem’”.
Este programa tem gerado uma grande polémica,como seria de esperar.Há quem classifique o programa como o mais machista da história e faça uma inaceitável coisificação da mulher.
O apresentador defende-se, argumentando que o programa tem um carácter revolucionário, pois pretende discutir a estética do corpo feminino sem permitir que a conversa seja “pornográfica ou politicamente incorrecta”. “Agora as mulheres podem entender o que os homens pensam sobre o corpo delas”.
No YouTube só se encontram pequenos videos promocionais e censurados, como este.
Mas encontrei na página da cadeia DR os seis primeiros episódios completos. O sexto (com o sexólogo Sten Hegeler) até está legendado em inglês. Quanto a mim, não tem nada de chocante. Mas cada um que forme a sua própria opinião:
16 maio 2013
É assim que quero
É assim que quero hoje,
teu corpo fértil,
despido,
à mercê da carícia
suave
das unhas
vermelhas,
da boca suave,
da vulva doce...
É assim que quero!
Hoje faço o destino
na erecção do
grito,
nos tremores do teu
sentir,
É assim hoje.
No gemido infinito,
na carne suada
de ondas de prazer!
Vera Sousa Silva
3ª lição
A vagina já está perfeitamente adaptada à grossura e ao tamanho do pénis, encharcando-o de sucos e de fluidos quentes e facilitadores.
Os movimentos descritos nas lições anteriores, vão repetir-se compassados e persistentes. É o momento em que a mulher se inclina ligeiramente roçando os mamilos nos peitorais do macho. Este ângulo permite que o pénis toque o clítoris, friccionando-o no movimento que o faz mergulhar, curvo e pulsante, no lago apertado que o acolhe.
É o momento de dedicar atenção e cuidado aos testículos. A mão da mulher deve afagá-los como se os dedos fossem penas. Sentir-lhes a textura, os subtis movimentos, o volume, o boleado a sutura do escroto e percorrer-lhe a penugem macia que os torna aveludados. Este mover de dedos femininos é acompanhado pela descida da vagina, fazendo-a rasar a base do pénis de modo a que o clítoris embata no início do tronco latejante, permitindo, também, que os dedos formem um anel controlador e que, apertando-o, comandem a penetração que tende a ser cada vez mais acelerada, com os testículos a subirem e o arrepio brutal e animalesco de quem desespera na espera.
A forma mais eficaz de domar este impulso, é procurar rodear, anelar com delicada manobra e atenção redobrada, o início destas duas impaciências, coagindo-as a uma descida lenta e prazenteira. Os testículos obedecerão contrariados e a rigidez do pénis aumentará de forma significativa, tornando-o poderoso e fazendo-nos sentir que as paredes da vagina, que até ao momento o acolheram como um dedo de uma luva, devem agora readaptar-se a novas dimensões.
Será conveniente, em caso de masculinas emergências gemidas ou ganidas, libertar o falo e passar à quarta lição, sumariada em breve.
Camille
15 maio 2013
«Dos cinzentos deslizantes» - João
"Para mim a vida era simples de categorizar. Ou era branca, ou era preta. Não havia segredo. Nem truque. Nem nada além disto. Tomava-se uma posição e ficava-se nela. Como facções. Ou estávamos de um lado, ou contra ele. Branco. Preto. Como tabuleiros de xadrez. Estava errado. Com o tempo vim a entender que a vida não se faz de brancos e pretos. É como as probabilidades. As probabilidades oscilam entre zero e um, entre a impossibilidade e a certeza. Mas nunca temos a certeza de nada. Nem a certeza da certeza, nem a certeza da impossibilidade. As probabilidades são, para mim, cinzentos da matemática, assim como os dias que vivemos, entre o momento em que acordamos até à cama onde nos deitamos ao fim do dia, são os cinzentos da vida. Contas feitas, matemática esgotada, os brancos e os pretos não existem. Só existem cinzentos. Uns muito claros, que quase parecem brancos, e outros, muito escuros, que quase nos parecem pretos. E, entre eles, um infinito de gradações em que nos movemos.
Uma existência a branco e preto é conveniente a superegos muito dominantes. No domínio da moral, quando a moral nos pesa para além de um núcleo indispensável, com demasiadas excrescências, com coisas que não são inteiramente nossas, os brancos e os pretos dão jeito. São confortáveis. As coisas ou são, ou não são. Não temos de testar o nosso superego. Não o colocamos à prova. Conformamo-nos. É um aborrecimento ter de assumir que a vida tem cinzentos. Dá trabalho. Obriga-nos a olhar para dentro, a questionar aquilo em que acreditamos. Provavelmente com medo. Porque tantos anos seguidos a alimentar um superego, choca perceber que ele é, porventura, mais pesado do que precisa. Chocará perceber que deitar uma boa parte dele fora não nos torna piores, não faz de nós seres amorais, não nos retira coluna, pilares, princípios. Apenas nos torna mais adaptáveis aos imprevistos. Permite-nos deixar falar mais o id, permite-nos um ego mais solto, permite-nos inalar o cheiro da vida a plenos pulmões.
Julgo que somos ensinados, muitos de nós, a suprimir o id. É-nos dito que o id é coisa geradora de pecado, que não é suposto a vida ter piada, que apenas os domínios do ego e do superego devem ser alimentados, que o instinto, que o desejo mais primário, é fonte de perigos e contratempos. E isso gera, inevitavelmente, gente branca. E gente preta. E gente sem graça. A vida está nos cinzentos, digo-vos. É neles que apetece deslizar. É neles que está o sumo dos dias. E o truque, afinal, é meter tudo no lugar certo. Não deixar nenhum deles abafar-nos ao ponto de nos tornar tristes e frios. Soltar o id nesses cinzentos, e esquecer os brancos, esquecer os pretos. Porque não existem."
João
Geografia das Curvas
Uma existência a branco e preto é conveniente a superegos muito dominantes. No domínio da moral, quando a moral nos pesa para além de um núcleo indispensável, com demasiadas excrescências, com coisas que não são inteiramente nossas, os brancos e os pretos dão jeito. São confortáveis. As coisas ou são, ou não são. Não temos de testar o nosso superego. Não o colocamos à prova. Conformamo-nos. É um aborrecimento ter de assumir que a vida tem cinzentos. Dá trabalho. Obriga-nos a olhar para dentro, a questionar aquilo em que acreditamos. Provavelmente com medo. Porque tantos anos seguidos a alimentar um superego, choca perceber que ele é, porventura, mais pesado do que precisa. Chocará perceber que deitar uma boa parte dele fora não nos torna piores, não faz de nós seres amorais, não nos retira coluna, pilares, princípios. Apenas nos torna mais adaptáveis aos imprevistos. Permite-nos deixar falar mais o id, permite-nos um ego mais solto, permite-nos inalar o cheiro da vida a plenos pulmões.
Julgo que somos ensinados, muitos de nós, a suprimir o id. É-nos dito que o id é coisa geradora de pecado, que não é suposto a vida ter piada, que apenas os domínios do ego e do superego devem ser alimentados, que o instinto, que o desejo mais primário, é fonte de perigos e contratempos. E isso gera, inevitavelmente, gente branca. E gente preta. E gente sem graça. A vida está nos cinzentos, digo-vos. É neles que apetece deslizar. É neles que está o sumo dos dias. E o truque, afinal, é meter tudo no lugar certo. Não deixar nenhum deles abafar-nos ao ponto de nos tornar tristes e frios. Soltar o id nesses cinzentos, e esquecer os brancos, esquecer os pretos. Porque não existem."
João
Geografia das Curvas
«conversa 1972» - bagaço amarelo

Lembrava mas, tal como ela, também eu tinha dúvidas que ela se lembrasse de mim. As memórias são apenas a paisagem dum caminho estreito, que percorremos sós. Assim, por um momento, fiquei a olhar para o meu passado sem lhe ver o horizonte.
- Claro que lembro. Que patetice, então não me havia de lembrar? - Mas não era uma patetice.
Ela calou-se e fitou-me nos olhos, como se procurasse alguma coisa escondida em mim. Acho que sempre que perdemos alguma coisa noutra pessoa, os olhos são o primeiro sítio onde a vamos procurar. Deixei-me estar quieto, a ver o primeiro sinal de desilusão no seu rosto. O que quer que fosse que ela queria ver, não viu. Depois veio o silêncio.
- E então, que fazes? - Perguntei.
- Estou desempregada. Trabalhei muitos anos em Setúbal, em várias coisas...
- Eu também estou desempregado. Trabalhei sempre cá por cima, com alguns intervalos para trabalhos no estrangeiro...
Mas as palavras iam morrendo pouco a pouco, como que intoxicadas pelo desinteresse da banalidade. Temos os dois mais de quarenta anos e não nos víamos desde a adolescência, numa noite qualquer de Verão. Na verdade, foi essa a única noite em que a vi, e só me lembro que ficámos para trás de um grupo de vários amigos comuns que iam a uma discoteca qualquer. Passámos horas numa praia qualquer do Alentejo, onde fizemos da areia a nossa cama e do som do mar a nossa conversa.
Ela tornou a fitar-me nos olhos.
- Apaixonaste-te muitas vezes, desde então?
- Duas ou três. - respondi.
- Duas ou três?! Tens sorte.
- Sorte?! Porquê?!
- Eu já lhe perdi a conta...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
A dois
Vejo-nos nas páginas de um livro onde incógnitos nos vestimos personagens nos corpos que despimos em segredo guardado a dois.
14 maio 2013
«The Next Day» - David Bowie a brincar com o fogo divino
Lia-se no DN no dia 8 de Maio:
"«Este vídeo foi removido porque o seu conteúdo viola os termos de utilização do YouTube». Esta era a mensagem que aparecia ao início do dia a quem tentava ver no YouTube o novo teledisco de David Bowie, para a canção The Next Day, que pouco tempo depois de ter sido disponibilizado nesta plataforma foi retirado.
Todavia, passadas umas horas os responsáveis pelo YouTube voltaram atrás nesta decisão e voltaram a disponibilizar o teledisco, estando no entanto categorizado pelo seu conteúdo explícito.
Realizado por Floria Sigismondi (a mesma que recentemente fez o vídeo da canção The Stars [Are Out Tonight]), neste novo vídeo David Bowie contracena com Marion Cotillard e Gary Oldman. O conceito parte de uma batalha entre o sagrado e o profano e o vídeo recorre a muita da iconografia cristã. No teledisco vê-se um cardeal a pagar a uma alegada prostituta e um monge a ser açoitado. Gary Oldman veste também a pele de um padre."
"«Este vídeo foi removido porque o seu conteúdo viola os termos de utilização do YouTube». Esta era a mensagem que aparecia ao início do dia a quem tentava ver no YouTube o novo teledisco de David Bowie, para a canção The Next Day, que pouco tempo depois de ter sido disponibilizado nesta plataforma foi retirado.
Todavia, passadas umas horas os responsáveis pelo YouTube voltaram atrás nesta decisão e voltaram a disponibilizar o teledisco, estando no entanto categorizado pelo seu conteúdo explícito.
Realizado por Floria Sigismondi (a mesma que recentemente fez o vídeo da canção The Stars [Are Out Tonight]), neste novo vídeo David Bowie contracena com Marion Cotillard e Gary Oldman. O conceito parte de uma batalha entre o sagrado e o profano e o vídeo recorre a muita da iconografia cristã. No teledisco vê-se um cardeal a pagar a uma alegada prostituta e um monge a ser açoitado. Gary Oldman veste também a pele de um padre."
Eva portuguesa - «Fresquinha»
Ora vejam bem a última artimanha que os pseudo-homens arranjaram para nos tentar enganar.
Esta é fresquinha, pois acabou de acontecer.
Ligam-me de um número anónimo e um "senhor" identifica-se como sendo jornalista da revista «Íntima»,diz um nome e continua, dizendo que estão a contactar mulheres bonitas e com experiência na área para fazerem um artigo sobre o desempenho sexual do homem.
Sem me dar tempo de argumentar, pergunta se os homens costumam exagerar no tamanho que dizem ter dos seus pénis. Sem eu responder, continua, perguntando se são muitos os homens que me procuram para ter sexo anal e para me fazer sexo oral.
Farta deste ordinário e da pouca esperteza dele ao tentar passar-me a mim um atestado de estupidez, respondo: "Está a ligar-me de um número privado para uma entrevista para um artigo com perguntas íntimas e quer que eu acredite e confie?!..."
Resposta do outro lado: tututututututututututu.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Esta é fresquinha, pois acabou de acontecer.
Ligam-me de um número anónimo e um "senhor" identifica-se como sendo jornalista da revista «Íntima»,diz um nome e continua, dizendo que estão a contactar mulheres bonitas e com experiência na área para fazerem um artigo sobre o desempenho sexual do homem.
Sem me dar tempo de argumentar, pergunta se os homens costumam exagerar no tamanho que dizem ter dos seus pénis. Sem eu responder, continua, perguntando se são muitos os homens que me procuram para ter sexo anal e para me fazer sexo oral.
Farta deste ordinário e da pouca esperteza dele ao tentar passar-me a mim um atestado de estupidez, respondo: "Está a ligar-me de um número privado para uma entrevista para um artigo com perguntas íntimas e quer que eu acredite e confie?!..."
Resposta do outro lado: tututututututututututu.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
«pudesse eu conhecer a força dos trigais, semente» - Susana Duarte
pudesse eu conhecer a força dos trigais, semente
escondida nas névoas das casas e dos beirais das ondas...onde
sorrisos erguem muros, e muros destroem casas...pudesse eu
saber da força das papoilas, rubras-serenas-frágeis papoilas,
e as águias seriam voos lentos de olhares incautos, e os cantos,
apenas entoações das alturas da alma desabrigada de si, no
silêncio
fugaz de todas as coisas que não se dizem. pudesse eu ser silêncio,
e teria asas onde os seios erguem suaves ondulações de ar
respirado, ou naufragado, ou soturno. soturno ar desabrigado das encostas
onde apoias os olhos e serenas todas as marés violentas dos dias.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
escondida nas névoas das casas e dos beirais das ondas...onde
sorrisos erguem muros, e muros destroem casas...pudesse eu
saber da força das papoilas, rubras-serenas-frágeis papoilas,
e as águias seriam voos lentos de olhares incautos, e os cantos,
apenas entoações das alturas da alma desabrigada de si, no
silêncio
fugaz de todas as coisas que não se dizem. pudesse eu ser silêncio,
e teria asas onde os seios erguem suaves ondulações de ar
respirado, ou naufragado, ou soturno. soturno ar desabrigado das encostas
onde apoias os olhos e serenas todas as marés violentas dos dias.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
A Madame do vestido roxo...
... e com o rabiosque à mostra.
Peça em barro vidrado com surpresa... apenas para quem não tem a minha experiência e instinto nestas andanças.
Encontrei-a, discreta e à minha espera, na Feira Sem Regras, junto ao Convento de Santa Clara a Velha, em Coimbra.
A partir de hoje, só mostra o rabiosque na minha colecção.
Peça em barro vidrado com surpresa... apenas para quem não tem a minha experiência e instinto nestas andanças.
Encontrei-a, discreta e à minha espera, na Feira Sem Regras, junto ao Convento de Santa Clara a Velha, em Coimbra.
A partir de hoje, só mostra o rabiosque na minha colecção.
13 maio 2013
Dove - «Retratos da verdadeira beleza» - agora, com os testículos
Aproveitando a campanha publicitária da Dove, já vimos aqui uma variante com humor. Agora, temos aqui outra, desta vez com... as bolas:
Subscrever:
Comentários (Atom)

+-+poster+Stop+Sex+With+Children.jpg)

