06 junho 2013

«Homenagem ao regresso do Patife» - nAnonima

Com o regresso do Patife às lides, uma admiradora dele - a nAnonima - dedicou-lhe "uma singela prova de amor escrita, roubada e adaptada do outro grande senhor, Bocage":

«Se tu visses, Patife, a minha chona»

Se tu visses, Patife, a minha chona,
Havias de louvar o meu bom gosto;
Pois seu delicado e entumescido rosto,
Às mais formosas não inveja nada:

Na sua entrada o meu dedo faz morada:
No olho o cupido as setas tem enfiado;
No clitóris faz a minha mão o seu bailado,
Nela enfim tudo encanta, tudo agrada:

Se a blogosfera visse coisa tão bonita
Talvez lhe levantasse algum pagode
A gente, que na foda se exercita!

Beleza mais completa haver não pode:
Pois mesmo quando palpita,
Parece estar dizendo: "Fode, fode!"


A nAnonima já tinha dedicado ao Patife uma adaptação do Pai Nosso:

Patife Meu que estais no Chiado,
santificado seja o Vosso Membro,
venha a mim o Vosso Leite,
seja feita a Vossa vontade
assim na cama como no sofá.
O pacheco meu de cada dia me dai hoje,
perdoai-me as minhas inabilidades
assim como eu perdoo
a quem me tem fornicado,
e não me deixeis sair da tentação,
mas livrai-me do Anal.
Amén.


... tal como esta "leve adaptação do poema de Fernando Correia Pina":

«Colchão eléctrico»

Que noite, Patifóide. Que noite memorável!
Vinte vezes me vim e tu sempre prestável,
sempre em cima de mim, o cu a dar a dar
e eu num gozo sem fim, com ganas de gritar.
Que noite, Patifóide. Foi assim como um choque
sempre a correr por mim, a cona num bitoque,
a pedir mais chinfrim, gulosa do caralho -
fogoso berbequim em ardente trabalho.
Que noite, Patifóide. Electrizante estado
de volúpia atingi até que te vieste
de cabelos em pé, ofegando ao meu lado
dizendo em confissão
com ar triste de fado -
a merda do colchão
estava mal isolado.


nAnonima
Blog «nAnonima»

(e podem visitar aqui o blog do Patife)

Onan ou a arte da masturbação (I)

Apesar de consistir numa das práticas sexuais mais espantosas e avassaladoras, há uma desvalorização deplorável da masturbação, sobretudo da masculina.
A Santa Madre Igreja tem gravíssimas culpas no cartório também em relação a mais esta magnífica actividade sexual. A ameaça de loucura, cegueira, tuberculose e pilosidade invasora da mão que embala o berço, disseminada por toda a Europa ao longo do tempo, produziu, sobretudo no século XIX, os objectos mais deploráveis, sinistros e dolorosos de que há memória, destinados a conter a libido, solitária, dos adolescentes e deu às jovens raparigas as amas tenebrosas que lhes vigiavam o sono durante toda a noite, sentadas e em sentinela, prontas a acordar a vítima se suspeitassem que os sonhos da pobre não eram impolutos e castos.
A masturbação foi arrastada para as esquinas do “desenrasca”. Tornou-se um estratagema rápido, fácil e simples de aliviar tensões e tesões. Perdeu-se a enorme potencialidade de Onan.
Lamentável.
É desconhecido o universo de prazer que a masturbação oferece.
Masturbo os homens quando os dias são difíceis ou quando mo suplicam, depois da primeira experiência, da responsabilidade das minhas mãos. A técnica não é sobrenatural e qualquer um, solitário e excitado, a pode usar sem freio e sem cuidado.
Exige controlo e conhecimento do corpo, mas a constância é a alma do sucesso.
Se ensinar a um macho isolado as boas práticas que aplico aos meus clientes e aos homens dos meus acasos, o resultado é parecido com aquele que se obtém comigo perto.
Comecemos:
O ambiente tem de ser morno, pacífico, repleto de sombra, silencioso e macio. A música ambiente não resulta nos elevadores e é lógico que destrói o que se quer vagaroso e controlado.
Despe-te e deita-te. Procura uma almofada para a cabeça e uma outra para colocares debaixo das nádegas de modo a elevares o pénis e a revelares todo o esplendor dos testículos.
Estende e abre as pernas.
Não precisas, a não ser no início desta aprendizagem, de apelar aos corpos femininos. O teu corpo vai bastar. De olhos fechados e sentidos abertos.
Deixa os teus dedos tocarem nos mamilos. Aperta-os. Sente a ligeira dor descer o ventre, a descer até ao umbigo. Regressa às vezes que quiseres, mas que seja num desses retornos o mergulho dos dedos na tua boca. Chupa-os. Saliva-os. Vais precisar deles encharcados para o passo que se segue.
Levanta as pernas. Encosta as coxas ao tronco. Com uma das mãos acaricia as nádegas. Afasta-as e abre o anûs, devagar. Não tenhas medo, não tens ninguém ao lado. Desce os dedos húmidos e aflora o botão redondo que se oferece. Roda os dedos lentamente, afaga-o, insiste nessa carícia levemente, sente a ligeira rugosidade, o atrito, o formato, o súbito prazer que é tocar-lhe.
Sobe a tua mão. Toca os testículos com o cuidado extremo de quem colhe o orvalho. Percorre com a polpa dos dedos todas as superfícies até sentires que se movem, já acordados. Podes apanhá-los agora, massajá-los devagar. A lentidão é essencial neste momento em que o teu pénis começa a latejar, tentando libertar a glande do capuz.
Desliza a palma da mão pelo corpo do teu pénis. Não o agarres. Tens de te aperceber das veias a pulsar e da ardência que é só dele, não é tua.
Volta aos movimentos anteriores, sempre que sentires que vais morrer de desespero.
Agora. Enrola os dedos no teu sexo já inteiro. Não os movas. Aperta o corpo duro até que seja mais do que sentido o coração a pulsar lá dentro. Desce agora a mão com a lentidão que te enfurece, enlouquece e dói, mas que te inunda de inconsciência boa de doer. Vais descobrir a glande. Deixa-a respirar. Podes soprar-lhe enquanto fazes resvalar a polpa de um só dedo pelas polidas suas superfícies. Contorna o sulco, arrepia-te com o aplanar do freio. Demora-te no freio, como se estivesses a tanger a corda de uma guitarra.
Deves sentir agora a glande a abrir a fenda e a fazer brotar uma linha de gotas transparentes do fluído que te vai lubrificar. Colhe uma gota e prova-a antes de espalhares por toda a glande as que te restaram, com a palma da mão e só com ela.
Passou já meia hora. É tempo de parares. A tua aprendizagem só agora teve início. Controla-te.   
Levanta-te, toma um duche frio, veste-te e sai para a rua. Por hoje não há mais nada para fazer.
Ensino-te o resto quando me disseres que cumpriste o que te disse com rigor.
Agora vou tratar de mim, que me excitaste.   
Camille

Postalinho da Islândia

"Estas gravuras do Museu de Stykkishólmur são especialmente para o Museu da São Rosas.
Temos pena de não poder levar-te as originais!...
Beijo da Daisy e abraço do Alfredo"


05 junho 2013

«Lago» - João

"Observei-te durante muito tempo. Cheguei muito antes da hora combinada e fiquei, ao longe, a observar o banco de madeira com vista para a água, onde havíamos combinado encontrar-nos. Vi-te chegar. Sentar. Olhar à volta, procurando-me. Depois fixaste o teu olhar na água e assim te detiveste, até me sentar ao teu lado. Abriste-me o teu sorriso. Foi luminoso. Foi bonito. Foi muito bonito mesmo, agora que o recordo melhor na minha memória fotográfica, onde estão os detalhes todos, alguns em fotograma que congelou o momento, outros em pequenas sequências animadas, com som, com cheiro, com tacto.

Ao caminhar em direcção a ti lembrava-me…

Sou tão tua. Acordei assim, vês, sonhando que me dizias isso. Sou tão tua. Sentada ao meu colo, de olhos fechados e cabelo caído sobre o corpo, dizendo que és tão minha. Acordei assim, pensando que tinhas a tua mão na minha face enquanto me beijavas numa escada qualquer, em jeito de despedida, como quem vai ali e já volta. Ou que juntaste as mãos perto do peito, enquanto te abraçava, como menina doce que procura um carinho. Sonhei. Pensei nas coisas que não vivi, onde não estive, o que não vi. Pensei nas coisas que nunca ouvi, que nunca disseste. Nunca escreveste. A menina e as palavras, a cansar-se, a desejar a telepatia que a poupasse de ir de A até B, verbalizando, levando aos lábios os sons que levariam tempos infindos por comparação ao pensamento. Ao sentimento. Que é tão mais rápido. Que num suspiro sai tudo. Mostra tudo. É tudo.

Deixei-me cair várias vezes sem cair. Sem levantar. Sonhando apenas. Tropeçando. Tombando. Levantando e tombando de novo. Morrendo vezes seguidas. Fazendo morrer vezes seguidas. Sonhei com lagos, sonhei com água agitada ao vento, com pressa. Sonhei com a pressa de chegar, acelerando estrada fora. Sonhei com neve. Com chuva. Com dias pequenos e escuros. Sonhei com néctares e manteiga. Com coisas pequenas que fazem pensar em vastos Impérios. Com lojas de bairro e kanimambo. Com gargalhadas sonoras perdidas de loucas. A menina não existe. Nem eu existo.

… e então sentei-me ao teu lado nesse banco, e ficámos os dois a olhar as águas do lago. As mãos tocaram-se, e disseste baixinho “quero explicar-te”. E eu, “nada”. Não expliques nada. Não é preciso. Eu entendo, eu sei."

João
Geografia das Curvas

«conversa 1983» - bagaço amarelo

Ela - Porque é que compraste a "Quero Saber"? Isso é literatura de casa de banho...
Eu - Na capa dizia que tinha tudo sobre bonsais, mas de facto não tem quase nada. Fiquei desiludido, não a torno a comprar.
Ela - Pois... quem promete tudo, normalmente não tem quase nada para dar.
Eu - Pois... sobre bonsais tem quatro ou cinco parágrafos pobrezinhos...
Ela - És homem, já devias saber que não se deve acreditar em quem promete tudo...
Eu - O que é que isso tem a ver com ser homem?!
Ela - Já alguma vez prometeste Amor total a uma mulher?!
Eu - Já...
Ela - E cumpriste?
Eu - Bem... não propriamente, mas quando prometi estava a falar a sério...
Ela - Pois...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Sexo no cinema só se não for ao vivo

Fonte: jornal Meio Norte

Seis são presos após show de sexo ao vivo em sala de cinema nos EUA

Na cidade de Syracuse, em Utah (EUA), seis pessoas foram detidas na última quinta-feira, dia 23, por fazerem um show ao vivo de sexo em uma sala de cinema.

Provavelmente o cinema não pode exibir nada ao vivo.

O mais curioso é que além da prisão dos envolvidos, um homem também foi preso por estar assistindo. Um homem. Isso quer dizer que o sexo deveria estar tão ruim que apenas um homem estava assistindo ao espetáculo. Talvez tenha sido a péssima qualidade da exibição o motivo da prisão.

Obscenatório
www.obscenatorio.blogspot.com

Adão depois de tomar um banho de água gelada..

Eu Criei Isso???


04 junho 2013

JP Simões & Manuel João Vieira - «Canção do jovem cão»

Eva portuguesa - «Gata borralheira»

Sinto-me a Gata Borralheira.
Não só hoje mas nos últimos tempos...
Sinto-me como aquela rapariga com tanta coisa linda para dar e mostrar (e não me refiro apenas ao físico) mas que se vê obrigada a esconder-se atrás de algo que não é, vivendo uma vida que não é a sua...
Não, não é mais uma choraminguice minha.
É um desabafo mas, assim como a história da gata borralheira, cheia de sonho, beleza, esperança e com um final feliz...
Simplesmente sinto que ainda não estou a viver aquela que será a minha vida...
Porque eu quero transformar-me na Cinderela, encontrar o príncipe que se vai apaixonar perdidamente por mim e me vai fazer feliz para sempre....
Nada disto é novo, certo?...
De uma forma ou de outra, numa altura ou noutra, todas as meninas sonham com o príncipe encantado; desejam ser a Cinderela; e acreditam num "e foram felizes para sempre".
Bem, nós, prostitutas, não deixamos de ser mulheres como as outras. Algumas, assim como eu, continuam inclusive a manter viva a rapariguinha que existia quando liam a história da Cinderela...
Quero encontrar o meu príncipe. Aquele que me vem buscar e me vai amar como eu sou, mesmo sendo agora a Gata Borralheira. Aquele que me vai fazer feliz para sempre. Aquele que me vai transformar na sua Cinderela e dançar comigo no palco da vida à frente de toda a gente, com orgulho, com amor.
Porque o amor, quando é verdadeiro, transforma... uma Gata Borralheira numa Cinderela; quebra um feitiço, acorda uma Branca de Neve...
Então, é isso que eu quero... ser amada. Como sou, com o meu presente, o meu passado e os meus sonhos de futuro. 
Ser amada com orgulho por um príncipe que queira mostrar ao mundo o quanto me ama. Ser amada por alguém que saiba o que isso quer realmente dizer. Alguém que se consiga entregar e me consiga aceitar... sem "ses"...
Quero ser amada, respeitada, protegida....
Quero ser a Cinderela...
Mas hoje, e por enquanto, continuo a ser a Gata Borralheira...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Asas» - Susana Duarte

escrevo-te sobre os poros___________e sob a pele,

enquanto me habitas as sombras____e os recantos

luminosos____________________de noites antigas

são antigas as ruas onde passámos_________vidas

inteiras, abertas, marinheiras_____do infinito luzente

______________que nos habita o centro do corpo e

o centro_______da vida, e o centro dos olhos_____

serias a águia e o grito______a água e o parto____

se, querendo, me quisesses._____se, querendo, me

_______amasses as terras longínquas de onde sou.

serias, se quisesses, as asas todas do meu corpo.



Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Alguns dos discos de vinil da minha colecção












Efeitos secundários



HenriCartoon

03 junho 2013

Red Light District - as raparigas das montras começam a dançar



"Às vezes as coisas não são o que parecem.
Homens, mulheres e crianças são traficados - enganados, forçados e explorados na indústria do sexo.
Campanha de sensibilização de apoio a Stop the Traffik. Visite http://www.stopthetraffik.org/"