12 setembro 2013

Sabores tradicionais de Portugal - vai uma... foda?

Artigo no Diário de Notícias sobre a «Foda à Monção»
- crica para ampliares
"Quem não aprecia uma Foda à Monção?
Silêncio...
Passou o choque? Para quem ainda aí ficou a ler o post eu explico tal ordinarice.
A «Foda à Monção» não é mais que cabrito (ou cordeiro) no forno com arroz, o prato mais típico da zona de Monção, regado com «Alvarinho».
Como é tradicional, os habitantes do burgo, que não possuíam rebanhos, dirigiam-se às feiras (coisa que já não existe) para comprar o reixelo. E, como em todas as feiras, havia de tudo, bom e mau. A verdade é que os produtores de gado, quando o levavam para a feira, queriam vendê-lo pelo melhor preço e, para que os reixelos parecessem gordos, punham-lhes sal na forragem, o que os obrigava a beber muita água. Na feira, apareciam com uma barriga cheia de água e pesados, pareciam realmente gordos. Os incautos que não sabiam da manha compravam aqueles autênticos 'sacos de água' e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira do norte: … mais uma foda!
Daí, tanto se vulgarizou o termo que passou a designar-se, localmente, por foda. De tal modo que é frequente, pelas alturas festivas (Páscoa, Corpo de Deus ou Coca, Senhora das Dores e Natal ou Fim de Ano) ouvir as mulheres: Ó Maria, já meteste a foda? O cliente 'tá reclamar que a foda 'tá a demorar!
Também há quem diga que a origem é outra. Que os maridos, depois de encherem o bandulho, dizem para as esposas que aquilo é melhor que uma foda.
Por isso, quando fores a Monção não te esqueças de comer uma boa... foda.
Imaginem o orgulho que é uma cidadã de Monção andar com um certificado, tipo um crachá, espetado no peito, dizendo algo do género:  faço as melhores fodas de Monção!"
Carlos Miguel

«Johnny Zipper - às suas ordens» - boneco sado-masoquista

Boneco em borracha com fecho tipo zipper metálico na boca, da Cha Cha Cha.
Está numa caixa em formato de jaula.
Sado-masoquismo q.b. na minha colecção.



A lança do leão (ou será leopardo?)

No 5º dia da nossa recente expedição pedestre por terras de Sua Majestade (minha não é, de certeza), passámos pelo castelo de Carlisle, uma bela construção que vigia de perto o curso do rio Eden. Este castelo detém no seu palmarés, ao cabo de uma história de sucessivas alternâncias de posse entre ingleses e escoceses, o título de castelo mais vezes vítima de cerco do Reino Unido e alguns dos episódios que ocorreram neste castelo são da mais pura e dura pornografia.

Sendo tão cobiçado, é natural que a sua guarda tenha sido bastante cuidada, dotando-o de uma guarnição permanente durante largos séculos. Ora, se durante os períodos de guerra, a vida no castelo era tudo menos aborrecida, já durante os interlúdios pacíficos era mais complicado arranjar distracções. Compreende-se pois que, muitos dos soldados desta fortaleza, tenham dedicado os seus períodos de ócio a criar verdadeiras obras de arte nas paredes interiores da torre de menagem do castelo.

Ora, foi precisamente ao admirarmos estes painéis tão copiosamente elaborados que reparámos numa gritante discrepância entre um dos motivos insculturados numa das paredes e o painel interpretativo que se encontrava junto a ela. Conseguem descobrir as diferenças?



Pormenor do painel interpretativo que identifica um "leão ou leopardo coroado, do brasão de armas de Inglaterra", política e moralmente correcto.


O dito leão ou leopardo que, pelos vistos, está não só coroado mas também armado com uma lança em riste. Pela natureza dos motivos ignorados no painel interpretativo quase dá para acreditar que o mesmo foi elaborado pela austera e púdica Rainha Vitória.

O criador

A busca de todo cientista.



Eu já criei vida, gente.

Capinaremos.com

11 setembro 2013

«É tudo muito bom» - João

"Passaram por umas montras, entraram numas lojas. Experimentaram roupa juntos, e viram que isso era bom. Jantaram juntos, foram ao cinema, deram as mãos, passearam os dedos no escuro, e viram que isso era bom. Conversaram a caminho de casa, atiraram as roupas para um canto qualquer e despiram os corpos porque se queriam fundir, e viram que isso era bom. Deitou a sua cabeça nas pernas dele enquanto ele lhe tocava o cabelo, passeou as suas mãos por todo o seu corpo, falou-lhe de como elas lhe sabiam bem, e viram que isso era bom. Deitaram-se encostados, as costas dela contra ele, segurou-lhe a coxa, a anca, segurou-lhe os braços, e entrou nela com amor e garra, e eles viram que isso era bom. Veio-se uma vez, e depois outra, e muitas mais depois disso, sempre com prazer explosivo, e eles viram que isso era bom. Foderam e foderam como sabiam, até haver cansaço, veio-se nela e ela a pingar, e viram que isso era muito bom. É tudo muito bom.

É tudo muito bom, amor, disse-lhe. Vem ver como é. Para não ser apenas imaginação, lugar para estar, ondulação calma num fim de tarde por viver. Coisas por fazer, o que falta dizer, páginas por ler, porque é sempre tudo muito bom."

João
Geografia das Curvas

O piropo amordaçado

Dantes eu até podia pensar: "ó Marisa Matias, és boa todos os dias". Mas ela é do Bloco e agora sinto-me embaraçado.

«conversa 2013» - bagaço amarelo

Ela - Lembras-te daquela noite em que demos as mãos e passámos horas abraçados a olhar para a Lua cheia?
Eu - Hum... aquela em que finalmente, depois de anos a esforçar-me, tivemos sexo?
Ela - Essa mesmo.
Eu - Lembro, já foi há uns sete anos. Depois nunca mais...
Ela - Pois não. Acabo de perceber porquê.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Câmara com tripé» - o Amigo de Alex


Montagem d'O Amigo de Alex

10 setembro 2013

«Disappointed Virginity» (virgindade decepcionada) - Marc Blackie


MARC BLACKIE soon at the NUE Galery -13/09-12/10- www:nuegalerie.com from Jean-Marc Sanchez Réalisateur on Vimeo.

A Família IrReal

A Família IrReal (que "é grande e todos têm sempre algo a dizer, sobre tudo e sobre nada") é uma criação de Lucy Pepper e de Marco António, disponível no Tumblr e no Facebook.
Alguns dos elementos da Família IrReal combinam perfeitamente com os cortinados deste blog. Por exemplo:


prima Isabel Arruda


Angélica e José Arcanjo


Idália. Provavelmente a gaja mais boa de toda a família. Faz sempre um sucesso na praia, como é evidente.


Osvaldo e Mirita

Façam-lhes umas visitinhas regulares que a casa está sempre aberta e estão sempre a chegar novos parentes.

«Estrangeiro» - Susana Duarte



Sou estrangeiro.
Sou luz e nevoeiro em noites de som,
maravilhosa quimera onde a lua se perdeu
e eu… eu fui Canção, e a Canção foi, em mim,
luz e tom das notas de um piano.

Sou estrangeiro.
Caminho por ruas onde me penetro nas flores da Alma
e me encontro, nos corpo de uma onda calma. Mulher-
ave, Mulher-Alma e Mulher-Vida, em cujo corpo entro
na noite… e na vida.

Na cama, a lua.
Na noite, a rua.
Na vida, a chama.

Sou estrangeiro.
Pernoito nas noites.
Pernoito nas veias de uma alma nua,
de uma cidade e de uma rua, onde se diz que Jesus amou
uma mulher. Mulher-Alma, Mulher-Luz, Vida e Ser.

É nela que me deito.
É nela que me canto.
E se, nela, me aceito,
será nela que respiro e vivo
a Vida… e o espanto.

Sou estrangeiro.
Na Balada, escondi noites em que fui só
e, na estrada, encetei caminhos em si bemol.
No Norte, sou do Sul e, no Sul,
sou de onde cantam Guitarras e o céu azul
enfeitiça as margens dos meus olhos.

Não são negros, os meus olhos. Não….
são da cor do dia incerto e do mar liberto
onde ondas de vida me encontram na Paixão.

Sou estrangeiro.
Maçã de voz que se agita ante a imagem da vida.
Viajante em terras onde sou Casa e onde sou Sangue.
Labareda de um andamento lento que me traz
… e me refaz as lágrimas e me transforma em

Saudade!

Sou estrangeiro.
E, sendo estrangeiro, posso viver a minha verdade.
Ser aqui e Ser além, onde a vida, porém, me seduz
e encanta na etérea e rósea Luz de me saber Alguém.

Porque sou estrangeiro….
e a vida espera-me aqui.

Candelabro que me segura, cotovia que me canta e mão que me desfaz em brilho nas margens de um rio seguro.

2 de Setembro de 11 (àCapella)
Susana Duarte
(poema e foto)

"Pescadores de Fosforescências"
ISBN: 978-989-8590-02-2
Edição: dezembro 2012
Editora: Alphabetum - Edições Literárias
Autora: Susana Duarte
Blog Terra de Encanto