05 outubro 2013

«Chocolate» - João

"Dois anos volvidos desde que te disse que me ia vir dentro de ti, e de tu me teres pedido «por favor, por favor vem-te dentro de mim». Dois anos volvidos desde que me disseste um adeus sem o dizer, e eu coleccionando memórias e suspiros. Dias e dias, semanas seguidas, todos estes meses a pensar o que seria de ti. Se pensavas em mim. Se havia amor, se havia indiferença, se havia alguma coisa à qual se pudesse dar um nome e a partir dela criar uma ponte. E havia já desânimo. Uma tentativa forçada de aceitar que não te veria de novo, que o mundo seria para nós uma espécie de universos paralelos, onde apenas por acaso (feliz para mim) me cruzaria contigo. Onde só mesmo por acaso estaríamos no mesmo local a tomar um pequeno-almoço, ou de copo na mão num qualquer final de tarde.

E assim, de repente, sem aviso, entro no meu gabinete, dispo o casaco que penduro, e ao sentar-me encontro, perto do teclado, uma pequena caixa de encomenda postal. Sem remetente. Mas a letra fez-me endireitar em surpresa. Apressado, mas seguro, abri a caixa e encontrei no seu interior uma única coisa. Um chocolate. Um chocolate que apenas nós sabiamos o valor que tinha. E tu sempre me havias dito que quando me quisesses transmitir que estavas de coração aberto, que querias estar comigo, era esse o chocolate que eu veria, de algum modo, em algum sítio. E eu havia esperado tanto por ele. E achado que já não o veria. E agora estava ali, à minha frente. E fez-me recuar à ansiedade de teenager, quase à vontade de pular e gritar «ela quer! ela quer!».

Saltei em direcção ao bengaleiro. Voltei a vestir o casaco. E nem sequer tive tempo de ouvir a porta bater atrás de mim."

João
Geografia das Curvas

Revistas da colecção - 6

Mais revistas da minha colecção.

Lote de pequenas revistas portuguesas (formato de bolso) de banda desenhada pornográfica, dos anos 70 e 80 46
Lote de pequenas revistas de humor portuguesas (formato de bolso) com algumas anedotas e imagens eróticas, dos anos 70 e 80. Inclui diversos exemplares das revistas Bomba H, o Cara Alegre, Selecções Can Can, Riso Mundial, o Pacote, a Rata, etc. 28
Lote de pequenos livros de contos pornográficos portugueses dos anos 70 e 80 4





Genoveva, a rectoactiva

"Genoveva. É uma das irmãs desavindas da Família irReal (há mais para além dela... e há quem lhe chame doida-varrida mas ela nunca pegou numa vassoura). É politicamente esclarecida e economicamente conhecedora da realidade do país. Ouviu o Primeiro-Ministro no Parlamento dizer que não "coiso" (tipo... cortar) nas pensões e tal... E Genoveva decidiu dar a sua opinião (e não só) sobre o assunto."
Família irReal

Um sábado qualquer... - «Quem inventou o amor, me explica por favor 7»



Um sábado qualquer...

03 outubro 2013

Fotos que não vemos nos álbuns de nossas casas... e ainda bem!


Fear I Was Doing Wrong from dominic crawford collins on Vimeo.


Don't Make a Noise from dominic crawford collins on Vimeo.

Revistas da colecção - 5

Da minha colecção faz também parte este lote de 57 revistas pornográficas portuguesas, espanholas, francesas e inglesas dos anos 70 até 2000. Inclui diversos exemplares das revistas Tânia, Gina, Weekendsex, Pedrinho, Francisquinho, Luxúria, Lesbo, Super Lesbo, Mini Lesbo, Prazer Íntimo, etc.





«A da vizinha» - Patife

Este fim de semana fui à praia para aproveitar o fim da época balnear do Pacheco. Assim que chego a uma das minhas praias naturistas de eleição vejo logo uma gaja de papo para o ar. E que grande papo. Completamente rapado e de bordas bem definidas. Qualquer peitinho de frango ficaria invejoso. Deitei-me não muito longe, se bem que se tivesse uma erecção não duvido que o Pacheco lhe cutucasse o ombro. Quando ela se virou e reparou no meu portento de nabo rapidamente entabulámos conversa. Juro que eu estava muito contido, mais preocupado em bronzear o Pacheco, conferindo-lhe um tom dourado próprio da sua majestosa posição social. O problema é que ela meteu o charro à frente dos dois. Dadas as primeiras passas já não me apetecia outra coisa que não fosse aviar-lhe a bichana solarenga até as areias ficarem movediças. Só que levantei o olhar e ao longe consegui vislumbrar uma pachachinha ainda mais perfeita que aquela que eu estava a esbardanar à bruta. A cona da vizinha é sempre melhor que a minha.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Sexistas



Via Testosterona

02 outubro 2013

«Rir contigo» - João

"Acredita que estava mergulhado no meu mais profundo alheamento. Longe de mim, longe de toda a gente, e de ti então, metido num paradoxo. Ao mesmo tempo que distante, por te imaginar a tantos anos-luz de mim, pertinho, porque te trago no pensamento várias vezes por cada tictac. A sombra na porta, a princípio, não me motivou atenção. Era uma sombra apenas. Esta porta tem muitas. E esforço-me muito para as ignorar. Mas esta sombra persistia, e acabou por me puxar, de forma determinada, do buraco negro onde estava escondido. Percebi que existia um par de bonitas pernas nessa sombra, e que havia uma menina marota a olhar para mim, a fazer uma boquinha atrevida e a piscar-me os olhos. E o meu coração disparou.

Sorri e caminhei para ti. Silêncio, mas galopando por dentro. E cheguei-me muito perto. E depois disso mais perto ainda, e ainda antes de te abraçar, as nossas mãos estavam já a tocar-se, e os dedos entrelaçados, e depois beijei-te o pescoço, e ao teu ouvido levei os meus lábios para te dizer «que saudades, amor». E tu, ao meu ouvido também, «anda amor, vem rir-te comigo».

E eu fui."

João
Geografia das Curvas

Estes romanos são loucos... por símbolos fálicos

Se há coisa da qual os romanos eram fãs, para além de convívios que reuniam o melhor das características de um pantagruélico jantar com a animação do jogo Twister, era sem dúvida de símbolos fálicos. Isso ficou bem evidente no decorrer do percurso que fizemos em Junho ao longo da Muralha de Adriano.

A Muralha de Adriano numa das suas secções mais impressionantes, perto de Housesteads.

O cunho extremamente patriarcal da sociedade romana, com a prevalência do pai de família sobre todos os outros membros e o total direito de usufruto dos escravos (homossexualidade também, desde que fosse no papel activo), indiciam logo uma apetência pelo apreço da virilidade como símbolo de poder. Para além disso, os falos eram também considerados amuletos, trazendo sorte e protegendo de maus-olhados os portadores.

Que coisa seria de esperar de uma civilização cuja génese se deve a um falo sobrenatural? Segundo Plutarco, um rei viu aparecer-lhe diante dos olhos um falo que, durante os dias seguintes, não parava de voar em sua casa. Sem saber como interpretar tal prodígio, o rei recorreu a um oráculo que finalmente revelou o que significava aquele impúdico orgão voador. Tratava-se de uma manifestação do deus Marte e tudo o que ele pretendia era... uma virgem. Nada de novo, portanto.

O rei ordenou a uma filha sua que se entregasse ao empertigado deus mas esta, não estando pelos ajustes, enviou uma criada em seu lugar. Do momento de paixão carnal entre a serviçal e o falo nasceriam mais tarde dois irmãos: Rómulo e Remo. Frutos de uma relação não desejada, foram atirados ao Rio Tibre acabando por se salvar, sendo recolhidos e amamentados por uma loba, uma lupa

Curiosamente os bordéis romanos eram conhecidos como lupanários o que leva à questão: o local de trabalho das senhoras, que acolhiam e confortavam os carentes cidadãos romanos, era assim chamado em homenagem à Loba da lenda ou, pelo contrário, esta não teria sido necessariamente uma loba?

O resto é apenas mais uma típica história de irmãos. Um belo dia, Rómulo e Remo envolveram-se numa cena de pancadaria, o primeiro matou o segundo e, não contente, fundou uma cidade que viria a tornar-se o centro do Mundo conhecido alguns séculos mais tarde. 


Uma das 3 representações fálicas encontradas na Muralha no sector do forte de Birdoswald.


Dentro do museu do Forte romano de Birdoswald, um bloco de pedra descontextualizado ostenta mais uma representação fálica.