13 novembro 2013

Qrònica do Nelo, Badajós melhéres, Badajós!!!!

éu cu çou uma bisha a çério, çe á coiza queu adoru mejmo éi u festivale dus çentidos...neim sehgóm duash ó trés vidas a bishanare de mainhã há nôte pra fasere neim çe quere metade...

Melhéres!
Ai cu çódadis queu tinhia de iscrevere as minhas bishiçes e coizo.
À duash ó trésh çemanas diçe-les quia a Badajós e açim per caza da  tristesa eim cas coizas per cá andóm  na nôte. Melhér quéi bisha a çério quere éi a Vian Rôze e açim e nam teim tempu a perdere. Á tantu home bom pra uma melhér ingatare e açim e tantu broshe a fasere cu neim sehgóm duash ó trés vidas a bishanare de mainhã há nôte pra fasere neim çe quere metade hihihihii (ai qué çó falare niço queu ficu logo sheio de cumishões e umidades e açim) hihihi cu çou uma gueloza…..

Beim, mazadianti …shegámos a Badajós, quéi já ali e açim, e diçe pró Alfredo pra ire comperare os caramelus pra minha Efigénia e me deichare num çítiu cu çó o nomi e açim, melhéres, deicha logu áugua na bôca: “ El Arrabadal Oriental”. Ó çeija, orienta-çe logu uma arrabadela e coizo, e prontes hihihhihihi…ai ai..

E ai cumessa logu a diferensa com as coizas per cá. Us Ispanhóis nam teiem eças coizas cuma melher apanhia a toda a ora nas nóças bandash. Querçezer, per izemples,  éu cu çou uma bisha a çério, çe á coiza queu adoru mejmo éi u festivale dus çentidus.  Cuando istôu a fasere um belu broshe, goshto de paçeare us dedus pelas bolas, ire iscurregando nu intervalho das pernas e metere um dêdu nu pacoti du parseiru. Ai … quéi uma çensaçãu cus homes inté ficóm co o pau maiore e açim de tanta tuza quiço les dá.  E asdepois cumesso a rodare o dêdu e infiar maizum pocashinho incuanto inrolo o bizugo pela bôca adrentro  e póço garantir-les cu cuando elis çe veeim, ei lêite pur todus os ladus, maish dum litru alguns delis., ó ó  palavra de bisha!
Mas iço éi eim Ispanhia, cuma melhér ingata um rapash beim prassido, co u bom aspectu e açim, e elis adoram logu cuma melhér fassa o trabalhu beim fêitu e açim.  Pur cá melhéres, a maiore parti delis, teiem
na mania cu ção mashões e açim e cuma melhér neim les podi mecher no pacoti,  mal discaiu a mãu maish pró ladu de tráz, e prontes, éi logu uma desgrassa, quéi puchareim-mi  us cabelos, impurrare a cabessa pra baicho e açim, cumo çe u fasere um broshe nam fôçe uma obra diarte. Uma virdadêira desgrassa, quereim ei vir-çe logu e prontes….aiaii... uma miséria....éi u cu les digu, u-m-a  m-i-z-é-r-i-a...Iço pra nam falare dus cu sheiróm male e açim, e neçes éu fasso a coiza pra levareim o bizugo prós fundus, perque taméim goshto diço, upa çe goshto! A despois nam çe podi despredissar um home; comas coizas andóm, ai filhos: éi tudu peiche, o cu veim há rede...
E açim fôi uma çurpreza maravilhoza cuando  discubri uma revishta o anu paçádo e cumessei a ferecuentare o ladu de lá da feronteira. Eli éi festivaish Gey, Eleissões de Mixteres Geys, muintos bares Gey e melhér quéi melhér e canda cas órmonas ós çaltos nam podi perdere us mûstes lá dus nuextrus ermanos e açim! Tenhu ido poish tenhu,  ash veses cu póço (çim perque a minha Efigénia teim o çeu feitiu poish teim, mazus carmelus e us bonsbons de chiclate cu Alfredo tráz sempre lá calóm as coizas)


Ai melhéres cu tempu foje!!!
Quera pra les contare du milhore broshe da minhia vida e açim, mazuma melhére pôi-çe a tagarerlare e açim e a dare há língoa e asdepois cuando olha já teim um textamentu .
Açim çendo fica prá semana cu veim
Inté lá e bons broshes!

«regador» - bagaço amarelo

Uma mosca bate insistentemente no vidro da janela da sala, provocando um ruído constante que corta o silêncio sepulcral daquele compartimento. É a primeira vez que Sofia, estendida no longo sofá vermelho, pensa em si mesmo em termos evolutivos. A mosca, que tendo em conta as origens unicelulares da vida até pode ser considerada um animal complexo, não consegue atravessar aquela superfície transparente, nem sequer consegue chegar à conclusão que não vale a pena insistir. Ao observá-la, Sofia dá-se conta do longo caminho que foi preciso percorrer para ser ela mesma, uma mulher estendida num sofá a pensar nas incapacidades duma mosca para atravessar um vidro.
Acredita que as moscas tentam apenas prolongar a existência da sua espécie, mesmo que nenhuma delas tenha propriamente consciência disso. Está-lhes nos genes. Voam, alimentam-se e reproduzem-se. Porque é que os Homens não são assim? Porque é que na nossa espécie há indivíduos com comportamentos que se desviam desse objetivo simples? Não sabe a resposta. Sabe apenas que não a consegue encontrar dentro daquilo a que se habituou a chamar probabilística e que está, muito provavelmente, na base desta estranha forma de ser da humanidade.
Ela própria não se entende, o que é muito mau para começar. Está ali deitada com um profundo sentimento de derrota que não consegue contextualizar em nada de concreto. Talvez apenas na sua vida toda, desde que nasceu até há poucos dias atrás. Aos trinta anos não tem família que consiga tratar como tal, pois abandonou o pai e a mãe quando tinha doze anos. Além disso nunca teve filhos, nem tão pouco um homem a que pudesse chamar seu. Não por falta de candidatos, mas sim porque nunca se interessou verdadeiramente por nenhum dos que lhe passaram pelas mãos.
Agora que pensa nisso, a única vez que esteve realmente apaixonada foi ainda na escola primária, quando um rapaz chamado Sandro se sentou ao lado dela logo no primeiro dia de aulas. Não o fez por nenhum motivo especial, mas apenas porque o professor sentou todos os alunos por ordem alfabética. Olharam um para o outro e ela cumprimentou-o com o olhar. Ele sorriu-lhe, o que foi suficiente para criar essa sua primeira paixão.
O Sandro era um rapaz diferente de todos os outros. Não jogava futebol no intervalo das aulas, nem sequer gostava de qualquer atividade física como qualquer criança da sua idade. Passava o tempo livre sozinho, com um regador de plástico na mão a deitar água a tudo o que era árvore, flor ou até erva daninha. Todos os colegas gozavam com ele, menos a Sofia, que um dia lhe declarou Amor.

- Gosto de ti! - disse.

O Sandro continuou a regar um canteiro de rosas como se nada fosse. Desde então, nunca mais nenhum homem a cativou da mesma maneira. É como se o género masculino fosse composto por indivíduos todos iguais. Tirando um pormenor ou outro, nenhum consegue elaborar uma frase de engate que se encaixe no que ela quer, o que é uma pena porque adora sexo.
Sempre que tem sexo, aliás, é porque engata um homem qualquer. Nunca nenhum homem a engatou a ela. Normalmente prefere tipos um pouco mais velhos, com um máximo de cinquenta anos, que se vistam discretamente e possuam um sentido de humor constante mas que não seja óbvio. Não gosta de homens com o cabelo muito comprido e detesta aqueles que são mais baixos do que ela.
Com estas exigências, consegue engatar em média um homem por semana, sempre num bar de hotel. Desta forma, tem a certeza que o companheiro sexual não é de Lisboa, a cidade onde vive, e por isso não a tornará a chatear tão cedo para um novo encontro. Tem uma vida sexual satisfatória e nunca se prende a ninguém, o que lhe parece muito bem.
Ontem à noite vestiu uma saia curta e uma camisola apertada que lhe realça a forma dos seios. Depois apanhou um táxi e foi beber um copo no bar dum hotel central da capital. Esteve ali uma hora e meia sem que nada acontecesse, a fumar cigarro atrás de cigarro e a meter conversa com o barman para matar o tempo, até que finalmente avistou uma presa.
Um homem de meia idade, ainda com o cabelo todo e pouca barriga sentou-se no mesmo balcão, a três bancos de distância, e pediu um vermute com limão. Trazia uma mala e desapertou o nó da gravata assim que a pousou. Ela aproximou-se dele e perguntou-lhe se lhe podia fazer companhia. Disse que uma amiga, com quem tinha combinado um encontro, lhe tinha telefonado a dizer que afinal não podia aparecer. Desculpa habitual neste tipo de encontros. Ele concordou, acenando afirmativamente com a cabeça.
Vinte minutos depois estavam no quarto 408. Ele deitou-se vestido e foi ela que o despiu. Começou por massajar-lhe o pénis durante alguns minutos e depois pôs-se em cima dele, penetrando-se devagar com aquela excitação que parecia duma estátua. Ele não se mexia, mas continuava com o falo ereto como se fosse de pedra. Na altura exata ela pediu-lhe que se viesse, o que ele conseguiu fazer com uma competência fora do normal.
Ao contrário do habitual, deitou-se ao lado dele e dormitou um pouco. Quando acordou estava já viciada no seu cheiro e na sua pele. Elogiou-lhe a capacidade sexual e perguntou-lhe como é que ele conseguia vir-se na hora h. Ela não estava nada habituada a homens assim. Normalmente, ou são demasiado rápidos ou extremamente lentos.
Ele explicou-lhe que nunca teve uma companheira regular, por isso habitou-se a ter sexo apenas quando consegue e com quem consegue. Apesar de poucas vezes, a diversidade deu-lhe experiência suficiente para controlar o momento do orgasmo.

- Nunca estiveste apaixonado? - Perguntou-lhe.
- Na escola primária houve uma miúda que me me disse que gostava de mim. Não lhe respondi porque estava entretido a regar rosas. Desde então, nunca mais consegui declarar amor a ninguém.

Agora Sofia está ali, deitada num sofá vermelho a ver uma mosca bater insistentemente no vidro da janela.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Postalinho da Praia da Rocha (Portimão)

"Olha o que encontrei hoje na praia!"
Madalena Palma

12 novembro 2013

e hoje dei um passeio...


Já temos de novo comentários no blog!

Quatro dias depois, finalmente a malta já consegue comentar.
E isto sem comentários da malta não é nada erótico!



Afunda que afundar é erótico!

QUEM SAI AOS SEUS: um momento familar de Casanova

«Mas chegou o momento que levou Lucrezia à morte de amor, precisamente no instante em que, para a poupar, me achei no dever de me retirar. Leonilda, comovida até meter dó, ajudou com uma das mãos o desfalecimento da mãe e, com a outra, pôs um lenço branco debaixo do pai, que destilava as últimas gotas

Giacomo Casanova, História da Minha Vida (vol. II, trad. Pedro Tamen)


«faltas-me.» - Susana Duarte

na insubmissa saudade que me traz névoas,
falta-me o ângulo solar do teu sorriso. habituei-me
à ausência dos lábios, nunca me habituando à ausência
do que pressinto. faltas-me.

é longa a lisura dos braços que me acolhem saudades
mansas, despidas da bruma antiga, onde habitas
todos os recantos breves das palavras que dizemos.
faltas-me no ar que me respira e vive.

faltas-me,
sobretudo, onde a noite se faz longa estrada percorrida
pela cadência agreste das silvas que entoam cantos
de coruja nos locais onde a lua interpela os amantes.
faltas-me nas ondas do cabelo, que dantes revolvias
com dedos seguros. faltas-me onde me sabes e sabes-me
onde o mundo se oculta de mim e eu, dele me escondo.

faltas-me.

na insubmissa saudade dos mares outrora atravessados
de carícias, falta-me o ângulo solar dos teus dedos. habituei-me
à ausência dos beijos, nunca me habituando à ausência do que pressinto
e sei. faltas-me. todos os dias.



Susana Duarte
Poema e foto
Blog Terra de Encanto

Lutadores gay

Estatueta em bronze com pedestal em mármore, com dois homens em luta, estando um deles a segurar no pénis do outro.
Uma luta de galos... na minha colecção.





11 novembro 2013

Victoria's Secret - «Very Sexy»


Victoria's Secret 'Very Sexy' Web Exclusive from Michael Bay Dot Com on Vimeo.

«conversa 2029» - bagaço amarelo

(ao telefone)

Ela - Eu pus fim à minha relação porque o meu marido me anulava constantemente.
Eu - Anulava?!
Ela - Sim, por exemplo, nas conversas com mais amigos ria-se sempre das coisas que eu dizia, como se eu fosse uma pateta. Era sempre assim...
Eu - Estou a ver... mas ainda andaste uns anos com ele.
Ela - Pois andei, não sei bem porquê. Ou melhor, até sei.
Eu - E porquê?
Ela - Quando estávamos só os dois, ele era fantástico.
Eu - Ah!
Ela - Nunca percebi como é que um homem tão bom a sós consegue ser tão mau quando se junta mais gente, mas acho que isso é uma coisa muito masculina.
Eu - Também há mulheres assim.
Ela - Também?!
Eu - Sim. Sei-o por experiência própria.
Ela - Lá está, nada impede uma mulher de ter algumas características masculinas.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Luís Gaspar lê «Declaração de Amor» de António Gedeão

Excita-me a tua presença, ó Árvore – ó Árvores todas!

Desejo-te (desejo-vos) como se fosses Carne, e eu Desejo.

Como se eu fosse o vento que preside às tuas bodas,

e te cicia em redor, e te fecunda num aliciante beijo.
Ponho os olhos em ti e entretenho-me a pensar que sou mãos,

todo mãos que te envolvem o tronco e te sacodem convulsivamente.
Requebras-te com volúpia, e os teus emaranhados cabelos louçãos

fustigam o ar como látegos, com toda a força que este amor me consente.
Ó árvore minha débil! Ó prazer dos meus olhos extáticos!
Ó filtro da luz do Sol! Ó refresco dos sedentos!

Destila nos meus lábios as gotas dos teus ésteres aromáticos,

unge a minha epiderme com teus macios unguentos.
Desnuda-me a tua intimidade, ó Árvore! Diz-me a que segredos recorres
para te desenrolares em flores e em frutos num cíclico desvario.
Porque é que tudo morre à tua volta e tu não morres,

e aceitas sempre o Amor com renovado cio.
Inicia-me nos teus mistérios, ó feiticeira dos cabelos verdes!
Ensina-me a transformar um raio de Sol em suculenta carnadura,

e nesses perfumes subtis que a toda a hora perdes,
prolongando o teu ser no ar que te emoldura.
É através de ti, ó Árvore, que celebro os esponsais entre mim e a Natureza.

É através de ti que bebo a nuvem fresca e mordo a terra ardente.
É de ti que recebo as leis do Amor e da Beleza.
Amo-te, ó Árvore, apaixonadamente!

António Gedeão
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (Lisboa, 24 de Novembro de 1906 - Lisboa, 19 de Fevereiro de 1997), português, foi um químico, professor de Físico-Química do ensino secundário no Liceu Pedro Nunes e Liceu Camões, pedagogo, investigador de História da ciência em Portugal, divulgador da ciência, e poeta sob o pseudónimo de António Gedeão. Pedra Filosofal e Lágrima de Preta são dois dos seus mais célebres poemas.

Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

A conversa

Chega um dia que todos temos que tê-la.



Anakin, seu safadão.

Capinaremos.com

10 novembro 2013

«Martin em casa e na rua - a vida como ela é»

Sinopse
"Durante dez anos, de 1951 a 1961, Nel­son Rodrigues escreveu sua coluna «A vida como ela é» para o jornal «Última Hora», de Samuel Wainer. Seis dias por sema­na, chovesse ou fizesse sol. A chuva podia ser como a do quinto ato do Rigoletto e o sol, daqueles de derreter catedrais, se­gundo ele.
Todo dia, com uma paciência chinesa e uma imaginação demoníaca, Nelson escrevia uma história diferente. E quase sempre sobre o mesmo assunto: adultério. Desse tema tão simples e tão eterno, ele extraiu quase 2 mil histórias. Os ficcionistas que fingem se levar a sé­rio precisam de toda uma aura de misté­rio para criar. Nelson dispensava esse mis­tério. Chegava cedinho à redação, acendia um cigarro e, na frente dos colegas, entre miríades de cafezinhos, escrevia «A vida como ela é». As histórias saíam de casos que lhe contavam, da sua própria obser­vação dos subúrbios cariocas ou das cabe­ludas paixões de que ele ouvira falar em criança. Mas principalmente da sua me­ditação sobre o casamento, o amor e o desejo.
O cenário dos contos de «A vida como ela é» é o Rio de Janeiro dos anos 50. Uma cidade em que casanovas de plantão e mulheres fabulosas flertavam nos ônibus e bondes; em que poucos tinham carro, mas esse era um Buick ou um Cadillac; em que os vizinhos vigiavam-se uns aos ou­tros; e em que maridos e mulheres viviam sob o mesmo teto com as primas e os cunhados, numa latente volúpia incestuo­sa. Uma cidade em que, como não havia motéis, os encontros amorosos se davam em apartamentos emprestados por amigos — donde o pecado, de tão complicado, tor­nava-se uma obsessão. E uma época em que a vida sexual, para se realizar, exigia o vestido de noiva, a noite de núpcias, a lua-de-mel. E em que o casal típico — e, de certa forma, perfeito — compunha-se do marido, da mulher e do amante."