Que tal um Cinemotel?
Só não confunda pipoca com piroca. Ou confunda!
Obscenatório
obscenatorio.blogspot.com
18 dezembro 2013
17 dezembro 2013
«Know your body» (conhece o teu corpo - filme em "stop-motion")
"O Sam não está muito feliz com o seu corpo. Mas o que acontece quando ele começa a ouvir o que seu corpo está a tentar dizer-lhe?
Filmado com 100 pessoas durante mais de 3 dias, foram necessárias mais de 2.000 fotografias que foram reunidas para criar esta animação"
Filmado com 100 pessoas durante mais de 3 dias, foram necessárias mais de 2.000 fotografias que foram reunidas para criar esta animação"
A FODA COMO ELA É (VI) - A Aldeia dos Tarados
Um conhecimento alemão convidou-me certa vez a visitar e ver com os meus olhos uma comunidade fetichista, que é o nome fino e estrangeiro para "tarado assumido", porque os outros somos todos nós. Acedi, sempre curioso do género humano, e guiaram-me vendado até ao local onde se encontrava tão peculiar aldeia, cuja provável localização e arquitectura me absterei de comentar. Eis alguns excertos do meu diário, exprimindo impressões que recolhi durante o passeio.
«Fui recebido pelo burgomestre,
indivíduo de meia idade, que se apresentou completamente nu, com um sapo
pendendo-lhe da pila, cuja glande abocanhava. Sei pouco de alemão, idioma que
visceralmente detesto, com a licença de Goethe, Hölderlin e Mozart, tendo-me
servido de tradutora a minha amiga alemã. Soube que o burgmeister se chamava Theotonius e que o seu maior prazer na vida
consistia em retirar prazer sensual de batráquios, causa primeva da sua
subtracção à sociedade e consequente internamento naquela comunidade. Poucos
viviam ali sem que semelhante antecedente os houvesse empurrado. Conduziram-me
então pelas ruas da aldeia.»
(...)
«Mostraram-me a vacaria, fonte de
leite para toda a aldeia e de espasmos para um tipo específico de tarado, que
se recreava chupando as tetas das malhadas em plena masturbação. Vários
daqueles estranhos punheteiros actuavam na ampla nave, entre mugidos e góticas
exclamações de júbilo sexual. Faziam também grandes provisões de iogurte.
Quando me ofereceram um copo de leite, recusei com a desculpa de não tolerar a
lactose.»
(...)
«Seguimos para a horta
comunitária, onde apenas encontrei mulheres trabalhando. Colossais matronas, de
queixos quadrados, braços e pernas peludas, despidas da cintura para baixo,
afadigavam-se entre as hortaliças. Fizeram-me saber que toda a cultura se
compunha de vegetais oblongos, já que a sua inclinação libidinosa se traduzia
na inserção vaginal e anal de leguminosas. Uma das amazonas do sacho
garantiu-me ter experimentado no passado relacionar-se com bananas, mas que não
dera resultado, já que lhe pesara na consciência a traição que infligia às suas
adoradas courgettes. Outra, mais velha e calejada, fez desaparecer diante de
mim um pepino inteiro na sua cona, para o retirar de seguida perfeitamente descascado
e isento de sementes. Fiquei assombrado e muito agradado com tão requintado
espectáculo.»
(...)
«Inseriram-me numa sala despida
de móveis, fortemente iluminada pela poalha áurea daquele fim de tarde estival,
que entrava em grossas faixas pelas janelas de sacada dispostas ao longo de uma
das paredes. Pensava no que significaria aquilo, quando entrou por uma porta na
extremidade oposta da divisão a encarnação própria da beleza e do casto amor. A
fluidez com que os cachos de cabelos loiros lhe desciam até aos seios, omitindo
os delicados ombros, parecia suavizar a força da gravidade, na sua carícia
descendente. Na alva face, de contorno ligeiramente ovalado, pontificava um par
de esmeraldas tranquilas, sem chegarem a raiar a dolência; olhos que
professavam a inocência de quem nada vira e se oferecia ao mundo com a relutância
dos ingénuos. A boca cor de romã, pequenina, lábio inferior mordido a um canto
- digna de um querubim. A sua estatura média
vestia-se com uma túnica de linho branca, insinuando-se um colo arrebitado e de
pequenas dimensões. Tinha os pés descalços. Numa palavra: um anjo.
Veio na minha direcção,
deslizando, atravessando os mantos doirados que as janelas estendiam à sua
passagem e parou tão perto de mim que podia sentir o seu hálito de amoras
silvestres. Então, com toda a singeleza e num Português abrasileirado,
perguntou-me:
- Posso fazer cócó na tua boca?»
(...)
«Assim que os vi juntos, foram três
as observações que de imediato fiz: a suavidade dos gestos dela, os hematomas
que decoravam a cara dele e a expressão apaixonada de ambos. A sua relação
remontava ao tempo em que trabalhavam como engenheiros numa conhecida empresa
de programas informáticos. Desde o princípio, assentaram o cerne do prazer para
cada um: ela gostava de arrear, ele de apanhar. Mas o rapaz, sentira que algo
faltava e impedia a plenitude do seu gozo. A procura de respostas ao seu
problema levara-o a trair a amada, recebendo porrada fora do domicílio conjugal.
Insultara cabeças-rapadas, atirara-se para dentro de lavagens automáticas, sem
que nada preenchesse o seu vazio. Até que, um dia, passara em frente de um stand da John Deere e soubera onde estava
a sua felicidade. Vivem em constante lua-de-mel, desde que Helga aplicadamente
espanca Ludovico com sortidas alfaias agrícolas.»
(...)
«Despedi-me do burgomestre
Theotonius, que agora trazia uma salamandra na ponta da gaita, imerso em
profundíssimas reflexões sobre a humana condição. Que prazeres, que variedades
da felicidade sensorial enchem o mundo privado com a treva do medo, imposta
pela tirania da convenção, fazendo do Homem uma besta insatisfeita, perigosa e
sanguinária? Estava nestas, quando me vendaram de regresso a Leipzig, onde me
esperava um espectáculo de variedades com anões hermafroditas da Abecásia.»
«Sal, sol e fogo» - Susana Duarte
procuro folhas por entre o sal
e o fogo
da existência das noites
e sei do sal e do fogo
das ausências,
como se fossem vida e morte
e toda a noite que temos dentro
ainda que dela fujamos.
sei da noite e do sal,
como sei do azul e dos teus dedos,
sabedores do sabor dos meus segredos
e das toadas e
das luzes
e das vielas
serás sempre o sal e o sol e o fogo
e todas as ruas por onde caminho
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
e o fogo
da existência das noites
e sei do sal e do fogo
das ausências,
como se fossem vida e morte
e toda a noite que temos dentro
ainda que dela fujamos.
sei da noite e do sal,
como sei do azul e dos teus dedos,
sabedores do sabor dos meus segredos
e das toadas e
das luzes
e das vielas
serás sempre o sal e o sol e o fogo
e todas as ruas por onde caminho
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
«Penis Migratoris»
Estatueta em barro pintado com a mascote da SAPEC - Sociedade Anónima dos Polidores de Esquinas de Caria, da autoria de Paulo Santos (Betes)
Desde 1985, durante vários anos, uma imagem do «Penis Migratoris», um pénis alado, manteve-se na portada em madeira de uma janela de uma casa abandonada em frente do adro da igreja matriz de Caria. Esta estatueta é uma réplica desse desenho e foi oferecida pelo autor, para a minha colecção.
Desde 1985, durante vários anos, uma imagem do «Penis Migratoris», um pénis alado, manteve-se na portada em madeira de uma janela de uma casa abandonada em frente do adro da igreja matriz de Caria. Esta estatueta é uma réplica desse desenho e foi oferecida pelo autor, para a minha colecção.
16 dezembro 2013
«conversa 2035» - bagaço amarelo
Eu - Bom?! Porquê?!
Ela - Não há maior prazer nesta vida do que dar falsas esperanças a um homem durante uma noite inteira e, no fim, dizer-lhe simplesmente adeus com a mão e ir embora.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Luís Gaspar lê um excerto de «Pantagruel» de Rabelais
Já que nos sobeja o tempo, não será de todo inútil nem ocioso revelar a origem e extracção do bom Pantagruel. Foi assim que, nas suas crónicas, procederam todos os bons historiógrafos, não só árabes, bárbaros e latinos, mas também gregos, que foram borrachos de primeira, e os autores das Santas Escrituras, S. Lucas e S. Mateus.
Sabei pois que, nos alvores do mundo (quer dizer há mais de quarenta quarentenas de noites, se contarmos como os antigos druidas), pouco depois de Abel ter sido morto por seu irmão Caim, a terra, regada com o sangue do justo, vicejou e floresceu como um vero paraíso. Dos seus flancos, cresciam todas as árvores e havia fruta a dar com um pau. Sobretudo nêsperas. Dessa época ficou o dizer-se «ano das nêsperas gordas», porque três pesavam um alqueire.
Nesse ano também se descobriram as calendas nos breviários dos gregos, e viu-se então que Março calhava na quaresma e os meados de Agosto em pleno mês de Maio. Em Outubro, se bem me lembro, ou em Setembro, se não me engano (Deus me livre!) correu a semana ditosa entre as ditosas, tão afamada nos anais e hoje conhecida pela semana dos nove dias, porque o ano era bissexto: o sol desandou da direita para a canhota, a lua mudou de cinco toesas o seu curso e viu-se perfeitamente o tremelicar das estrelas fixas no firmamento. Foi então que uma das Três Marias, mandando as outras à fava, deu uma carreirinha até o Equinócio e a Espiga deixou a Virgem para se encafuar na Balança. Foram coisas tão pasmosas, tão terríveis e difíceis que os astrólogos quedaram estarrecidos, sem poderem meter o dente em tão especiosa matéria. De resto, só com dentes de cavalo chegariam até lá.
Sabei pois que o mundo inteiro apanhava grandes barrigadas de nêsperas, porque eram lindas de se verem e gostosas ao paladar. Mas, tal como Noé, santo entre os santos a quem devemos a plantação da vinha de onde nos vem este licor deleitável, delicioso, precioso, celestial e divino que se chama vinho, foi enganado ao bebê-lo, ignorante da sua virtude e força, as mulheres e os homens desse tempo empanzinaram-se à porfia com esse belo e sumarento fruto. O que foi motivo de muitas e diversas moléstias, sendo a mais importante um horrível inchaço nas partes mais inesperadas do corpo.
Rabelais
Françhois Rabelaiche (Chinon, 1494 — Paris, 9 de abril de 1553) escritor, padre e médico francês do Renascimento, que usou, também, o pseudónimo Alcofribas Nasier (um anagrama de seu verdadeiro nome).
Ficou para a posteridade como o autor das obras primas cómicas Pantagruel e Gargântua, que exploravam lendas populares, farsas, romances, bem como obras clássicas. O escatologismo é usado para condenação humorística. A exuberância da sua criatividade, do seu colorido e da sua variedade literária asseguram a sua popularidade.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Sabei pois que, nos alvores do mundo (quer dizer há mais de quarenta quarentenas de noites, se contarmos como os antigos druidas), pouco depois de Abel ter sido morto por seu irmão Caim, a terra, regada com o sangue do justo, vicejou e floresceu como um vero paraíso. Dos seus flancos, cresciam todas as árvores e havia fruta a dar com um pau. Sobretudo nêsperas. Dessa época ficou o dizer-se «ano das nêsperas gordas», porque três pesavam um alqueire.
Nesse ano também se descobriram as calendas nos breviários dos gregos, e viu-se então que Março calhava na quaresma e os meados de Agosto em pleno mês de Maio. Em Outubro, se bem me lembro, ou em Setembro, se não me engano (Deus me livre!) correu a semana ditosa entre as ditosas, tão afamada nos anais e hoje conhecida pela semana dos nove dias, porque o ano era bissexto: o sol desandou da direita para a canhota, a lua mudou de cinco toesas o seu curso e viu-se perfeitamente o tremelicar das estrelas fixas no firmamento. Foi então que uma das Três Marias, mandando as outras à fava, deu uma carreirinha até o Equinócio e a Espiga deixou a Virgem para se encafuar na Balança. Foram coisas tão pasmosas, tão terríveis e difíceis que os astrólogos quedaram estarrecidos, sem poderem meter o dente em tão especiosa matéria. De resto, só com dentes de cavalo chegariam até lá.
Sabei pois que o mundo inteiro apanhava grandes barrigadas de nêsperas, porque eram lindas de se verem e gostosas ao paladar. Mas, tal como Noé, santo entre os santos a quem devemos a plantação da vinha de onde nos vem este licor deleitável, delicioso, precioso, celestial e divino que se chama vinho, foi enganado ao bebê-lo, ignorante da sua virtude e força, as mulheres e os homens desse tempo empanzinaram-se à porfia com esse belo e sumarento fruto. O que foi motivo de muitas e diversas moléstias, sendo a mais importante um horrível inchaço nas partes mais inesperadas do corpo.
Rabelais
Françhois Rabelaiche (Chinon, 1494 — Paris, 9 de abril de 1553) escritor, padre e médico francês do Renascimento, que usou, também, o pseudónimo Alcofribas Nasier (um anagrama de seu verdadeiro nome).
Ficou para a posteridade como o autor das obras primas cómicas Pantagruel e Gargântua, que exploravam lendas populares, farsas, romances, bem como obras clássicas. O escatologismo é usado para condenação humorística. A exuberância da sua criatividade, do seu colorido e da sua variedade literária asseguram a sua popularidade.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Não tá fácil pra ninguém
Todo mundo é vadia de alguém.
Sei que seu chefe cobra de você, mas olhe pelo lado bom, alguém manda nele também.
Capinaremos.com
Sei que seu chefe cobra de você, mas olhe pelo lado bom, alguém manda nele também.
Capinaremos.com
15 dezembro 2013
Arqueologia sacra
(Foto © Patologista)
Em miúda, o que eu gostava de fazer furinhos naquelas caixas da Regina para saírem chocolates mas com o avançar do tempo passei antes a preferir a exaltação de usar a pressão dos meus dedos para fazer saltar aquele creme pastoso que sai das borbulhas.
E se ele outros predicados não tivesse bastar-me-ia este. Ele alongava-se de barriga para baixo expondo toda a sua pele macia e como um gato permitia que lhe afagasse todo o pêlo e até a traquinice de lhe tactear as bolinhas de râguebi enquanto a minha respiração acelerava sentindo na polpa dos dedos estendidos aquela suavidade e a mínima protuberância digna de extirpar, alucinada ainda mais pela visão daquele rabinho soerguido a que encostava as minhas ancas antes de me debruçar sobre ele a espremer cada um dos maravilhosos achados e creio mesmo que o ouvia ronronar.
Esgotado o espólio, serpenteava sobre o seu corpo e delineava-lhe um rasto de saliva da primeira vértebra cervical até ao sacro, murmurando que já lhe espetara um dorsal e podíamos começar a correr a maratona.
E se ele outros predicados não tivesse bastar-me-ia este. Ele alongava-se de barriga para baixo expondo toda a sua pele macia e como um gato permitia que lhe afagasse todo o pêlo e até a traquinice de lhe tactear as bolinhas de râguebi enquanto a minha respiração acelerava sentindo na polpa dos dedos estendidos aquela suavidade e a mínima protuberância digna de extirpar, alucinada ainda mais pela visão daquele rabinho soerguido a que encostava as minhas ancas antes de me debruçar sobre ele a espremer cada um dos maravilhosos achados e creio mesmo que o ouvia ronronar.
Esgotado o espólio, serpenteava sobre o seu corpo e delineava-lhe um rasto de saliva da primeira vértebra cervical até ao sacro, murmurando que já lhe espetara um dorsal e podíamos começar a correr a maratona.
14 dezembro 2013
«Burlesque-ooh-rama»
Espectáculo de burlesco com Tronicat la Miez, Belle La Donna e Xarah von den Vielenregen.
Burlesque-ooh-rama from Zismo on Vimeo.
E aqui ficam umas musiquinhas excelentes para ambientes de burlesco, de bónus:
Burlesque-ooh-rama from Zismo on Vimeo.
E aqui ficam umas musiquinhas excelentes para ambientes de burlesco, de bónus:
Subscrever:
Mensagens (Atom)