20 dezembro 2013

O milhór broshe da minhia vida, um broshe eculójicu

... logu entrou-me açim uns calores perque çe á coiza quéu tenhu medu é de ratus, e ishto pra nam falare em ratas…ui ui ui ui. Mash cum dildu infiadu no trazeiru e a bocâ sheia de carne, á lá coiza milhor pra uma melhér bisha paçar uma nôte beim paçada?...

discobri quele hera eculojista da Grinpiça
O milhor broshe da minha vida, melhéres, çe é cu um broshe podi çer milhor du coutro, fôi na minhia nova discuberta da vida há nôite.
Melhéres, Badajós!
Uma çidade çeim peruconseitos e açim, quinté paresse cajenta ta´numa daquelash çidades onde as melhéres bishas andóm há vontadi, comu per izemples Nova Iorqui, ou Londris ou na Califórmia. Hihihiiii melhéres, queu éi çó chegare há feronteira e cumesso logu a cantare “ efe iu come tu sam fransiqu, bi shudu uére a felóuer êne iór hér..” …Nam çei çé açim cu çe canta a muziqa mash nam fash mal melhéres, o cuma melhér pressiza ei de çe çentire felish e açim, e asdepios us Ispanhóis nam çam açim nada bonsh a línguash, çalvo çeija, melhéres, cu çobre línguash a jente vai conversar de çeguida, já, jazinho hihihhi.

Beim… çobre o ingate, a coiza fôi cuase há intrada do Bare Guei; riparei no mossôilo, lindu e altu e açim, us olhus muinto clarus, quinté pençei cu fôsseim lentis de comtacto  e devu confeçar cu me çenti um becadinhu injevosa e açim perque  asho caquelas lentis nu meu ôlhu éi cu ficavóm beim. Hihihiiii já tou a vere vossezes harmadus em marotus, co eça coiza du ôlhu e açim hihihiiiii mash tenhóm calma melhéres cu já la vamus.
Ai ai, mas fofos,  puzos olhus nas bolas do rapash,  livantei u olhare pra çima e us nóços olharis...., melhéres..., num mumento de majia, crusaram-çe eim sheio e  fôi logu tiru e queca,  ai… melhéres, digu queda, mash nu fim, vai a dare no mejmo hihihihihi- ( aiai quéu çou terríveim). Aprezentei-me: - Melhéri, ió mi iamu Nelo, i ushtéi? Comu çe iama? Quiéries tumar iuna cópa ?

Aí falámus tantu melhéres, ele nu çeu setaque istranjeiro i éu a crere imitare o çéu Ispanholi, e discobri quele hera eculojista….Uma çurpreza melhéres, perqueu disse-le quera tameim eculojista e coizo e diçe-le pormenores,  mazele isplicou-me ca eculojia nam é a jente handare na rua a fasere de lojinha a vemder o pacoti, mash çim aqueli coizo na natureza e açim e a poluição e mais nam çei o quéim, ca converça ficôu um becado aburreçida, mas asdespois paçou logu quele comessou a aprofumdar pró broshe eculójico.
Diçe-me eli açim: - Nelo, yo hago parte del Greenpeace y me gustan las cosas al natural.
Ai melhéres, Rispondi-le logu: -Carinhio, ió nó agu parti dela Grinpiça, peru  mi suona goçtóça, eça cósa dé piça e açi, i çé tu hiéris déça cósa, ió tambieni quierio çieri.
E açim foi. Melhéres, nu apartemento dele bezentou os nóços curpinhus com aseite virjeim çalvo çeija e ai, logu aí a jenti lambeu-çe todas umas hás ôtras quei uma coiza cu dá uma tuza…. Xi……melhéres…

Olheim fofos, melhéres, ai cum broshe a um home todu bezuntadu e iscorregadiu e açim, aiaiai melhéres…. Cu coiza tam bôa… xi… us tomatinhos todus brilhantes e a piça de ingual modu, e a minhia mãu a mecher eim tudu com eshta arte cu Deush me déu… E fôi cuando ia a abucanhar a pessa, digu a piça quele me disse: “Nelo, carinho, aguarda um ratito.”
Melhéres, logu logu entrou-me açim uns calores perque çe á coiza quéu tenhu medu é de ratus, e ishto pra nam falare em ratas…ui ui ui ui.
Mas nam! Nam avia porblemas. O méu home era ispiçtacular perque fôi bushcar uma coiza cas lambisgoitas aviam de uzar mais e açim, : um dildu!
Mash nam hera um dildu deças cu vossezes tam há pinçar.
Nam çenhor, o méu home hera eculójicu: a açim u dildu hera um belu pupino, ca medida çerta, lizinho e goshtozo.
Shupa! Shupa Nelo, antis cu çe apague hihihi
E fôi açim u milhor broshe da minhia vida.
Ai melhéres: co o dildu infiadu no trazeiru e a bocâ sheia de carne, á lá coiza milhor pra uma melhér bisha paçar uma nôte beim paçada?
Olheim, melhéres, çe les diçer cu asdespois  fômus cumere uma çalada çó de vardura e açim: alefasse, agriãus, rudelas de senoura, becadinhus de seboila e açim, tudu regadu co um belu aseite. Ai melhéres, ca vontade cu me deu fôi de faser-le ali mejmo um ôtro broshe, mejmo mejmo eim peleno ristórante e açim. Mazólheim. Fôi logu de seguida.
Neim shigámos ao apartemento, fôi mejmo nu carru dele, melhéres, e deshta vesh com iogurete tudu naturale e açim. Ai ai,, Cuma melhér neim çabe çé lête da piça, çé o lête du pacote, ai ai hhihihhi ehihihiiii, ai ai  cu belu trucadilhu melhéres hihihi cu çou uma pueta hihihhi……
Melhéres, dispois deshta isperiênsia tôu au vóço dispor pra les oferecer um broshe eculójico. Çó fis duash veses, mash póço deser cu tôu já um verdadêru ispiçalishta.
Çe quizereim ispirimentare, melhéres? Mi liguim hihihihihi .

Robôs



Não esperava por isso.

Capinaremos.com

18 dezembro 2013

«Mente porca» - João

"Não sou puritano. Os meus neurónios deliciam-se com erotismo e sensualidade, e, não raras vezes, mesmo com pornografia. As coisas que eu imagino cá dentro não são para cabeças sensíveis. Tenho o que podem chamar mente porca, perversa, twisted mind, o que quiserem. Mas, na verdade, a ser alguma coisa, esta mente, creio que não será “porca”, na medida em que tenho requinte naquilo que imagino, sexualmente. E, no mais, tenho grande facilidade em transportar quase tudo (nunca tudo, há limites) para o domínio do sexo, mesmo as coisas mais inocentes.
Quando me dizem que tenho uma mente porca, talvez estejam a ver a coisa ao contrário. Talvez isto revele, apenas, que enquanto todos os outros se dão ao trabalho de fugir à verdade, eu aceito, sem combater, que na vida vai tudo dar ao mesmo. Ao sexo. Entre aqueles que teriam gostado de me conhecer, conto Kinsey, Masters, Johnson e Freud. Não tivemos tempo. E haverá muitos mais, eu é que sou limitado no conhecimento."

João
Geografia das Curvas

«pensamentos catatónicos (299)» - bagaço amarelo

Hoje de manhã estava um casal de idosos a tomar o pequeno-almoço no café. Entre o ruído mais ou caótico das chávenas, dos talheres e da máquina de café expresso, era como se uma bolha de silêncio os envolvesse. Olhei-os de lado e fiquei com a sensação que não diziam nada um ao outro porque as palavras já se tinham esgotado há muito. As palavras esgotam-se com a vida? - Perguntei-me. Restava-lhes um incógnito olhar para duas chávenas de café vazias e uma presença ausente.
Do outro lado, na mesa à minha direita, um homem começou a levantar a voz à companheira. Não num tom violento, mas numa tentativa óbvia de a anular. Percebi que a conversa vinha já da noite anterior e se baseava toda na futilidade dela como companheira de vida dele. O Amor deve ser útil? - Perguntei-me. Restava-lhes uma ar desconsolado para duas chávenas de café nervosas e tristes.

- Nunca dizes nada de jeito! - repetia ele.

Ela nada dizia.
O Amor é antidemocrático, eu sei. Pior ainda, é um golpe de Estado e uma usurpação do nosso trono. O poder do povo termina no momento exacto em que se apaixona. Compreendo bem a coisa. A sério que sim. O que não aceito é esta mania de viver em casamentos cansados e violentos. As revoluções nunca fizeram mal a ninguém. Muito menos ao Amor.
O casal de idosos levantou-se e saiu. Fiquei a vê-los pelo canto do olho. Deram as mãos e desapareceram lentamente na primeira curva levando com eles o seu silêncio único. Ao meu lado direito a discussão agravou-se. Ela decidiu responder. Talvez as palavras não se esgotem sempre, mas era bom que às vezes o fizessem. Pelo menos foi o que pensei.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Que tal um Cinemotel?

Que tal um Cinemotel?



Só não confunda pipoca com piroca. Ou confunda!

Obscenatório
obscenatorio.blogspot.com

17 dezembro 2013

«Know your body» (conhece o teu corpo - filme em "stop-motion")

"O Sam não está muito feliz com o seu corpo. Mas o que acontece quando ele começa a ouvir o que seu corpo está a tentar dizer-lhe?
Filmado com 100 pessoas durante mais de 3 dias, foram necessárias mais de 2.000 fotografias que foram reunidas para criar esta animação"

A FODA COMO ELA É (VI) - A Aldeia dos Tarados


Um conhecimento alemão convidou-me certa vez a visitar e ver com os meus olhos uma comunidade fetichista, que é o nome fino e estrangeiro para "tarado assumido", porque os outros somos todos nós. Acedi, sempre curioso do género humano, e guiaram-me vendado até ao local onde se encontrava tão peculiar aldeia, cuja provável localização e arquitectura me absterei de comentar. Eis alguns excertos do meu diário, exprimindo impressões que recolhi durante o passeio.

«Fui recebido pelo burgomestre, indivíduo de meia idade, que se apresentou completamente nu, com um sapo pendendo-lhe da pila, cuja glande abocanhava. Sei pouco de alemão, idioma que visceralmente detesto, com a licença de Goethe, Hölderlin e Mozart, tendo-me servido de tradutora a minha amiga alemã. Soube que o burgmeister se chamava Theotonius e que o seu maior prazer na vida consistia em retirar prazer sensual de batráquios, causa primeva da sua subtracção à sociedade e consequente internamento naquela comunidade. Poucos viviam ali sem que semelhante antecedente os houvesse empurrado. Conduziram-me então pelas ruas da aldeia.»

(...)

«Mostraram-me a vacaria, fonte de leite para toda a aldeia e de espasmos para um tipo específico de tarado, que se recreava chupando as tetas das malhadas em plena masturbação. Vários daqueles estranhos punheteiros actuavam na ampla nave, entre mugidos e góticas exclamações de júbilo sexual. Faziam também grandes provisões de iogurte. Quando me ofereceram um copo de leite, recusei com a desculpa de não tolerar a lactose.»

(...)

«Seguimos para a horta comunitária, onde apenas encontrei mulheres trabalhando. Colossais matronas, de queixos quadrados, braços e pernas peludas, despidas da cintura para baixo, afadigavam-se entre as hortaliças. Fizeram-me saber que toda a cultura se compunha de vegetais oblongos, já que a sua inclinação libidinosa se traduzia na inserção vaginal e anal de leguminosas. Uma das amazonas do sacho garantiu-me ter experimentado no passado relacionar-se com bananas, mas que não dera resultado, já que lhe pesara na consciência a traição que infligia às suas adoradas courgettes. Outra, mais velha e calejada, fez desaparecer diante de mim um pepino inteiro na sua cona, para o retirar de seguida perfeitamente descascado e isento de sementes. Fiquei assombrado e muito agradado com tão requintado espectáculo.»

(...)

«Inseriram-me numa sala despida de móveis, fortemente iluminada pela poalha áurea daquele fim de tarde estival, que entrava em grossas faixas pelas janelas de sacada dispostas ao longo de uma das paredes. Pensava no que significaria aquilo, quando entrou por uma porta na extremidade oposta da divisão a encarnação própria da beleza e do casto amor. A fluidez com que os cachos de cabelos loiros lhe desciam até aos seios, omitindo os delicados ombros, parecia suavizar a força da gravidade, na sua carícia descendente. Na alva face, de contorno ligeiramente ovalado, pontificava um par de esmeraldas tranquilas, sem chegarem a raiar a dolência; olhos que professavam a inocência de quem nada vira e se oferecia ao mundo com a relutância dos ingénuos. A boca cor de romã, pequenina, lábio inferior mordido a um canto - digna de um querubim. A  sua estatura média vestia-se com uma túnica de linho branca, insinuando-se um colo arrebitado e de pequenas dimensões. Tinha os pés descalços. Numa palavra: um anjo.
Veio na minha direcção, deslizando, atravessando os mantos doirados que as janelas estendiam à sua passagem e parou tão perto de mim que podia sentir o seu hálito de amoras silvestres. Então, com toda a singeleza e num Português abrasileirado, perguntou-me:

- Posso fazer cócó na tua boca?»

(...)

«Assim que os vi juntos, foram três as observações que de imediato fiz: a suavidade dos gestos dela, os hematomas que decoravam a cara dele e a expressão apaixonada de ambos. A sua relação remontava ao tempo em que trabalhavam como engenheiros numa conhecida empresa de programas informáticos. Desde o princípio, assentaram o cerne do prazer para cada um: ela gostava de arrear, ele de apanhar. Mas o rapaz, sentira que algo faltava e impedia a plenitude do seu gozo. A procura de respostas ao seu problema levara-o a trair a amada, recebendo porrada fora do domicílio conjugal. Insultara cabeças-rapadas, atirara-se para dentro de lavagens automáticas, sem que nada preenchesse o seu vazio. Até que, um dia, passara em frente de um stand da John Deere e soubera onde estava a sua felicidade. Vivem em constante lua-de-mel, desde que Helga aplicadamente espanca Ludovico com sortidas alfaias agrícolas.»

(...)

«Despedi-me do burgomestre Theotonius, que agora trazia uma salamandra na ponta da gaita, imerso em profundíssimas reflexões sobre a humana condição. Que prazeres, que variedades da felicidade sensorial enchem o mundo privado com a treva do medo, imposta pela tirania da convenção, fazendo do Homem uma besta insatisfeita, perigosa e sanguinária? Estava nestas, quando me vendaram de regresso a Leipzig, onde me esperava um espectáculo de variedades com anões hermafroditas da Abecásia.»

«Sal, sol e fogo» - Susana Duarte

procuro folhas por entre o sal
e o fogo
da existência das noites

e sei do sal e do fogo
das ausências,

como se fossem vida e morte
e toda a noite que temos dentro
ainda que dela fujamos.

sei da noite e do sal,
como sei do azul e dos teus dedos,
sabedores do sabor dos meus segredos

e das toadas e
das luzes
e das vielas

serás sempre o sal e o sol e o fogo
e todas as ruas por onde caminho



Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

«Penis Migratoris»

Estatueta em barro pintado com a mascote da SAPEC - Sociedade Anónima dos Polidores de Esquinas de Caria, da autoria de Paulo Santos (Betes)
Desde 1985, durante vários anos, uma imagem do «Penis Migratoris», um pénis alado, manteve-se na portada em madeira de uma janela de uma casa abandonada em frente do adro da igreja matriz de Caria. Esta estatueta é uma réplica desse desenho e foi oferecida pelo autor, para a minha colecção.