Encontrei esta peça na Zara Home.
É uma chaleira em faiança cuja tampa é a cabeça de um macaco e o bico é um tronco de árvore que, na posição em que se encontra, se pode confundir com uma pila.
Adoro comprar para a colecção estes objectos que supostamente não são eróticos.
07 janeiro 2014
06 janeiro 2014
«conversa 2038» - bagaço amarelo
Ela - Tive, pela primeira vez na minha vida, um sonho húmido. Nem sabia o que isso era...
Eu - A sério?!
Ela - Sim... e foi contigo.
Eu - Comigo?! Espectacular.
Ela - Sim. Eu estava no pátio a ler um livro e tu dentro de casa, de esfregona na mão, a limpar o chão de toda a minha casa.
Eu - Foi esse o sonho?
Ela - Foi.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Eu - A sério?!
Ela - Sim... e foi contigo.
Eu - Comigo?! Espectacular.
Ela - Sim. Eu estava no pátio a ler um livro e tu dentro de casa, de esfregona na mão, a limpar o chão de toda a minha casa.
Eu - Foi esse o sonho?
Ela - Foi.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Luís Gaspar lê «Adeus (Como se houvesse…)» de Eugénio de Andrade
Como se houvesse uma tempestade
escurecendo os teus cabelos, ou se preferes,
a minha boca nos teus olhos
carregada de flor e dos teus dedos;
como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti, eu falei em
neve, e tu calavas a voz onde contigo
me perdi.
Como se a noite viesse e te levasse, eu
era só fome o que sentia; digo-te
adeus, como se não voltasse ao país
onde o teu corpo principia.
Como se houvesse nuvens sobre nuvens, e
sobre as nuvens mar perfeito, ou se
preferes, a tua boca clara singrando
largamente no meu peito.
Eugénio de Andrade
pseudónimo de José Fontinhas (Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923 — Porto, 13 de Junho de 2005). Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade».
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
escurecendo os teus cabelos, ou se preferes,
a minha boca nos teus olhos
carregada de flor e dos teus dedos;
como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti, eu falei em
neve, e tu calavas a voz onde contigo
me perdi.
Como se a noite viesse e te levasse, eu
era só fome o que sentia; digo-te
adeus, como se não voltasse ao país
onde o teu corpo principia.
Como se houvesse nuvens sobre nuvens, e
sobre as nuvens mar perfeito, ou se
preferes, a tua boca clara singrando
largamente no meu peito.
Eugénio de Andrade
pseudónimo de José Fontinhas (Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923 — Porto, 13 de Junho de 2005). Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade».
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
05 janeiro 2014
Armas da ocidental praia lusitana
Acredite Senhor Doutor que cada vez que vejo uma farda ponho-lhe logo um xis na testa. Nem sei se são altos, se são baixos, magros ou gordos, apetecíveis ou repulsivos. Eu bem sei que foram os militares que fizeram o 25 de Abril e nesses dias em que eles encheram as ruas andei de caderninho de mão a coleccionar os seus autógrafos. Mas se calhar tenho um trauma com as fardas enquanto símbolo de autoridade, não acha Senhor Doutor?...
No caso dele, o que me despertou a atenção foi ter religiosamente o «Inimigo Público» debaixo do braço, todas as sextas-feiras. Um dia, Senhor Doutor, fingi não ter isqueiro e pedi-lhe lume ali no balcão do café. Abriu a pasta atafulhada de livros e de fato de treino, à procura do dito, para acabar por o encontrar no bolsinho pequeno das calças. Conversa puxa conversa, ele gostava de ler Lobo Antunes, Adília Lopes e até Al Berto. E tinha os músculos todos no sítio, sem serem espampanantes. As calças de ganga, Senhor Doutor, são óptimas para mostrar os contornos dos volumes e as formas dos rabos. Confessou que era sargento, sempre muito caladito na messe dos oficiais às segundas feiras, a não ser que o tema fosse gajas. E tinha umas mãos longas e o cabelo curtito e espetado como o pelo macio de um gato eriçado.
Depois Senhor Doutor, medi-lhe o polegar e deixei que me arrastasse para sua casa para avaliar as munições e as armas da ocidental praia lusitana.
04 janeiro 2014
Dildo dedo
Dedo numa extremidade, pénis na outra.
Trabalho manual em madeira de oliveira.
A apontar para a minha colecção.
Trabalho manual em madeira de oliveira.
A apontar para a minha colecção.
03 janeiro 2014
Beija-me como se o mundo acabasse uns minutos depois
Todas as pessoas, com ou sem uma pila como eu, apreciam
beijos. Sim, eu vejo-os nessas marmeladas e até acabo sempre por tentar alinhar
na festa. É algo que não podem negar, essa vossa apetência pelas bocas e pelo
que elas são capazes em matéria de prazer.
Neste contexto, sinceramente não consigo perceber porque vos
escandaliza tanto que um pénis aprecie tanto essa manifestação de carinho ou de
desejo que encontram nuns lábios quentes e carnudos.
Nós, as pilas, também temos mecanismos emocionais e até são independentes
da mixórdia, nessa matéria, dos coisos agarrados a nós. Não temos é boca para
expressarmos aquilo que nos vai na alma e às tantas é por isso que, de forma
instintiva, procuramos incessantemente uma.
No entanto, raramente os coisos agarrados a nós verbalizam a
vontade que lhes dá, generosos, de conduzirem aquela boca linda e acolhedora até
nós, de partilharem connosco essa fonte inesgotável de emoção e de prazer que
parece cortar-vos a respiração.
Sim, nós invejamos a vossa emoção quando se beijam. E
queremos sentir também essa aceleração, esse remoinho de sensações que vos
deixa com um ar absolutamente deliciado e palerma quando cada beijo mais
intenso chega ao fim.
E nós, pilas, também sabemos dar valor a uma história, ou apenas
um momento especial, cuja acção conduza de forma inevitável a um final prazenteiro
e, por isso mesmo, estupidamente feliz.
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