Via Testosterona
19 janeiro 2014
18 janeiro 2014
«269 Chilli Pepper Single Hotel»
"O melhor hotel gay do Brasil. Localizado no Largo do Arouche, 610 - São Paulo"
269 Chilli Pepper Single Hotel from 269 Chilli Pepper Single Hotel on Vimeo.
269 Chilli Pepper Single Hotel from 269 Chilli Pepper Single Hotel on Vimeo.
«A tua cona é um santuário» - João
"Cinzento. Sabemos, ambos, que existe azul e Sol mais acima, mas aqui, visto de baixo, está cinzento. É a cor do céu, das caras das gentes, das instituições sombrias. Estamos agarrados. Apertados. Temos os braços emaranhados, e as pernas também. Insistes em encostar a cabeça ao meu peito e ouvir o bater do meu coração. Por razões que talvez nunca tenhas entendido, eu não lido muito bem com o bater do coração. Prefiro não ouvir. Não sentir. Mas gosto que tu encostes a tua cabeça ao meu peito. Gosto que oiças o meu coração bater. Se tu gostas, eu gosto. Convivo bem com isso e não tens porque evitá-lo. Estamos quentes. Temos uma manta que cobre os corpos, e o que o tecido não cobre, o amor preenche. Somos caprichosos. Esticamos o tempo o mais que podemos, ignoramos os relógios, ficamos apenas nós, a saborear o tempo da chuva, desinteressados do que se passa lá fora, do que fazem as outras pessoas, do que dizem. Borrifamo-nos. À grande. À nossa.
Rompo o silêncio com um pensamento tirado do fundo das minhas sinapses. Do meio do nada, exclamo, a tua cona é um santuário! Afastas a cabeça do meu peito por um instante e olhas-me com surpresa, enquanto me cravas as unhas junto às costelas. Como? Sim, é como disse. A tua cona é um santuário. O que lá se passa é inexplicável, a perfeição com que nos unimos, quando a visitamos, é just short of divine. De volta ao meu peito dizes que, se calhar, olhando às coisas que eu penso e em que acredito, sendo assim, não fodemos hoje. Só por respeito, talvez. Para manter a dignidade, vá. Talvez seja de ficarmos só assim, de corpos confundidos e quentes, e deixar os olhos repousar, caindo num sono profundo, partilhado, sem pressa, sem ninguém que me diga que acelere, sem gemidos a rebentar em nós. Talvez. Pergunta-me daqui a meia-hora. Talvez menos. Talvez um pouco mais. Connosco, nunca se sabe. Não. Disseste-o com clareza. Não! Connosco sabe-se sempre!"
João
Geografia das Curvas
Rompo o silêncio com um pensamento tirado do fundo das minhas sinapses. Do meio do nada, exclamo, a tua cona é um santuário! Afastas a cabeça do meu peito por um instante e olhas-me com surpresa, enquanto me cravas as unhas junto às costelas. Como? Sim, é como disse. A tua cona é um santuário. O que lá se passa é inexplicável, a perfeição com que nos unimos, quando a visitamos, é just short of divine. De volta ao meu peito dizes que, se calhar, olhando às coisas que eu penso e em que acredito, sendo assim, não fodemos hoje. Só por respeito, talvez. Para manter a dignidade, vá. Talvez seja de ficarmos só assim, de corpos confundidos e quentes, e deixar os olhos repousar, caindo num sono profundo, partilhado, sem pressa, sem ninguém que me diga que acelere, sem gemidos a rebentar em nós. Talvez. Pergunta-me daqui a meia-hora. Talvez menos. Talvez um pouco mais. Connosco, nunca se sabe. Não. Disseste-o com clareza. Não! Connosco sabe-se sempre!"
João
Geografia das Curvas
Trio a divertir-se
A peça mais fresquinha da minha colecção já aparenta ter uns anitos.
Esculpida à mão em jade negro, comprei-a em França mas desconheço a proveniência.
Alguém consegue dar um palpite? Mas sem incomodar o trio...
Esculpida à mão em jade negro, comprei-a em França mas desconheço a proveniência.
Alguém consegue dar um palpite? Mas sem incomodar o trio...
17 janeiro 2014
A funda São mora na filosofia [II]
Tenho ali numa estante um livro que se chama Os Filósofos e as Paixões, e que faz um percurso histórico sobre a forma como a paixão é encarada pelos vários filósofos, em diferentes contextos. É um livro necessário - até porque há uma espécie de regra implícita de que o filósofo tem que ser racional, frio, calculista - ok, talvez o Kant nos tenha dado um bocadinho de má fama. Ou então é angustiado até à 5ª casa - Schopenhauer, you did it again! O facto é que, bem vistas as coisas, a palavra filosofia contém amor/amizade (philia), sendo esses sentimentos projectados (de forma não violenta, vá!) face à sofia (à sabedoria).
Parece fácil concluir que a filosofia é uma actividade que encerra alguma promiscuidade em si mesma: somos todos amantes (diria amigos coloridos) da sabedoria e queremos muito, mas muito praticar o amor com ela. Sim, praticar. Experimentar. Ir para lá do amor platónico. Somos muitos a dormir com a sofia (a sabedoria, entenda-se), o que faz de mim lésbica (OMG, e agora? vou já escrever para a Hora do Sexo, e expor a situação ao Dr. Quintino!) e de tantos de vós gays. E felizes, que isto do saber está estreitamente relacionado com o sabor e o saborear (psshht onde é que essa mente perversa já ia? venha cá sachavore).
Tenho uma pessoa amiga que está a passar por uma relação à qual não consegue dar um nome. Não sabe "o que é aquilo". Para os filósofos, isto é um problema, pois gostamos de trabalhar com conceitos, definir o seu significado, para depois problematizar e aprofundar o mesmo. Assim sendo, resolvi ajudar a pessoa amiga. Perguntei-lhe algumas coisas, usando palavras como "namorado", "amigo colorido". Nada do que ela dizia sobre essa relação coincidia com esses conceitos.
"Não sei se estás preparada para isto" - disse-lhe, do alto da minha sapiência (NOT) - "mas o que tu tens é uma cena, com o rapaz." Nem é carne, nem é peixe - nem seitan ou tofu. É uma cena. Descansa, isso não é um problema de saúde pública (nem a virgindade aos 26 anos, sim, Dr. Q?). Tantas vezes vivemos e experimentamos coisas que não sabemos exactamente o que são (por exemplo, o tofu é um mistério para muitos) e ninguém morre por causa disso. Morre-se, sim, quando se recusa viver essas cenas, que nos dão alento (filosófico e não só). Quando se pressiona, demasiadas vezes, o cursor que nos faz recuar.
Talvez haja uma forma mais filosofódica de dizer isto. Ora bem. 'Xa cá ver:
Foda-se. Amai-vos uns aos outros, caralho!
16 janeiro 2014
«Lovelace» - só um filme e tantas questões que levanta!
Sinopse do filme «Lovelace»:
"Em 1972, muito antes da Internet e da explosão da indústria pornográfica, «Garganta Funda» torna-se um fenómeno. É o primeiro filme pornográfico com argumento a ser exibido nas salas de cinema, apresentando uma desconhecida e improvável estrela, Linda Lovelace.
Depois de escapar do ambiente rígido da sua família religiosa, Linda descobre a liberdade e a alta-sociedade quando se apaixona e casa com o carismático vigarista Chuck Traynor. Linda Lovelace torna-se numa sensação internacional, sobretudo por encarnar a fantasia da fascinante “vizinha do lado” com impressionantes dotes para o sexo oral. Vivendo profundamente a sua nova identidade, Linda acaba por se tornar numa entusiasta porta-voz pela liberdade sexual e pelo hedonismo desinibido.
Mas seis anos mais tarde, ela apresenta ao mundo uma outra narrativa de vida, totalmente contraditória com a personagem do ecrã, revelando-se sobrevivente duma história muito mais sombria."
Li recentemente dois artigos sobre este filme: "Eventualmente chocante", de Manuel Dias Coelho, no «Público» e "Sexo, violência e garganta funda" de Jorge Mourinha na «Ípsilon».
A minha sugestão é que leiam ambos os artigos e vejam as diferenças nas abordagens. Numa, aproveita-se para desancar na pornografia e na indústria pornográfica. Na outra, faz-se uma análise muito mais interessante e sem o fundamentalismo da primeira. Mas gostava de saber as vossas opiniões.
Let's look at the trailer:
"Em 1972, muito antes da Internet e da explosão da indústria pornográfica, «Garganta Funda» torna-se um fenómeno. É o primeiro filme pornográfico com argumento a ser exibido nas salas de cinema, apresentando uma desconhecida e improvável estrela, Linda Lovelace.
Depois de escapar do ambiente rígido da sua família religiosa, Linda descobre a liberdade e a alta-sociedade quando se apaixona e casa com o carismático vigarista Chuck Traynor. Linda Lovelace torna-se numa sensação internacional, sobretudo por encarnar a fantasia da fascinante “vizinha do lado” com impressionantes dotes para o sexo oral. Vivendo profundamente a sua nova identidade, Linda acaba por se tornar numa entusiasta porta-voz pela liberdade sexual e pelo hedonismo desinibido.
Mas seis anos mais tarde, ela apresenta ao mundo uma outra narrativa de vida, totalmente contraditória com a personagem do ecrã, revelando-se sobrevivente duma história muito mais sombria."
Li recentemente dois artigos sobre este filme: "Eventualmente chocante", de Manuel Dias Coelho, no «Público» e "Sexo, violência e garganta funda" de Jorge Mourinha na «Ípsilon».
A minha sugestão é que leiam ambos os artigos e vejam as diferenças nas abordagens. Numa, aproveita-se para desancar na pornografia e na indústria pornográfica. Na outra, faz-se uma análise muito mais interessante e sem o fundamentalismo da primeira. Mas gostava de saber as vossas opiniões.
Let's look at the trailer:
15 janeiro 2014
«Rotas errantes» - João
"Sentei-me naquele banco já o Sol começava a cair em direcção às águas. Não havia vento. Quase não havia brisa. As flores ondulavam muito devagar aqui e ali, por força das aves que batiam as asas. Livres dos homens e dos seus caprichos, voando com o que nos pareceriam rotas errantes, mas com sentido para elas. As aves não voam só porque sim. As energias poupam-se. Voam para ir a qualquer lado, e problema nosso se não lhes entendemos o vôo.
Na sombra daquela árvore, com algum porte e testemunha de muitas coisas ali passadas, aguento-me na passagem do tempo, com uma pressa enorme de te ver, mas a obrigação de ali ficar, sem me mover, aguardando apenas a tua chegada, e vendo as aves que voam, as flores que abanam, e as águas que correm ali perto.
Deixei os meus pensamentos voar com as aves. Bater asas com elas. Livre. Como se as minhas ideias também sentissem o ar e se afastassem do chão. Mais alto. E quase adormeci nesse pensamento. Olhando as aves pensava como quero paz. Como preciso de paz. E a paz veio com os teus passos. Não me dei conta. Senti as tuas mãos em mim. Uma, no ombro, a outra, na face. Chegaste por trás de mim. E ao mesmo tempo aproximaste a tua boca do meu ouvido e disseste-me Du riechst so gut. Amor, que saudades. E correste à volta do banco e sentaste-te ao meu colo, agarrando-me as mãos, e sorrindo, sorrindo muito, os dois, com lágrimas de alegria à mistura. Mudou alguma coisa? Disseste que não. Então vamos, disse-te, que quero fazer-te o jantar. Mimar-te. Amar-te. Sem tempo, sem prazo, sem pressa."
João
Geografia das Curvas
Na sombra daquela árvore, com algum porte e testemunha de muitas coisas ali passadas, aguento-me na passagem do tempo, com uma pressa enorme de te ver, mas a obrigação de ali ficar, sem me mover, aguardando apenas a tua chegada, e vendo as aves que voam, as flores que abanam, e as águas que correm ali perto.
Deixei os meus pensamentos voar com as aves. Bater asas com elas. Livre. Como se as minhas ideias também sentissem o ar e se afastassem do chão. Mais alto. E quase adormeci nesse pensamento. Olhando as aves pensava como quero paz. Como preciso de paz. E a paz veio com os teus passos. Não me dei conta. Senti as tuas mãos em mim. Uma, no ombro, a outra, na face. Chegaste por trás de mim. E ao mesmo tempo aproximaste a tua boca do meu ouvido e disseste-me Du riechst so gut. Amor, que saudades. E correste à volta do banco e sentaste-te ao meu colo, agarrando-me as mãos, e sorrindo, sorrindo muito, os dois, com lágrimas de alegria à mistura. Mudou alguma coisa? Disseste que não. Então vamos, disse-te, que quero fazer-te o jantar. Mimar-te. Amar-te. Sem tempo, sem prazo, sem pressa."
João
Geografia das Curvas
Subscrever:
Mensagens (Atom)