Não sei se saberia definir o amor.
Mas sei que é algo que se me afigura como dádiva preciosa e imensa.
Sei que o amor por um filho, quando esse filho é e sabe ser amado, é o mais eterno dos amores.
Mesmo que, tantas vezes, seja um amor frágil. Mesmo que, tantas outras, seja um elo ténue com a vida.
Se tudo correr bem, se tudo tiver sido como se espera que seja, é o amor maior e mais profundo.
Mas também sei que não é universal, e igual para todos. Há quem ame profundamente os seus pais, sem amar do mesmo modo os seus filhos. Quem ame profundamente os animais, quase desprezando as pessoas. Quem ame um filho tanto, que tenha medo de não conseguir amar um segundo filho. Quem aja como se não amasse ninguém, tentando esconder que, afinal, na verdade, nunca se sentiu amado, e por isso se defende, num eterno faz-de-conta que só faz mal a quem protagoniza o teatro que escreveu para si próprio......e há o amor que une duas pessoas sem laços de sangue.
O que sabemos dele?
Provavelmente, pouco. Quando amamos, somos como pequenas crianças, em pleno egocentrismo, desejando ser o único objeto de amor da pessoa a quem endereçámos o nosso afeto. E quando assim é, dizem, é porque não será amor-amor. Será o preenchimento de um vazio, porque, dizem, o amor - amor não exige. É. Contenta-se em existir e em dar. Será?
Isso pode soar a submissão. E eis o pântano pior: o dos conceitos. O do significado das palavras, e a consequente medição da intensidade do amor.
Muitas vezes os casais sentem que um ama mais. Mas é mensurável, o amor?
Amar talvez seja aceitar viver bordejando, sobrevoando a linha costeira, com medo de atravessar marés ou enfrentar a força dos ventos. Amar poderá ser a aceitação de todos os defeitos, tudo o que sobra das lâminas das folhas da paixão. Amar poderá ser a eterna paixão e o nunca se sentir satisfeito. Mas amar será, sobretudo, creio....o sentir que se pertence a algo maior do que nós próprios. O rever-se em olhos que não são nossos, mas nos conhecem melhor do que nós. E aceitar esse sentimento de ser Um, apenas porque a inevitabilidade desse sentimento é maior do que todas as somas de todos os defeitos e de todas as dificuldades.
Assim te escrevo.....porque, provavelmente, pouco sei do amor, e todas as palavras que deixo no papel poderão ser, apenas, as recordações que referes, de algo que foi, que talvez possa ser, ou de todos os encontros que falhei. Porque todas elas serão, talvez, a busca. A eterna demanda do sonho. Afinal....talvez a aceitação do amor seja a aceitação da inevitabilidade do destino, de que te falava antes....ou aceitar que a nossa condição natural é amar...ou aceitar que quem nos toca o fundo da alma, ficará para sempre, como uma impressão digital gravada no peito. Afinal....por vezes, o que foi ainda pode ser, e se tivermos sorte, aquele a quem devotamos a nossa paixão, sente a mesma sede de infinito quando pensa em nós.
Um abraço profundo. Cheio de sorrisos.
Susana Duarte
Texto e foto
Blog Terra de Encanto
21 janeiro 2014
Lote de 6 gravatas eróticas
1 com padrão de preservativos,
2 com mulher nua no forro,
1 com padrão de porcos a acasalar,
1 com imagem de um torso feminino e
1 com forma de pénis
Com estas gravatas, qualquer reunião é um sucesso.
2 com mulher nua no forro,
1 com padrão de porcos a acasalar,
1 com imagem de um torso feminino e
1 com forma de pénis
Com estas gravatas, qualquer reunião é um sucesso.
20 janeiro 2014
«conversa 2041» - bagaço amarelo
Eu - Por causa da chuva?!
Ela - Sim. Na ânsia de apanhar a roupa que estava a secar, puxei-a com demasiada força e foi toda lá para dentro.
Eu - Ah! Então não deves ter estragado nada.
Ela - Não?
Eu - Não. Deve ser só preciso abrir aquilo e ir lá desenrolá-la. Depois é só um ou outro ajuste...
Ela - E tu sabes fazer isso?
Eu - Qualquer um sabe.
Ela - Queres jantar lá em casa este fim de semana?
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Luís Gaspar lê «Aqui mereço-te» de António Ramos Rosa
O sabor do pão e da terra
e uma luva de orvalho na mão ligeira.
A flor fresca que respiro é branca.
E corto o ar como um pão enquanto caminho entre searas.
Pertenço em cada movimento a esta terra.
O meu suor tem o gosto das ervas e das pedras.
Sorvo o silêncio visível entre as árvores.
É aqui e agora o dilatado abraço das raízes claras do sono.
Sob as pálpebras transparentes deste dia
o ar é o suspiro dos próprios lábios.
Amar aqui é amar no mar,
mas com a resistência das paredes da terra.
A mão flui liberta tão livre como o olhar.
Aqui posso estar seguro e leve no silêncio
entre calmas formas, matérias densas, raízes lentas,
ao fogo esparso que alastra ao horizonte.
No meu corpo acende-se uma pequena lâmpada.
Tudo o que eu disser são os lábios da terra,
o leve martelar das línguas de água,
as feridas da seiva, o estalar das crostas
o murmúrio do ar e do fogo sobre a terra,
incessante alimento que percorre o meu corpo.
Aqui entre o poço e o muro,
as claras ervas, as pedras vivas, os pequenos animais,
os alimentos puros,
as espessas e nutritivas paredes do sono,
o teu corpo com todo o vagar da sua massa,
todo o peso das coisas e a ligeireza do ar.
Ao flexível volante trabalhado pelas seivas
a minha mão alia-se: bom dia, horizonte.
Uma saúde nova vai nascer destes ombros.
A lâmpada respira ao ritmo da terra.
Sei os caminhos da água pelas veredas,
as mãos das ervas finas embriagadas de ar,
o silêncio donde se ergue a torre do canto.
Abrem-se os novos lábios e eu mereço-te.
É este o reino de insectos e de jogos,
das carícias que sabem a uma sede feliz.
Aqui entre o poço e o muro,
neste pequeno espaço de pedra cai um silêncio antigo:
uma infância inextinguível se alimenta
de uma fábula que renasce em todas as idades.
É aqui, minha filha, que dança a fada do ar
com seu brilho sedoso de erva fina
e a sua abelha silenciosa sobre a fronte.
É aqui o eterno recanto onde a água diz
a pura praia da infância.
Aqui bebe e bebe longamente
o hálito da tristeza no silêncio da vida,
aqui, ó pátria de água calada e de pão doce,
da fundura do tempo, da lonjura permanente,
aqui, bom dia, minha filha.
António Ramos Rosa
António Victor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924 - Lisboa, 23 de Setembro de 2013), poeta português, ainda reconhecido como desenhador. Fez parte do MUD Juvenil. O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
e uma luva de orvalho na mão ligeira.
A flor fresca que respiro é branca.
E corto o ar como um pão enquanto caminho entre searas.
Pertenço em cada movimento a esta terra.
O meu suor tem o gosto das ervas e das pedras.
Sorvo o silêncio visível entre as árvores.
É aqui e agora o dilatado abraço das raízes claras do sono.
Sob as pálpebras transparentes deste dia
o ar é o suspiro dos próprios lábios.
Amar aqui é amar no mar,
mas com a resistência das paredes da terra.
A mão flui liberta tão livre como o olhar.
Aqui posso estar seguro e leve no silêncio
entre calmas formas, matérias densas, raízes lentas,
ao fogo esparso que alastra ao horizonte.
No meu corpo acende-se uma pequena lâmpada.
Tudo o que eu disser são os lábios da terra,
o leve martelar das línguas de água,
as feridas da seiva, o estalar das crostas
o murmúrio do ar e do fogo sobre a terra,
incessante alimento que percorre o meu corpo.
Aqui entre o poço e o muro,
as claras ervas, as pedras vivas, os pequenos animais,
os alimentos puros,
as espessas e nutritivas paredes do sono,
o teu corpo com todo o vagar da sua massa,
todo o peso das coisas e a ligeireza do ar.
Ao flexível volante trabalhado pelas seivas
a minha mão alia-se: bom dia, horizonte.
Uma saúde nova vai nascer destes ombros.
A lâmpada respira ao ritmo da terra.
Sei os caminhos da água pelas veredas,
as mãos das ervas finas embriagadas de ar,
o silêncio donde se ergue a torre do canto.
Abrem-se os novos lábios e eu mereço-te.
É este o reino de insectos e de jogos,
das carícias que sabem a uma sede feliz.
Aqui entre o poço e o muro,
neste pequeno espaço de pedra cai um silêncio antigo:
uma infância inextinguível se alimenta
de uma fábula que renasce em todas as idades.
É aqui, minha filha, que dança a fada do ar
com seu brilho sedoso de erva fina
e a sua abelha silenciosa sobre a fronte.
É aqui o eterno recanto onde a água diz
a pura praia da infância.
Aqui bebe e bebe longamente
o hálito da tristeza no silêncio da vida,
aqui, ó pátria de água calada e de pão doce,
da fundura do tempo, da lonjura permanente,
aqui, bom dia, minha filha.
António Ramos Rosa
António Victor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924 - Lisboa, 23 de Setembro de 2013), poeta português, ainda reconhecido como desenhador. Fez parte do MUD Juvenil. O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
19 janeiro 2014
«A minha companheira» - por Rui Felício
Depois de tomar banho, espelha a maior felicidade.
Gosta de ficar esparramada no sofá a ver TV, completamente nua, deliciada com o cheiro do banho acabado de tomar.
Já lhe disse várias vezes que ao menos podia vestir aquela saia curta, levezinha, que lhe comprei há tempos. Embora estivesse na intimidade do lar, escusava de ficar assim nua, descomposta , húmida e sujeita a apanhar uma constipação...
Ontem, mais uma vez, insisti que vestisse a roupa que lhe comprei.
Reagiu, agressiva, abocanhou a saia que eu lhe tentava enfiar, rasgou-a, e saiu para o quintal esbaforida a ladrar.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Teóricas e práticas
Ele era inexcedível quando se atracava a mim e subia uma mão por dentro da camisola até fazer saltar um seio do sutiã para os dedos titilarem o mamilo enquanto a outra se metia desvairadamente pelo cós das calças ou da saia, na ansiedade de um bando de pássaros migradores a bicarem cada milímetro das zonas húmidas.
A gaita, Senhor Doutor, era quando naquele período do aquecimento se empenhava em fazer do meio das minhas pernas o seu prato de leite que era uma pressa de schlep, schlep, tal e qual os gatos fazem com a língua. Eu bem sei que os filmes pornográficos são um fraco material de apoio para esta questão já que a maior parte das vezes são gajas com gajas e nenhum mânfio as vai copiar, não vá perder virilidade por isso e, quando são gajos na função, aquilo é mais estética para o plano que outra coisa qualquer.
O facto é que a falta de comunicação emitida em gemidos da minha parte o fez repensar a questão e a solução que encontrou foi pegar no popular passar o corredor a pano e, literalmente, fazer de mim chão de esfregona. Oh Senhor Doutor, eu nem queria acreditar, dada a sua idade cronológica que o sexo oral fosse para ele matéria virgem mas em boa verdade, ainda me irritava mais a sua contínua falta de espírito de investigação.
E assim, fartinha do trivial que era o que a minha avozinha chamava às refeições dos dias de semana, resolvi fazer-lhe um desenho e pespeguei uma imagem de um pénis e de um clítoris nas minhas nádegas que era o expositor que tinha ali mais à mão e paulatinamente, pedi-lhe que observasse bem as semelhanças que permitiam que as técnicas de sucção aplicadas num pudessem ser igualmente aplicadas no outro, tal como o contorno da língua no topo da elevação e que, de igual modo, as mãos colocadas na base permitiam a aceleração do estado de erupção.
Só não lhe disse mesmo que me parecia que o pénis era uma evolução natural da espécie clitoriana para não lhe criar um crise de identidade e consequente demissão de quaisquer funções.
18 janeiro 2014
«269 Chilli Pepper Single Hotel»
"O melhor hotel gay do Brasil. Localizado no Largo do Arouche, 610 - São Paulo"
269 Chilli Pepper Single Hotel from 269 Chilli Pepper Single Hotel on Vimeo.
269 Chilli Pepper Single Hotel from 269 Chilli Pepper Single Hotel on Vimeo.
«A tua cona é um santuário» - João
"Cinzento. Sabemos, ambos, que existe azul e Sol mais acima, mas aqui, visto de baixo, está cinzento. É a cor do céu, das caras das gentes, das instituições sombrias. Estamos agarrados. Apertados. Temos os braços emaranhados, e as pernas também. Insistes em encostar a cabeça ao meu peito e ouvir o bater do meu coração. Por razões que talvez nunca tenhas entendido, eu não lido muito bem com o bater do coração. Prefiro não ouvir. Não sentir. Mas gosto que tu encostes a tua cabeça ao meu peito. Gosto que oiças o meu coração bater. Se tu gostas, eu gosto. Convivo bem com isso e não tens porque evitá-lo. Estamos quentes. Temos uma manta que cobre os corpos, e o que o tecido não cobre, o amor preenche. Somos caprichosos. Esticamos o tempo o mais que podemos, ignoramos os relógios, ficamos apenas nós, a saborear o tempo da chuva, desinteressados do que se passa lá fora, do que fazem as outras pessoas, do que dizem. Borrifamo-nos. À grande. À nossa.
Rompo o silêncio com um pensamento tirado do fundo das minhas sinapses. Do meio do nada, exclamo, a tua cona é um santuário! Afastas a cabeça do meu peito por um instante e olhas-me com surpresa, enquanto me cravas as unhas junto às costelas. Como? Sim, é como disse. A tua cona é um santuário. O que lá se passa é inexplicável, a perfeição com que nos unimos, quando a visitamos, é just short of divine. De volta ao meu peito dizes que, se calhar, olhando às coisas que eu penso e em que acredito, sendo assim, não fodemos hoje. Só por respeito, talvez. Para manter a dignidade, vá. Talvez seja de ficarmos só assim, de corpos confundidos e quentes, e deixar os olhos repousar, caindo num sono profundo, partilhado, sem pressa, sem ninguém que me diga que acelere, sem gemidos a rebentar em nós. Talvez. Pergunta-me daqui a meia-hora. Talvez menos. Talvez um pouco mais. Connosco, nunca se sabe. Não. Disseste-o com clareza. Não! Connosco sabe-se sempre!"
João
Geografia das Curvas
Rompo o silêncio com um pensamento tirado do fundo das minhas sinapses. Do meio do nada, exclamo, a tua cona é um santuário! Afastas a cabeça do meu peito por um instante e olhas-me com surpresa, enquanto me cravas as unhas junto às costelas. Como? Sim, é como disse. A tua cona é um santuário. O que lá se passa é inexplicável, a perfeição com que nos unimos, quando a visitamos, é just short of divine. De volta ao meu peito dizes que, se calhar, olhando às coisas que eu penso e em que acredito, sendo assim, não fodemos hoje. Só por respeito, talvez. Para manter a dignidade, vá. Talvez seja de ficarmos só assim, de corpos confundidos e quentes, e deixar os olhos repousar, caindo num sono profundo, partilhado, sem pressa, sem ninguém que me diga que acelere, sem gemidos a rebentar em nós. Talvez. Pergunta-me daqui a meia-hora. Talvez menos. Talvez um pouco mais. Connosco, nunca se sabe. Não. Disseste-o com clareza. Não! Connosco sabe-se sempre!"
João
Geografia das Curvas
Trio a divertir-se
A peça mais fresquinha da minha colecção já aparenta ter uns anitos.
Esculpida à mão em jade negro, comprei-a em França mas desconheço a proveniência.
Alguém consegue dar um palpite? Mas sem incomodar o trio...
Esculpida à mão em jade negro, comprei-a em França mas desconheço a proveniência.
Alguém consegue dar um palpite? Mas sem incomodar o trio...
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