17 fevereiro 2014

«conversa 2049» - bagaço amarelo

Ela - Raios lá para os homens que não sabem engatar uma mulher!
Eu - Que homem é que não sabe engatar uma mulher?
Ela - Nenhum homem sabe. A verdade é essa.
Eu - É?
Ela - É. A maior parte pensa que com um carro de luxo, um ramo de flores e um jantar à luz das velas consegue o que quer...
Eu - E não consegue?
Ela - Claro que não. Não é isso que uma mulher procura num homem...
Eu - Então é o quê?! Pode vir a dar jeito...
Ela - Competição.
Eu - Competição?! Não atingi...
Ela - Lá está. Também nunca percebeste nada do assunto.
Eu - Então explica-me, por favor.
Ela - Um gajo tem que trazer concorrência com ele, que é para dar pica. Tem que ter outra gaja interessada nele, percebes?
Eu - Mais ou menos...
Ela - Qual é a mulher que se vai meter com um gajo a quem ninguém liga?! Se houver outra mulher no jogo, a coisa torna-se muito mais interessante.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Falta de diálogo é uma coisa complicada



Mulher é um bicho complicadíssimo.

Capinaremos.com

16 fevereiro 2014

«Herétules - não darei não» - filme da Disney dobrado para... malandrice

O Zigurate



Conheci o energúmeno no lugar inevitável para o encontrar: o bar da faculdade. Vinha acompanhado do inseparável Cândido, alguém que espelhava o seu empenho e dedicação à Associação de Estudantes no atendimento diário ao balcão do bar, apenas a troco de um ordenado certo no final de cada mês. Faziam a ronda diária pelo novo gado que apinhava as mesas do bar.

E o gado, Senhor Doutor, eram as novas alunas da faculdade. Mas continuando, Senhor Doutor, eles circulavam pela frente de todas as mesas observando ostensivamente todos os parapeitos femininos. Acercou-se de mim, obviamente novata e pediu, gentilmente, se eu puxava o casaco mais para os lados para ver a camisola que era tão gira. A camisola tinha bonequitos de ar azteca e eu parva acedi recebendo como prenda a frase Ganda par de mamas! e a sua partida para a próxima mesa.

Foi assim que conheci o Professor Zigurate, como era chamado por via da cadeira de civilizações pré-clássicas que leccionava, aquele caldeirão de culturas que incluía desde o dilúvio do Gilgamesh ao arquitecto egípcio Manefta. E a sua primeira aula foi esclarecedora das suas intenções a condizer com o descapotável vermelho que estacionava à porta da faculdade sem conseguir fazer ondular todos os cabelos ao vento já que ele próprio era descapotável.

Distribuiu um questionário a todas as alunas, também ele revelador do estranho facto de nenhum aluno macho se ter inscrito na turma dele. Para além dos habituais nomes e idade seguiam-se as perguntas se era virgem, se tomava a pílula, se apreciava felatio e cunnilingus, bem como a prática de coito anal. Depois, eram páginas e páginas com as ilustrações do Kama Sutra para assinalar as posições preferidas no quadradinho disponível para o efeito. E a rematar um espaço para indicarmos dias e horários disponíveis para aulas práticas.

Oh Senhor Doutor aquilo era um dilema existencial: fazer ou não fazer a cadeira? E a fazê-la, seria de forma erecta ou horizontalmente sapiens?


[ Foto © Schumata, Mercury(fresco de Pompeia), 2006]


Alexander Dobkin e a sua modelo



Via mon ami Bernard Perroud

14 fevereiro 2014

o jogo com bola tem destas coisas... bolas.

elementos da selecção de futebol feminino do Irão eram... homens estranharam que nas fotos de equipa as da frente apareciam sempre "tremidas" e atrás... eram sempre as mesmas...
Raim on Facebook

«Vou cortar sua pica» – o funk das feministas brasileiras

a funda são mora na filosofia [IV]

Time Out Lisboa - 05 de Fevereiro de 2014

It takes two to tango, costuma dizer-se. e nunca ninguém especificou se esses dois têm que ser homem e mulher, pois não? Mas a sociedade - essa amálgama irreconhecível de pessoas humanas e não humanas - lá convencionou que é homem com mulher; numas danças, podem dançar junto, noutras nem por isso. e normalmente é o homem quem conduz.
Isto é coisa para fazer com que as mais feministas das feministas (aquelas que quase usam bigode, vá) se insurjam, porque a mulher não pode simplesmente ser "comandada" pelo homem. e ouvir, nas aulas, coisas como

«se o homem não der o comando, a senhora não faz nada»
«senhoras, só têm que obedecer ao comando»
«o homem é que manda»

Por esse motivo - e talvez por tantos outros - nasceu uma nova corrente de dança, designada de queer. Quanto a mim, a coisa só começa mal pelo nome em si. Kizomba Queer, Tango Queer - quando no fundo o que se faz aqui - mais do que promover as danças entre "os homens sexuais e as mulheres sexuais" [desculpem, mas ouvi uma senhora de idade a referir-se assim aos gays e achei delicioso - sobretudo porque a senhora defendia com unhas e dentes a possibilidade da co-adopção entre casais do mesmo sexo e afins]; mas dizia eu, mais do que promover as danças entre gays, promove a abolição do estatuto convencional do homem e da mulher, na dança. E isto, diria Thomas Kuhn [não se esqueçam que estas crónicas (também) são filosóficas] é uma mudança de paradigma relevante.

O homem já não tem que suportar a tarefa de comandar a dança, imaginar os passos, decorar a coreografia, também poderá ser conduzido e deixar-se levar. E a mulher pode praticar o inverso.

Além disso, praticamos imenso a lateralidade e a coordenação motora. JURO. Palavra de quem anda a aprender a dançar kizomba [hey, nada de piadas que envolvam tarraxinha filosófica]!

Sim, senhoras e senhores, sabem aqueles «blá blá blá» sobre o hemisfério direito e o esquerdo? De como se devem treinar um e outro? Estas coisas podem ser levadas a sério e a fundo [a funda!] através da prática da dança, por exemplo.

Um dia chegamos lá. Se ainda há dias encontrei um rapaz, bem giro, a dançar na discoteca, de cadeira de rodas... reparem, se ele consegue dançar, também as pessoas (humanas e sem cadeiras de rodas) poderão aceitar esta inversão de papéis, sem preconceitos. Quanto a mim, era só mudar o nome da coisa - para evitar que se pense que este tango é só para gays. Nós, os hétero, também temos direito, 'tá!!!

O mais que tudo



HenriCartoon