02 outubro 2014
01 outubro 2014
«pensamentos catatónicos (309)» - bagaço amarelo
É então que reparo que, apesar do meu humilde gosto pela cozinha, nunca preparo nada com antecedência. Quando cozinho para amigos, o máximo que faço é temperar a comida uns trinta minutos antes. Se cozinhar só para mim, nem isso.
Com o tempo perdemos o tempo, ou seja, perdemos a disponibilidade para pensar nas coisas com alguma antecedência. Só por si, a coisa pode não parecer grave. Afinal de contas vende-se bacalhau já demolhado e vinagre tão bom que tempera bem os bifes em cerca de dez minutos. É na falta de projecto que está o problema. Para a geração da minha mãe tudo era um projecto de vida, para a minha tudo é um improviso.
Às vezes tenho a sensação que este princípio se aplica a tudo. Também ao Amor, onde vamos Amando o que é possível Amar sem ensaiar muito a coisa. Dez minutos agora, vinte minutos amanhã. Só por si a coisa não parece grave. Afinal de contas os Amores vão-se digerindo como uma qualquer refeição improvisada.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
30 setembro 2014
Postalinho do Butão
"Na aldeia de Chhimi Lhakhang existe um templo dedicado a Drukpa Kinley ou Divino Louco que é um Deus da Fertilidade. Em muitas casas do Butão, principalmente nos meios rurais, as pessoas pintam o símbolo fálico nas paredes das suas casas para terem muitos filhos.
Beijos e abraços da Daisy e do Alfredo"
Detalhe:
Beijos e abraços da Daisy e do Alfredo"
Detalhe:
«triste melancolia do corpo nu» - Susana Duarte
quando amanhecer, não estarás aqui.
serás só a sombra inóspita dos corpos-
amantes de ontem. quando amanhecer,
serás a névoa que antecede a chuva,
e os trigais ceifados dos meus olhos.
na insólita melodia dos corpos-amantes,
ficas apenas enquanto o sol amadurece
as mãos, e os corpos se digladiam
sob o antecipado adeus. na triste
melancolia do corpo nú, antecedes
a manhã, e as chuvas de maio. quando
amanhecer, o teu corpo será o breve
traço de luz desenhado nos lagos.
quando amanhecer, procurarei por ti.
quando amanhecer, procurarás por mim.
mas teremos já partido para o lugar
onde as águas se movem, e o dia
recomeçará em cada um de nós,
insuspeito, inóspito como o deserto
de estarmos sós. quando amanhecer.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
serás só a sombra inóspita dos corpos-
amantes de ontem. quando amanhecer,
serás a névoa que antecede a chuva,
e os trigais ceifados dos meus olhos.
na insólita melodia dos corpos-amantes,
ficas apenas enquanto o sol amadurece
as mãos, e os corpos se digladiam
sob o antecipado adeus. na triste
melancolia do corpo nú, antecedes
a manhã, e as chuvas de maio. quando
amanhecer, o teu corpo será o breve
traço de luz desenhado nos lagos.
quando amanhecer, procurarei por ti.
quando amanhecer, procurarás por mim.
mas teremos já partido para o lugar
onde as águas se movem, e o dia
recomeçará em cada um de nós,
insuspeito, inóspito como o deserto
de estarmos sós. quando amanhecer.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Jubileu do Crazy Horse de Paris
Medalha do jubileu do clube Crazy Horse de Paris 1951 - 1981.
Medalha do jubileu com a inscrição no verso: "On 19 de Maio de 1951, Alain Bernardin founded the Crazy Horse de Paris - souvenir of the Jubilee 1951 - 1981"
Uma peça histórica, a partir de agora na minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Medalha do jubileu com a inscrição no verso: "On 19 de Maio de 1951, Alain Bernardin founded the Crazy Horse de Paris - souvenir of the Jubilee 1951 - 1981"
Uma peça histórica, a partir de agora na minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
29 setembro 2014
«pensamentos catatónicos (309)» - bagaço amarelo
- Um Bushmills, por favor.
Talvez, num dia ou noutro e assim como quem não quer a coisa, tenha falado do estado do tempo, aproveitando o facto de estar molhado pela chuva ou suado pelo calor.
- Nunca se viu um calor assim.
Mais do que a voz, lembro-me do seu constante sorriso. Ela ainda falava menos do que eu e limitava-se a cumprir os meus pedidos com o máximo de competência possível. Nunca me pareceu feliz nem triste, o que fazia dela um enigma.
Era a empregada do meu sítio secreto, aquele onde eu ia beber quando queria trocar dois dedos de conversa comigo mesmo. Não é fácil encontrar um bar onde me sinta bem sozinho. Por isso mesmo, quando encontro um nunca o divulgo. Provavelmente ela via-me como um homem solitário e silencioso, se é que alguma vez pensou nisso.
Ontem fui lá e ela não estava. Atendeu-me um tipo simpático e conversador que me disse que ela está de férias. Só bebi um copo e voltei para casa.
Às vezes são as pessoas que não conhecemos bem nem queremos conhecer melhor que nos fazem falta.
Uma pessoa pode ser um vício. Era só isso.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
28 setembro 2014
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