29 outubro 2014
28 outubro 2014
«A Dona Balbina e seu marido, assistente de direito administrativo» - João Barreto
A propósito do «acórdão do sexo aos 50 anos», o João Barreto publicou aqui este comentário:
Nos corredores das faculdades de direito, contava-se há alguns anos uma anedota que visava um certo assistente de direito administrativo. Este doutor, pessoa de rígidos princípios morais e religiosos, era casado com Dona Balbina, mulher capitosa e de muitos apetites, os quais haviam refinado com o passar dos anos, não obstante o doutor nunca ultrapassar a recatada queca semanal, com a qual dava por cumprido o chamado débito conjugal (expressão que só poderia ter sido inventada por juristas).
Certo serão, quando o doutor, com o rigor costumeiro, revia as suas notas para a aula do dia seguinte que iria versar sobre a suspensão do acto administrativo, a Dona Balbina aproximou-se e, a pretexto de lhe relaxar a tensão dos ombros e pescoço, torturados por longas horas de nariz enfiado nas sebentas e códigos, começou a fazer-lhe uma massagem. Despertos os apetites sensuais, logo passou Dona Balbina a insinuar-se por zonas mais interessantes do tronco do marido, a beliscar-lhe os lóbulos das orelhas, tudo enquanto emitia audíveis suspiros dignos da mais refinada odalisca.
Definitivamente distraído dos seus deveres de mestre, o doutor, encarando a Dona Balbina e agarrando-lhe as mãos atrevidas, disse-lhe, em tom definitivo:
- Dona Balbina, eu monto-a, não para satisfazer os vis prazeres da concupiscência carnal, mas antes para cumprir o nobre acto de reprodução da espécie. Porém, se persiste nesses trejeitos mundanos, desmonto-a e suspendo, com efeitos imediatos, o acto!
Nota: sou jurista por vocação e formação; no entanto, não posso deixar de afirmar que a sentença do Supremo Tribunal Administrativo revela um completo alheamento da realidade social. E como maior de 50 anos que também sou, protesto contra a tentativa de desvalorização da melhor coisa que há na vida: o sexo. Só me resta aconselhar os senhores conselheiros do STA a trocarem os catrapácios de direito por alguns manuais de sexo e boa literatura erótica, a ver se ainda vão a tempo de fazerem alguma coisa de jeito nesta vida.
Nos corredores das faculdades de direito, contava-se há alguns anos uma anedota que visava um certo assistente de direito administrativo. Este doutor, pessoa de rígidos princípios morais e religiosos, era casado com Dona Balbina, mulher capitosa e de muitos apetites, os quais haviam refinado com o passar dos anos, não obstante o doutor nunca ultrapassar a recatada queca semanal, com a qual dava por cumprido o chamado débito conjugal (expressão que só poderia ter sido inventada por juristas).
Certo serão, quando o doutor, com o rigor costumeiro, revia as suas notas para a aula do dia seguinte que iria versar sobre a suspensão do acto administrativo, a Dona Balbina aproximou-se e, a pretexto de lhe relaxar a tensão dos ombros e pescoço, torturados por longas horas de nariz enfiado nas sebentas e códigos, começou a fazer-lhe uma massagem. Despertos os apetites sensuais, logo passou Dona Balbina a insinuar-se por zonas mais interessantes do tronco do marido, a beliscar-lhe os lóbulos das orelhas, tudo enquanto emitia audíveis suspiros dignos da mais refinada odalisca.
Definitivamente distraído dos seus deveres de mestre, o doutor, encarando a Dona Balbina e agarrando-lhe as mãos atrevidas, disse-lhe, em tom definitivo:
- Dona Balbina, eu monto-a, não para satisfazer os vis prazeres da concupiscência carnal, mas antes para cumprir o nobre acto de reprodução da espécie. Porém, se persiste nesses trejeitos mundanos, desmonto-a e suspendo, com efeitos imediatos, o acto!
Cartoon completo do Raim aqui |
Nota: sou jurista por vocação e formação; no entanto, não posso deixar de afirmar que a sentença do Supremo Tribunal Administrativo revela um completo alheamento da realidade social. E como maior de 50 anos que também sou, protesto contra a tentativa de desvalorização da melhor coisa que há na vida: o sexo. Só me resta aconselhar os senhores conselheiros do STA a trocarem os catrapácios de direito por alguns manuais de sexo e boa literatura erótica, a ver se ainda vão a tempo de fazerem alguma coisa de jeito nesta vida.
«nesse dia, não mais sobrevoarás as palavras» - Susana Duarte
sobrevoas as noites, onde as flores são os ângulos escondidos das veias.
apareces, como um fantasma. povoas sonhos e roubas segredos.
sobrevoas os dedos, onde as noites são raras. partes, todas as noites,
mas pairas sempre sobre os passos através dos quais perscruto os caminhos
da vida. caminhas sobre os meus passos e, todavia, não estás. matas-me
e, todavia, regressas, como um espectro que desalinha as flores
e insemina de ausência os dias. perdido, tu próprio, nas linhas oblíquas
da chuva, congeminas olhares onde os teus olhos já não estão.
desaparecerás, um dia, dos caminhos dos sonhos e dos beijos por dar.
nesse dia, a luz-outra será o véu através do qual deixarei de te ver,
qual névoa de setembro, qual gota de chuva caída dos beirais de uma casa,
eclodindo na calçada para, depois- e para sempre- se ocultar das pedras.
desapareces já, noite após noite, onde os sonhos não te nomeiam
e os dedos não te procuram. talvez sejas já, apenas, a sombra dos dias
de ontem. o teu nome não me cerca. os teus olhos desaparecem
com as chuvas. a vida, um dia, recomeçará, fantasma, presença, ausência
de todas as ausências dos meus braços.
nesse dia, não mais sobrevoarás as palavras.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
apareces, como um fantasma. povoas sonhos e roubas segredos.
sobrevoas os dedos, onde as noites são raras. partes, todas as noites,
mas pairas sempre sobre os passos através dos quais perscruto os caminhos
da vida. caminhas sobre os meus passos e, todavia, não estás. matas-me
e, todavia, regressas, como um espectro que desalinha as flores
e insemina de ausência os dias. perdido, tu próprio, nas linhas oblíquas
da chuva, congeminas olhares onde os teus olhos já não estão.
desaparecerás, um dia, dos caminhos dos sonhos e dos beijos por dar.
nesse dia, a luz-outra será o véu através do qual deixarei de te ver,
qual névoa de setembro, qual gota de chuva caída dos beirais de uma casa,
eclodindo na calçada para, depois- e para sempre- se ocultar das pedras.
desapareces já, noite após noite, onde os sonhos não te nomeiam
e os dedos não te procuram. talvez sejas já, apenas, a sombra dos dias
de ontem. o teu nome não me cerca. os teus olhos desaparecem
com as chuvas. a vida, um dia, recomeçará, fantasma, presença, ausência
de todas as ausências dos meus braços.
nesse dia, não mais sobrevoarás as palavras.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Xadrez Kama-Sutra
Conjunto de 32 peças de xadrez (sem tabuleiro) em resina com figuras do Kama-Sutra.
Gostei tanto que comprei 3 conjuntos para a minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Gostei tanto que comprei 3 conjuntos para a minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
27 outubro 2014
«pensamentos catatónicos (315)» - bagaço amarelo
Os amigos são aqueles que estão regularmente connosco e que, por isso, guardam o nosso desabafo para sempre. Se eu disser a um amigo que a minha vida está uma merda, não há forma de voltar atrás. Sempre que ele estiver comigo vai ter essa informação em conta, mesmo que a mim não me apeteça que tenha.
Pelo contrário, se eu o disser a um desconhecido qualquer, nunca mais vou ter que enfrentar alguém que sabe que a minha vida estava uma merda num determinado momento. Desabafar com um desconhecido é como vomitar para um saco e lançá-lo para dentro de um comboio em andamento. Os desconhecidos são, assim, para as ocasiões.
Estava a pensar nisto quando me apercebi que alguns dos meus melhores amigos eram desconhecidos quando tive um qualquer desabafo com eles. O comboio afastou-se, mas depois voltou. A amizade entre duas pessoas tem que ser capaz de levar com alguns sacos de vómito. Na verdade, o Amor também.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
26 outubro 2014
Luís Gaspar lê «Canção da Inocência Perdida» de Bertolt Brecht
O que a minha mãe dizia
Não pode ser bem verdade:
Que uma vez emporcalhada
Nunca passa a sujidade.
Se isto não vale pra a roupa
Também não vale pra mim.
Que o rio lhe passe por cima
Breve fica branca, assim.
Como qualquer pataqueira
Aos onze anos já pecava.
Mas só ao fazer catorze
O meu corpo castigava.
A roupa já estava parda,
No rio a fui mergulhar.
No cesto está virginal
C’mo sem ninguém lhe tocar.
Sem ter conhecido algum
Já eu tinha escorregado.
Fedia aos Céus, como uma
Babilónia de pecado.
A roupa branca no rio
Enxaguada à roda, à roda,
Sente que as ondas a beijam:
«Volta-me a brancura toda».
Quando o primeiro me amou
Abracei-o eu também.
Senti no ventre e no peito
Ir-se a maldade pra além.
Assim acontece à roupa
E a mim acontecerá.
A água corre depressa,
Sujidade diz: Vem cá!
Mas quando os outros vieram
Um ano mau começou.
Chamaram-me nomes feios,
Coisa feia agora sou.
Com poupanças e jejuns
Nenhuma mulher se acalma.
Roupa guardada na arca,
Na arca se não faz alva.
E veio depois um outro
No ano que se seguiu.
Vi que me fazia outra
Com o tempo que fugiu.
Mete-a na água e sacode-a!
Há sol, cloreto e vento!
Usa-a, dá-a de presente:
Fica fresquinha a contento.
Bem sei: Muito pode vir
Até que nada por fim, fica.
Só quando ninguém a usa
A roupa se sacrifica.
E uma vez que apodreça
Nenhum rio a embranquece.
Leva-a consigo em farrapos.
Um dia assim te acontece.
in “Canções e Baladas”
Bertold Brecht
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Trombas e trompas
Durante anos os naturalistas supuseram que os elefantes sofriam da doença do pénis verde até perceberam que isso era apenas um efeito secundário da intoxicação resultante do período de acasalamento, que transforma o elefante num ser agressivo e incontinente, com valores de testosterona 50 vezes acima dos normais, um cheiro fétido e, a verter cerca de 350 litros de urina por dia.
Não obstante as fêmeas ficam encantadas por terem à sua disposição o maior pénis do mundo (metro e meio a 2 metros de comprimento e 45 quilos de peso) mesmo que se apresente esverdeado. Elas não são parvas porque o tamanho e a curvatura em forma de esse são vantagens para conseguir alcançar a vagina de 50 centímetros de comprimento que não está logo ali à mão de semear abaixo da cauda obrigando o elefante a recuar um pedaço o que também é positivo porque assim ela não sente as 4 toneladas do elefante excitado a fazer peso nas suas costas e, melhor ainda porque após a penetração o macho só demora 30 a 60 segundos a ejacular.
Se ela não colaborar, ele pode ficar de trombas, perder o interesse ou até agredi-la mordendo-lhe o rabo e as orelhas. Se tudo decorrer de acordo com o manual, terminada a cópula todos os familiares da fêmea se aproximam para lhe manifestar orgulho pela sua conquista, urrando como quem faz soar trompas e defecando em redor, como se fossem presentes. O macho afasta-se então para permitir que a média de 5 coitos necessários para ocorrer a fecundação seja continuada por outros.
Não obstante as fêmeas ficam encantadas por terem à sua disposição o maior pénis do mundo (metro e meio a 2 metros de comprimento e 45 quilos de peso) mesmo que se apresente esverdeado. Elas não são parvas porque o tamanho e a curvatura em forma de esse são vantagens para conseguir alcançar a vagina de 50 centímetros de comprimento que não está logo ali à mão de semear abaixo da cauda obrigando o elefante a recuar um pedaço o que também é positivo porque assim ela não sente as 4 toneladas do elefante excitado a fazer peso nas suas costas e, melhor ainda porque após a penetração o macho só demora 30 a 60 segundos a ejacular.
Se ela não colaborar, ele pode ficar de trombas, perder o interesse ou até agredi-la mordendo-lhe o rabo e as orelhas. Se tudo decorrer de acordo com o manual, terminada a cópula todos os familiares da fêmea se aproximam para lhe manifestar orgulho pela sua conquista, urrando como quem faz soar trompas e defecando em redor, como se fossem presentes. O macho afasta-se então para permitir que a média de 5 coitos necessários para ocorrer a fecundação seja continuada por outros.
25 outubro 2014
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