26 janeiro 2015
«Oozing» - João
"Percorrendo a casa, de porta em porta, surgem as janelas abertas e cortinas esvoaçantes, do vento que corre mais depressa, acelerado, entrando por um extremo e saindo por outro. Há camas desfeitas, lençóis perfumados e muito amarrotados, diria mesmo manchados, mobiliário um pouco fora de sítio, movimentado a impulsos, tapetes que perderam alguma da sua ortogonalidade, sapatos atirados a um canto, roupas no chão. As minhas, as tuas. A tua lingerie jaz junto à porta da rua depois de arremessada, removida a pressa e a gosto, e se referi os lençóis perfumados, tanto mais diria do ar que a casa só agora começa a perder por causa das janelas abertas, e não é de um perfume caro, mas é um perfume de luxo. É o luxo da nossa foda. Escorre foda destas paredes, o ar está carregado, nas nossas narinas entra o resultado de dias seguidos a foder, vês, aquele canto, aquela parede, aquele sofá, aquela cama, boa parte daquele chão, estas cadeiras, até a porra da bancada da cozinha e tantas destas ombreiras de porta, as janelas, vê as marcas dos dedos nos vidros das janelas, em algumas vejo até a marca dos teus pés, é um cheiro intenso a foda, mas tão bom, e não fossem as gentes que aqui possam entrar, ficava assim, a pairar no ar, a intensificar o apetite, a lembrar-nos, e tu que me dizes que não podemos continuar assim, tens razão, tens sempre razão, temos de descansar, que vamos ficar desfeitos assim, mais magro fico é certo, mas ainda assim tens razão, precisamos dar descanso, que as articulações estão fracas, as pernas bambas, os corpos marcados, com riscos e manchas, o meu caralho já me dói e a tua cona pede férias, que isto assim não pode ser, e já damos por nós caídos no chão, encostados um ao outro para não tombarmos redondos, e o ar a limpar, o cheiro da foda a sair pelas janelas, e as pessoas na rua sem o saberem a pensar em foda, a sentir vontades, entumescimentos inexplicáveis, um contágio que me faz sorrir – devagarinho, da face dorida de tanto te saborear entre as coxas -, a tua mão na minha, e acabarmos por adormecer não sem antes dizermos algo pouco perceptível mas que parecia ser a confirmação de sermos loucos. Um pelo outro."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
«respostas a perguntas inexistentes (292)» - bagaço amarelo
Na verdade, considero-me um pessimista relativamente ao mundo e um optimista relativamente às pessoas. Praticamente já não leio jornais e abdiquei totalmente dos programas de televisão, que considero tão estúpidos quanto estupidificantes e me fazem sentir mal. Depois, quando conheço alguém, raramente corresponde ao que considero ser essa estupidez. É por isso que cada vez que travo um conhecimento nasce de novo em mim uma esperança qualquer.
Acho que a amizade passa muito por aqui, por nos salvarmos todos os dias do enorme absurdo em que o mundo se tornou. O Amor também, com a vantagem de que ele próprio é um mundo diferente.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
25 janeiro 2015
Postalinho de Almeria
Mesón gallego Cala Carallo
Datos de contacto del Carallo
Paseo Marítimo de Aguadulce, s/n
04720 Aguadulce, Almería
Descripción del Carallo
Situado en primera línea de playa, nos encontramos con un rincón único, el Mesón Gallego Del Carallo, con su especialidad de pulpo a la gallega, como no podía ser de otra manera.
Especialidades del Carallo
Tapas gallegas, Tapas mediterráneas, Tapas especiales, Raciones, Carnes, Pescados, Mariscos, Menú infantil y Postres.
E os galegos são do carallo!
Datos de contacto del Carallo
Paseo Marítimo de Aguadulce, s/n
04720 Aguadulce, Almería
Descripción del Carallo
Situado en primera línea de playa, nos encontramos con un rincón único, el Mesón Gallego Del Carallo, con su especialidad de pulpo a la gallega, como no podía ser de otra manera.
Especialidades del Carallo
Tapas gallegas, Tapas mediterráneas, Tapas especiales, Raciones, Carnes, Pescados, Mariscos, Menú infantil y Postres.
E os galegos são do carallo!
Controle íntimo
Pegou-a com ambas as mãos que era pequena e encostou-a ao seu corpo. Depois, pousou-a no colo e acariciou-lhe toda a superfície numa electrização inspiradora. Sabia que lhe podia controlar as aberturas e até lhe podia modular a nitidez dos sentimentos expressos. Prolongou o momento deleitando-se a visualizar a profundidade de campo. Sentia o desejo a crescer em si cada vez mais intensamente. Hesitou em pendurá-la no seu pescoço ou no ombro mas decidido pela primeira hipótese carregou-a para o quarto e desatou a pressionar-lhe o botão repetidas vezes a intervalos regulares. O espaço da sua intimidade merecia ser fotografado.
E o senhorio não se rala nada
Patife
@FF_Patife no Twitter
24 janeiro 2015
São Rosas? Oui... c'est moi...
A propósito de liberdade de expressão... de bloqueios no Facebook... se querem falar com alguém especialista, contactem a São Rosas. Desde 1993 a ser censurada pelo Google, pelo Blogger, pelo Instagram, pelo Facebook,...
#JeSuisSãoRosas
#JeSuisSãoRosas
«Psicanálise» - por Rui Felício
O consultório do Dr. Morais, psicanalista onde ela regularmente ia por causa dos problemas que a atormentavam desde a separação do marido, fica no 5º andar daquele edifício da Av. da República.
Ainda na rua, olhou o relógio e estugou o passo. Já estava atrasada uns cinco minutos.
No átrio do prédio, um letreiro espetado na porta avisava que o elevador estava temporariamente avariado.
Nervosa, abanando a cabeça, não teve outro remédio senão subir a pé as escadas dos cinco andares.
Em cada degrau, revoltada, proferia um palavrão diferente, à medida que ia subindo.
Ficou admirada. O seu reportório de obscenidades era muito mais vasto do que ela própria supunha.
Retiniu finalmente a campainha da porta do consultório, cumprimentou o Dr. Morais, entrou e atirou-se para o divã, ofegante.
Deitada de costas, durante uma hora foi falando do ex-marido. Contou o sonho que teve na noite anterior em que ele uma vez mais a traía com a sua melhor amiga.
Detestava chorar em frente a estranhos, mesmo sendo o seu médico psicanalista. Mas não conseguiu reter as lágrimas de revolta ao recordar o sonho, perante o imperturbável silêncio do Dr. Morais, sentado atrás do divã onde ela estava deitada.
Prosseguiu os seus relatos, sem uma única palavra do psicanalista que nada dizia, sem a interromper.
Ela apenas lhe ouvia o respirar compassado atrás dela.
Aquele silêncio ajudava-a mais do que mil palavras. Sentia-se mais descontraída, menos nervosa.
O Dr. Morais era na verdade um grande médico. Fazia-lhe tão bem...
Respirou fundo. Ao fim de uma hora calou-se finalmente, aliviada.
Soergueu-se do divã, ajeitou o vestido, levantou-se e olhou-o para lhe agradecer.
O conceituado psicanalista Dr. Morais, na penumbra do consultório, sentado na cadeira por trás do divã, de cabeça pendente e um ténue fio de saliva a escorrer-lhe pela comissura dos lábios, dormia profundamente...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Amuleto Biser
Pendente de colar em porcelana da Sargadelos com fio em couro, com casal de pernas entrelaçadas, para dar sorte a quem procura o amor.
Sargadelos é uma empresa com fábricas em A Coruña e Lugo, na Galiza (Espanha).
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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