Sei bem que quando desatam a chorar à minha frente estão a insinuar que me querem mamar no palhaço. É o apogeu do "quem não chora não mama".
Patife
@FF_Patife no Twitter
01 março 2015
28 fevereiro 2015
«Subitamente ao acordar» - por Rui Felício
Está em minha casa desde há quinze dias...
Quando acordo e acendo a luz, ela ignora o frio, abre a caixa onde guarda as pinturas e os cremes e começa a maquilhar-se, a pentear-se. Parece que receia que eu a veja descomposta.
Ainda meio ensonado, vejo-a sorrir para mim, entreabrindo aquela boca bonita. Mesmo com este frio, veste-se com uma lingerie finíssima azul celeste, transparente, que me deixa entrever, por baixo, o corpo esbelto, bem desenhado.
Sentada em frente ao espelho da cómoda do quarto, passa o baton vermelho cereja nos lábios, com uma precisão milimétrica.
Com mestria, revira as pestanas e engrossa-as com rímel. Vou correndo o olhar pela pele lisa das suas costas, pela curva côncava da cintura, pelos longos cabelos louros encaracoladas caídos ao longo do corpo.
Ainda deitado na cama, observo-a a pintar as pálpebras com um pó esverdeado que lhe realça os lindos olhos azul marinho.
Lentamente, pega na escova e corre-a pelo cabelo sedoso, demoradamente. De vez em quando, suspira suavemente.
Volta a sorrir-me, deixa-me indeciso...
Mas não! Já estou atrasado.
Levanto-me, visto o roupão e dirijo-me para a casa de banho. Ouço-a desejar-me um bom dia, numa voz gutural que parece vir das suas entranhas.
Não lhe respondo.
E desligo o interruptor daquela linda boneca automática, a pilhas, que são activadas pela luz e que eu comprei para oferecer à minha neta quando ela cá vier.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Mulher a montar (ou a ser montada por) um burro
Cinzeiro em ferro fundido da minha colecção
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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27 fevereiro 2015
A Google reverte a decisão de banir conteúdos sexuais do Blogger
Hoje, soube que o Blogger recuou na decisão de bloquear blogs com conteúdos de nudez e de sexo.
Nem se pode dizer que seja o retorno da sensatez, pois a censura aos blogs de conteúdos eróticos, por parte da Google, já há muito que não mostra estes blogs nos resultados de pesquisas. E isso irá continuar. Mas pelo menos deixei de ter que pensar numa alternativa para o blog «a funda São», que tem mais de 10 anos e de 16.000 posts publicados.
Entretanto, este «alarme» teve um lado muito positivo: saber que não estou sozinha deste lado do blog. As mensagens de apoio foram muitas. E o que me ri ou me fizeram pensar alguns dos vossos comentários. Por exemplo, estes, publicados neste post:
"A Censura é mesmo tristezinha. Já dizia a vizinha Mariquinhas Bufa qu'era de boas famílias mas tinha caído na desgraça por ter casado c'um calvinista: «eles querem desavergonhices só da porta p'ra dentro, que lá fora inté parece qu'acabaram de sair da pia do batismo!»"
João Barreto
"Uma das coisas mais perigosas destes grupelhos de pressão são as «associações» que constantemente fazem e usam para impingirem os seus ódios.
Por exemplo, que quem vê pornografia é pedófilo, é violador, é traficante de mulheres, etc. Argumentos que rotulo de Criminosos por não terem fundamento provado mas que são usados como Verdades indiscutíveis.
Não duvido por um segundo que um pedófilo, um violador ou um traficante veja pornografia. Pois claro que vê. Obviamente que o carácter anónimo da coisa lhe assenta que nem uma luva.
Inverter o sentido às coisas é que é criminoso.
A estes grupelhos não lhes interessa lembrarem-se que a grande maioria desses pedófilos, violadores, traficantes, etc, têm muitas vezes em comum sim mentalidades (e sexualidades) reprimidas ou extremamente condicionadas. Muitas das vezes ainda por "educação religiosa" castradora. Isto não lhes interessa contemplar, é "mito", é desinformação. Pois...
Muita pornografia devem ver então os padres, pois muitos têm sido os casos (a maioria abafados) de padres pedófilos.
Neste momento é a pornografia que gera pedófilos. Ainda há pouco tempo eram os gays que eram pedófilos por natureza...
O mais nojento de tudo isto é que, o grupelho que alega «que os jovens devem é ser preparados para a sexualidade em vez de verem pornografia» (coisa com que concordo DESDE que não seja alegada por esses cretinos) são o MESMO grupelho que constantemente tem vindo a boicotar a educação sexual nas escolas. É exactamente a mesma gentalha."
EmZe
É grave, doutor!
Um tuíte que diz "scarlett johansson in a bikini". E eu resisti a clicar no linque.
Amanhã vou marcar uma consulta de urgência.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
«Berlim» - João
"Sempre gostei de viajar pelo motivo mais óbvio, que é o prazer que dá conhecer lugares novos. Com a Raquel aprendi que o melhor de viajar não é conhecer esses lugares, mas sim poder partilhá-los com alguém que nos conhece as entranhas.
Dentro daquilo que são as minhas limitações económicas, tenho viajado o mais que posso e consigo. Nestes últimos dias, por exemplo, andei a saltitar por Berlim como se fosse uma criança num parque de diversões. Virava-me para ela e dizia "olha isto!" com o mesmo entusiasmo com que o dizia à minha mãe em criança sempre que ia ao Portugal dos Pequeninos. Levei uma lista com o nome de dezasseis coisas que eu queria mesmo ver naquela cidade. De nenhuma tinha a morada, as coordenadas ou uma referência qualquer. Foi a Raquel que se deu ao trabalho de descobrir onde ficavam todas e de me levar lá em transportes públicos. Numa cidade cuja zona urbana tem quarenta e seis por trinta e oito quilómetros, acreditem que não é fácil.
Às vezes paro num sítio qualquer, como parei num bar duma das grandes avenidas de Berlim, e fico a beber uma cerveja tão lenta quanto um caracol. Não percebo (e isto é a sério!) o que é que uma mulher como ela vê em mim. Encontro-me no papel do Monstro amado pela Bela, no sentido lato da expressão e do contexto, e considero-me um homem com sorte.
Só isso."
João
Geografia das Curvas
Dentro daquilo que são as minhas limitações económicas, tenho viajado o mais que posso e consigo. Nestes últimos dias, por exemplo, andei a saltitar por Berlim como se fosse uma criança num parque de diversões. Virava-me para ela e dizia "olha isto!" com o mesmo entusiasmo com que o dizia à minha mãe em criança sempre que ia ao Portugal dos Pequeninos. Levei uma lista com o nome de dezasseis coisas que eu queria mesmo ver naquela cidade. De nenhuma tinha a morada, as coordenadas ou uma referência qualquer. Foi a Raquel que se deu ao trabalho de descobrir onde ficavam todas e de me levar lá em transportes públicos. Numa cidade cuja zona urbana tem quarenta e seis por trinta e oito quilómetros, acreditem que não é fácil.
Às vezes paro num sítio qualquer, como parei num bar duma das grandes avenidas de Berlim, e fico a beber uma cerveja tão lenta quanto um caracol. Não percebo (e isto é a sério!) o que é que uma mulher como ela vê em mim. Encontro-me no papel do Monstro amado pela Bela, no sentido lato da expressão e do contexto, e considero-me um homem com sorte.
Só isso."
João
Geografia das Curvas
26 fevereiro 2015
Poesia Grossa
DRAMA DE CONSULTÓRIO ou A CONA TRICLÍNICA
Coisas da estranha Natureza
Se adentram neste consultório...
Bestas de circo e denso relambório,
Passíveis de mortificarem ciclópica picha tesa.
Aguçai vossa curiosidade -
Sem tocamentos, nem maldade -
Que este versejar de pobre métrica,
Vai sobre cona pouco simétrica.
Eis que se apresenta grotesca brasileira;
Planetária peida e omissa pentelheira,
Dona de coxão forjado em aço,
Mas exibindo pevide digna d'um Picasso.
(Mote popularucho em tom carnavalesco-brasileiro, sambinha, etc.:)
«Há quem diga que cona é cu.
Mas a cona não é cu, não.
É que o cu tem um buraquinho,
E a cona tem um buracão!»
Soltando admiradas invectivas,
Noto que clito, lábios e greta quebravam todas as perspectivas!
Dia memorável! Efeméride cá da clínica!
O glorioso instante em que a Ciência descobriu a rata triclínica!
Coisas da estranha Natureza
Se adentram neste consultório...
Bestas de circo e denso relambório,
Passíveis de mortificarem ciclópica picha tesa.
Aguçai vossa curiosidade -
Sem tocamentos, nem maldade -
Que este versejar de pobre métrica,
Vai sobre cona pouco simétrica.
Eis que se apresenta grotesca brasileira;
Planetária peida e omissa pentelheira,
Dona de coxão forjado em aço,
Mas exibindo pevide digna d'um Picasso.
(Mote popularucho em tom carnavalesco-brasileiro, sambinha, etc.:)
«Há quem diga que cona é cu.
Mas a cona não é cu, não.
É que o cu tem um buraquinho,
E a cona tem um buracão!»
Soltando admiradas invectivas,
Noto que clito, lábios e greta quebravam todas as perspectivas!
Dia memorável! Efeméride cá da clínica!
O glorioso instante em que a Ciência descobriu a rata triclínica!
Doutor Grosso Amor, in "Esguichos Avulsos"
Mulher flor e pata de lavagante
Estatueta em bronze da minha colecção.
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