08 novembro 2016

«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 63

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.






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Parabéns a nós!

13 anos dedicados ao erotismo e à sexualidade... é obra!


Sardinha-surpresa

Sardinha em cerâmica, de Boligán Corbo , da Coleção “Sardinha” by Bordallo Pinheiro.
Explicação do autor: "Portugal recebe a sardinha directamente do mar. Em muitas partes do mundo conhecemo-las abrindo a lata e encontrando assim, como uma caixa de lápis de grafite, uma ordenada fila de sardinhas... Sempre tive a sensação que, se abrisse uma sardinha, encontraria lá dentro outra coisa".
O erotismo de uma boa sardinhada... na minha colecção.










A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

06 novembro 2016

Suite 208


Suite 208 - from NUE galerie on Vimeo.

«pensamentos catatónicos (339)» - bagaço amarelo

a dor de pescoço

Das dores de que falamos quando falamos de Amor, a do coração é a mais conhecida. O coração dói-nos quando o Amor também nos dói. Há também quem fale na dor que sente no peito, quando a palavra "coração" parece demasiado específica e pequenina para falar de Amor. Depois vem a dor de corno, quando o Amor que falhou partiu para parte incerta e nós nos zangámos com o mundo.
Quanto tu me faltas eu falo da dor de pescoço, uma dor de que ninguém fala não sei porquê. Talvez nunca tenha sido diagnosticada nos Amantes falhados apesar de, tenho a certeza, ser bastante comum. É a dor da falta da tua cabeça encostada ao meu pescoço, num abraço que sempre me pareceu o mais bem encaixado do universo. A tua cabeça encostava ao meu pescoço como a peça de um puzzle. Sabes aquela parte redonda que encaixa de forma perfeita na peça ao lado? Era isso... depois abraçava-te e ficávamos assim...
Às vezes, quando estou sozinho e me lembro de ti, vem-me essa dor de pescoço que é também a minha dor de Amor. As dores do Amor são sempre dores de uma parte qualquer do nosso corpo, porque é no corpo que o Amor carimba o tempo que passa.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI do autocarro da Picheleira para a Buraca


Maitena - Condição feminina 52



05 novembro 2016

Gaba-te, cesto...


Luís Gaspar lê «Ribeirinha» de Paio Soares Taveirós

Português moderno

No mundo não conheço
ninguém igual a mim,
enquanto acontecer o
que me aconteceu,
pois eu morro por vós e ai!
Minha senhora alva e rosada,
quereis que vos lembre
que já vos vi na intimidade!
Em mau dia eu me levantei
Pois vi que não sois feia!

E, minha senhora
desde aquele dia, ai!
Venho sofrendo de um grande mal
enquanto vós, filha de dom Paio
Muniz, a julgar forçoso
que eu lhe cubra com o manto
pois eu, minha senhora
nunca recebi de vós
a coisa mais insignificante.

Português antigo

No mundo non me sei parelha,
mentre me for’ como me uay,
ca iá moiro por uos – e ay!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que uos retraya
quando us eu ui en saya!
Mao dia me leuantei,
que uus enton non ui fez!

E, mia senhor, des aquel di’ay!
me foi a mi muyn mal,
e uos, filha de don Paay
Moniz, e ben uus semelha
d’auer eu por uos guaruaya,
pois eu, mia senhor, d’alfaya
nunca de uos ouue nen ei
valia d’ua correr…

Paio Soares Taveirós
Paio Soares Taveiroos (ou Taveirós) foi um trovador da primeira metade do século XII, de origem da pequena nobreza galega. Foi o autor da célebre Cantiga da garvaia, durante muito tempo considerada a primeira obra poética em língua galaico-portuguesa.
Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval”
disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa