O filme e seus detalhes, na verdade, me fizeram pensar e eu gosto disso. Gosto do que me faz pensar, me instiga, me inspira, me anima! De forma tragicômica o filme retrata o “básico” acerca das falhas nos relacionamentos interpessoais: a mania esquizoide que as pessoas têm de ouvir o outro e não senti-lo, não compreendê-lo, mas julgá-lo, criticá-lo e criar conceitos pessoais a respeito de quem não se conhece ou, sequer, se deu ao tempo de conhecer.
Enquanto o outro se abre, conta coisas íntimas a seu respeito, expõe suas fraquezas, nós o julgamos e tentamos resumir a sua vida e conduta em uma palavra, como, no caso, “vadia” e “louco”.
Sensacional a lição da história. Fora o aspecto importantíssimo a respeito dos “sinais”: sinais que recebemos da conduta alheia acerca do que sentem por nós. Se nos querem bem, se nos querem mal ou, simplesmente, se não nos querem. Tudo é possível depreender destes “sinais” que, com certeza, valem mais do que qualquer palavra terna.
O amor acontece, seguidamente, quando não o esperamos. Amamos quem não esperamos amar, desgostamos de quem poderíamos amar. A imprevisibilidade circunda nossos relacionamentos afetivos.
Acontece que, se existe uma coisa que não devemos fazer é julgar quem se abre conosco. A transparência e a sinceridade devem ser mais valorizadas do que nossos (pré) conceitos pudicos, caretas e moralistas.
As pessoas são muito mais do que aparentam, são muito mais do que seus erros, são muito mais do que seu psiquismo “afetado”, seus transtornos de personalidade ou sua eximia sanidade. As pessoas são o que sentem, o amor que trazem no coração e certa dose de pureza que até cometendo atos impuros elas não deixam de possuir.
Para amar é preciso abster-te de julgar, abster-se de erigir um muro psíquico que faz com que, de cima dele, você aponte as falhas dos outros como se a sua vida, vivencias e experiências fossem exemplares. O filme toca fundo, as cenas são marcantes e a moral é belíssima. Recomendo!