03 setembro 2017

«coisas que fascinam (200)» - bagaço amarelo

Trânsito de Vénus

Em contraluz, as pessoas que passeiam na praia são apenas sombras. Como tal, perdem a identidade. Cada uma delas podia ser outra. Deixa de me interessar quem são, a mim que me estendi sobre a areia invernosa e as vejo num trânsito constante à frente do Sol. Passa-me a interessar apenas a sua silhueta. Já fiz o mesmo com Vénus, ficar sentado a vê-lo passar lentamente à frente do Sol, sem motivo aparente.
Acompanho as sombras de um homem e de uma mulher de mãos dadas. Ele pára por um momento e baixa-se para apertar os atacadores dos sapatos enquanto ela, dois metros à frente, espera por ele e admira o Pôr do Sol. Depois ele levanta-se e continuam a caminhada, novamente de mãos dadas.
Por um momento apercebo-me que o Amor é apenas isso: ter alguém cuja mão nos espera quando paramos por um momento e, nessa espera, nunca se desespera. Aproveita-se a vida de uma forma qualquer. A olhar para um Pôr do Sol pela enésima vez, por exemplo, igualzinho ao que já vimos em postais foleiros para turistas e ao que se repete há tanto tempo quanto o trânsito de Vénus.
Quando um homem se apaixona de forma incondicional perde a noção desse tempo. Passa a acreditar que tudo parou e que vai ser sempre assim. Cada vez que se baixar para atar os atacadores terá uma mão à espera, numa cena. Até ao dia em que percebe que afinal nada parou e, sem ele dar conta, tudo se transformou.
A Lei da Amor é um pouco como a Lei da Conservação da Massa. Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. A mulher que lhe estendia a mão perdeu a brandura no olhar e a doçura na voz, mas essas características não desapareceram. Andam por aí, entre as silhuetas que passam.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Pratos limpos


Como peças Lego

Uma queca entre a estouvada da crica que acabou de sair e aqui o mestre da zarabatana foi como juntar a fome à vontade de foder.

Patife
@FF_Patife no Twitter

02 setembro 2017

«O Amor (I)» - Susana Duarte

o amor.
o amor é a confluência dos remos,

ou das mãos.

o amor
é, talvez, a estrada
por onde caminham as aves,

e os bicos,
segurando flores novas

e as madrugadas
deixadas sobre os leitos,

de onde voam lágrimas,
para, neles, se deitar

o sol.

o amor.
o amor é a luz depois da noite,

mas é também a noite
dos amantes.
e os seus olhos.

é, talvez, a delonga das cerejas
e a maturação das dores,

e a impossibilidade
das manhãs
lentas
do desespero.

o amor.
é, talvez, a rubra declaração
que o sol faz às ondas
quando, sobre as algas,
penetra as trevas
e ilumina
o oceano.

o amor.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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«Ah! Jeunesse et autres contes» - Georges Courteline - ilustrações de peynet

Livro de contos com diversas ilustrações a preto e branco e a cores de Raymond Peynet.
Mais uma mostra da arte deliciosa de Peynet, na minha colecção.





A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

Postalinho das Autárquicas 2017 - 9

"Pode-se considerar uma candidatura de força?"
Maria Árvore


01 setembro 2017

Postalinho da Terceira

"Olá São,
Tirámos esta foto, para ti, no Museu do Vinho na Terceira."
Célia Duarte Galvão


«Lavou, Tá Novo - Episódio 03: “Mas nem morta...”» - Humores Urbanos

Quando não há o que fazer, apenas a bebida é redentora. Depois de uma reunião fracassada de negócios, Leonardo e Oswaldo vão juntar os cacos e os trocados em um bar.

Mas talvez a reunião não seja tão fracassada assim.

Eva portuguesa - «Bêbedos e drogados»

Bêbedos e drogados. É isto que apanhamos ao sábado de manhã.
9.30h da manhã e ainda não foram à cama. Completamente enterrados em litros de álcool e gramas de coca. Exaustos mas com aquela sensação de falsa euforia e arrogância que este cocktail estupidificante dá. Agressivos sem terem noção disso. E o hálito... MEU DEUS. Ninguém merece.
- Tinha que estar assim para vir às putas, sabes? - disse-me um enquanto se vestia. Ai, Senhores... Para além da falta de educação, respeito e noção ao ir ter com uma mulher naquele estado decadente e fedido (sim, nós somos mulheres...), ainda é ofensivo... Ignorante. Teve que ouvir de volta:

- Pois, querido, sabes que isso não passa de uma desculpa esfarrapada para não teres que lidar com as tuas acções e desejos de frente. Porque nem para te assumires tens coragem. Eu estou aqui a aturar gajos como tu e não preciso de me camuflar nem esconder atrás de nada. Mas se calhar, sem saberes e se calhar sóbrio, já andaste realmente com putas a sério.
Tentou balbuciar algo semelhante a um pedido de desculpa, mas já não dei tempo. O encontro foi demasiado longo...
Logo a seguir vou fazer uma deslocação a um hotel. Como sempre, tenho tudo confirmado. Chego e estão três marmanjos numa grande festa, também bebidos e cheirados. WTF?! Nem dei hipótese. Exigi o dinheiro do táxi, ameaçando chamar a polícia, e voltei na hora.
Bêbedos e drogados...Um sonho....


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

#prayformãesdosamigos #allmãesmatter - Ruim

Vocês nunca traçaram a mãe de algum amigo vosso? É a pior coisa do mundo, porque se acabam logo com as piadas das mães no grupo em que estão inseridos. E grupo de amigos sem piadas de comer as mães uns dos outros, não é grupo de amigos: é um grupo de gajas. Ninguém tem culpa de ter uma mãe boazuda, um MILFossaurus dos mais capazes. As mães boazudas são a maior dor de cabeça para um adolescente, porque ele sabe que mãe é boa e os amigos também. E estes últimos não se vão cansar de dizer "puto... eu partia a tua mãe em dois, se ela deixasse. Amanhã temos Geografia?". Pior se a mãezinha é fresca e manda olhinhos a um dos amigos em plena sessão de FIFA. Se ela vos meter mortadela a mais nas sandes de triângulo e o vosso Compal for diferente, é porque está interessada. Atenção: ninguém tem 30 anos e anda a comer a mãe dos amigos, porque, das duas uma: ou os teus amigos têm 16 anos ou tu andas embrulhado com um cadáver precoce.
Não comam as mães dos vossos amigos. Pensem nas piadas que não vão poder dizer mais (surgem outras, mas não vale a pena...)

Ruim
no facebook

31 agosto 2017

Puta no passado

Se querem ser mesmo boas "acompanhantes" e valerem cada cêntimo que ganham numa noite, numa hora... vejam o Magic Mike XXL.
  • Físico? Who cares?
  • Se a mulher gosta de uma música de 1734, cantar essa mesma música ao ouvido ou tê-la na playlist;
  • A pessoa é ÚNICA. O mundo, a família, o telefone, nada interessa, a não ser que ele queira falar e tu fazes o teu papel e ouves;
  • ter um bom vinho tinto e outro branco em casa (vá, a porra do Gin);
  • Chamar pelo primeiro nome em qualquer ocasião, seja a gemer, seja a perguntar se precisa de papel higiénico (desculpem, não resisti);
  • Ele deve cheirar na saída como na entrada. Nada como ter um gel duche de homem e desodorizante.
A foda... bom, o senhor deve ter a foda da vida dele, e tens a liberdade de fazer tudo o que bem te apetecer (se bem que sempre o fiz).

CONHECIMENTOS: Aproveita. Os militares estão sempre prontos a ajudar, os funcionários do estado a aceder a uma base de dados, os secretários de estado, os dos porsches, dos BMW topo de gama, querem sigilo e saber que ainda satisfazem uma mulher. Esses são contactos a manter.

SIGILO.

pink poison (exclusivo para aqui)





«A acompanhante» - Cecília Ferreira

Livro com uma peça de teatro, um monólogo.
Sinopse - «A Acompanhante» é a obra que venceu o Grande Prémio de Teatro Português SPA/Teatro Aberto, 2013.Trata-se de um texto que, pela sua comicidade, nos introduz no imaginário de uma mulher que se relacionava com os vivos, os mortos, a morte, Deus e a própria solidão, até porque, segundo a mesma, «[a] solidão é mais mortífera do que a dor», daí que «[p]recisamos de companhia na vida e na morte».
Junta-se a outros livros de teatro na minha colecção.



A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

«Fetiche» - Adão Iturrusgarai